IA generativa nos negócios já é rotina em 44% das PMEs
Em 70% dessas companhias, a tecnologia é aplicada
em marketing, vendas e relacionamento com clientes
por Leandro Luize em


O uso da IA generativa nos negócios já faz parte do cotidiano de 44% das pequenas e médias empresas. É o que indica pesquisa realizada pela Quaest para o banco digital Itaú Emps, a partir de entrevistas realizadas junto a companhias com faturamento entre R$ 200 mil e R$ 3 milhões.
Em 70% dessas companhias, a tecnologia é aplicada em estratégias de marketing, vendas e relacionamento com clientes, sobretudo por meio das plataformas ChatGPT, Gemini e Copilot.Entre as utilizações mais comuns, destacam-se geração e edição de imagens ou vídeos (65%) e análise de dados (52%). Em uma escala de 1 a 5, os empresários enxergam impacto positivo no atendimento (nota 3,8), na produtividade (3,8), no controle de entradas e saídas financeiras (3,3), nos pagamentos e transferências (3,1) e na avaliação de crédito (2,9).
IA generativa nos negócios ainda é pouco explorada na área financeira
Embora já seja recorrente em algumas áreas, a IA generativa nos negócios ainda tem pouco espaço quando o assunto é a administração do dinheiro. De acordo com a pesquisa, 16% das corporações utilizam caderneta, 23% recorrem a planilhas de Excel e 28% contam com softwares básicos de gestão financeira. As principais dificuldades nessas situações esbarram no controle de custos/conciliação financeira (17%) e na orientação financeira/gestão (15%)
“Há muito interesse por inovação, mas ainda com muito potencial a ser conquistado. A confiança na segurança dos dados é central para ampliar essa adoção, indicando que o avanço da IA nesse contexto pode acontecer por meio de maior clareza, acessibilidade e alinhamento com as necessidades reais do empreendedor”, comenta Nathália Porto, diretora da Quaest, em entrevista à PEGN.
Em paralelo, outro estudo da Microsoft revelou que 74% das PMEs usam IA com frequência ou com constância, enquanto 90% pretendem adotá-la em breve. Os principais usos são assistentes virtuais no atendimento ao cliente (69%), automação de tarefas operacionais (64%), e geração de conteúdo para textos e imagens (43%). Os benefícios relatados incluem melhoria na experiência do cliente, ganho de produtividade, redução de erros e maior motivação da equipe.
Oito orientações práticas para gestores de farmácias
E como essa nova tecnologia pode ser benéfica para os segmentos que convivem com um grande contingente de consumidores, a exemplo do varejo farmacêutico? Os dados de ambas as pesquisas apontam alguns caminhos.
1. Identifique os usos mais relevantes da IA para sua operação
- Atendimento digital (via WhatsApp, chatbot ou e‑mail): automatização de respostas para dúvidas comuns sobre estoque, preços, horários e promoções. A IA pode sugerir respostas que o atendente revisa, agilizando o atendimento
- Comunicação de marketing: crie textos para redes sociais, newsletters ou cartazes promocionais com ferramentas generativas. Também é possível gerar imagens simples para destacar produtos em ofertas
2. Comece com ferramentas gratuitas ou de baixo custo
A adoção atual das empresas se concentra em versões grátis ou de entrada das plataformas de IA. Comece com testes para ver ganhos reais antes de investir em planos pagos
3. Estabeleça uma fase de capacitação interna
Treine sua equipe no uso das ferramentas: construção de prompts eficazes, revisão de saídas, limites éticos e cuidados com dados sensíveis dos clientes. Desenvolver familiaridade reduz erros e aumenta a aceitação interna
4. Explore a IA para apoiar a gestão, mas sem dependência total
Nos controles financeiros e fluxo de caixa, a IA pode sugerir insights (fluxo esperado ou alertas de baixo estoque, por exemplo). Mas é importante manter processos manuais ou conferência humana, já que muitos gestores ainda dependem de planilhas ou cadernetas
5. Aprimore a experiência do cliente com respostas ágeis e personalizadas
Mesmo pequenos ajustes sugeridos por IA, como uma mensagem automatizada com tom mais próximo do cliente, ajudam a elevar a satisfação e eficiência
6. Esteja atento à segurança e privacidade de dados
Como parte do uso da IA generativa nos negócios, existe risco de exposição ou uso indevido de dados. Verifique atentamente quais informações são processadas pela ferramenta, evite expor informações sensíveis ou pessoais dos clientes e escolha plataformas que respeitem a LGPD
7. Planeje um roadmap de uso progressivo
Siga um modelo em fases:
Fase 1: uso pontual e experimental (chatbot simples, geração de texto)
Fase 2: integração com processos (marketing regular, atendimento programado)
Fase 3: automação aplicada à gestão (relatórios, previsões, controle financeiro básico)
Fase 4: avaliação de sistemas mais avançados ou customizados, somente se houver volume para justificar o investimento
8. Mensure benefícios e ajuste continuamente
Acompanhe indicadores como tempo de resposta no atendimento, número de posts gerados, economia de horas ou redução de retrabalho. Esses dados justificam novos investimentos e permitem calibrar o uso da IA na farmácia