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Endometriose: o que é, sintomas e três exercícios para aliviar a dor

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Cólica menstrual, dificuldade para engravidar, inchaço na barriga, cansaço crônico e desconforto ao urinar e durante as relações sexuais. Esses são alguns sintomas da endometriose, doença crônica que afeta 6,5 milhões de mulheres no Brasil e 176 milhões de mulheres em todo o mundo, de acordo com levantamento feito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) em 2020. A enfermidade, embora não costume ser fatal, pode levar a sérios problemas de saúde, como lesões e inflamações entre os órgãos. A médica ginecologista Bárbara Murayama, diretora da Clínica Gergin Ginecologia, explica que a doença é perigosa porque a camada interna do útero, também conhecida como endométrio, aparece fora do lugar.

— A endometriose é uma doença benigna feminina, que acontece na fase reprodutiva das mulheres, em que a camada interna do útero (o endométrio) migra para o sentido oposto e acaba sendo encontrada em outros locais fora do útero, causando lesões, inflamações e aderências entre os órgãos — explica Murayama.

Segundo Bárbara, os sintomas da endometriose não dependem apenas da gravidade das lesões. A especialista conta que existem mulheres que podem não apresentar os desconfortos gerados pela doença.

— Há mulheres que podem não apresentar sintoma algum, mesmo com muitas lesões entre os órgãos. Também há as que têm poucas lesões e muitos sintomas — afirma ela.

Principais sintomas da endometriose

  • Dor menstrual progressiva e frequentemente incapacitante;
  • Dificuldade para engravidar;
  • Dor ao urinar;
  • Dor durante as relações sexuais, que pode ocorrer durante ou após
  • Dor pélvica crônica, independente da menstrual;
  • Inchaço da barriga;
  • Dores em outros locais, como pernas, nádegas, região lombar e ombros;
  • Cansaço crônico.

 

O tratamento pode ser medicamentoso ou, em casos mais graves, exigir cirurgia para remover o tecido endometrial que está fora do útero e, em alguns casos, para remover o útero e os ovários.

Endometriose e exercícios físicos

Em 2018, um estudo publicado no periódico Journal of Physical Therapy Science mostrou que a prática de atividade física pode reduzir os sintomas da endometriose, além de auxiliar nos problemas de postura causados pelas dores pélvicas. Isso ocorre porque, conforme explicação de Bárbara Murayama, o exercício físico possui um efeito de proteção no que se refere a doenças inflamatórias.

— O exercício físico regular parece ter efeitos protetores contra doenças que envolvem processos inflamatórios, pois induz um aumento nos níveis sistêmicos de citocinas, com propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes, além de atuar na redução dos níveis de estrogênio — diz.

Bárbara também revela que, no caso de doenças crônicas como a endometriose, a prática esportiva se faz necessária para o gerenciamento de dores musculares.

— Com as dores crônicas, ocorrem as contraturas musculares e problemas de postura a longo prazo. O esporte ajuda no alongamento, na flexibilidade, no fortalecimento muscular e na melhora da postura, itens essenciais para o gerenciamento de dores crônicas — pontua.

Embora os exercícios físicos possam promover o alívio de sintomas da endometriose, a ginecologista Bárbara Murayama esclarece que a atividade mais indicada varia de acordo com o nível de dor apresentado pela mulher. Já o educador físico Octavio Costa, associado do Conselho Regional de Educação Física (CREF) e da International Sports Sciences Association (ISSA), indica os isométricos e aeróbicos para portadoras da doença.

— Recomendo alongamentos no solo e também exercícios isométricos e aeróbicos. No caso de isométricos, a prática com boa frequência leva a uma estimulação do hormônio serotonina, aliviando as dores. Já o exercício aeróbico, em intensidade moderada a vigorosa, também consegue bons estímulos de produção do hormônio do prazer O exercício físico, principalmente o aeróbico, age como modulador do desconforto através da produção de hormônios de prazer, como a endorfina, que funciona como analgésico natural – explica.

  • Exercícios aeróbicos devem ser realizados de três a seis vezes por semana, com intensidade de 40 a 85% da frequência cardíaca de repouso. Exemplos:
  1. Caminhada
  2. Corrida
  3. Dança
  4. Jump
  • Exercícios isométricos devem ser feitos de duas a três vezes por semana. Exemplos:
  1. Agachamento estático
  2. Prancha abdominal
  3. Wall Sit (sentar na parede)

 

É importante, no entanto, ressaltar que nenhuma portadora da doença deve praticar exercícios sem acompanhamento profissional, especialmente porque cada caso possui sua particularidade.

Fonte: Globo Esporte

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