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Especialista defende “lockdown” em Manaus e alerta que nem prioridade em vacinação ajudará: “não há opção”

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Hospitais lotados, recordes de sepultamentos e nova variante do novo coronavírus detectada no estado. O Amazonas se vê novamente diante de uma situação caótica durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. Todo esse cenário fez Eduardo Pazuello, ministro da Saúde, sinalizar uma possível prioridade de vacinação para a capital Manaus nessa semana.

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Sérgio Zanetta, médico sanitarista e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo, alerta, porém, que acelerar o início da vacinação na capital seria mais um ato político do que verdadeiramente eficaz para tentar diminuir o caos instalado no estado.

“Não sei se o ministro entende de guerra [Pazuello é general da ativa do Exército Brasileiro], mas de saúde ele já demonstrou não entender. Não há efeito imediato da vacina. Claro que é importante vacinar o quanto antes, mas a chamada imunidade coletiva, conquistada somente pela imunização, só vai garantir proteção individual quando 75%, 80% da população for vacinada. [Uma possível prioridade a alguma cidade] é um ato puramente político”, alerta o médico.

Nesta quinta-feira (14), Pazuello se reuniu com prefeitos de todo o Brasil e informou que a vacinação contra a Covid-19 no Brasil deve começar na próxima quarta-feira (20). Contudo, no início, o país deve contar com apenas 8 milhões de doses [6mi da Coronovac e 2 mi da Astrazeneca/Oxford], o que garantiria a proteção de quatro milhões de brasileiros.

Para Zanetta, a situação do Amazonas é trágica e demanda uma “resposta técnica”. Segundo o médico, é preciso tomar medidas duras de restrição como o “lockdown”, para tentar frear a transmissão descontrolada do vírus no estado.

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“Manaus precisa de um rigoroso e absoluto lockdown, não há escapatória nesse momento. A única forma é garantir isolamento de modo determinado. Não é uma opção, caso contrário muitas mortes mais virão. Essa é uma responsabilidade das autoridades públicas, que se não tomarem atitude, estarão prevaricando (faltar ao cumprimento do dever por interesse ou má-fé)”.

O médico ressaltou que as pessoas também possuem parcela de responsabilidade na situação caótica, mas que os gestores públicos são os principais culpados. Zanetta critica também o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) que, em meio a crise, insistiu na utilização de remédios sem eficácia comprovada na capital amazonense. Para o especialista, autoridades locais optaram por proteger a atividade comercial do estado e não a vida dos cidadãos.

“A situação no estado e na capital tende a se agravar dada a liberalização da circulação de pessoas e a falta de ação das autoridades. Os índices de casos e mortes devem piorar antes de melhorar. É fundamental parar a transmissão agora. Há um colapso pleno, algumas medidas que não foram tomadas precisam ser tomadas imediatamente. É preciso realizar um “mantra de proteção”, que engloba distanciamento e uso efetivo de máscara em vias públicas e no comércio essencial”, diz o especialista.

Capital vive falta de oxigênio em hospitais

O relato e pedido de socorro de alguém que está em Manaus acompanhando in loco a falta de oxigênio nos hospitais da capital amazonense. Segundo a @monicabergamo pacientes estão tendo que ser transferidos para o Piauí! pic.twitter.com/uR3mYgxfSc

— George Marques (@GeorgMarques) January 14, 2021

Durante toda a quinta-feira, diversos relatos de profissionais da saúde de Manaus viralizaram nas redes sociais denunciando que os hospitais da cidade enfrentam um problema seríssimo: a falta de oxigênio para o tratamento de pacientes internados por Covid-19.

Na visão do médico sanitarista, o desabastecimento de oxigênio na capital demonstra outro ponto que precisa ser reajustado prontamente para que a crise não se agrave ainda mais no estado.

“É preciso uma boa gestão dos recursos. Há um conceito chamado de redundância das estruturas de proteção. Por isso que se falta energia, eu tenho que ter gerador. O oxigênio no caso moderado da Covid-19 faz toda a diferença no tratamento da doença. Se falta, eu preciso ter alternativas, talvez usinas que me forneçam qualidades seguras para uso exclusivo dos hospitais”, ressalta o médico, que garante que o “segundo episódio” de caos no Amazonas era completamente evitável.

Na segunda-feira (11), a Força Aérea Brasileira já havia levado um carregamento emergencial de cilindros de oxigênio para a Manaus. Contudo, nesta quinta, diante do colapso na área da saúde do Amazonas, pacientes com Covid-19 começaram a ser transferidos para outros estados.

Nova variante do vírus com origem no estado

Uma nova variante do coronavírus foi detectada na cidade de Manaus. É normal, segundo o especialista, que o vírus sofra diversas mutações ao longo do tempo. Nesta quinta, a FioCruz Amazonas confirmou o primeiro caso de reinfecção do vírus no estado, sendo justamente causado pela nova variante.

Especialistas demonstram preocupação diante da nova variante do vírus, que pode ter maior poder de contágio, piorando ainda mais a situação da pandemia no Brasil. Até por isso, Zanetta alerta que é preciso agir urgente para conter a transmissão ao redor de todo o país.

“A nova variante não está somente em Manaus, é bem provável que já esteja em diversas outras capitais. Como eu faço para combatê-la? Preciso conter a transmissão e isso só é possível com as armas que conhecemos há alguns meses: distanciamento social, uso efetivo da máscara e higienização das mãos”, explica o médico, que criticou a falta de efetividade das medidas de governantes de todo o país durante o período das eleições municiais e festas de fim de ano.

“Poderíamos ter agido com juízo, mas faltou responsabilidade das autoridades. Estamos falando de regras [medidas de restrição sanitárias] necessárias para a vida das pessoas, não pode ser algo opcional. O colapso que estamos vendo agora pode piorar e aumentar nossa coleção de óbitos. É inaceitável assistirmos a tantas mortes evitáveis no nosso país”, lamenta.

Fonte: Yahoo Brasil

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

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