
Fundador da Hypera, João Alves de Queirós Filho (Junior) segue na jornada para blindar a farmacêutica de ofertas hostis e da ofensiva da EMS. Segundo informações da coluna Broadcast, o empresário articula um novo acordo de acionistas com a participação da holding Votorantim e também do fundo mexicano Maiorem.
Os três acionistas, juntos, detêm 47,1% do controle da Hypera e uniriam esforços no intuito de ampliar essa participação para mais de 50%. Com a fatia majoritária do negócio e um novo acordo, o grupo passaria a votar em bloco matérias de interesse, reduzindo o apetite de potenciais compradores.
Na última semana, Junior já havia elevado sua fatia para 27,3%, por meio de operações com derivativos. O fundo mexicano tem 14,7%, o que seria suficiente para impedir ofertas hostis e indesejadas. No entanto, a adesão da Votorantim a essa estratégia daria mais força aos interesses da Hypera.
Fundador da Hypera espera concretizar estratégia ainda em março
O fundador da Hypera espera que a revisão do acordo de acionistas saia ainda em março, logo após a divulgação do balanço financeiro da companhia – prevista para o próximo dia 20 (quinta-feira).
O preço das ações da farmacêutica vem registrando sucessivas quedas desde o ano passado, com os menores níveis desde 2016. Esse cenário representaria uma porta de acesso para possíveis compradores.
Movimento de Junior teve início em janeiro
Em janeiro deste ano, o fundador da Hypera já havia aumentado sua participação de 21,38% para 26,40%. O movimento foi uma clara reação aos avanços de Carlos Sanchez, CEO da EMS, que uma semana antes havia adquirido 6,02% do controle da concorrente, por meio de um fundo de investimento.
O desentendimento entre as duas farmacêuticas começou em outubro, quando a EMS formalizou uma proposta para unir as operações das duas líderes do setor, que envolveria a compra de 20% das ações por meio de uma oferta pública de aquisição. No negócio, a EMS pagaria R$ 30 por cada ação, o que representa um prêmio de 39% em relação à cotação atual dos papéis. Além disso, 60% a 70% do controle da Hypera ficaria nas mãos da atual concorrente.
A proposta, no entanto, foi rejeitada pelo Conselho de Administração da Hypera. Júnior chegou a definir a oferta como “absolutamente hostil”.