A redução de dívidas da Hypera passa a ser a prioridade na agenda da farmacêutica brasileira, após a rejeição da proposta de fusão com a EMS. Segundo reportagem do Valor Econômico, nesta quinta-feira, dia 31, a companhia perdeu R$ 1,3 bilhão em valor de mercado com o anúncio da retirada formal da oferta pelo Grupo NC de união de ativos. As ações da companhia despencaram 8,46%.
Antes da oferta hostil da EMS, a Hypera já havia anunciado ao mercado uma reestruturação para reduzir o estoque alto de medicamentos. As medidas de reorganização vão provocar queda de receita, lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e lucro até 2026.
Dívidas da Hypera somam R$ 8,2 bilhões
As dívidas da Hypera totalizam R$ 8,2 bilhões (incluindo quase R$ 1 bilhão de dividendos). A perspectiva é desafiadora devido à taxa de juros elevada. O pagamento dos juros da dívida praticamente consome a geração de caixa.
Segundo estimativas do mercado, a Hypera terá que pagar cerca de R$ 1,2 bilhão de juros por ano. Trata-se de uma quantia próxima ao ganho, estimado em R$ 1,5 bilhão, que a companhia pode capturar com a redução no prazo médio de recebimento dos atuais 116 para 60 dias no fim de 2025.
Com a reestruturação, a farmacêutica prevê incremento na geração de caixa operacional de R$ 2,5 bilhões até 2028 e de R$ 7,5 bilhões nos próximos dez anos. O objetivo é gerar maior flexibilidade financeira a fim de capturar oportunidades futuras de crescimento orgânico e inorgânico.