O Fundo Russo de Investimento Direto afirmou nesta segunda-feira (12) que o órgão regulador da Índia aprovou o uso da vacina russa contra Covid-19 Sputnik V no país.
De acordo com os responsáveis pela Sputnik V, a Índia se tornou o 60º país a registrar a vacina após resultados positivos de estudo clínico de fase 3 no país.
A Índia superou o Brasil e se tornou a nação com o segundo número mais alto de infecções do mundo, só ficando atrás dos Estados Unidos, agora que enfrenta uma segunda onda gigantesca, tendo dado cerca de 105 milhões de doses de vacina para uma população de 1,4 bilhão de habitantes.
Apesar de ter contratos já assinados no país, a Sputnik V ainda não foi aprovada pela Anvisa para uso emergencial no Brasil. A vacina foi desenvolvida pelo Instituto Gamaleya e se tornou a primeira a ser autorizada para uso emergencial no mundo, em agosto de 2020, antes mesmo do fim dos testes clínicos.
No Brasil, o Maranhão acionou o Supremo Tribunal Federal para autorizar importação e uso emergencial da vacina. O pedido ocorre porque a Anvisa informou a 9 estados interessados na vacina que os dados enviados pelos desenvolvedores estão incompletos: a principal ausência é da íntegra do relatório da agência de saúde russa que liberou o uso da vacina.
Tecnologia e eficácia
A vacina Sputnik V teve eficácia de 91,6% contra a doença, segundo resultados preliminares publicados na revista científica “The Lancet”. A eficácia contra casos moderados e graves da doença foi de 100%.
A Sputnik V usa a tecnologia de vetor viral. Nesse tipo de vacina, um outro vírus (nesse caso, o adenovírus) “leva” o material genético do coronavírus, o RNA, para dentro do nosso corpo. Mas esse adenovírus é modificado para não conseguir se replicar (reproduzir). Por isso, ele não causa doença.
No caso da Sputnik, o adenovírus que leva o coronavírus para dentro do corpo é diferente em cada dose: na primeira, é o Ad26 (mesmo da vacina da Johnson). Na segunda, é o Ad5, mais comum. Ambos são adenovírus humanos.
Os cientistas russos explicam que usar adenovírus diferentes pode ajudar a criar uma resposta imunológica mais poderosa – em comparação ao uso do mesmo vetor duas vezes -, pois diminui o risco de o sistema imunológico desenvolver resistência ao vetor inicial.
Fonte: G1