A diversidade da população é um dos fatores que justificam a instalação do Centro de Inovação da L’Oréal no Brasil, o primeiro da América Latina. Em entrevista à Exame, o CEO Marcelo Zimet explicou que um mapeamento mundial da empresa revelou que o país registra 55 das 66 tonalidades de pele existentes, e todas as oito definições de fios de cabelo.
“Não existe um só Brasil. São muitos tons de pele e tipos de cabelo, além da biodiversidade. Se queremos operar com respeito e responsabilidade no país, temos que entender sobre a representatividade aqui”, afirma o executivo.
A extensa atuação no país permite ainda que a marca explore um mercado muito diferente do de sua terra natal, a França. “Vejo que existe nessa diversidade de tons de pele e cabelos uma grande oportunidade de mercado para a L’Oréal, e que antes não explorávamos todo o seu potencial”, afirma.
Centro de Pesquisa da L’Oréal no Brasil conta com tecnologia exclusiva
Localizado na Ilha de Bom Jesus, na Cidade Universitária do Rio de Janeiro, o Centro de Pesquisa e Inovação Global da L’Oréal conta, desde 2019, com uma tecnologia de testes presente apenas nas sedes da companhia na França e na China, a EPISKIN
Para descartar a testagem animal, a companhia passou a produzir tecidos de pele e córnea humanas, reconstruídas em laboratório. Vanja Dakic, gerente do projeto no Brasil, explica que o material é fabricado a partir de células epiteliais, presentes na superfície da pele e ao redor dos olhos.
“Aproveitamos células de peles descartadas em processos cirúrgicos. No laboratório, desconstruímos as camadas e ficamos apenas com as células que nos interessam”, complementa. O tecido reconstruído de pele é apresentado em seis tonalidades, que representam fototipos dos mais claros ao retinto.