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Janssen descontinua estudo de vacina contra o HIV

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Vacina contra o HIV

 

A Janssen, divisão farmacêutica da Johnson & Johnson, juntamente com um consórcio de parceiros globais, anunciaram que o estudo internacional Mosaico, que testava uma vacina experimental contra o HIV, será encerrado nas próximas semanas. Os resultados do ensaio, que foi desenvolvido pela Unidade de Pesquisa Clínica em Vacinas (UPqVac) da Faculdade de Medicina da UFMG, demonstraram que, apesar de seguro, o imunizante experimental testado é ineficaz.

Além do Brasil, outros oito países participaram da iniciativa Mosaico. O estudo, que estava na fase de ensaio clínico três, reuniu 3,9 mil participantes ao redor do mundo.

“Estamos desapontados com este resultado e nos solidarizamos com as pessoas e comunidades vulneráveis ​​e afetadas pelo HIV. Continuamos firmes em nosso compromisso com o avanço da inovação em HIV e esperamos que os dados do Mosaico forneçam insights para futuros esforços para desenvolver uma vacina segura e eficaz. Somos gratos aos nossos parceiros do Mosaico e aos investigadores, funcionários e participantes do estudo”, afirma Penny Heaton, chefe da Área Terapêutica Global de Vacinas da Janssen.

Segundo os pesquisadores, o produto avaliado não elevou os níveis de proteção de forma satisfatória, na comparação com o grupo que recebeu placebo. Os 117 voluntários que participaram dos testes em Belo Horizonte já foram informados pela equipe da UPqVac sobre o fim do ensaio clínico.

Durante as visitas de acompanhamento, os participantes foram orientados e estimulados a utilizar métodos de prevenção ao vírus já validados, na chamada prevenção combinada. Haverá um último encontro presencial para finalização dos protocolos de pesquisa e reforço das orientações quanto à prevenção da infecção.

Como o objetivo era gerar proteção para vários subtipos de HIV, foi utilizada a tecnologia de vetor viral (o adenovírus 26) e a proteína gp140. O produto testado continha cópias sintéticas (fabricadas em laboratório) de pedaços de HIV e, portanto, não causava infecção.

Ciência avança com vacina contra o HIV

Segundo o professor da Faculdade de Medicina Jorge Andrade Pinto, os resultados negativos também fazem a ciência avançar. “A vacina contra o HIV continua sendo um grande desafio, mesmo depois de mais de três décadas de estudos. O Mosaico adotou os mais altos padrões científicos e tecnológicos e, certamente, contribuirá para entendermos os mecanismos que o vírus utiliza para burlar a vigilância imunológica dos seres humanos”, afirma.

Ele reforça que, mesmo sem uma vacina, seguem valendo as iniciativas de prevenção combinada ao HIV, com medidas biomédicas, comportamentais e estruturais. Entre as ações estão a profilaxia pré-exposição (PrEP), a profilaxia pós-exposição (PEP), a redução de danos, os métodos de barreira (como os preservativos) e políticas públicas.

 

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico

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