Fique por dentro dos principais FATOS e TENDÊNCIAS que movimentam o setor

Conheça os sintomas do lúpus

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

lúpus

Estima-se que existam cerca de 65 mil pessoas com lúpus eritematoso sistêmico no Brasil, sendo a maioria mulheres, de acordo com a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR). O lúpus faz parte de um conjunto de doenças reumáticas autoimunes e crônicas que pode afetar vários órgãos e tecidos do corpo humano.

Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum em mulheres entre 15 e 45 anos de idade e a prevalência e gravidade da doença é maior na população afro-americana. “O nome “lúpus” vem do latim e significa “lobo”, pois no passado, foi encontrada semelhança entre lesões de pele ocasionadas pelo lúpus e lesões de mordida de lobo”, elucida Ana Luísa Pedreira, médica reumatologista e membro da Sociedade Baiana de Reumatologia.

A causa exata do lúpus ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais possa desempenhar um papel na ocorrência de alterações autoimunes que culminam no surgimento da doença. “Alguns dos fatores de risco incluem histórico familiar (influência genética), gênero feminino, exposição à luz solar, infecções virais e tabagismo”, explica a especialista.

Órgãos afetados e dificuldade de diagnóstico do lúpus

O lúpus pode afetar vários locais incluindo a pele, articulações, rins, coração, pulmões, sangue e sistema nervoso central. Os sintomas podem variar de leves a graves e incluem fadiga, dor nas articulações, febre, erupção cutânea, sensibilidade à luz solar, dor no peito, falta de ar e problemas neurológicos, como convulsões e confusão mental.

“O diagnóstico do lúpus pode ser um desafio, uma vez que os sintomas podem imitar outras doenças. Ele geralmente é baseado em uma combinação de história clínica, achados do exame físico e alterações nos exames laboratoriais”, alerta Ana Luísa. Os exames de sangue incluem a pesquisa de anticorpos como o anticorpo antinuclear (ANA ou FAN), que é positivo em cerca de 95% das pessoas com lúpus, além de outros anticorpos específicos

O paciente com sintomas pode demorar entre três e seis anos para chegar a um reumatologista e receber o diagnóstico correto. Além disso, são poucos os reumatologistas no Brasil. De acordo com o último relatório de demografia médica do Conselho Nacional de Medicina (CRM), são 2.727 especialistas na área, sendo mais de 50% no Sudeste.

Tipos de lúpus

Existem dois tipos da doença: o lúpus eritematoso sistêmico (LES) e o lúpus cutâneo (LC). “No lúpus cutâneo, apenas a pele é comprometida. Nesses casos, é comum a formação de lesões nas bochechas e no nariz, também conhecida como ‘asa de borboleta’”, elucida a reumatologista.

Já no lúpus eritematoso sistêmico, todos os tecidos internos do corpo podem ser acometidos, com ênfase nos rins. Um caso muito famoso é o da atriz e cantora Selena Gomez, que precisou fazer um transplante de rim para ter melhora na qualidade de vida.

O tratamento do lúpus pode incluir uma combinação de medicamentos, dependendo dos órgãos afetados e da gravidade dos sintomas. “Os medicamentos  incluem corticosteroides (principalmente no início da doença ou quando existem crises graves), hidroxicloroquina e imunossupressores. Além disso, medidas preventivas, como o uso do protetor solar e parar de fumar, podem ajudar no controle da doença”, explica a especialista.

Embora não haja uma cura definitiva para a doença, muitas pessoas podem ter qualidade de vida com o tratamento correto. É importante trabalhar em estreita colaboração com o médico reumatologista e seguir um plano de tratamento adequado para ajudar a gerenciar a doença. “O acompanhamento multiprofissional, exercício físico e psicoterapia para controle dos gatilhos emocionais são também muito importantes nesse processo”, finaliza Ana Luísa.

Notícias Relacionadas

plugins premium WordPress