A indústria da saúde manifestou sua preocupação com a sustentabilidade do trabalho da Anvisa. Entidades do setor assinaram uma carta pedindo a recomposição, com urgência, da força de trabalho da agência.
No texto, Abifina, Abimed, Abimo, Abiquifi, Alanac, Alfob, Anbiotec, Grupo FarmaBrasil, Interfarma, Pró-Genéricos e Sindusfarma saem em defesa da autarquia. Segundo as associações, “mesmo com programas como a Nova Indústria Brasil e o Complexo Econômico-Industrial da Saúde, sem uma Anvisa saudável, inovações não serão possíveis”.
A publicação também destaca que a defasagem de pessoal pode se tornar ainda mais grave em breve. Isso porque há um número elevado de servidores que estão próximos de se aposentar. “Em um país cuja política industrial tem a saúde como um de seus principais pilares, não é condizente que seja dado tratamento indistinto à gritante necessidade de recomposição da força de trabalho de sua agência reguladora setorial”, diz o comunicado.
Possibilidade de greve assustou indústria da saúde
Estima-se que 20% a 30% do PIB nacional passe pelo crivo da Anvisa. Em junho, a ameaça de uma greve ligou o alerta vermelho na indústria farmacêutica. Na época, o presidente do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), Fábio Rosa, sinalizou que as operações poderiam ser paralisadas “no âmbito de toda regulação federal”.
O dirigente encabeçou reivindicações em favor da valorização e reestruturação das carreiras dos servidores. Em assembleia realizada no fim de maio, os colaboradores recusaram a proposta de reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026.
Segundo Rosa, o governo tem negligenciado “a importância das agências reguladoras”. O sindicato representa profissionais de 11 agências nacionais, entre as quais a Anvisa e a ANS.