Após restringir a atuação dos médicos na prescrição de canabidiol, o Conselho Federal de Medicina (CFM) voltou atrás. A entidade suspendeu temporariamente a decisão que limitava o uso de medicamentos à base de cannabis para o tratamento de alguns quadros de epilepsia.
A resolução, que significava um retrocesso para os tratamentos canabinoides, foi amplamente criticada por diferentes setores. Isso porque estudos já comprovaram que o uso de derivados da erva é eficaz para o combate a diversas doenças e condições clínicas.
Antes de anunciar a suspensão, o conselho havia optado por abrir uma consulta pública com contribuições de toda a população sobre o assunto. Caso queira opinar, basta clicar aqui. A consulta permanece aberta até o dia 23 de dezembro.
Entidades foram contra veto à prescrição de canabidiol
Na sequência da resolução que limitava a prescrição de canabidiol, cinco entidades assinaram de maneira conjunta uma nota contrária a decisão. Foram elas:
- Abiquifi (Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos)
- Abifina (Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades)
- Abifisa (Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde)
- Abracro (Associação Brasileira de Organizações Representativas de Pesquisa Clínica)
- BRCann (Associação Brasileira das Indústrias de Canabinoides)
O principal ponto destacado pela coalisão é o bem estar que os pacientes que fazem uso atualmente de derivados da cannabis sentem. Outra crítica foi a proibição de que médicos abordem o tema em palestras ou cursos.
Outra entidade a se posicionar contra o CFM foi a SBMFC (Sociedade Brasileira de Medicina da Família e Comunidade).
Decisão repercutiu em Brasília
Não foi apenas com entidades que a decisão de restringir a prescrição de canabidiol caiu mal. Políticos do senado e da câmara dos deputados também foram críticos ao veto.
A senadora Mara Gabrilli (PSDB) apresentou à casa um projeto de decreto legislativo para derrubar a decisão. “Só no ano passado, 70 mil medicamentos foram importados à base de cannabis, com canabidiol (CBD) e tetrahidrocanabinol (THC), todos autorizados pela Anvisa para tratar epilepsia, Parkinson, esclerose múltipla, artrite, autismo, no alívio de dores crônicas ou causadas por cânceres, para ansiedade e tantos outros males”, diz a parlamentar em vídeo.
Os deputados federais Daniel Coelho e Alex Manente, ambos do Cidadania, também protocolaram um PDL para cassar a decisão. Sâmia Bomfim (PSOL) e Paulo Teixeira (PT) igualmente se manifestaram contrários a medida.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico