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Bula da ivermectina esclarece dúvidas sobre o medicamento

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ivermectina

Medicamento indicado para o tratamento de infecções por parasitas, a ivermectina ganhou os holofotes quando foi cogitada como um tratamento para a Covid-19, o que posteriormente acabou se provando ineficaz. A melhor forma de saber quais as doenças podem ser tratadas pelo medicamento é lendo a bula da ivermectina.

Para que o ivermectina é indicado? 

O medicamento é comumente utilizado para o tratamento de infecções por parasitas, como:

  • Strongyloides stercoralis: causador da estrongiloidíase intestinal
  • Onchocerca volvulus: causador da oncocercose
  • Wuchereria bancrofti: causador da filariose
  • Ascaris lumbricoides: causador da ascaridíase
  • Sarcoptes scabiei: causador da escabiose
  • Pediculus humanus capitis: causador da pediculose

Vale destaque que, nos casos de oncocercose, o remédio não consegue eliminar os parasitas adultos, pois eles se alocam em nódulos subcutâneos que, em sua maioria, não são palpáveis.

Nesses quadros, o paciente pode precisar realizar um procedimento cirúrgico para retirar esses microrganismos, uma vez que eles produzem microfilárias.

Segundo a bula da ivermectina, alérgicos não devem fazer uso do tratamento

Dentre as contraindicações do fármaco está seu consumo por pacientes alérgicos ao princípio ativo ou a qualquer outro componente da fórmula.

Aqueles que convivem com afecções do sistema nervoso central que possam afetar a barreira hematoencefálica, como a meningite, também devem evitar a ivermectina, devido a seus efeitos nos receptores gabaérgicos do cérebro.

Crianças com menos de cinco anos, ou que pesem menos de 15 quilos também não devem utilizar o medicamento.

Como é a posologia?

Na hora de tomar o remédio, sempre o acompanhe com água. No geral, de acordo com estudos, a dose varia entre 150 e 200 mcg/kg, administrada por via oral e em uma única vez.

Doenças como ascaridíase, escabiose, estrongiloidíase, filariose e pediculose costumam ser tratadas com 200 mcg do fármaco por quilo de peso corporal do paciente. Confira a tabela:

Peso Dose
15 a 24 kg ½ comprimido
25 a 35 kg 1 comprimido
36 a 50 kg 1 ½ comprimido
51 a 65 kg 2 comprimidos
66 a 79 kg 2 ½ comprimidos
Mais de 80 kg Cálculo de 200 mcg/kg

A dose para o tratamento da oncocercose demanda uma carga menor para o tratamento. Casos de distribuição em massa, como programas de tratamento internacional, precisam ser repetidos a cada 12 meses, e no tratamento individual, a cada três meses.

Peso Dose
15 a 25 kg ½ comprimido
26 a 44 kg 1 comprimido
45 a 64 kg 1 ½ comprimido
65 a 84 kg 2 comprimidos
Mais de 85 kg Cálculo de 150 mcg/kg

Quais as possíveis reações adversas e os efeitos colaterais?

Em geral, as reações adversas ao tratamento são leves e transitórias. Os efeitos colaterais são raros e, dentre elas, as mais comuns são anorexia, astenia (perda ou diminuição da força física), constipação diarreia, dor abdominal, náusea e vômitos.

Fora as já citadas, outras reações ficam divididas da seguinte maneira.

Relacionadas ao Sistema Nervoso Central (H3)

  • Sonolência
  • Tontura
  • Tremor
  • Vertigem

Reações epidérmicas

  • Erupções
  • Prurido
  • Urticária

Oncorcose possui efeitos colaterais próprios

A morte das microfilárias devido ao tratamento com Ivermectina provoca sintomas conhecidos como Mazzotti. São eles:

  • Artralgia (dor em uma articulação)
  • Aumento e sensibilidade nos nódulos linfáticos, principalmente axilares, cervical e inguinal
  • Dor abdominal
  • Edema
  • Erupções
  • Febre
  • Prurido
  • Sinovite (processo inflamatório da membrana sinovial)
  • Urticária

Apesar de possuir baixa incidência, efeitos colaterais oftalmológicos também acontecem e podem ser, inclusive, causados pela própria doença.

  • Conjuntivite
  • Coriorretinite (processo inflamatório que atinge a úvea e suas estruturas)
  • Coroidite (inflamação da coróide)
  • Limbite (inflamação que compromete a esclera e pode causar glaucoma e catarata)
  • Queratite (infecção na córnea)
  • Sensação de anormalidade nos olhos
  • Uveíte anterior (inflamação da íris e dos corpos ciliares)

Na maioria dos casos, não é necessário o tratamento com corticosteroides e são raros os quadros de agravamento e de perda da visão.

Gerais 

Outros efeitos colaterais que também já foram registrados após o uso do medicamento são:

  • Cefaleia
  • Edema facial e periférico
  • Mialgia
  • Hipotensão ortostática (queda da pressão arterial quando o paciente está de pé)
  • Taquicardia

Esses sintomas ocorrem em menos de 1% dos pacientes.

O que acontece se eu tomar uma dose maior do que o indicado?

Em casos de superdose acidental, procure um hospital imediatamente. Por lá, poderão realizar atitudes de emergência, como indução de vômitos e/ou lavagem gástrica. A ingestão de laxantes também é uma possibilidade.

Casos mais graves de intoxicação podem demandar a administração parenteral de fluidos e eletrólitos, além de hipertensores, caso haja hipotensão. Assistência respiratória também pode ser indicada.

Posso fazer o tratamento enquanto tomo outro remédio?

Apesar de não haver registros de interação medicamentosa com a ivermectina, indica-se a cautela em seu uso por pacientes que utilizam remédios que deprimem o sistema nervoso central.

Cuidado adicionais

Pacientes que sofrem com oncodermatite podem sofrer com o agravamento do quadro após o uso do fármaco.

Para comprovar a ausência dos parasitas causadores de doenças como a ascaridíase e a estrongiloidíase, o paciente terá que se submeter a repetidos exames de fezes.

Grávidas e lactantes

Mulheres grávidas não devem fazer uso da ivermectina sem orientação de um profissional da saúde pois não foram realizados estudos adequados e bem controlados sobre o tema.

Já quanto as mães que estão em fase de amamentação, o tratamento deve ser postergado, desde que o risco não seja maior do que o de ingerir a medicação. O princípio ativo é sim excretado em baixas concentrações o leite materno.

O que fazer para não precisar tomar ivermectina?

Como, a essa altura do texto, você já entendeu e muito bem que a ivermectina é um antiparasitário, você já deve estar se perguntando então o que fazer para se manter longe desses parasitas.

Confira algumas dicas:

  • Lavar as mãos após usar o banheiro e mantê-lo sempre limpo
  • Não andar sem calçado
  • Manter as unhas limpas e cortadas
  • Beber água fervida ou filtrada
  • Cozinhar e lavar bem os alimentos
  • Manter a caixa d’água fechada
  • Dedetizar os ambientes
  • Lavar as mãos antes das refeições
  • Lavar os utensílios domésticos
  • Higienizar objetos de uso pessoal e roupas do paciente com água fervente
  • Não compartilhar objetos de uso pessoal
  • Não ter contato direto com paciente durante o tratamento
  • Fazer baterias de exame sempre que um caso foi identificado um caso na família

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