Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Covid-19: Certidões de óbito por síndrome respiratória aguda triplicam no Paraná

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

As certidões de óbito no Paraná por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) triplicaram desde o registro das primeiras mortes por Covid-19. Foram 276 certidões entre 16 de março e 9 de novembro deste ano. No mesmo período de 2019, houve registro de 92 certidões.

Veja também: EUA batem recorde de casos diários de covid-19 com mais de 200.000

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil, que reúne estatísticas dos cartórios. Antes do novo coronavírus, entre 1º de janeiro e 15 de março, foram 19 mortes neste ano, contra 20 no mesmo período de 2019. A maioria dos óbitos é de pessoas acima de 50 anos.

Siga nosso Instagram

A SRAG é causada por infecções de vírus ou bactérias, como o Influenza, da gripe, e o novo Sars CoV-2, da pandemia deste ano. Os pacientes são internados com problemas respiratórios e sintomas similares, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

“Essa questão que os médicos estão falando que nunca assinaram tanto atestado de óbito é puramente a verdade”, afirma a infectologista Marta Fragoso, que atua na linha de frente da Covid-19, em Curitiba.

“Essa questão que os médicos estão falando que nunca assinaram tanto atestado de óbito é puramente a verdade”, afirma a infectologista Marta Fragoso, que atua na linha de frente da Covid-19, em Curitiba.

Os números de mortes por SRAG nas certidões poderiam ser maiores. Porém, na classificação do sistema dos cartórios a menção ao novo coronavírus na declaração do médico leva a morte a ser tratada como Covid-19 (suspeita ou confirmada).

Pela Transparência do Registro Civil, até 9 de novembro, ocorreram 6.578 óbitos com suspeita ou confirmação por Covid-19. Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) confirmavam até a mesma data 5.419 mortes pela doença.

Atendimentos e subnotificação

Neste ano, 48.729 pessoas receberam atendimento médico com sintomas da SRAG até 4 de novembro, segundo o boletim da gripe da Sesa. O número supera em quase nove vezes o total de 2019, que teve 5.466 casos.

Segundo o boletim, o número total de mortes por SRAG não especificada até o início deste mês foi de 9.143, sendo 57% dos óbitos por Covid-19, 48% não especificados e o restante por Influenza ou outros vírus.

“A Influenza passou a computar uma participação muito baixa”, diz a médica, que trabalha no Hospital de Clínicas, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), e no Hospital Vita, pela Unimed Curitiba.

As 3.789 mortes por SRAG não especificadas tiveram resultados negativos pelos agentes testados ou não houve coleta do material para laboratório. No ano passado inteiro, foram 506 óbitos não especificados. A diferença aponta para a subnotificação da Covid-19.

Em abril deste ano, em entrevista ao G1 PR, o presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Clóvis Arns da Cunha, já alertava que o aumento das internações por SRAG se referia à Covid-19.

“O que aconteceu é que neste ano um novo agente etiológico [gerador da doença], além da Influenza e do Rinovírus, passou a causar esses casos de SRAG e também os óbitos”, explica Marta Fragoso.

“O que aconteceu é que neste ano um novo agente etiológico [gerador da doença], além da Influenza e do Rinovírus, passou a causar esses casos de SRAG e também os óbitos”, explica Marta Fragoso.

Outras doenças respiratórias

Os registros dos cartórios mostram que desde o início da pandemia houve queda nos registros de mortes por pneumonia (35%) e insuficiência respiratória (22%) no Paraná. Isso pode estar relacionado ao critério de classificação por Covid-19 no sistema da transparência.

Outra possibilidade, conforme a infectologista, é a de que pessoas que poderiam morrer por essas outras doença respiratórias acabaram contraindo o novo coronavírus e falecendo em decorrência dessa infecção.

Quando procurar atendimento?

A infectologista explica que se deve procurar atendimento médico em caso de sintomas como o aparecimento súbito de calafrios, tosse seca, dores pelo corpo, falta de ar e cansaço exagerado. Também podem ocorrer diarreia, vômito, fadiga e vermelhidão nos olhos.

Ao dar entrada em uma unidade hospitalar, diversos parâmetros são avaliados, a exemplo da verificação da quantidade de oxigênio que a pessoa está processando – nos casos que envolvem falta de ar.

Segundo a médica, o período ideal para a coleta do material biológico para testagem do novo coronavírus se dá nos primeiros sete dias desde o início dos sintomas.

Caso o teste dê negativo, é possível diagnosticar a Covid-19 por critérios clínicos com ajuda exames de imagem.

Fonte: G1

Notícias mais lidas

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress