Internações de crianças com Covid-19 dobram no país

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O número de crianças com menos de 10 anos que precisaram ser internadas por causa da Covid-19 neste ano, no Brasil, dobrou e acendeu o alerta vermelho entre os profissionais de saúde. Hospitais públicos e privados do país registraram aumento de até 100% dos casos e internações de crianças. Em São Paulo, o setor de pediatria do Hospital Israelita Albert Einstein recebia, em média, 4 crianças com o novo coronavírus por mês. Depois do período de festas e do início das aulas, o hospital dobrou a taxa de ocupação de leitos em UTI. O mesmo ocorreu nos hospitais públicos como Cândido Fontoura, Darcy Vargas e Menino Jesus. No Darcy Vargas, na zona sul de São Paulo, a ocupação chegou a 100%.

Segundo o Centro para Controle de Doenças e Prevenção (CDC), a incidência de Covid-19 entre crianças é menor que em adultos e os casos são de menor intensidade. Mesmo assim, as crianças não estão imunes à doença. Apesar de serem menos propensas a evoluírem para formas mais severas da doença, crianças têm risco aumentado para a Síndrome Inflamatória Multissistêmica. Os hospitais de São Paulo têm notado também um aumento da necessidade de intubação de crianças e em pacientes sem comorbidades, ao contrário do que ocorria no início da pandemia e antes do surgimento das variantes locais. Uma em cada três crianças internadas por Covid-19 necessita de cuidados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e pode desenvolver falência respiratória, miocardite, choque, insuficiência renal aguda, coagulopatia (distúrbios hemorrágicos) e falência múltipla de órgãos.

A médica Camila Maciel explica por que é tão desafiador diagnosticar a Covid infantil. “Alguns sintomas de infecção por SARS-CoV-2 são comuns a várias outras doenças infantis, como problemas respiratórios. Por isso, é fundamental que os pais estejam atentos às queixas de seus filhos. Crianças doentes não devem ir à escola e os pais precisam prestar atenção aos sintomas, especialmente na fase de reabertura das escolas”, alerta Camila Maciel, pós-doutora em Epidemiologia e Medicina Preventiva pela Universidade de Boston

Após a criança ter tido contato com o novo coronavírus, ela pode adoecer após 6 dias, em média, assim como acontece com os adultos. Os sintomas mais comuns da Covid infantil são tosse e/ou febre, mas podem estar presentes também: cansaço, dor de cabeça, dor no corpo, congestão nasal (nariz entupido) ou coriza (nariz escorrendo), dor de garganta, falta de ar ou dificuldade para respirar, dor na barriga, diarreia, náusea ou vômito, ausência de paladar e olfato e perda de apetite. Menores de um ano, crianças que tenham alterações genéticas ou obesidade, diabetes, doenças pulmonares, neurológicas e cardíacas apresentam maior chance de evoluírem para formas severas da doença. Dentre essas, a obesidade é a que mais chama a atenção, sendo a comorbidade mais prevalente. Estima-se, ainda, que metade das crianças e adolescentes apresente a forma assintomática, ou seja, não chega a desenvolver a doença, mas pode transmiti-la.

“O Menino da Máscara Amarela”

Pensando em unir informação com diversão, a médica Camila Maciel lançou, recentemente, vídeos animados de 1 minuto em seu canal no Youtube em português, espanhol e em inglês. O primeiro episódio da série, “O Menino da Máscara Amarela”, traz dicas de prevenção e saúde contra a Covid-19. “A situação atual nos alerta para a necessidade de aprendizagem diária sobre a manifestação da doença (os sintomas), o comportamento do vírus e a eficiência das vacinas disponíveis. Porém, o que já sabemos sobre a Covid-19, há 1 ano, é que as medidas básicas de prevenção como uso de máscara, lavagem das mãos e distanciamento físico são alguns dos nossos maiores aliados. Mesmo depois da vacinação, em ambiente público, ainda precisaremos manter a utilização das máscaras por mais um bom tempo até que as novas variantes, infelizmente mais agressivas, estejam também sob controle”, pondera Camila. Acreditando no protagonismo da criança para assuntos relacionados à educação em saúde, a médica tem dedicado os últimos anos de sua carreira pensando em estratégias criativas para popularizar o conhecimento entre os pequenos.

Fonte: Bonde

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