Bolhas, coceiras, ardência e feridas na pele, além de muita dor. Esses são os principais sintomas da herpes-zóster, popularmente conhecida como cobreiro.
A doença é causada pelo mesmo vírus da catapora e atinge pessoas com baixa imunidade e, normalmente, que têm mais de 50 anos. Sem vacina na rede pública, uma imunização completa na rede privada custa em torno de R$ 1.6 mil.
Mesmo assim, conforme a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) – que aprovou o uso no Brasil -, ela é indicada para pessoas com mais de 50 anos e adultos, com 18 anos ou mais, que estão em tratamento de câncer, têm HIV, lúpus, esclerose múltipla ou que que farão transplantes de medula óssea (saiba mais abaixo)
Segundo o infectologista José David Urbaez Brito, do Exame Medicina Diagnóstica, a vacina contra varicela, aplicada na infância, não evita que o vírus se desenvolva, mas reduz as chances de a criança ter a forma grave da doença.
“As pessoas adultas podem não ter tido varicela e ter contato com esse vírus na idade adulta e, mesmo aqueles que tiveram catapora na infância, é um vírus que não desaparece de nós. Ele fica guardado nos gânglios neurológicos, estrutura nervosa que fica do lado da medula espinhal”, diz o médico.
“As pessoas adultas podem não ter tido varicela e ter contato com esse vírus na idade adulta e, mesmo aqueles que tiveram catapora na infância, é um vírus que não desaparece de nós. Ele fica guardado nos gânglios neurológicos, estrutura nervosa que fica do lado da medula espinhal”, diz o médico.
A partir dos 50 anos, por envelhecimento do sistema imunológico, o vírus deixa de ser contido e reaparece, como zóster. Ele é transportado ao longo dos nervos periféricos e produz uma inflamação dos nervos, ou neurite aguda.
“Habitualmente, se expressa como uma infecção viral que acomete uma raiz nervosa, por isso que tem o nome de cobreiro, porque segue a raiz nervosa e lembra a distribuição de um cobra”, explica o infectologista.
A infectologista Maria Isabel de Moraes Pinto, da Dasa Centro-Oeste, diz que a reativação do vírus pode acontecer em uma de cada três pessoas. “Isto se dá porque o sistema imunológico não consegue mais conter a replicação do vírus, e a pessoa apresenta lesões, muitas vezes no tronco, mas também na face”, aponta a médica.
Lesões na pele
O maior inconveniente herpes-zóster são as lesões dolorosas, com inflamações do nervo e que podem evoluir para neuralgia pós-herpética, ou seja, uma sensibilidade ainda mais crônica mesmo com pequenos estímulos.
A dermatologista Ana Regina Trávolo explica que é preciso tratar e acompanhar a evolução das lesões e das manchas causadas na pele, além de fazer uma avaliação da visão, quando elas afetam a face.
“O paciente pode apresentar uma lesão avermelhada na pele com aparecimento de bolhas e, após alguns dias, aparecem as crostas enegrecidas. A coceira, a queimação e a dor na região do trajeto nervoso são características que ajudam no diagnóstico da herpes-zóster, e o diagnóstico precoce ajuda a prevenir a nevralgia pós-herpética, que é a principal complicação da herpes-zóster, pois pode persistir por vários meses, e até por anos, após a cura da lesão na pele”, explica a médica.
Vacina contra herpes-zóster
Para evitar que o vírus reapareça na fase adulta, a indústria tem desenvolvido vacinas. No entanto, a imunização não está disponível no Programa Nacional de Imunizações ( PNI) e, portanto, não é fornecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Na rede privada, o imunizante é administrado em duas doses, com intervalo de dois meses entre as aplicações. Segundo a fabricante, a eficácia é de mais de 90% em pessoas a partir de 50 anos.
“A chegada da vacina é muito bem vinda porque evitamos complicações que podem ser incapacitantes em muitos casos, porque a dor é de tal forma aberrante que o indivíduo não consegue desenvolver suas atividades normais e corriqueiras”, diz o infectologista José David.
“A chegada da vacina é muito bem vinda porque evitamos complicações que podem ser incapacitantes em muitos casos, porque a dor é de tal forma aberrante que o indivíduo não consegue desenvolver suas atividades normais e corriqueiras”, diz o infectologista José David.
Infecções generalizadas e do sistema nervoso central não são comuns, mas caso isso ocorra, o problema pode levar à morte.
Fonte: G1