A crescente tensão política na disputa entre EUA e China está se tornando cada vez mais evidente em diversos setores da economia. E e a indústria farmacêutica não é uma exceção. Uma mudança na dinâmica das parcerias entre companhias de ambos os países poderá impactar diretamente no bolso dos pacientes em breve. As informações são do Invest News.
A relação, até então crescente, das empresas biotecnológicas americanas e chinesas tinha como principal objetivo a redução nos custos de produção dos medicamentos, tendo em vista que o valor da mão de obra no país asiático era inferior.
Lei em resposta a disputa entre EUA e China afeta parcerias
Essa tendência de associação aos chineses no segmento de biomedicina preocupou o senado americano, que teme o desenvolvimento de uma relação de dependência para com a potência asiática. Buscando combater esse movimento os senadores aprovaram a Lei de Biossegurança, em setembro, com amplo apoio dos principais partidos do país.
A legislação determina que empresas que recebem fundos ou contratos do governo não podem fazer novos negócios com uma lista de diversas companhias chinesas, classificadas como “preocupantes”, e devem romper laços já existentes até 2032.
Entre as empresas vetadas pela regulamentação estão a WuXi AppTec e a WuXi Biologics, que atendem milhares de clientes em todo o mundo. A primeira declarou que sua inclusão na lista é “uma designação preventiva e injustificada, sem o devido processo”. Ambas as companhias afirmaram não representar nenhum tipo de risco aos Estados Unidos.
Nello Mainolfi, CEO da Kymera Therapeutics, afirma que empresas como a dele, sediada em Massachussets, estão agora buscando diversificar suas parcerias e reduzir o “risco China”, mesmo que em detrimento do valor final dos medicamentos.