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Estudo da Unicamp aponta maior risco de infecção e morte por Covid no Norte e Nordeste do país

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Um estudo realizado pela Universidade de Campinas (Unicamp) identificou um risco maior de mortalidade pela Covid-19 entre pessoas com mais de 60 anos no Norte e litoral do Nordeste do país, regiões onde, paralelamente, há maior risco de infecção entre os mais jovens. A pesquisa foi realizada com base em dados divulgados pelo Ministério da Saúde até julho de 2020.

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“Era de se esperar que o risco fosse mais alto no Sul e no Sudeste, por ter uma população mais idosa, porém a gente notou que o Norte e o Nordeste, em alguns pontos, tinham áreas com altíssimo risco de mortalidade, mesmo sendo áreas com populações mais jovens”, afirma o professor e pesquisador Everton Emanuel Campos de Lima, principal autor do estudo.

A pesquisa destaca ainda que, mesmo antes da pandemia, as regiões Norte e Nordeste apresentavam riscos gerais de mortalidade maiores quando em comparação com o restante do país, bem como uma infraestrutura precária de saúde. Além disso, há um alto registro de histórico de mortalidade por doenças cardiovasculares, o que pode aumentar as possibilidades de agravamento da doença.

“Se você pega os níveis de infecções entre jovens, por exemplo, em julho o risco já era relativamente alto, o que implica dizer que o que aconteceu mais recentemente, com a explosão no número de mortes e a famosa segunda onda que aconteceu em Manaus, já era uma tragédia anunciada”, ressalta.

“Se você pega os níveis de infecções entre jovens, por exemplo, em julho o risco já era relativamente alto, o que implica dizer que o que aconteceu mais recentemente, com a explosão no número de mortes e a famosa segunda onda que aconteceu em Manaus, já era uma tragédia anunciada”, ressalta.

Recortes

Em relação aos riscos de infecção, os pesquisadores identificaram um predomínio de casos positivos da doença entre os mais jovens, na faixa etária entre 20 e 39 anos, nas regiões Norte e Nordeste do país. Isso, aliado às dificuldades socioeconômicas, poderia explicar a alta taxa de mortalidade na região.

“Está faltando alguma política, talvez, que organize melhor essa questão de isolamento e contato social. […] Isso [altas taxas de mortalidade e transmissão] possivelmente é um indicador de que a política local, os gestores locais, que deveriam tomar as devidas providências, não estão tomando”, analisa o docente.

“Está faltando alguma política, talvez, que organize melhor essa questão de isolamento e contato social. […] Isso [altas taxas de mortalidade e transmissão] possivelmente é um indicador de que a política local, os gestores locais, que deveriam tomar as devidas providências, não estão tomando”, analisa o docente.

Além de recortes em relação à faixa etária, os pesquisadores também analisaram os diferenciais entre os sexos. Segundo o estudo, o risco de infecção pela Covid-19 é mais alto entre as mulheres, enquanto a mortalidade é maior entre os homens.

“Muitas mulheres fazem trabalho informal e acabam saindo de casa, sendo forçadas a isso […] Também tem essa questão de parte do corpo dos serviços de saúde ser composto por mulheres, principalmente essa parte de enfermagem”, explica.

Riscos de mortalidade

O estudo especula que o risco de mortalidade seja menor entre mulheres porque elas dão mais atenção às questões relacionadas à saúde. “É uma discussão que pode ser atrelada à questão do próprio diferencial, já que os homens buscam menos o médico e só vão em última instância”, diz Everton.

Em Campinas, onde 1.786 óbitos em decorrência da doença haviam sido contabilizados até a última quarta-feira (17), os números divulgados pela secretaria municipal de Saúde revelam que mais da metade (ou 57,03%) dos mortos pela Covid-19 na cidade são homens.

“É um fato que ocorre em praticamente quase todo o Brasil. Na verdade, Campinas não chega a ser uma exceção nesse caso”, finaliza o pesquisador.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/15/profarma-specialty-busca-ampliacao-nas-regioes-norte-nordeste-e-sul/

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