O faturamento da EMS, no médio prazo, pode chegar aos US$ 4 bilhões (cerca de R$ 23,7 bilhões). É o que aponta o CEO, Carlos Sanchez, em entrevista ao portal Exame. Ele classificou a futura atuação da farmacêutica no mercado de análogos de GLP-1 como o motor para o crescimento.
“No médio prazo, vejo a EMS faturando US$ 2 bilhões no Brasil, de maneira orgânica, e outros US$ 2 bilhões nos Estados Unidos”, declarou o executivo. E serão exatamente esses medicamentos que abrirão as portas da América do Norte para o laboratório.
Faturamento da EMS será impulsionado por internacionalização
Para garantir sua entrada no mercado norte-americano, a EMS já está se movimentando. Mesmo com a patente do Ozempic programada para acabar apenas em 2032 no país, a farmacêutica já pediu para fabricar um genérico junto à FDA.
Tal “pressa” tem um motivo. Segundo a legislação local, o primeiro a pedir para fabricar um genérico ganha 180 dias de exclusividade. Além disso, em alguns casos, a comercialização é autorizada ainda antes do fim da patente.
Em paralelo, no Brasil, o laboratório recebeu, no fim de 2024, a liberação da Anvisa para comercializar dois remédios à base de liraglutida: o Lirux, para diabetes; e o Olire, voltado para obesidade.
A expectativa é de que os fármacos estejam disponíveis ainda neste ano.
Para crescer lá fora, receita será outra
Fundada como uma pequena farmácia na década de 1950, foi só nos anos 90 e com foco nos genéricos que a EMS deslanchou. Mas, para repetir o movimento no exterior, a estratégia não será a mesma.
“Genérico é um negócio de escala; ou você é o primeiro ou o segundo, ou não existe”, explica Sanchez. Por isso, a inovação será a chave para levar a farmacêutica mais longe. Vem desse desejo o desenvolvimento dos análogos de GLP-1, assim como o foco em biológicos.
Farmacêutica pode revolucionar o mercado
Atualmente, a fabricação desses medicamentos vem atrelada à geração de muitos resíduos. Pensando em diminuir tal impacto, a EMS aposta em uma nova rota sintética.
O método em questão é mais rápido e barato, custando cerca de um quarto do método tradicional e fazendo em uma semana o que costuma levar de seis a oito meses. As gigantes do mercado, Novo Nordisk e Eli Lilly, até pensam em adotar a tecnologia, mas não contam com a infraestrutura necessária, diferentemente da farmacêutica brasileira.