O portal norte-americano Pharma Boardroom elencou as principais tendências que moverão o mercado de biossimilares em 2025. Na visão da publicação, quatro serão os principais pontos de atenção para os líderes da indústria farmacêutica.
O primeiro e mais profundo impacto é a onda de expirações de patentes nos próximos dois anos, que mudará a dinâmica do setor. A Europa continuará a ser referência na pesquisa e desenvolvimento da categoria, mas a Ásia promete ganhar representatividade nesse segmento, com destaque para a Coreia do Sul.
No entanto, embora os avanços sejam inegáveis, especialistas ainda enxergam uma série de lacunas na oferta diversificada e acessível de tratamentos à base desses fármacos.
As 4 tendências que ditam os rumos do mercado de biossimilares
Liderança europeia
Mais de 50% da demanda no mercado de biossimilares está concentrada na Europa. Esse gênero de remédios se mantém como opção mais conveniente para o canal hospitalar do continente, em função dos 15 a 35% menores em relação a outros medicamentos de especialidades.
Duas características contribuem para sustentar essa liderança. O tempo de atuação nesse segmento faz a indústria farmacêutica europeia acumular know-how e aparato tecnológico. Além disso, a concorrência de outros países recorre às companhias do continente para ingressar nesse mercado e navegar no complexo cenário regulatório. Entre 2014 e 2024, alianças estratégicas com fabricantes do Velho Mundo foram responsáveis por 45% de todas as aprovações de biossimilares na Europa.
Coreia do Sul quer protagonismo
Se o consumo está concentrado na Europa, a inovação tem na Ásia seu principal epicentro. Nesse cenário destacam-se a Índia e, principalmente, a Coreia do Sul. De 2022 a 2024, 11% dos biossimilares aprovados pela agência reguladora europeia, a EMA, vieram desses países. A expectativa da publicação é que a tendência de avanço permaneça em 2025.
O mercado sul-coreano de biossimilares é avaliado em US$ 177 milhões (cerca de R$ 1 bilhão). Com apoio governamental e investimentos próprios, trabalha com a projeção de expansão de 20% a 30%. O estudo elenca 15 empresas do país que atuam no setor. Ao todo, 24 biossimilares produzidos por indústrias do país já foram aprovados internacionalmente e outros cinco estão em fase de pré-registro.
Fim das patentes no futuro…
Com uma onda de fim de patentes no horizonte, o mercado de medicamentos biossimilares pode passar por transformações sem precedentes. De acordo com a consultoria Medicines for Europe, as oportunidades geradas nos próximos cinco anos serão oito vezes maiores do que as registradas entre 2012 e 2014.
Até 2030, 187 patentes de produtos biológicos, sendo 69 na Europa e 118 nos Estados Unidos, chegarão ao fim.
… poucas opções no presente
Apesar do campo aberto para oportunidades, talvez ainda não haja tantos players capacitados para aproveitá-las. Segundo a consultoria, apenas 29% das moléculas próximas de perder exclusividade na Europa têm versões mais acessíveis em desenvolvimento.
Uma das hipóteses para esse panorama é a viabilidade comercial. Os biológicos fora de patente ainda não são grandes geradores de receita e hoje adicionam menos de € 500 milhões anuais (cerca de R$ 3 bilhões) aos cofres de suas fabricantes.
Apesar de a cifra parecer alta, os custos para o desenvolvimento são proporcionais e variam de US$ 100 milhões a US$ 300 milhões (cerca de R$ 577,8 milhões a R$ 1,7 bilhão). Além disso, diferentemente dos genéricos tradicionais, não há certeza de ganho de mercado na categoria, que é menos competitiva.