Consulta farmacêutica: como fazer a entrevista clínica

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Conheça oito plataformas da indústria farmacêutica para profissionais de saúde - Consulta farmacêuticaConsulta farmacêutica – O Capítulo I da Resolução Nº 585/2013 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), dispõe como uma atribuição clínica do farmacêutico “prover a  consulta farmacêutica em consultório farmacêutico ou em outro ambiente adequado, que garanta a privacidade do atendimento”.

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Mas afinal, o que é a consulta farmacêutica? Quais são as características da consulta farmacêutica? Eu preciso ter uma especialização em farmácia clínica para prestar o atendimento clínico?

Essas e outras dúvidas serão respondidas no artigo a seguir. Confira!

O que é a consulta farmacêutica?

Para o CFF, a consulta farmacêutica é o “Atendimento realizado pelo farmacêutico ao paciente, respeitando os princípios éticos e profissionais, com a finalidade de obter os melhores resultados com a farmacoterapia e promover o uso racional de medicamentos e de outras tecnologias em saúde”. 

Uma das etapas cruciais para este tipo de atendimento consiste na coleta e organização dos dados do paciente. Nesta etapa, o farmacêutico coleta dados comuns necessários para a identificação do paciente, além de informações acerca da história clínica, história familiar e medicamentos utilizados.

Todas essas informações coletadas durante a entrevista clínica são importantes para avaliar o estado de saúde do paciente.

Entrevista clínica: o que é?

Segundo Correr (2013), “A entrevista clínica inclui um conjunto de técnicas e abordagens cujo objetivo é estabelecer vínculo terapêutico com o paciente e obter informações em qualidade e quantidade suficientes para uma boa avaliação.”.

Na entrevista, o farmacêutico utiliza a técnica de anamnese para coletar as informações sobre os sintomas e sinais do paciente.

“Dados reunidos em uma anamnese podem ser complementados por avaliação física, exames clínicos e testes laboratoriais, entre outros. O encontro profissional-paciente em que ocorre a entrevista clínica é chamado de consulta farmacêutica.”

Correr, C. J. & Otuki, M. F. A prática farmacêutica na farmácia comunitária. p. 272.

Qual é o primeiro passo da entrevista clínica?

Para fazer essa entrevista, o primeiro passo é fazer o acolhimento do paciente.

Apresente-se e cumprimente o paciente. Uma boa forma de iniciar a entrevista, é fazendo a pergunta “Em que posso ajudá-lo?”. Desta forma, será possível saber qual é a queixa principal do paciente, ou seja, o motivo pelo qual ele está procurando assistência. Não esqueça de abrir uma ficha para registrar o atendimento.

Quais dados devo coletar durante a consulta farmacêutica?

Uma das formas mais comuns de registro, adotada por diferentes profissionais da área saúde, é o modelo SOAP (subjective, objective, assessment, plan), que organiza as informações em dados subjetivos (S), dados objetivos (O), avaliação (A) e plano (P). Esse modelo permite a organização das informações do paciente bem como o registro de sua evolução.

De modo geral, o prontuário do paciente deve apresentar:

  • Número do prontuário, data de abertura, nome completo, data de nascimento, sexo, endereço, telefone, email, dados do cuidador (se aplicável), médico do paciente (se aplicável), escolaridade, ocupação, limitação (cognitiva, visão, etc.), alergia e data.

Em seguida, devem ser registrados:

  1. Os dados subjetivos coletados, ou seja, dados que não podem ser diretamente medidos como sintomas identificados pelo paciente/cuidador, história clínica, tentativas de tratamento e expectativas.
  2. Os dados objetivos, ou seja, os dados mensuráveis e observáveis, incluindo resultados de exames laboratoriais ou testes laboratoriais remotos.
  3. A análise de todos os dados, sejam eles objetivos ou subjetivos. Essa análise visa a identificação das necessidades e problemas de saúde do paciente, considerando as intervenções possíveis, fatores que agravam os sintomas e sinais para encaminhamento do paciente.
  4. Elaboração do plano. Neste plano, devem ser definidos os objetivos farmacêuticos e as intervenções necessárias. As intervenções podem incluir as terapias farmacológicas e outras intervenções como o encaminhamento do paciente.

Ao final da consulta farmacêutica, você deverá entregar ao paciente a Declaração de Serviço Farmacêutico, que registra e materializa o atendimento.

Como deve ser elaborada a Declaração de Serviço Farmacêutico?

Segundo a RDC 44/2009, essa declaração deve ser elaborada em papel com identificação do estabelecimento, contendo nome, endereço, telefone e CNPJ, assim como a identificação do usuário ou de seu responsável legal, quando for o caso. Além disso, a declaração também deve apresentar outras informações, que variam de acordo com o serviço farmacêutico prestado. Uma declaração de prescrição de medicamento, deve apresentar informações como:

  1. a) medicamento prescrito e dados do prescritor (nome e inscrição no conselho profissional), quando houver;
  2. b) indicação de medicamento isento de prescrição e a respectiva posologia, quando houver; c) valores dos parâmetros fisiológicos e bioquímico, quando houver, seguidos dos respectivos valores considerados normais;
  3. d) frase de alerta, quando houver medição de parâmetros fisiológicos e bioquímico: “ESTE PROCEDIMENTO NÃO TEM FINALIDADE DE DIAGNÓSTICO E NÃO SUBSTITUI A CONSULTA MÉDICA OU A REALIZAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS”;
  4. e) dados do medicamento administrado, quando houver:
  5. nome comercial, exceto para genéricos;
  6. denominação comum brasileira;
  7. concentração e forma farmacêutica;
  8. via de administração;
  9. número do lote; e
  10. número de registro na Anvisa.
  11. f) orientação farmacêutica;
  12. g) plano de intervenção, quando houver;
  13. h) data, assinatura e carimbo com inscrição no Conselho Regional de Farmácia (CRF) do farmacêutico responsável pelo serviço.

Por fim, agende o retorno para avaliar as condutas do seu paciente. A cada consulta, abra um novo prontuário, e deixe todos os dados do paciente registrados.

É necessário ter um consultório para realizar a consulta farmacêutica?

Como vimos, para fazer a entrevista clínica, é importante ter um espaço que ofereça privacidade ao paciente, como uma sala de serviços farmacêuticos.

O tamanho médio de uma sala básica, com mesas, cadeiras, computador, e equipamentos para exames rápidos é de aproximadamente 6 m². A existência desse espaço é apoiada pela Lei 13.021 de 2014, que define farmácia como “unidade de prestação de serviços destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúde e orientação sanitária individual e coletiva”. 

Segundo o Conselho Federal de Farmácia (CFF), mais de 700 farmácias que pertencem às grandes redes já inseriram salas de serviços farmacêuticos nos seus estabelecimentos. A meta é chegar a 3 mil farmácias com serviços clínicos farmacêuticos.

Atendimento na farmácia: serviços clínicos oferecidos

Em um consultório farmacêutico, ou em uma sala de serviços farmacêuticos, o farmacêutico pode realizar várias atividades, tais como aferição da pressão arterial, prescrição farmacêutica e a avaliação da prescrição médica e orientação sobre o uso correto de medicamentos.

O farmacêutico ainda pode prover outros serviços, como a educação e o rastreamento em saúde.

Segundo o Ministério da Saúde, o rastreamento é uma ação dirigida à população assintomática, na fase subclínica do problema em questão.

Consiste na realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou pessoas assintomáticas, com a finalidade de diagnóstico precoce (prevenção secundária). O rastreamento tem por objetivo final a redução da morbidade e mortalidade da doença ou risco rastreado e viabiliza a identificação de pessoas que têm a doença, mas que ainda não apresentam sintomas.

Dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica e Diabetes mellitus tipo II são alguns exemplos de condições que podem ser rastreadas. Para prover o rastreamento do diabetes mellitus tipo II, o farmacêutico pode, além de fazer a entrevista clínica identificando os fatores de risco para a doença, realizar alguns Testes Laboratoriais Remotos, como os exames de hemoglobina glicada e glicemia.

O que são Testes Laboratoriais Remotos?

Testes Laboratoriais Remotos, conhecidos pela sigla de TLRs são, segundo a RDC 302/2005 da Anvisa, aqueles exames realizados por meio de um equipamento laboratorial situado fisicamente fora da área de um laboratório clínico. O TLR é, muitas vezes, denominado point of care testing (PoCT).

Como vimos, este tipo de exame pode ser utilizado para que o farmacêutico possa realizar o rastreamento em saúde durante a consulta farmacêutica. O TLR apresenta como principal vantagem o fato de oferecer um resultado em poucos minutos, permitindo que o profissional possa encaminhar o paciente ao médico ou outros profissionais da saúde. O TLR, portanto, pode fazer a diferença na qualidade de vida do paciente.

No mercado, existe a Hilab, um laboratório que oferece aos farmacêuticos exames que vão além de simples testes rápidos, por oferecer laudos assinados por profissionais da saúde diretamente no celular do paciente.

Sobre a Hilab

A Hilab é um laboratório de análises clínicas que há mais de 16 anos atua no mercado de tecnologia médica. Nossos resultados são rápidos e confiáveis porque nós unimos a Inteligência Artificial e a Internet das Coisas ao conhecimento de profissionais de saúde altamente capacitados. Nossos Testes Laboratoriais Remotos estão disponíveis em farmácias, empresas, clínicas e consultórios de todo o Brasil.

Fonte: Hilab

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/16/farmacias-sao-joao-alcancam-a-marca-de-800-lojas/

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