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Hidroxicloroquina causou 17 mil mortes em seis países

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Hidroxicloroquina
Foto: Canva

O uso de hidroxicloroquina em pacientes hospitalizados durante a primeira onda da pandemia de covid-19, em 2020, levou à morte de cerca de 17 mil pessoas em seis países, segundo estudo publicado na Biomedicine & Pharmacotherapy. As informações são do Euronews e do Estadão.

Pesquisadores liderados por Jean-Christophe Lega, professor de terapêutica no sistema hospitalar de Lyon, França, investigaram estudos realizados na França, Estados Unidos, Bélgica, Itália, Espanha e Turquia de março de 2020 a julho de 2020.

“O uso de hidroxicloroquina foi associado a um aumento de 11% na taxa de mortalidade em uma meta-análise de ensaios randomizados”, observou o estudo, citando uma  meta-análise publicada em 2021 na Nature  que os pesquisadores usaram para calcular o número de mortes induzidas pela droga.

Considerando o número mediano das projeções feitas pelos cientistas para o excesso de mortes atribuíveis às medicações, eles chegaram à estimativa de 16.990 óbitos somente durante a primeira onda de covid-19, que estariam distribuídos da seguinte forma entre os países analisados: 12.739 nos EUA, 1.895 na Espanha, 1.822 na Itália, 240 na Bélgica, 199 na França e 95 na Turquia.

“O que precisamos ter em mente é que esta é uma estimativa aproximada, que diz respeito apenas a alguns países durante um curto período, e que o número total de mortes é provavelmente muito maior”, afirma o pesquisador.

Os resultados devem ser tomados com cautela, pois se trata de uma análise estatística. Uma limitação do estudo foi que na França, Turquia e Bélgica, em particular, os dados relativos à exposição ao medicamento eram escassos.

No entanto, os investigadores afirmam que “o resultado defende uma regulamentação rigorosa do acesso a prescrições off-label durante futuras pandemias”.

Na época, o medicamento foi apresentado como uma cura milagrosa por uma minoria de profissionais de saúde, entre eles o microbiologista francês Didier Raoult. O uso do medicamento gerou polêmica, pois muitos especialistas em saúde notaram a falta de pesquisas ou evidências científicas de sua eficácia contra o novo coronavírus.

A Food and Drug Administration (FDA) dos EUA emitiu uma autorização de uso emergencial de hidroxicloroquina em março de 2020, mas a revogou em junho. Posteriormente descobriu-se que a droga causa efeitos colaterais graves, como anormalidades no ritmo cardíaco.

Hidroxicloroquina foi amplamente utilizada no Brasil

Para os especialistas brasileiros, embora o estudo não tenha projeções do impacto no Brasil, o cenário por aqui pode ser similar ou pior ao observado nos Estados Unidos. Em ambos os países, os presidentes Trump e Bolsonaro pressionaram os órgãos sanitários a liberar o uso do medicamento.

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