Duas empresas estão sendo acusadas de desvio de medicamentos no valor de R$ 2,5 milhões. Os remédios deveriam ser utilizados no tratamento de uma criança de Cascavel (PR) que sofria de neuroblastoma, mas o pedido chegou incompleto. As informações são do Metrópoles.
Segundo a delegada responsável pelo caso, Thaís Regina Zanatta, a empresa que ofereceu o melhor orçamento ao governo paranaense foi a Blowout Distribuidora, Importação e Exportação Eireli, de Santa Catarina. A importadora, porém, terceirizou o trabalho para a LH Comércio de Medicamentos, que não entregou os fármacos como esperado.
De acordo com reportagem do Fantástico, da TV Globo, apenas uma das cinco ampolas de Danyelza (naxitamab-gqgk, da Patheon) pedidas foi entregue ao hospital. Outro medicamento solicitado, o Leukine (Sargramostin da Adium), também chegou incompleto, com apenas dez das 60 caixas compradas.
Desvio de medicamentos não é primeira polêmica
Apesar do contrato milionário com o governo do Paraná, as contas de ambas as empresas contavam com poucos fundos. Nas da LH, havia R$ 17 mil, enquanto as da Blowout estavam zeradas.
Esse não é o primeiro problema com a justiça que o dono da importadora de medicamentos catarinense enfrenta. Em 2015, Polion Gomes foi preso no Rio de Janeiro por se apropriar de equipamentos hospitalares.
Em vídeo obtido pela reportagem, o empresário comprometeu-se, durante a audiência, a entregar os medicamentos para a paciente. Mas, dias depois, sua defesa entregou à Justiça uma proposta para devolver o dinheiro em 18 prestações.
“Inicialmente, estão sendo apurados os crimes de estelionato e uma possível adulteração de medicamento. Também o crime de organização criminosa e lavagem de capitais. Somadas, essas penas podem chegar a até 40 anos de prisão”, afirma a delegada.