Um possível caso de formação de cartel entre 33 empresas multinacionais está sendo investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). As informações são do BPMoney.
Das companhias que estão no alvo do órgão, três são ligadas ao canal farma. São elas a Kimberly-Clark, a Nestlé e a Sanofi (Aventis Comercial e Logísita Ltda e Aventis Farmacêutica Ltda). As suspeitas iniciais indicam que as empresas em questão manteriam um acordo de cooperação para controlar o mercado e os talentos do setor.
O conselho acredita que as companhias envolvidas tentavam blindar profissionais que estavam em seu radar, por meio do compartilhamento de informações e o consenso de não oferecer propostas mais vantajosas para os trabalhadores em questão. Segundo o órgão, há “indícios robustos de infração à ordem econômica”.
Formação de cartel divulgava informações sobre trabalhadores
Para garantir a contratação ou retenção de talentos, as 33 empresas investigadas pelo Cade trocavam informações sobre itens como salários e benefícios ofertados.
“O compartilhamento de informações comercial e concorrencialmente sensíveis incluiu, mas não se limitou, a informações sobre salários atuais, veículos, plano de saúde, transporte, alimentação, funcionários demitidos, de férias, em licença e aposentados, além de educação, saúde em geral, pais, e benefícios diversos”, aponta a investigação.
O WhatsApp seria o principal meio de contato entre as companhias. Se condenadas, as empresas podem ter que arcar com multas de até 20% de seu faturamento anual.
O que dizem as empresas?
O Panorama Farmacêutico procurou as empresas investigadas ligadas ao canal farma.
Kimberly-Clark
A Kimberly-Clark está comprometida em defender uma concorrência livre e justa, e trabalha para atrair e reter profissionais competentes com pacotes de remuneração e benefícios competitivos. A Kimberly-Clark está cooperando com a investigação do CADE e não fará mais comentários neste momento.
Nestlé
Procurada pela reportagem, a Nestlé não se posicionou até a divulgação desta reportagem
Sanofi
A Sanofi esclarece que não foi oficialmente comunicada sobre a investigação do CADE e reforça o seu compromisso com o cumprimento rigoroso das regulamentações locais e a manutenção dos mais altos padrões de práticas de trabalho. A companhia ressalta, ainda, que suas ações são guiadas por um código de conduta global, que prioriza o respeito e o cuidado em relação aos diversos temas que envolvem seus colaboradores, clientes e pacientes.