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Ambulatório de Qualidade de Vida debate números da obesidade no Brasil

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A obesidade cresceu 60% em dez anos no Brasil. Entre 2006 e 2016, índice de brasileiros com a doença passou de 11,8% para 18,9%. Os números fazem parte da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), realizada em todas as capitais brasileiras. O crescimento da obesidade também pode ter colaborado para o aumento da prevalência de diabetes e hipertensão. Os dados da mesma pesquisa, divulgados pelo Ministério da Saúde neste ano, revelam que uma em cada cinco pessoas no país está acima do peso. Demonstrando preocupação com as estatísticas e com as consequências da obesidade para a saúde do indivíduo, o Ambulatório de Qualidade de Vida promoveu, na tarde desta terça-feira (27), um debate com os pacientes que buscam perder peso. O evento foi na Câmara de Vereadores e teve objetivo de esclarecer informações sobre indicadores da obesidade, doenças relacionadas, mudanças de comportamento, cirurgias e alimentação saudável.

De acordo com a médica da família do ambulatório professora da UPF, Débora Boscatto, existe uma dificuldade de conter os índices de obesidade no Brasil. “A epidemia da obesidade ela vem sendo uma tentativa de combate do governo federal desde 2011 e todos as nossas tentativas, até agora, se mostraram infrutíferas e a obesidade vem crescendo em um número alarmante tanto na população adulta, mas está acometendo principalmente crianças e adolescentes”, esclarece. Essa dificuldade em reduzir os indicadores está associado à cultura, conforme a especialista. “Nós temos uma cultura de se alimentar no Rio Grande do Sul com alimentos ricos em gordura, com pouca ingestão de nutrientes com fibras e alimentos naturais. Inclusive essa é uma das metas que o governo está colocando para 2019, que é aumentar em 17.8% a ingesta de frutas e verduras na população em geral”, argumenta.

Para ir na contramão desses números, Passo Fundo conta com um Ambulatório de Qualidade de Vida que vem apresentando resultados positivos. Em um levantamento, os funcionários constataram que o número de bariátricos haviam diminuído o peso, diferente do que aconteceu em serviços gerais proporcionados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), contexto em que os pacientes ganham peso na fila. A partir desta constatação, os acadêmicos irão realizar uma pesquisa, através do PET Saúde (Programa de Educação pelo Trabalho) para tentar descobrir o motivo dessas perdas de peso. Conforme Débora, trata-se de uma pesquisa científica, que, a partir dos resultados colhidos, buscará aplicação em escala maior.

Perder peso, ganhar incentivo para continuar

Antes de participar do debate, Osmar havia caminhado por aproximadamente uma hora nesta terça. O exercício físico era sinônimo de dificuldade e dor nas articulações antes de iniciar o tratamento. Radialista, Osmar Alves Teixeira Junior, é paciente do ambulatório pela segunda vez. A primeira tentativa foi em 2015 e durou por seis meses. Na época, ele pesava 140 quilos. Mas acabou desistindo do tratamento por um ano. Há pouco mais de um mês, devido a complicações de saúde, o radialista retornou ao ambulatório.

“Eu procurei o ambulatório devido a questão de risco da obesidade. Eu peso mais de 170 quilos hoje. Na época [dois anos atrás] eu pesava 140 quilos e já estava começando a sentir dores nas articulações, dificuldade de respirar, cansaço em solo íngreme, então isso me fez despertar para a questão da família. Eu tenho filhos pequenos e nessa questão de diminuir o tempo de vida, isso tudo me fez buscar uma alternativa para perder peso. Eu fui encaminhado através da USB até o ambulatório e comecei o tratamento”, conta.

Dentre as especificidades do tratamento, Osmar ressalta a importância da questão psicológica e de persistência, já que o processo para chegar ao peso ideal pode levar anos. “Envolve família, envolve filhos e tem a questão da autoestima: os obesos sofrem muito porque onde vão são destaque. Então conforme você vai colhendo resultados, vai emagrecendo um, dois quilos, você vai ganhando mais força para continuar o tratamento”, anima-se. Além da disposição para caminhar uma hora, o radilista vem notando outros resultados no tratamento como a qualidade de sono, problemas de incontinência urinária e mais ânimo durante o dia.

Fonte: O Nacional

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