
Atuar no varejo farmacêutico e comandar uma rede associativista de sucesso não estava nos planos iniciais de Claudair José da Silva, o “Mineiro da Farmácia”. Nascido no Mato Grosso e filho de família paranaense, sua trajetória, assim como o apelido, pode não fazer muito sentido à primeira vista. Mas na verdade, sua história é mais um exemplo de empreendedorismo que resiste a dificuldades.
Em seu 25º episodio, a seção Minha História joga luz sobre a história de um profissional formado em tecnologia e mecanização agrícola, com experiência no mercado automotivo. As circunstâncias da vida levaram ao êxito entre as gôndolas de medicamentos.
Natural de Brasnorte (MT), cidade de pouco mais de 17 mil habitantes, Mineiro conheceu sua esposa Gabriela Bichoff no pequeno município. Nos anos 2000, o casal decidiu seguir rumo a Tangará da Serra (MT) para estudar.
Ela decidiu seguir sua convicção e ingressar no ensino superior de farmácia. Ele, criado no interior, optou por tecnologia e mecanização agrícola. Como adquiriu uma base em mecânica na faculdade, sua primeira experiência profissional foi em uma oficina automotiva.
“Entrei como auxiliar e, em dois anos, já atuava como encarregado. Ao todo foi mais de uma década nessa empresa”, relembra. Em paralelo, Gabriela acumulava vivência nas farmácias, mas um imprevisto acabou mudando os rumos do casal.
“Gabriela engravidou de nosso primeiro filho e enfrentou uma gestação complicada. O parto prematuro demandou que o bebê recebesse cuidados constantes nos primeiros meses, o que nos moveu a mudar a rotina para estar mais próximos dele”, ressalta. A solução encontrada foi abrir uma farmácia própria, que possibilitaria uma flexibilidade maior. Para isso, o casal optou por retornar para onde tudo começou – Brasnorte.
Mudança para o varejo farmacêutico foi lenta e gradual
Ainda inseguros quanto a largar tudo e empreender no varejo farmacêutico, o casal peregrinava os 300 quilômetros de Tangará da Serra a Brasnorte todo fim de semana para construir sua drogaria. Foram quatro meses nesse ritmo. “Tínhamos muito medo de largar tudo e fracassar. Por isso, só deixei meu emprego em abril de 2015, mesmo montando a farmácia desde janeiro. Em junho, abrimos nossa primeira loja”, conta Mineiro.
Ultra Popular sempre foi objetivo
Devido à força da Ultra Popular na região, o casal sempre almejou comandar uma farmácia da rede, mas isso não aconteceria logo de cara. “Buscamos entrar na Farmarcas mas, infelizmente não conseguimos entrar em contato. Tivemos que recalcular a rota”, lamenta o empreendedor.
A alternativa foi se unir a uma rede de franquias e, inicialmente, os resultados foram positivos. “Quando voltamos para Brasnorte, o objetivo era a Gabriela se estabelecer na farmácia e eu procuraria um emprego na minha área de formação. Mas logo nos primeiros meses, constatamos que o negócio crescia acima do esperado”, conta.
A farmácia ia bem e os primeiros projetos de uma segunda loja saíam do papel. E aí teve início a aproximação com a Farmarcas.
Expandir, sim. Mas não como o planejado
Como haviam assinado um contrato de cinco anos com a franqueadora, Mineiro e Gabriela optaram por não romper o vínculo para converter bandeira. O caminho foi reorganizar o processo de expansão. O casal definiu que, em vez de abrir uma segunda loja com a bandeira anterior, a próxima unidade seria a primeira ligada à Farmarcas. E o novo estabelecimento tornou-se realidade dois anos depois.
“Notamos a diferença na hora. Tínhamos suporte para todas as operações. Foi como se mudasse da água para o vinho”, destaca. Depois de um ano na administradora de farmácias, surgiu a oportunidade de abrir o terceiro PDV. “Fomos convidados para abrir essa nova loja, a segunda da Ultra Popular, em São José do Rio Claro (MT), a 400 quilômetros de distância. Porém esse processo estendeu-se além do esperado”, afirma o empreendedor.
Nova gravidez, novas dificuldades
Em 2018, a vida do casal Mineiro e Gabriela estava movimentada inclusive na vida pessoal, com a aguardada chegada do segundo filho. “No entanto, novamente ela teve uma gravidez de risco. Para garantir seu bem-estar, conciliei as funções de pai, mãe e empresário. Avisamos a Farmarcas de que não tínhamos condições de erguer uma nova unidade naquele momento e novamente tivemos todo o respaldo”, conta. Com mais essa dificuldade superada, a terceira farmácia foi aberta em 2019.
Conversão de bandeira e quarta loja
Em 2020, acabou o contrato estabelecido com a franqueadora e o casal optou por mudar a bandeira de sua primeira unidade para a Farmarcas. E o ciclo virtuoso teve sequência com uma oportunidade irrecusável. “Um associado de Diamantino (MT) queria vender sua Ultra Popular na cidade. Vimos nessa oportunidade uma chance de expandir geograficamente”, comenta.
Agora no comando de quatro lojas, o empresário acumula um faturamento anual de R$ 20 milhões. Nas cidades em que opera, soma um market share médio de 45%.
Para o restante da década, o objetivo é abrir mais seis lojas e dobrar a receita, mas Mineiro garante que isso não é um sonho. “ Nós não temos sonhos. Temos projetos e quem tem o apoio da Farmarcas consegue executá-los com eficiência e segurança”, completa.