O gestor de farmácia Thiago Tortelott conectou-se desde cedo com o empreendedorismo e também com as dificuldades inerentes a essa atividade. Filho de comerciantes da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, o empresário enfrentou a falência, mas reergueu seu negócio e agora sonha alto.
No 21º episódio de nosso especial Minha História, contamos a trajetória inspiradora de um empreendedor que viu no conhecimento a chave para crescer e planejar a marca de 100 lojas até 2030.
Gestor de farmácia entrou cedo no negócio
Tortelott é nascido e criado em Duque de Caxias (RJ), cidade de pouco mais de 800 mil habitantes. Seus pais Geílson Eleutério e Maria Celeste Tortelott ganharam a vida vendendo lanches na rua e serviram de exemplo para o empresário.
“Não tive a oportunidade de conhecer meu pai, que faleceu em um acidente quando eu tinha um mês de vida. Me contam que ele era um empreendedor muito aplicado. Minha mãe também não fica atrás e, desde cedo, a ajudava na barraquinha”, relembra.
Em 2004, aos 13 anos de idade, Tortelott conquistou o primeiro emprego justamente em uma farmácia de bairro. “Comecei limpando as prateleiras e fazendo algumas entregas. De cara me apaixonei pelo negócio. Saía da escola e passava o restante do dia na loja, com a convicção de que o varejo farmacêutico era minha vocação”, conta.
Até os 21 anos ele seguiu na pequena drogaria, onde se tornou vendedor e chegou até o cargo de gerente. Com o conhecimento adquirido, julgou ser hora de dar um novo passo em sua carreira.
Negócio em família: crescimento e derrocada
O jovem gerente queria mais e, com a ajuda de um primo farmacêutico, viabilizou a abertura de sua primeira farmácia ainda em 2012. Localizada no bairro de Xerém, a unidade teve sucesso imediato. Não demorou para o estabelecimento independente se tonar uma rede com cinco PDVs. Logo, porém, a expansão deu lugar à derrocada.
“Entendíamos muito de venda, mas nada de gestão. Faltava uma retaguarda, o que se tornou evidente à medida que encampamos o plano de crescimento orgânico”, revela. Em 2014, a rede de farmácias faliu. Sobrou apenas o primeiro PDV. “Hoje entendo que essa experiência representou um choque de maturidade. Não seria o empreendedor que sou sem esse contratempo”, acredita.
De volta à sala de aula
Com a quebra, o primo deixa a sociedade. Mas Tortelott não ficou sozinho e recorreu ao irmão Victor Carlos para reerguer a empresa. O novo parceiro deu respaldo para Tortelott sanar as dores vividas na primeira tentativa de expansão. “Comecei a fazer vários cursos de especialização, entre os quais os programas de gestão do Sebrae. Também investi em treinamentos com foco em desenvolvimento pessoal”, observa.
Os sete anos que se seguiram foram de intenso aprendizado e networking. “Gosto de comparar esse momento com uma plantação de bambu. Por alguns anos a sensação é de que nada está acontecendo, até que vem o crescimento de maneira impressionante. Mantive apenas uma loja pois sabia que o momento de florescer ainda não havia chegado”, explica.
A hora de crescer chegou
Em 2021, Tortelott tomou uma atitude inesperada. “Nesses sete anos, meu irmão me ajudou tanto, que decidi presenteá-lo com a farmácia de Xerém. Até hoje o negócio vai muito bem, fico orgulhoso”, conta. Mas por que o gestor abriu mão de sua única farmácia?
O motivo era a iminente entrada em uma nova sociedade. “Eu já conhecia o Jorge Faria. Na época, ele administrava cinco PDVs e pensava em aumentar seu número de unidades. Me ofereci para ajudar na administração das farmácias em troca da sociedade e ele topou”, relata. Após cerca de um ano de parceira, a rede já totalizava oito PDVs, mas os empreendedores ainda sentiam falta de algo.
Febrafar abriu portas para a Farmarcas
Faria e Tortelott já faziam parte de uma rede associativista e foi por meio da Febrafar que eles conheceram a Farmarcas. “Fomos a uma reunião em São Paulo e conhecemos a equipe do grupo associativista. Na hora, eu sabia que era ali que deveríamos estar”, enfatiza.
No entanto, ainda faltava algum contato mais direto. De volta ao Rio de Janeiro, eles encontraram José Abud Neto , diretor da Febrafar, e expuseram seu desejo. O executivo foi taxativo. Eles estavam prontos para dar mais esse passo. O processo para ingressar na administradora começou em 2022. A primeira loja foi convertida para a bandeira da Ultra Popular em 2023. Neste ano, outras quatro unidades mudaram de cara.
Sob a Farmarcas, negócio cresceu 27%
Desde a conversão de bandeira, as farmácias tiveram evolução de 27% nas vendas. Atualmente, o empreendedor mantém uma loja no Rio de Janeiro, duas em Belfort Roxo e outras duas em Duque de Caxias. “Ainda neste ano, converteremos mais uma unidade em Belfort Roxo”, comemora. “Edison Tamascia é um visionário. Ele e a Farmarcas conseguem prever os movimentos do mercado antes da concorrência. Isso nos dá vantagens mesmo nos cenários mais desafiadores”, garante.