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Distribuidoras lideram compra de medicamentos de especialidades

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compra de medicamentos

A pandemia e um redirecionamento estratégico da indústria farmacêutica trouxeram novos protagonistas na compra de medicamentos de especialidades no Brasil, que abrangem os remédios de alta complexidade e para doenças raras. A mudança evidenciou o peso das distribuidoras, que assumiram a liderança inédita nesse gênero de remédios.

Nos últimos 12 meses até abril deste ano, o setor foi responsável pela aquisição de 351 milhões de unidades de medicamentos de especialidades, o que equivale a 55,9% de toda demanda negociada pela indústria com o chamado mercado institucional – que inclui também as vendas diretas para a rede pública, hospitais, clínicas privadas, planos de saúde e associações de pacientes. Em valores, esses medicamentos movimentam R$ 33 bilhões na distribuição.

Os dados são da IQVIA e foram encomendados pela Abradimex, que congrega as 17 maiores distribuidoras de medicamentos de especialidades do país e responde por 70% do market share do segmento. Ainda segundo a entidade, o volume de unidades compradas pelo atacado é 49,4% superior ao do mesmo período até abril de 2019, quando a representatividade da distribuição era somente de 43,8%.

Compra de medicamentos com prestação de serviços

Para especialistas no segmento, as novas tendências na compra de medicamentos de especialidades refletem um movimento proeminente sobretudo nos Estados Unidos. Farmacêuticas multinacionais vêm intensificando a alocação de recursos e esforços para pesquisa e desenvolvimento de remédios inovadores com maior valor agregado. A América Latina e o Brasil são centros prioritários. Em cinco anos, os aportes na região superaram US$ 1,1 bilhão.

“Isso abriu uma lacuna para que parceiros da indústria assumissem atividades voltadas à jornada do paciente. Como essa prestação de serviços envolve também a jornada do produto, as distribuidoras ganharam relevância nesse contexto, tendo como vantagens competitivas a capilaridade e o expertise logístico”, explica Vilson Schvartzman, presidente do conselho de administração da Abradimex e vice-presidente de Distribuição e Operações da Viveo.

O executivo fundamenta seu argumento na experiência de 12 anos no setor de distribuição de medicamentos, inclusive como CEO da Profarma Specialty, empresa incorporada ao ecossistema da Viveo em junho deste ano. De acordo com ele, as distribuidoras tornaram-se um complemento operacional das farmacêuticas na adoção e acompanhamento dos programas de suporte ao paciente (PSPs).

“Essas iniciativas formam uma rica base de dados que municia os laboratórios na relação com os consumidores, além de dar índices a todos os atores do setor e aprimorar a gestão farmacoeconômica. Para completar, ainda reduz os custos e a sinistralidade dos planos de saúde que integram essa jornada”, avalia.

Para Schvartzman, ao não se limitarem à operação logística, as distribuidoras abrem caminho para a democratização do acesso a medicamentos de especialidades. “Elas têm condições de se posicionarem como hubs de saúde, monitorando a jornada 360º – até mesmo a logística intra-hospitalar e o contato beira-leito com pacientes mais graves”, comenta.

A Viveo, por exemplo, vem colocando em prática seu posicionamento como uma one stop shop. O grupo vem acelerando desde 2020 a formação de um ecossistema que já abrange 19 empresas, desde fabricantes de materiais hospitalares até farmácias de especialidades.

Migração da demanda e outras regiões no radar

Outro fator que colabora para esse novo papel das distribuidoras é a migração gradual da demanda do mercado público para a rede privada. A participação desse segmento nos negócios com governos e instituições de saúde caiu de 24% para 14,6% em três anos. Já na iniciativa privada, a representatividade das compras de medicamentos especiais via distribuição subiram de 82,5% para 88,2%.

“A rede pública está mais focada na atuação em doenças básicas e as operadoras vêm ocupando espaço na compra de medicamentos de especialidades, para reter beneficiários e enfrentar a sinistralidade”, justifica Schvartzman.

Com avanço de dois dígitos, as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul encabeçam esse movimento. As distribuidoras, agora, miram a demanda reprimida existente no Norte e Nordeste. “São mercados que ainda concentram muitos negócios com governos e registram maior dependência do last mile rodoviário”, acredita. Como parte desse movimento, a Viveo já conta com centros de distribuição no Rio Grande do Norte e em Pernambuco, mesmo estado em que o Grupo Elfa fincou bandeira neste mês de julho.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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