Anúncios de pré-venda do Mounjaro são irregulares, aponta Anvisa
Agência não permite divulgação de medicamentos vendidos mediante prescrição


Os anúncios de pré-venda do Mounjaro tomaram conta das redes sociais e dos sites de diversas redes de farmácias na última semana. O fármaco, que chegou ao Brasil recentemente, está cercado de altas expectativas por seu desempenho no tratamento do diabetes e pelo uso off-label para obesidade. As informações são da CBN.
Essas iniciativas, no entanto, foram classificadas como irregulares pela Anvisa. A autarquia entende que o medicamento oferece riscos intermediários de efeitos adversos e, por isso, tem suas vendas controladas e sua divulgação proibida.
“Uma vez que são medicamentos de tarja vermelha, sob prescrição médica, não pode ter nenhum tipo de publicidade. Entendemos que essa entrega via Whatsapp ou outra dizendo que o remédio vai chegar caracteriza publicidade. Isso pode gerar um estímulo ao uso indiscriminado do medicamento”, explica Diana Garcia Nunes, assistente da Gerência de Inspeção e Fiscalização de Medicamentos da Anvisa.
Redes poderão ser punidas por divulgação de pré-venda do Mounjaro
Farmácias como Raia, Drogasil, Pague Menos, Pacheco e Drogaria São Paulo já estão na mira de técnicos da agência sanitária, que avalia possíveis punições. Medidas como multas, que podem chegar a R$ 1,5 milhão, interdições e até cassações de alvará de funcionamento estão sendo discutidas.
A ação foi duramente criticada por Gonzalo Vecina, médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, que também admitiu que a fiscalização da publicidade online ou por aplicativos de mensagem ainda é um desafio.
“São medicamentos que exigem receita porque o risco de tomar e ter efeitos colaterais graves é muito elevado. Não é aceitável esse tipo de comportamento das farmácias. Isso deve ser denunciado e a vigilância sanitária tem que tomar as providências cabíveis, autuando esses estabelecimentos”, afirma.