Principal fabricante de hidroxicloroquina na indústria farmacêutica brasileira, a Apsen pleiteou financiamento de R$ 153 milhões ao BNDES por meio de dois contratos de empréstimo em 2020, para investir em atividades de pesquisa e ampliar sua capacidade produtiva. Segundo a Folha de S.Paulo, o valor é sete vezes maior do que o crédito total liberado para a companhia nos 16 anos anteriores.
O primeiro acordo, assinado em fevereiro de 2020, prevê financiamento de até R$ 94,8 milhões para o ‘plano de investimentos em inovação no triênio 2019-2021. Desse montante, o banco desembolsou R$ 20 milhões em março do ano passado. Segundo o BNDES, os recursos desse contrato não podem ser usados na fabricação de medicamentos já produzidos, como a hidroxicloroquina.
Já o segundo financiamento, de R$ 58,9 milhões, foi assinado em junho para ‘ampliar a capacidade produtiva e de embalagem no complexo industrial da Apsen, em São Paulo’. Os recursos aprovados neste acordo ainda não foram liberados pelo BNDES.
O presidente da Apsen, Renato Spallicci, é antigo apoiador do presidente Jair Bolsonaro, que tem sido um defensor contumaz da hidroxicloroquina no tratamento contra a Covid-19. A farmacêutica respondeu por 78% das vendas do medicamento no ano passado, o que foi determinante para o faturamento recorde de cerca de R$ 1 bilhão.
Posicionamento da farmacêutica
A empresa afirmou que não usou o financiamento público na fabricação do remédio, mas que pediu os empréstimos para investir em projetos de ‘expansão da empresa e linhas de produtos’. A Apsen disse que os investimentos já estavam previstos antes da pandemia, informação confirmada pelo BNDES.
A farmacêutica também reiterou que recomenda a utilização do medicamento apenas nas indicações previstas em bula. Além disso, declarou ser uma empresa apartidária, que e não apoia ou financia nenhum partido ou figura política. “Seus executivos não têm vínculos pessoais ou profissionais com o atual presidente da República. E todas as interações da companhia em âmbito governamental se dão por meios legais e dentro das normas estabelecidas pelo setor, sempre atuando com lisura e em conformidade com a legislação do país”, afirmou a companhia em nota oficial.
Fonte: Redação Panorama Farmacêutico
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