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Febre amarela, sinal vermelho

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febre amarela é uma doença que pode ser evitada por meio de medidas de prevenção, sobretudo coberturas vacinais elevadas e ações de educação em saúde.

Nas cidades, a doença é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, cuja dificuldade de controle é bem conhecida, e que exatamente por isto infesta mais de 90% dos municípios brasileiros.

Este fato, somado ao atual ritmo de aumento do número de casos em seres humanos, torna real e assustadora a possibilidade de uma epidemia urbana de febre amarela.

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Exatamente há um ano, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou uma carta aberta em que apelava para que o Ministério da Saúde assumisse planejasse e coordenasse o combate à febre amarela, mobilizando e integrando as ações dos gestores estaduais e municipais, além dos centros de pesquisa, universidades e meios de comunicação.

No entanto, o ministro Ricardo Barros parece não conferir o devido valor a dados e hoje o Brasil sofre com a indigência de planejamento e baixa vigilância da cobertura vacinal. Mesmo agora, não há coordenação sequer entre as informações divulgadas.

Desde julho de 2017, o Ministério da Saúde confirma 130 casos de febre amarela no país, mas só na contagem do estado de São Paulo (134 casos, com 52 mortes) e do Rio de Janeiro (26 casos, apenas este ano) esse número já é superado.

Em abril do ano passado, mesmo diante da evidente limitação do estoque de vacinas, Barros afastou a possibilidade do uso de dose fracionada, e de modo irresponsável afirmou haver vacina para toda a população. A demonstração de que a informação era falsa ou desavisada é que, com enorme perda de tempo, o fracionamento foi finalmente adotado.

Na ocasião, São Paulo já registrara há 2 meses uma morte de macaco pela doença. Em julho, já se sabia que, na alta temporada (de janeiro a maio), o vírus avançara mais de 2 km por dia.

Como demonstração de seu total despreparo para o exercício do cargo que ocupa, o ministro estimou haver mais risco nos efeitos colaterais da vacina do que na iminência de contrair a doença e, identificadas as consequências desastrosas de seu desinteresse pela saúde dos brasileiros, alegou que não ser possível “adivinhar” as áreas por onde o vírus circularia.

Se as ações e intenções de Barros são, em geral, escamoteadas, ao menos a ignorância é transparente. Saúde não é quiromancia. Na saúde pública, não se adivinha, usam-se ferramentas técnicas que permitem prever e estimar, como ações preliminares para o planejamento e a execução de planos estratégicos.

Fonte: Carta Capital

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