Farmacêuticas americanas despencam no 1º trimestre
Entre as 25 maiores indústrias farmacêuticas do mundo, apenas as companhias dos EUA tiveram queda nas receitas no período
por Gabriel Noronha em
e atualizado em


O desempenho das farmacêuticas americanas no primeiro trimestre de 2025 acendeu o sinal amarelo no mercado. Um relatório da Fierce Pharma reuniu os balanços das 25 empresas mais rentáveis do setor no período e instigou o interesse de executivos ao comparar os ganhos das companhias entre janeiro e março deste ano com os do mesmo período de 2024.
A lista, que conta com 12 representantes dos Estados Unidos, registrou sete quedas na receita – todas oriundas de laboratórios dos Estados Unidos. Apenas Eli Lilly, AbbVie, Biogen, Vertex e J&J contrariaram a tendência.
Motivações particulares à parte, um problema comum atingiu em cheio a indústria farmacêutica da Terra do Tio Sam – as políticas de taxação impostas pelo presidente Donald Trump desde o início de seu mandato. Também pesaram as incertezas geradas pela nomeação de Robert F. Kennedy Jr. ao cargo de secretário de Saúde e Serviços Humanos no país, tópico já abordado pelo Panorama Farmacêutico.
Confira o desempenho das farmacêuticas americanas no 1° tri
Desempenho das farmacêuticas no 1T25 em comparação com 1T24
(crescimento ou retração em %)

A Viatris, companhia que apresentou o pior resultado, já esperava um desempenho inferior em relação aos primeiros três meses do ano passado. A receita anual da farmacêutica está em queda gradual desde 2021, quando iniciou um processo de venda rápida de ativos (sell-off).
A Pfizer, farmacêutica que cresceu exponencialmente durante a pandemia, vem sofrendo com a constante queda na demanda do Paxlovid, antiviral utilizado no tratamento da Covid-19. As vendas do fármaco encolheram de US$ 2 bilhões (R$ 11,3 bilhões) no primeiro trimestre de 2024 para US$ 491 milhões (R$ 2,77 bilhões).
Eli Lilly mantém ritmo acelerado e contraria tendência
Impulsionada pelo boom nas vendas dos medicamentos para diabetes e obesidade, a Lilly teve evolução superior a 45% pelo segundo trimestre seguido e há oito trimestres acumula altas acima de 20%. “A exemplo da concorrente Novo Nordisk, a companhia surfou na onda do uso off-label do Wegovy, mais prescrito para pacientes em busca de emagrecimento do que para sua função primária”, contextualiza Wilton Torres, fundador da plataforma de consulta de medicamentos Farmaindex.