Preços dos remédios nos EUA podem subir 12,9% com taxação de Trump

Tarifas sobre produtos farmacêuticos parece cada vez mais próxima

Acompanhe as principais notícias do dia no nosso canal do Whatsapp

Preços dos remédios
Presidente dos EUA tenta impulsionar produção local encarecendo importações – Foto: Canva

O tarifaço comandado por Donald Trump desde sua volta à Casa Branca, que hoje completa 100 dias, pode gerar um grande aumento nos preços dos remédios nos EUA nas próximas semanas. As informações são da CNN Brasil e do jornal O Globo.

Entre diversas tarifas setorizadas e recíprocas aplicadas até então, os produtos farmacêuticos estão passando ilesos. A isenção é uma surpresa tendo em vista as inúmeras ameaças do presidente, que afirmou por diversas vezes estar avaliando taxações para a categoria.

A realidade parece estar ainda mais próxima após o governo anunciar investigações, citando preocupações de segurança nacional devido à dependência da produção estrangeira. Muitos especialistas da indústria esperam que as novas tarifas possam ser de 25%, em linha com as aplicadas ao aço, alumínio e automóveis.

Um relatório encomendado pelo lobby farmacêutico americano, formado por players como Amgen, Bristol Myers Squibb, Eli Lilly e Pfizer, estima que a medida resultaria em um incremento de quase US$ 51 bilhões (R$ 287 bilhões) nos custos dos medicamentos no país anualmente.

O estudo, conduzido pela Ernst & Young, constatou que os Estados Unidos importaram US$ 203 bilhões em produtos farmacêuticos em 2023, com 73% vindos da Europa – principalmente da Irlanda, Alemanha e Suíça.

O velho continente, inclusive, seria um dos maiores prejudicados pela taxação dos fármacos importados. A Irlanda, por exemplo, tem se tornado um expoente do mercado no continente, reunindo farmacêuticas por seus baixos impostos corporativos. Atualmente, 80% das exportações irlandesas aos EUA são produtos relacionados ao setor.

“Os irlandeses são espertos, sim, muito espertos”, disse Trump em março, enquanto o primeiro-ministro irlandês Micheál Martin visitava a Casa Branca. “Vocês levaram nossas empresas farmacêuticas e outras companhias”, afirmou. “Esta bela ilha de 5 milhões de pessoas tem toda a indústria farmacêutica dos EUA em suas mãos”, finalizou Trump.

O relatório da empresa de consultoria ainda estimou que, caso as farmacêuticas optem por repassar o aumento dos gastos ao consumidor, medicamentos para diferenças doenças podem ficar até 19,2% mais caros.

Farmacêuticas tentam driblar aumento nos preços dos remédios

Para evitar as taxações, diversas companhias já iniciaram ou estudam expandir suas atuações nos Estados Unidos. Nas últimas semanas o Panorama Farmacêutico noticiou que a Pfizer estuda centralizar sua produção no país, além do projeto de expansão da Roche, anunciado após um movimento semelhante da Novartis.

A tendência de volta das farmacêuticas ao território americano significaria uma vitória de Trump, que tinha como uma de suas promessas de campanha impulsionar a indústria local e recuperar empresas que deixaram o país nos últimos anos.

Notícias Relacionadas