Cosméticos sólidos crescem no Brasil e chegam a novas categorias de produtos

Cosméticos sólidos não são exatamente uma novidade no mercado. O primeiro produto do gênero, um xampu em barra, foi registrado no final dos anos 1980 pela Cosmetics to Go, antiga empresa de vendas diretas dos fundadores da Lush. Mas, só passados quase quarenta anos da invenção, é que a categoria começa a ganhar mais espaço no Brasil.

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“Cosméticos em formato sólido não são encontrados com facilidade nos pontos de venda no país e os clientes têm receio de experimentarem os produtos por ainda serem considerados uma novidade”, afirma Andreia Munhoz, fundadora da Unevie, marca de beleza natural.

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Para tornar mais conhecido e acessível esse tipo de produto, a Pague Menos – única rede farmacêutica presente em todos os estados brasileiros, com 1100 lojas – lançou uma linha de xampus e condicionadores em barra pela sua marca própria Eco. “A ideia por trás dessa linha é popularizar e trazer visibilidade para os cosméticos sólidos. Com a nossa capilaridade em todo o país, sabemos que temos um papel importante para contribuir com o acesso a produtos eco-friendly”, diz o diretor de marcas próprias Rafael Rossatto.

Economia de água

Os produtos sólidos são alternativas mais sustentáveis para o cuidado pessoal. Uma das razões é a economia de água na produção. “A água presente em xampus líquidos, cremes corporais e faciais e outros produtos de beleza e higiene pode chegar a 90% de suas composições. Já um xampu ou sabonete em barra pode ter entre 15 e 25% de água”, explica Munhoz.

Segundo o Relatório Mundial das Nações Unidas sobre Desenvolvimento dos Recursos Hídricos 2021, o uso global de água doce aumentou seis vezes nos últimos cem anos, sendo a indústria responsável por consumir cerca de 20% desse total. Por isso, produtos waterless, sem água, são aliados no desafio do setor de cosméticos de poupar água.

Menos plásticos

Outra vantagem ecológica dos cosméticos em barra é evitar o uso de recipientes plásticos para sua comercialização. “Um levantamento publicado em 2019 pela WWF (World Wide Fund for Nature) apontou que o Brasil produz aproximadamente 1kg de lixo plástico por habitante a cada semana. Imagine a quantidade de plástico de embalagens de xampus, condicionadores, sabonetes líquidos, desodorantes, pastas dentais que ainda vão parar em lixões, aterros sanitários e, pior ainda, nos oceanos e rios”, pondera a fundadora da Unevie.

A marca, que já tinha no catálogo produtos como xampu, condicionadores e óleos corporais em barra – e planeja outras novidades no formato –, lançou recentemente uma coleção de perfumes sólidos. “Eles são ideais para levar em viagens, academias e clubes, pois não vazam, não correm o risco de quebra dos frascos e ocupam pouco espaço em bolsas e malas”, afirma Munhoz.

Outra empresa que acaba de aderir aos perfumes sólidos é a Natura, por meio de sua linha Humor. “A proposta da marca foi trazer um formato inovador e compacto, que facilita a portabilidade e a reaplicação do produto, alinhado ao lifestyle dos jovens”, explica a diretora de perfumaria Denise Coutinho.

De acordo com a executiva, o formato pode chegar a outras categorias na Natura. “Temos acompanhado uma tendência de crescimento deste tipo de produto no Brasil nos últimos anos, o que está muito atrelado a uma maior preocupação com o que consumimos e de que modo. Estamos em avaliação para levar o formato sólido para outros produtos, pois inovação, praticidade e sustentabilidade vão em linha com que a Natura acredita”.

A linha Eco, da Pague Menos, também deve ganhar novidades nesse quesito. “Enxergamos muito potencial no mercado de cosméticos sólidos e planejamos nos tornar referência no setor. Seguiremos em busca de ampliar o nosso portfólio de sólidos”, revela Rossatto.

Fonte: Brazil Beauty News