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Ex-office-boy, dono da farmacêutica Althaia avalia IPO para companhia

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Althaia e Eurofarma começaram a fazer rodadas de conversas com o mercado; Teuto já protocolou pedido de listagem na CVM

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As farmacêuticas nacionais começaram a testar o interesse de investidores da Faria Lima por ações de suas companhias. O Valor apurou que as empresas Althaia e Eurofarma começaram a fazer rodadas de conversas com o mercado financeiro para se prepararem para oferta pública de ações (IPO, em inglês) nos próximos meses. O laboratório Teuto protocolou pedido de listagem na Companhia de Valores Mobiliários (CVM), em fevereiro, mas ainda avalia se dará prosseguimento ou não ao processo, segundo duas fontes.

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Com faturamento de cerca de R$ 300 milhões, a farmacêutica Althaia, do empresário Jairo Yamamoto, contratou a XP Investments e o Itaú BBA para ir a mercado. Referência no setor de medicamentos genéricos, Yamamoto foi presidente da Medley, que pertencia à família Negrão – conhecida pela performance nas pistas automobilísticas -, antes de ser vendida à francesa Sanofi em 2009.

Ao sair da Medley, Yamamoto abriu seu próprio laboratório em 2010, especializado em genéricos e suplementos vitamínicos, com a marca Equaliv. O ‘pulo do gato’ foi o acordo que o empresário fechou com grandes redes do varejo farmacêutico para a produção de medicamentos de marcas próprias. A Althaia tem contratos com a Raia Drogasil, Panvel e Tapajós, no Norte do país, e outras redes regionais.

Fontes afirmam que Yamamoto, que começou a vida como office-boy no Banco do Brasil, tem planos para expandir a companhia, que conta com fábricas em operação na capital de São Paulo e em Atibaia (SP). A empresa também tem uma unidade não operacional em Itupeva (SP). As conversas para o IPO estão em estágio inicial – a expectativa é fazer uma oferta primária, dizem pessoas familiarizadas com o assunto.

A gigante nacional Eurofarma, com laboratórios espalhados pela América Latina, está na fase de ‘non-deal roadshow’ – ou seja, está fazendo reuniões com investidores para apresentar a empresa ao mercado, ainda sem o compromisso de ir à bolsa. Com receita de R$ 6,2 bilhões em 2020, a empresa de Maurizio Billi é considerada uma das joias da coroa do setor, com atuação em medicamentos de prescrição médica, genéricos, hospitalares e oncológicos.

Discreto nos negócios, o empresário tem conduzido o crescimento do grupo nos últimos anos por meio de aquisições dentro e fora do país. A empresa concluiu, no início deste ano, a compra de 12 medicamentos, que pertenciam à Takeda e foram negociados pela Hypera em março de 2020. A empresa tem interesse de abrir o capital, mas aguarda o melhor momento de ir ao mercado.

São poucas as farmacêuticas brasileiras que estão na bolsa. A referência no setor é a Hypera (antiga Hypermarcas), que se desfez de suas diversas áreas de negócios para se concentrar em medicamentos. Em abril, a Blau levantou R$ 1,2 bilhão em seu IPO. A companhia de Marcelo Hahn estava há dois anos tentando ir à bolsa e teve de aceitar desconto dos seus papéis para abrir o capital.

Outra aposta do setor é o laboratório Teuto. A companhia fez a listagem em fevereiro, mas as conversas para abrir o capital não avançaram muito. O grupo tem passado por algumas adversidades desde a morte do fundador, Walterci Melo, em 2014. A Pfizer tornou-se sócia do Teuto em 2010, com 40% de fatia, quando o setor de genéricos avançava no país.

A expectativa era de que a multinacional exercesse o direito de compra da fatia restante depois, mas não houve acordo. Em 2017, Pfizer decidiu se desfazer do negócio, que voltou para as mãos da família fundadora. À época, a multinacional estava reduzindo suas apostas em genéricos para investir em medicamentos inovadores.

O fundo de private equity (que compra participação de empresas) Advent e a Torrent chegaram a avaliar os ativos do Teuto, mas não levaram as conversas adiante. Fontes a par do assunto afirmaram que problemas de governança e questões de ordem regulatória afastaram os potenciais interessados. Em nota, o Teuto diz que não comentará a oferta por normas da CVM. E diz que detalhes da companhia e governança estarão descritos no prospecto que ser divulgado no lançamento das ações.

Procuradas, Althaia e Eurofarma não comentaram o assunto.

Fonte: Pharma Innovation

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