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Com mais de 700 startups da área, Brasil mostra força em inteligência artificial

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Segmento menos comentado e popular do que finanças e educação, por exemplo, as startups de inteligência artificial estão em franco crescimento no Brasil. De acordo com um estudo da consultoria Distrito, o País conta hoje com 702 startups com aplicação de IA que, juntas, já captaram US$ 839 milhões por meio de 274 rodadas, desde 2012. Ainda que esteja alguns degraus abaixo de outras áreas, os números indicam uma forte consolidação.

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No entanto, ainda há muito espaço para explorar. Afinal, ainda que o segmento tenha crescido e se apresentado ao mercado, as startups de inteligência artificial não ficam restritas. No estudo da Distrito, apenas no Brasil, há empresas atuando em áreas como Agricultura, Educação, Imobiliário, Logística, Mídia e Entretenimento, Indústria 4.0, RH, Saúde e Serviços Financeiros — além de alguns segmentos mais técnicos de empresas.

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“É um mercado que ainda está incipiente, tem muito a crescer”, afirma Armindo Sgorlon, CEO e fundador da SGA TI em Nuvem, especialista na área de inteligência artificial, em entrevista ao Yahoo! Finanças. “Segundo o Gartner, até o final de 2024 muitas empresas irão avançar o seu uso em IA, passando para aplicações mais práticas. Ainda, até 2030, as empresas que incorporarem totalmente a IA podem dobrar o seu fluxo de caixa”.

Mudanças no dia a dia

Falando dessa maneira, parece que esse mercado de inteligência artificial é algo nichado, voltado apenas para empresas. No entanto, a promessa é de mudar até mesmo comportamentos. No varejo, por exemplo, o uso da tecnologia tem potencial de mudar a forma de consumirmos. Afinal, com a inteligência artificial barateando, agilizando e simplificando processos internos, toda a cadeia de varejo passa a ser afetada por isso.

“Ajudamos a diminuir custos, a alavancar vendas, resolvemos problemas de estoque, tudo isso baseado na validade dos produtos”, conta Cynara Bahia de Melo, CEO da Total Strategy, startup focada em resolver a dor de promotores de vendas e repositores de supermercados. ao Yahoo! Finanças. “E nossa ferramenta oferece a possibilidade do cliente evitar o desperdício, reduzindo descarte de produtos ainda dentro de uma prazo aceitável”.

A Propz, também focada em varejo, vê um futuro ainda mais tecnológico. “Todas as empresas e todas as áreas serão administradas de forma algorítmica predominantemente por IAs”, diz Manuel Guimarães, CEO. “As empresas serão mais seguras, eficientes e produtivas quando administradas por IAs. Nossa ambição é que a Propz seja protagonista nessa transformação da indústria de varejo e, eventualmente, de outras indústrias”

Na área de saúde, essa transformação também deve acontecer. “A informatização de processos e documentos abriu uma grande oportunidade de análise de dados que antes eram muito difíceis de serem acessados, permitindo o desenvolvimento de IA para apoio à tomada de decisão em diferentes áreas. Isso só tende a aumentar cada vez mais”, diz João Pandolfi, diretor de tecnologia da W3.Care, startup de IA para atendimento de urgência.

Atualmente, a empresa já oferece serviço. Há o Teletrauma, suporte ao atendimento de traumas; o amIA, para atendimento de pacientes com dor torácica e pré-diagnóstico de infarto agudo; e o TeleCare, com a proposta de oferecer um canal entre profissionais da saúde e pacientes. “Com seriedade e alinhamento entre inteligência natural e artificial, o futuro/presente será lindo. O mercado aguarda ansiosamente por isso”, finaliza João.

Por fim, a segurança deve ficar mais afiada. “O nosso foco é prevenção à fraude. Esta especialização é muito importante, pois quem tenta ser bom em muitas coisas acaba sendo mediano em todas. Ao focar na prevenção à fraudes, nós conseguimos ser muito precisos. O e-commerce e o mercado de pagamentos online e contas digitais só cresce, e as fraudes vêm junto. Há bastante trabalho para se fazer”, comenta Tom Canabarro, CEO da Konduto.

A empresa de Canabarro combina alta tecnologia, como inteligência artificial, com inteligência humana para realizar análises de compras em menos de 1 segundo e é utilizada por mais de 4 mil lojistas, em Brasil, México, Argentina, Chile e Colômbia. Só em 2020, analisou o risco de mais de 244 milhões de pedidos, ajudando o e-commerce a evitar um prejuízo superior a R$ 1,3 bilhão em fraudes. O futuro, para Tom, está nos dados.

Futuro e desafios

Todos os entrevistados indicam que o mercado só tende a crescer ainda mais. No entanto, algumas barreiras ainda precisam ser transpostas. A startup GaussFleet, por exemplo, é a maior plataforma de gestão de máquinas móveis para mineradoras e siderúrgicas. Assim, a startup utiliza geoprocessamento, telemetria avançada e IoT na gestão de máquinas pesadas dentro de minas e usinas. Assim, ela depende de tecnologias fora de seu escopo.

“Um desafio que temos e nos preocupamos demais, pois é a matéria prima de todo o nosso trabalho, é a confiabilidade e qualidade das informações que captamos através de sensores IOT e/ou integrações com outras plataformas”, diz Vinicius Callegari, diretor de operações e líder de desenvolvimento comercial da startup, em entrevista ao Yahoo! Finanças. “Através do nosso know how, garantimos que as fontes de informações estejam 100% confiáveis”.

Para ele, o futuro deve fazer com que a tecnologia alcance um patamar acima do esperado. “O futuro será fantástico. Junto com nossos clientes, passo a passo, caminharemos rumo ao estado da arte na gestão de ativos e pessoas dentro de operações industriais. Nós desenvolvemos relacionamento de longo prazo com os maiores players de mercado, e na parte que nos cabe, somos agentes de transformação real nos resultados”, explica Vinicius.

Por fim, há o “problema Brasil”, como muitos empreendedores dizem. “Nossos desafios estão atrelados ao processo de transformação digital de alguns mercados que ainda são muito lentos. O Brasil perde hoje em competitividade porque está atrasado na incorporação de tecnologias em suas empresas”, contextualiza Patrícia Tavares, CEO da NeuroMind, startup especializada na utilização da inteligência artificial para a detecção de fraudes.

Fredy Evangelista, CEO da Vianuvem, startup que busca desburocratizar processos, vai por esse caminho com um futuro positivo. “O Brasil possui muita burocracia em seus processos, e a nossa empresa atua diretamente na simplificação deles”, diz. “Em breve estaremos tão acostumados com isso, que não iremos acreditar o tanto de tempo que gastávamos com atividades tão simples que poderiam ser automatizadas com inteligência artificial”.

Fonte: Yahoo Finanças

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