Um estado constante de preocupações excessivas pode ser sinal de transtorno de ansiedade generalizada (TAG). Ele ocorre em diferentes momentos durante as situações e eventos do dia a dia, em diversas áreas da vida, como trabalho, estudos, relacionamento, família, saúde e finanças, mesmo quando não há motivos aparentes para intensa preocupação.
O Brasil registra a maior prevalência de ansiedade no mundo, segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS). Para se ter uma ideia, aproximadamente 9,3% dos brasileiros sofrem de ansiedade patológica. Em seguida, aparece o Paraguai (7,6%), Noruega (7,4%), Nova Zelândia (7,3%) e Austrália (7%). Quando não tratada corretamente, a ansiedade pode acarretar em adversidades e desencadear outros transtornos mentais, como a TAG.
“Essa condição, que pode afetar qualquer pessoa, provoca nos indivíduos um estado de alerta constante. Qualquer situação corriqueira pode ser um gatilho, desencadeando pensamentos sobre situações que nem ocorreram”, explica Susi S. Andrade, psicóloga especialista em saúde mental do São Cristóvão Saúde.
A preocupação excessiva e persistente costuma ser difícil de controlar e interfere significativamente nas atividades diárias e no bem-estar emocional. Ela inclui, entre outros sintomas, inquietação, insônia ou sono agitado, fadiga, irritabilidade e dificuldade de concentração.
Ansiedade generalizada x síndrome do pânico
Ainda de acordo com a especialista, é fundamental se consultar com um profissional de saúde mental, de modo a identificar precisamente o diagnóstico. Afinal, o comportamento de um indivíduo com TAG pode se assemelhar, por exemplo, a quem sofre com síndrome do pânico, sendo também um transtorno, por sua vez caracterizado por ataques de pânico recorrentes e inesperados, gerando um medo ou desconforto intensos.
“A diferença entre os dois é a ocorrência e intensidade. Nas crises de pânico, os sintomas podem ser mais intensos, porém ocorrem em determinadas situações e com menor frequência, comparado ao TAG. Os pensamentos constantes nas crises de pânico podem ser sobre medo de morrer; já nas crises de TAG, podem ter relação com preocupação com doenças ou acontecimentos inesperados”, diferencia a psicóloga.
O tratamento do TAG geralmente envolve uma abordagem multifacetada que pode incluir psicoterapia, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), e, em alguns casos, o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos, com o objetivo de reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Em caso de suspeitas sobre comportamentos que possam estar relacionados ao TAG, é importante buscar ajuda profissional para receber diagnóstico e um plano de tratamento adequado.
Este conteúdo é meramente informativo e não substitui a consulta médica. Para esclarecimento de dúvidas adicionais sobre uma patologia, medicamento ou tratamento, converse com um profissional de saúde de sua confiança. Evite sempre a automedicação.