Até 2025, a Biogen deve realizar mais de mil demissões. A bomba foi anunciada junto aos resultados de seu segundo trimestre. O movimento é parte de uma readequação na atuação da farmacêutica e também integra as estratégias de redução de gastos. As informações são do Fierce Pharma.
O corte de mil empregos representa a saída de 11,5% de sua força de trabalho, atualmente composta por 8.725 colaboradores. Segundo o anúncio, o laboratório cessará a pesquisa de ao menos quatro fármacos para focar em oportunidades de negócios mais lucrativas.
De acordo com um documento do SEC, esse layoff não será o primeiro, afinal, no começo de 2022, a Biogen empregava 9.610 profissionais, ou seja, 885 pessoas foram desligadas ou deixaram a farmacêutica nesse meio tempo.
O laboratório espera economizar, até 2025, US$ 1 bilhão com as demissões. Desse total, US$ 300 mil serão reinvestidos e empregados em produtos chave, como o Leqembi, medicamento para o Alzheimer aprovado pelo FDA no começo do mês.
Mas foi exatamente o tratamento da doença que começou essa crise.
Fracasso do Aduhelm prejudicou a Biogen
Um dos principais motivos por trás do momento delicado que a empresa vive vem do fracasso do Aduhelm, medicamento que também visava o tratamento do Alzheimer.
Esse remédio foi aprovado pela FDA para todos os públicos com certa relutância de seus especialistas, devido ao fato de ter sido testado apenas em pacientes com estágio inicial da doença.
Como o mercado não recebeu o medicamento como previsto (dois grandes hospitais rejeitaram o Aduhelm), a Biogen precisou recalcular rota e vive uma “transição”, como explica Christopher Viehbacher, CEO da farmacêutica. “Nós seremos extremamente duros com o que escolhermos desenvolver”, finaliza.
Números em queda
Falando em números, o período superou a expectativa dos especialistas em US$ 89 milhões, mas mesmo assim apresentou uma queda de 5% na receita do laboratório, US$ 2,46 bilhões.
No Brasil, a Biogen ocupa a 93ª colocação no ranking de faturamento das indústrias farmacêuticas. E o viés de queda se repetiu por aqui. No primeiro semestre de 2023, sua receita recuou 11,5% em comparação com o mesmo período do ano passado – de R$ 115,3 milhões, as vendas caíram para R$ 102,1 milhões.