Famílias estão indo menos ao mercado e gastando mais quando vão, aponta pesquisa

0

Uma pesquisa elaborada pela Sodexo Benefícios e Incentivos entre março e junho de 2020 e divulgada recentemente mostra que os consumidores do Estado do Rio passaram a ir menos vezes a supermercados, atacadistas e açougues: entre o momento atual e o anterior à pandemia, os cidadãos fluminenses reduziram em 22,77% a frequência de ida às compras. Em contrapartida, as famílias aumentaram em 29,44% o valor médio gasto com o uso do cartão-alimentação nesses estabelecimentos.

O responsável pela área de Estabelecimentos da Sodexo, Antônio Alberto Aguiar, avalia que o cenário desafiador impacta diretamente no bolso dos consumidores. André Braz, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV), acrescenta que muitos alimentos tiveram grandes reajustes nos últimos 12 meses até março de 2021.

Neste período, o arroz subiu 63,56%, o feijão preto teve aumento de 51,03%, e as carnes ficaram 31% mais caras. Além disso, o óleo de soja apresentou variação de 81,73%, e o preço do leite longa vida registrou alta de 15,75%, segundo dados do IBGE, responsável pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Esses itens essenciais ficaram bem mais caros, e qualquer ida ao mercado pode representar um gasto elevado. Apesar disso, o resultado da pesquisa também tem relação com a mudança de hábito de consumo dos brasileiros na pandemia.

Para evitar a exposição ao coronavírus, as pessoas reduziram as idas aos supermercados e passaram a fazer listas de compras mais extensas, para que a dispensa ficasse cheia por mais tempo.

A professora de Economia e coordenadora dos mestrados do Ibmec/RJ, Ana Beatriz Mello, diz que a redução das idas às compras também pode ser justificada pela disseminação dos e-commerces dos mercados.

Já a alta do tíquete médio pode ter ocorrido porque, ao respeitar o isolamento social e adotar o home office, as idas a restaurantes foram substituídas por refeições em casa.

– Com mais gente em casa, não dá para pedir delivery para todo mundo o tempo todo. Dividir uma pizza é fácil, mas dividir o prato do dia a dia com quatro, cinco pessoas é complicado. Fica caro. Então, foi preciso reforçar a dispensa – completa Braz.

Fonte: Extra online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/30/mercado-eleva-projecao-da-inflacao-para-481/

Governo deve enviar hoje ao Congresso a LDO de 2022

0

O Ministério da Economia deve enviar hoje ao Congresso o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2022. A LDO define as regras para a elaboração e execução do Orçamento e determina a meta fiscal do ano que vem, que será de deficit primário de até R$ 170 bilhões, segundo fontes do governo.

O prazo para a entrega do PLDO termina hoje, antes mesmo da data-limite para o presidente Jair Bolsonaro sancionar o polêmico Orçamento deste ano, que é até o próximo dia 22. No PLDO deste ano a previsão de rombo fiscal era de R$ 178,9 bilhões.

Segundo analistas, é provável que o governo ainda precise alterar a meta fiscal deste ano (deficit de até R$ 247,1 bilhões), devido à necessidade de aumento dos gastos devido à pandemia.

De acordo com o economista Braulio Borges, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), o Orçamento do ano que vem poderá ainda ser mais expansionista do que o deste ano, devido à regra do teto de gastos, cujo limite é corrigido pela inflação oficial acumulada até junho. No ano passado, esse ajuste foi de 2,13%, abaixo dos 4,52% do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) de janeiro a dezembro de 2020. Contudo, as projeções do mercado para o IPCA acumulado até junho deste ano variam entre 7,5% e 8%. Logo pelos cálculos do analista do Ibre, o teto será ampliado em R$ 119 bilhões.

E, descontando o impacto da correção estimada para as despesas obrigatórias indexadas ao salário mínimo, em torno de 5,5%, como aposentadorias e pensões, Bolsonaro ainda terá R$ 40 bilhões a mais para gastar no ano que vem. ‘Os parlamentares já estão se adiantando às eleições, pois o governo só poderá investir até a metade de 2022’, destacou Borges.

Fonte: Correio Braziliense Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/26/governo-federal-diz-que-capitais-terao-prioridade-para-receber-vacina-da-pfizer/

Bahia e mais 22 estados aplicaram doses vencidas da vacina da Astrazeneca, diz site

0

Vacina

Governo dá a funcionários do PDV prioridade na vacinação - vacina A Bahia está entre os 23 estados que aplicaram doses da vacina da Astrazeneca/Oxford após o prazo de validade, de acordo com um levantamento feito pelo site Metrópoles. De acordo com os dados, 160 cidades em 23 estados estão na mesma condição.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Ao todo, 1.254 pessoas foram vacinadas com doses de lotes do imunizante com prazo de validade vencido. O site cruzou as informações oficiais sobre vacinas aplicadas com os registros de envios de imunizantes para as unidades da federação, onde constam a data de vencimento para cada lote.

O problema está nas vacinas fabricadas na Índia e importadas prontas pelo Brasil, os lotes 4120Z001, 4120Z004 e 4120Z005. São grupos de imunizantes cuja data de validade, de seis meses, já expirou.

A bula da vacina publicada no site da Anvisa informa que a validade do imunizante é de seis meses a partir da data de fabricação, e o produto não deve ser usado após o prazo previsto. ‘Não use medicamento com o prazo de validade vencido. Guarde-o em sua embalagem original’, diz o documento oficial.

De acordo com o levantamento, na Bahia, foram aplicadas doses vencidas em Salvador (4) e em Pedro Alexandre (1). Procurado pelo CORREIO, o governo do estado da Bahia não se pronunicou até o momento dessa publicação.

A Secretaria Municipal da Saúde de Salvador esclareceu “que recebemos remessas do lote 4120Z005 nos meses de fevereiro e março e 100% dos mesmos foram utilizados dentro do prazo de validade, seguindo o que preconiza o plano de vacinação. Ou seja, na logística de distribuição utilizamos (aplicamos) primeiramente os imunizantes que estavam com prazo de validade a vencer. As vacinas foram aplicadas dentro do prazo”.

A prefeitura de Pedro Alexandre não foi localizada para comentar a denúncia.

De acordo com o registro no Ministério da Saúde, o lote 4120z001 foi autorizado para ser distribuído em 24 de fevereiro e vencia em 29 de março. A maior parte dos casos de aplicação de vacinas vencidas mapeados pela reportagem se refere a esse lote. Foram 869 casos identificados em cinco estados. Já os lotes 4120Z004 – com 108 casos em cinco estados – e 4120Z005 – 277 casos em 17 Unidades da Federação – foram autorizados em 22 de janeiro e venceram em 13 e 14 de abril, respectivamente.

Fonte: Correio 24 Horas Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/16/farmacias-sao-joao-alcancam-a-marca-de-800-lojas/

À base de Cannabis: conheça o 1º laboratório autorizado no Brasil

Cannabis – Você vai conhecer agora o primeiro laboratório do Brasil a receber autorização da Anvisa para fabricar produtos à base da folha da maconha para fins medicinais.

Fonte: BOL

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/16/farmacias-sao-joao-alcancam-a-marca-de-800-lojas/

Vacina da Fiocruz contra Covid-19 não tem cronograma, contrato nem plano B para atraso

0

A produção da vacina totalmente nacional pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está sem cronograma de entrega nem contrato de transferência de tecnologia assinado com o laboratório AstraZeneca assinado. Falta aprovação da planta industrial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e também não há plano de ação para o caso de atrasos, segundo informou a instituição ao Tribunal de Contas da União (TCU). Inicialmente, a ideia era entregar as vacinas 100% nacionais a partir de agosto, somando 110 milhões de doses até dezembro.

O contrato de transferência de tecnologia deveria ter sido assinado no ano passado, mas foi adiado para fevereiro, depois abril e maio. Agora, está sem previsão, afirmou a Fiocruz. As informações foram publicadas pelo jornal Folha de S.Paulo.

Apenas no segundo semestre deste ano é que deve acontecer a produção e entrega das primeiras doses da vacina com o IFA produzido em BioManguinhos, da Fiocruz.

“Essa projeção impossibilita a definição de um cronograma mais detalhado de entrega da vacina. Vale ressaltar que as doses produzidas somente poderão ser distribuídas após o deferimento de todo o processo de registro junto à Anvisa“, disse a entidade.

A Fiocruz respondeu que as medidas “ainda estão sendo desenhadas”. “O plano de gerenciamento de riscos está em fase de elaboração e sua primeira versão será emitida após a assinatura do contrato prevendo a transferência de tecnologia do IFA [ingrediente farmacêutico ativo]”, disse.

Fonte: Brasil 247

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/23/fiocruz-apresenta-animacao-3d-sobre-efeitos-da-vacina-contra-covid-19/

Ivermectina: de tratamento para gado ao Nobel, a história do remédio sem eficácia comprovada contra covid-19

0

Medicamento criado para combater verminoses foi revolucionário na pecuária e contra a ‘cegueira dos rios’; mas, testado contra a infecção pelo coronavírus, ele não mostrou eficácia e mesmo assim faz parte do chamado ‘kit covid’.

Os moradores de alguns vilarejos na África Central tinham duas certezas na vida: a primeira era que, na infância e no início da adolescência, eles precisariam guiar e auxiliar os familiares e vizinhos mais velhos, a maioria deles vítima de cegueira.

E o destino inexorável se certificava que, após os 20 e poucos anos de idade, eles também seriam acometidos pela deficiência visual e necessitariam do auxílio dos mais jovens para sobreviver.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

‘Kit covid é kit ilusão’: os dados que apontam riscos e falta de eficácia do ‘tratamento precoce’

No auge da pandemia, empresas brasileiras distribuem ‘kit covid’ a funcionários

O drama, que se repetia geração após geração, era causado pelo verme Onchocerca volvulus, transmitido pela picada de mosquitos borrachudos muito comuns nessa região (e também na América Latina e no Iêmen).

O parasita pode viver escondido no corpo por até 15 anos ? com o passar do tempo, ele libera milhões de larvas microscópicas que afetam a pele, o sistema linfático e o nervo óptico, que nos dá a capacidade de ver o mundo.

O quadro, conhecido como oncocercose ou cegueira dos rios, ainda afeta cerca de 18 milhões de pessoas todos os anos.

A condição acomete principalmente um grupo de 28 países africanos, que respondem por 99% dos casos.

A cada 12 meses, um total de 6,5 milhões de pessoas desenvolvem sintomas da infecção, como lesões na pele e dificuldade para enxergar.

Dessas, 270 mil perdem a visão de forma definitiva.

Mas a situação já foi ainda pior e só começou a melhorar a partir 1988, com a adoção de um remédio que acabara de ser aprovado para uso em humanos: a ivermectina.

No final dos anos 1980, esse medicamento passaria a fazer parte de um gigantesco programa de doação e alcançaria um dos maiores sucessos de saúde pública da história recente.

Mas para entender como esse fármaco saiu das bancadas de laboratórios, mudou a realidade do mundo e voltou aos holofotes durante a pandemia de covid-19 por causa de disputas politizadas em torno de sua suposta eficácia (que ainda não foi comprovada por estudos científicos rigorosos), é preciso voltar ao ano de 1973 e acompanhar uma descoberta inusitada que aconteceu num campo de golfe da cidade de Ito, no Japão.

Ali começaria a história que mudaria a vida de milhões de pessoas pelos próximos anos.

Surpresas da terra

Desde o início de sua carreira, o bioquímico japonês Satoshi Õmura se especializou em estudar a produção de enzimas por micro-organismos.

Sua ideia era identificar moléculas com potencial farmacológico, que poderiam eventualmente ser utilizadas como tratamento para várias doenças.

Vale lembrar que esse tipo de pesquisa já rendeu grandes avanços à humanidade. A penicilina, o primeiro antibiótico da história, por exemplo, foi obtida pela primeira vez a partir de uma colônia de fungos, cultivada em 1928 pelo cientista escocês Alexander Fleming.

No início dos anos 1970, o trabalho de Õmura no Instituto Kitasato, em Tóquio, consistia em coletar amostras do solo e investigar o comportamento dos seres microscópicos que viviam ali.

As substâncias que mostravam algum potencial eram então enviadas aos laboratórios da farmacêutica Merck, Sharpe & Dome (MSD), nos Estados Unidos, onde passavam por uma nova rodada de testes mais aprofundados.

Foi assim que surgiu a ivermectina: o bioquímico japonês coletou um pouco de terra nas cercanias de um campo de golfe da cidade de Ito, que fica a 130 quilômetros de Tóquio.

“Foi lá que ele descobriu uma cepa da bactéria Streptomyces avermitilis”, conta o microbiologista Gabriel Padilha, coordenador do Laboratório de Bioprodutos do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).

Nas análises, Õmura isolou uma enzima chamada avermectina, que parecia ter algum potencial para inibir vermes, insetos e aracnídeos.

O material foi entregue aos colegas americanos em 1974. Cinco anos depois, foram publicados os primeiros artigos científicos que descreviam a molécula e suas propriedades.

Após uma série de experimentos que perduraram até o final dos anos 1970, um time da MSD liderado pelo bioquímico irlandês e americano William Campbell chegava à formulação final do novo medicamento.

Nascia, assim, a ivermectina.

Mas a droga ainda demoraria quase uma década para chegar aos seres humanos: antes, ela seria usada por um bom tempo na medicina veterinária.

Remédio para gado

As experiências iniciais indicavam que a ivermectina era uma ótima molécula para tratar dois tipos de parasitas: aqueles que se instalam no sistema digestivo ou na pele.

“Ela foi uma maravilha para a pecuária. Os rebanhos costumavam sofrer muito com verminoses intestinais, que fazem os animais perderem peso, e com os carrapatos, que se fixam no couro e inviabilizam seu uso comercial”, descreve o biólogo Carlos Eduardo Winter, professor do Departamento de Parasitologia do ICB-USP.

Em pouco tempo, o medicamento começou a ser usado em larga escala em bois, cavalos, porcos e ovelhas.

Nos primeiros cinco anos após seu lançamento, a ivermectina foi aprovada em 46 países e chegou a ser aplicada em quase 500 milhões de animais.

Seu uso nos Estados Unidos chegou a quase extinguir um verme chamado Onchocerca cervicalis, que afeta os cavalos e representa um verdadeiro pesadelo para os criadores.

Com o sucesso da aplicação no universo da veterinária, os cientistas puderam entender um pouco mais a fundo o mecanismo de ação do medicamento no combate aos vermes.

“Sabe-se que a ivermectina atua no sistema nervoso dos parasitas, causando uma paralisação do organismo deles”, detalha o parasitologista Marcelo Beltrão Molento, professor da Universidade Federal do Paraná.

“Eles deixam de comer e de ter trocas com o hospedeiro. Com o tempo, morrem aos poucos e são metabolizados”, completa.

Esse processo de matar os vermes acontece de forma relativamente lenta ? e isso é essencial para o sucesso da terapia medicamentosa.

Se a ivermectina aniquilasse todos os parasitas numa só tacada, isso poderia causar uma inflamação no corpo, que não teria condições de lidar com tantos “bichos mortos” de uma só vez.

Com os bons resultados na pecuária no início dos anos 1980, chegava a hora de entender se o remédio seria capaz de repetir o mesmo sucesso quando usado em seres humanos.

Mudança de paradigma

Os testes clínicos que avaliaram o uso do medicamento contra verminoses que atingem as pessoas se arrastaram entre 1982 e 1986.

Em 1987, a ivermectina ganhou na França seu primeiro reconhecimento como tratamento médico.

Nesse mesmo ano, a MSD, farmacêutica detentora dos direitos comerciais do produto, assinou um acordo com a Organização Mundial da Saúde e outras instituições em que se comprometeu a fazer doações de doses por tempo ilimitado.

O objetivo? Eliminar definitivamente a oncocercose da face da Terra.

Desde então, a ivermectina é distribuída gratuitamente em países da África e da América Latina.

Nos locais onde essa parasitose é comum, os moradores chegam a receber as doses todos os anos, como tratamento profilático, até que a doença seja controlada e eliminada daquela região.

Esse foi o primeiro programa massivo de doação de drogas da história e está ativo até hoje, com mais de 4 bilhões de doses distribuídas para 49 países.

Com 34 anos, o programa já produziu inúmeros resultados significativos, com mais de 300 milhões de pessoas tratadas todos os anos.

Conquistas na América Latina

“Em nossa região, a iniciativa começou em 1992 e nós já conseguimos eliminar a oncocercose de quatro países: Colômbia, Equador, México e Guatemala”, relata o médico Mauricio Sauerbrey, diretor do programa de eliminação da doença nas Américas mantido pelo Carter Center, uma instituição sem fins lucrativos criada pelo ex-presidente americano Jimmy Carter.

Por ora, a cegueira dos rios só persiste em dois lugares da América Latina: Brasil e Venezuela.

“Os casos se concentram em regiões de difícil acesso, como as áreas de fronteira na Floresta Amazônica, e afetam principalmente populações nômades que vivem em comunidades muito pequenas, como os ianomâmis. É mais difícil encontrá-los e oferecer o tratamento duas vezes ao ano”, detalha Sauerbrey.

“Mas tenho certeza que também vamos ser bem-sucedidos no Brasil e na Venezuela e teremos boas notícias para compartilhar nos próximos anos”, acredita o especialista.

Resultados na África

Do outro lado do Atlântico, os resultados também são considerados excelentes, embora nenhum país tenha eliminado a doença definitivamente de seu território.

De acordo com relatórios disponibilizados no site da Organização Mundial da Saúde, o número de pacientes com oncocercose caiu 61% nas regiões africanas beneficiadas pelo projeto.

No mesmo período, a notificação de casos de cegueira relacionados à infecção foi reduzida pela metade.

Além da cegueira dos rios, a ivermectina mostrou ser uma ótima terapia contra a filariose, outra enfermidade muito comum nesses mesmos lugares do planeta.

Também conhecida como elefantíase, a condição é provocada pelo parasita Wuchereria bancrofti e está relacionada a inchaços e deformações nas pernas e na região genital.

Droga-maravilha

Tantos serviços prestados fazem a ivermectina entrar para o seleto rol das “wonder-drugs” (ou “drogas-maravilha”, numa tradução literal), ao lado de aspirina, penicilina e morfina.

“Esse é um grupo de medicamentos que realmente mudou a face da saúde pública”, constata Molento.

A descoberta do medicamento rendeu até o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia de 2015 aos pioneiros nos estudos: o japonês Satoshi Õmura e o irlandês/americano William Campbell.

Naquele ano, eles dividiram o reconhecimento com a farmacologista chinesa Tu Youyou, que desenvolveu a artemisinina, um tratamento contra a malária.

Reposicionamento de drogas e a covid-19

A ivermectina foi alçada a um novo patamar de fama com a chegada da pandemia de covid-19: a partir do segundo semestre de 2020, ela passou a ser apontada como um possível tratamento contra o novo coronavírus, apesar da falta de evidências científicas suficientes para dar suporte a essa afirmação.

Mas como que o remédio entrou nessa história?

Tudo começou com uma estratégia bastante comum na área da farmacologia: o reposicionamento de drogas.

Com o auxílio de plataformas de tecnologia e programas de computador, os cientistas avaliam, de uma vez só, o potencial de centenas ou até milhares de medicamentos contra uma determinada doença.

“Essa é uma estratégia excelente, pois seleciona produtos já utilizados e comprovadamente seguras para ver se podem ajudar num outro contexto”, avalia o microbiologista Leandro Araújo Lobo, professor do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O reposicionamento permite acelerar algumas etapas na criação de um novo tratamento ? o que certamente é desejável quando uma enfermidade recém-descoberta está matando milhares de pessoas todos os dias em vários países.

A ivermectina, então, foi testada nos laboratórios da Universidade Monash, da Austrália, e mostrou ali que seria capaz de contra-atacar o coronavírus.

Repare bem: os experimentos eram simples e foram realizados em culturas de células, que estão longe de representar toda a complexidade de uma infecção no corpo humano.

E a situação fica ainda mais distante da vida real porque a dose empregada nestes testes iniciais era muito superior ao limite considerado seguro para as pessoas.

“Nos trabalhos iniciais, a dosagem chegava a ser proporcionalmente 17 vezes mais alta do que poderíamos dar a uma pessoa”, calcula Lobo.

Outro problema: o reposicionamento de drogas é apenas o primeiro passo e deve ser sucedido de estudos mais rigorosos, que comprovem ou não a eficácia e a segurança daquele fármaco contra a doença.

“No laboratório, até vinagre, sal, açúcar ou refrigerante podem mostrar alguma atividade. Mas quando passamos para a próxima fase dos testes, que envolvem animais, esse efeito geralmente desaparece ou fica tóxico demais”, explica Padilha.

“Em praticamente 99% das vezes, aquilo que vai bem nos experimentos in vitro não funciona nas pesquisas posteriores”, concorda Winter.

Leite derramado

Quando os resultados iniciais da ação da ivermectina contra o coronavírus foram divulgados, já era tarde demais: em questão de dias, numa espécie de telefone sem fio potencializado por redes sociais, as informações sobre o potencial do remédio foram distorcidas e exageradas, de tal forma que muitas pessoas passaram a utilizá-lo até para tentar prevenir a infecção.

“Em maio e junho do ano passado, nós já assistimos a um aumento do interesse pela ivermectina, inclusive com a ação direta de prefeitos e secretários municipais da Saúde brasileiros, que naquela época começaram os planos de um tratamento em massa”, rememora Molento.

Prova disso são os números do Conselho Federal de Farmácia (CFF): em comparação com 2019, as vendas de ivermectina dispararam 557% no país ao longo de 2020.

A título de comparação, a hidroxicloroquina, outro princípio ativo muito debatido nos últimos meses, teve um crescimento de 110% no mesmo período.

Outros integrantes do comprovadamente ineficaz kit-covid também tiveram uma maior procura, mas os números nem chegam perto do “sucesso” da ivermectina: vitamina D (81%), vitamina C (59%) e nitazoxanida (9%) também figuraram no ranking divulgado pelo CFF.

Um dos mais contumazes defensores do tratamento precoce e da ivermectina foi (e continua sendo) o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Foram várias as manifestações de apoio a esse coquetel farmacológico.

Numa conversa com apoiadores no dia 16 de abril, o presidente voltou a afirmar: “É o tempo todo o pessoal só atrapalhando. Isso não dá certo. Ô idiota, o que dá certo? O cara é um jumento. Fica falando: ‘Ivermectina não pode, não tem comprovação científica’. E não dá alternativa. Deixa o cara tomar, pô. O médico vai decidir o que o cara vai tomar.”

O que diz a ciência

Ao longo dos últimos meses, diversos grupos de pesquisa se debruçaram sobre o efeito da ivermectina nas várias etapas da covid-19.

Os resultados, porém, não foram nada animadores e não mostraram resultados satisfatórios.

Isso fez com que várias instituições mundo afora contra-indicassem seu uso na prevenção ou no tratamento da infecção pelo coronavírus.

A Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos Estados Unidos, atualizou suas recomendações sobre o assunto no dia 5 de março de 2021:

“A FDA não revisou dados que justificam o uso da ivermectina em pacientes com covid-19. Contudo, algumas pesquisas sobre o tema ainda estão em andamento. Tomar um remédio que ainda não foi aprovado pode ser muito perigoso”.

Duas semanas depois, foi a vez de a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) se posicionar oficialmente a respeito do tema:

“Acompanhando as recentes discussões sobre o uso da ivermectina, a EMA revisou a evidência publicada a partir de estudos em laboratório, estudos observacionais, testes clínicos e meta-análises […] A maioria dos trabalhos que revisamos foram pequenos e apresentam uma série de limitações, incluindo diferentes regimes de doses e o uso de outras medicações. Com isso, concluímos que a evidência disponível até o momento não é suficiente para indicar o uso da ivermectina contra a covid-19″.

No dia 31 de março, a OMS também divulgou o seu parecer sobre a discussão:

“A evidência atual sobre o uso da ivermectina para tratar a covid-19 é inconclusiva. Enquanto não possuímos mais informações, a OMS recomenda que essa droga só seja utilizada em estudos clínicos. Essa recomendação se aplica a todos os graus da doença e passa a fazer parte de nossas diretrizes de tratamento”.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia publicado a sua avaliação sobre a questão em julho de 2020, também refutando o uso da medicação para conter a pandemia.

Efeitos futuros (e imediatos)

O descompasso e a desinformação sobre a ivermectina e outros remédios usados indiscriminadamente nos últimos meses já apresentam efeitos adversos palpáveis.

Numa reportagem da BBC News Brasil do dia 23 de março, diretores de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de hospitais de referência no Brasil afirmam que a promoção kit-covid contribuiu para aumentar as mortes no país.

Outra matéria, publicada no mesmo dia no jornal O Estado de S. Paulo, mostra que o tratamento precoce causou graves problemas no fígado e fez com que muitos pacientes precisassem ir para a fila de transplante.

“Infelizmente, mais casos como esses serão registrados. O que vemos é uma overdose de ivermectina que sobrecarrega o fígado e pode provocar sérios problemas”, observa Lobo.

O uso do fármaco sem acompanhamento e em doses exageradas também está relacionado a casos de diarreia, tontura, dor de cabeça, náusea, intoxicações renais e até hepatite medicamentosa.

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/26/fast-track-da-anvisa-acelera-registro-de-medicamentos-de-especialidades/

Um dos argumentos mais usados por adeptos do remédio como tratamento da covid-19 é a experiência pessoal: muitos dizem que tiveram a doença e se recuperaram após tomarem esses comprimidos.

“A questão é que mais de 95% dos infectados vão ter uma cura espontânea, independentemente se fizerem um tratamento ou apenas ficarem em repouso”, responde Molento.

“Eu também posso dizer que peguei covid-19, subi no telhado da minha casa, tomei duas xícaras de café olhando para o Sul e me curei”, compara.

É óbvio que não há validade científica nesse tipo de relato e ninguém deve tentar repetir essa e outras ‘experiências’ em casa.

“Nossa população está passando por testes toxicológicos de forma voluntária. As pessoas estão se intoxicando como animais de laboratório sob o pretexto de uma promessa de cura, sem que exista qualquer evidência científica sobre isso”, completa o especialista.

Fonte: BOL

Líder de igreja é indiciado por vender falsa cura para covid-19 nos EUA

0

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos informou que um homem e seus três filhos foram indiciados por venderem uma falsa cura milagrosa para a covid-19 e outras doenças, como câncer, Alzheimer, diabetes, HIV/AIDS e Parkinson.

Mark Grenon, 62, e seus filhos Jonathan, 34, Joseph, 32, e Jordan, 26, são acusados de produzir e vender uma substância chamada de MMS (Miracle Mineral Solution -Solução Mineral Milagroso, em tradução livre) na igreja fundada pelo pai, a Genesis II de Saúde e Cura.

A MMS é uma solução química que contém clorito de sódio e água, que se torna dióxido de cloro quando ingerido via oral. O dióxido de cloro é um tipo de alvejante normalmente usado para tratamento de água industrial ou branqueamento de tecidos, celulose e papel.

Os Grenons alegavam que ingerir a substância poderia tratar, prevenir e curar a covid-19.

A FDA, órgão equivalente à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nos Estados Unidos, não aprova o uso de MMS para tratamento de qualquer doença e alertou que sua ingestão pode provocar vômitos, diarreia ou reduzir a pressão arterial a níveis perigosos.

OS quatro acusados estão presos preventivamente. Mark e Joseph foram detidos na Colômbia, enquanto Jonathan e Jordan foram capturados em Bradenton, na Flórida, onde moravam.

Durante o cumprimento do mandado de prisão na casa de Jonathan, os oficiais descobriram que a MMS era produzida em uma cabana no quintal.

Dezenas de milhares de garrafas vendidas

De acordo com a acusação, os Grenons teriam vendido dezenas de milhares de garrafas de MMS nos Estados Unidos. O produto era vendido por meio de doações feitas à Genesis II. As investigações estimam que eles tenham mais de US$ 1 milhão (cerca de R$ 5,5 milhões) com a venda da falsa cura milagrosa.

Os documentos afirmam que o site da Genesis II a descrevia como uma “igreja não religiosa”. Além disso, Mark teria afir

Fonte: BOL

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/26/vacina-da-fiocruz-contra-covid-19-nao-tem-cronograma-contrato-nem-plano-b-para-atraso/

Tomar a segunda dose da Coronavac com atraso faz perder o efeito?

0

A Coronavac, produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo, em parceria com o laboratório farmacêutico chinês Sinovac, tem a previsão de intervalo de até 28 dias entre a aplicação da primeira e da segunda dose. O reforço é necessário para que se tenha a imunização completa contra o novo coronavírus.

Mas o repasse de lotes do imunizante aos Estados, prometido pelo Ministério da Saúde, foi menor que o necessário para atender todo o público. A falta de vacinas tem preocupado quem já recebeu a primeira dose e está com o prazo da segunda aplicação vencendo. Na noite de sábado (24), o secretário da Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, usou as redes sociais para explicar o motivo do atraso e respondeu a uma série de perguntas e respostas sobre o tema.

Apesar disso, o assunto ainda traz dúvidas. Nas redes sociais, muitos capixabas questionam sobre os possíveis efeitos da demora e se tomar a segunda dose da Coronavac com atraso inviabiliza a imunização. Diante disto, a reportagem questionou a epidemiologista Ethel Maciel sobre o que acontece se ultrapassado o intervalo de 28 dias.

A especialista explicou que, por enquanto, não há muitos dados específicos sobre o assunto. As pesquisas mais avançadas sobre a imunização são realizadas em países em que grande parte da população já recebeu a vacina, como em Israel e no Reino Unido. Nesses locais, entretanto, não houve atrasos e o que ocorre no Brasil é uma situação inédita.

Assim, não há parâmetro. Via de regra, entretanto, a imunização somente poder ser considerada completa após a segunda dose do imunizante. Ou seja, mesmo com atraso, é preciso tomar a segunda dose.

‘Em nenhum desses países (mais avançados nas pesquisas sobre as vacinas) tivemos esses problemas que estamos tendo aqui. As doses foram dadas no tempo certo. Ainda não temos uma previsão para o que está acontecendo no país. O que a gente sabe, de fato, é que a segunda dose é o que a gente chama de booster, é como se ela reforçasse para a resposta imunológica durar por mais tempo.’

Ethel diz que a primeira dose da vacina serve, a princípio, para apresentar aquele agente infeccioso ao sistema imunológico, e que, nessa fase, a resposta do organismo ainda é baixa. A segunda dose do imunizante ajuda a reforçar a imunidade e a mantê-la por mais tempo.

Ela observa que o momento ainda é de incertezas e que, idealmente, o prazo previsto, com intervalo entre 14 e 28 dias entre a primeira a segunda dose da vacina contra a Covid-19 deveria ser cumprido. Mas, mesmo com atrasos, ainda é importante completar a imunização. Isto é, se o paciente tomou a primeira dose da Coronavac, deve receber a segunda, ainda que o prazo ultrapasse a previsão inicial.

‘O que a gente sabe das pesquisas é que a segunda dose deve ser administrada entre 14 dias e 28 dias. Além disso, não sabemos. Mas sabemos, por conta de outras vacinas, que para fazer uma imunização mais prolongada, é preciso tomar a segunda dose. Então, mesmo com atraso, é mais importante tomar que não tomar.

Fonte: A Gazeta Online ES

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/22/volume-da-coronavac-e-suficiente-para-aplicacao-de-dez-doses/

Levantamento mostra impacto nas vendas de farmácias após pandemia em Manaus

0

Em meio a pandemia da Covid-19, os fármacos, Ivermectina e vitaminas C, foram os medicamentos campeões de venda no mercado farmacêutico em Manaus. Esses medicamentos são utilizados como forma de prevenir a Covid-19, método conhecido como tratamento precoce, sendo comprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) como ineficaz.

Com as mudanças na rotina e o cuidado pessoal em evidência, os itens mais vendidos das redes de farmácia Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma, que representam mais de 50% do mercado local, foram produtos como máscaras, álcool em gel e oxímetro. De acordo com os dados do Grupo Tapajós, que administra as três redes de farmácias, na comparação entre 2019 e 2020, a venda do álcool em gel cresceu 62%, a de luvas, 78%, termômetros também 78% e a de máscaras e oxímetros 100% para ambos, com tendência de crescimento ainda maior nesses primeiros meses de 2021.

Além dos itens diretamente relacionados ao cuidado diário com a Covid-19, o Amazonas acompanhado de Ceará teve um aumento de 29% na venda de antidepressivos e estabilizantes de humor, consumo maior que a média brasileira. O Conselho Federal de Farmácias, detalhou que quase 100 milhões de caixas de medicamentos controlados foram vendidos ao longo do ano passado, um salto de 17% em comparação a 2019.

Medicamentos

Entre os medicamentos mais vendidos, a Ivermectina recebeu o maior destaque, com crescimento de 5.819% para as caixas com quatro comprimidos e de 1.293% para as caixas com dois. Outros remédios utilizados para tratar sintomas de síndromes gripais também tiveram aumento, como a dipirona, conhecida por amenizar dores de cabeça e baixar a febre, teve crescimento de 83% na caixa com dez comprimidos.

No que se refere às vitaminas, os percentuais variam bastante por conta das diferentes opções de marcas, mas em termos numéricos, no total, Santo Remédio, FarmaBem e Flexfarma venderam, juntas, mais de 800 mil vitaminas ao longo de 2020. O número abrange desde à popular vitaminas C até a D e Zinco, dentre outras.

Conforme um relatório publicado por entidades ligadas à ONU (Organização das Nações Unidas) em 2019, demonstrou que o uso excessivo de medicamentos pode levar a morte de 10 milhões de pessoas por ano até 2050. Além disso, as infecções resistentes a antibióticos já causam, pelo menos, 700 mil mortes todo ano. Dessas, 230 mil são por causa da tuberculose multirresistente.

Ineficácia contra a Covid-19

Após um ano de pandemia, os remédios como a cloroquina, ivermectina e azitromicina, continuam sendo usados contra a Covid-19, mesmo com diversas pesquisas científicas que dizem ao contrário. Segundo o diretor de marketing, vendas e consumer experience do Grupo Tapajós, Fernado Ferreira, todo medicamento deve preceder de uma consulta ao médico.

‘Como estabelecimento de saúde nossa responsabilidade é ainda maior diante o movimento desencontrado com notícias contraditórias, o uso de todo medicamento deve preceder de uma consulta ao médico, nosso papel é respeitar a opinião desse profissional. Esperamos que com o aumento de número de pessoas vacinadas possamos ver essa página tão triste superada em nossa comunidade’, relatou.

A Coordenadora farmacêutica, Sabrine Cordeiro, explica que a alteração na lista de produtos mais vendidos deve persistir daqui para frente, embora com menor adesão.

‘Existe um padrão de saúde pública para cada doença, ou seja, você sabe como tratar e prevenir. Logo, como a covid-19 não vai simplesmente sumir, o que aprendemos sobre o patógeno seguirá no futuro. Um exemplo é o do oxímetro, que antes era mais ligado aos profissionais de saúde. Hoje, é de extrema importância um paciente com covid-19 monitorar a quantidade de oxigênio no sangue’, analisa a coordenadora farmacêutica.

Fonte: A Crítica de Manaus Online

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/04/23/de-olho-na-vacinacao-privada-rede-de-139-farmacias-comeca-a-instalar-pequenas-clinicas/

DF à espera da vacina da Pfizer

0

Vacina da Pfizer

PfizerPfizer – Em meio à campanha de vacinação contra a covid-19, o Governo do Distrito Federal espera receber um novo tipo de imunizante. Fontes da Secretaria de Saúde ouvidas pelo Correio afirmam que o Ministério da Saúde indicou que deve entregar uma remessa da vacina Pfizer/BioNTech na próxima quinta-feira. Apesar disso, ainda não se sabe quantas doses serão entregues e qual o público-alvo atendido por elas. De qualquer forma, apenas com a entrega semanal das vacinas CoronaVac e AstraZeneca, fontes da pasta dizem que estão otimistas com a possibilidade de a imunização ser ampliada para pessoas com 60 e 61 anos, última faixa etária de idosos, segundo o Plano Nacional de Imunização.

Siga nosso instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

O governo federal indicou que a expectativa é de que 1 milhão de doses da Pfizer sejam distribuídas pelo país em maio. Devido à composição da vacina, que requer armazenagem em baixíssimas temperaturas para se manter estável — -75ºC, com variação de 15 graus para mais ou para menos — apenas as capitais com câmaras refrigeradas capazes de armazenar corretamente os imunizantes vão receber a primeira remessa.

As vacinas vão, primeiro, para a Central de Distribuição e Logística do Ministério da Saúde, onde ficarão armazenadas em caixas da própria Pfizer, a -80ºC. Segundo o Ministério da Saúde, a distribuição das doses será feita em caixas com bobinas de gelo, onde as vacinas podem ficar por até 14 dias. Assim que forem colocadas nos pontos de vacinação locais, a aplicação deve ocorrer em até cinco dias.

Segundo a Secretaria de Saúde, o DF conta com um ultracongelador com 570 litros de capacidade e que comporta até 40 mil doses, com temperatura que chega a -80°C. Além disso, a Universidade de Brasília (UnB) colocou à disposição cinco equipamentos semelhantes e o Ministério da Saúde está finalizando processo de aquisição de freezer para os estados; a previsão é de que o DF receba seis.

A Pfizer é uma vacina norte-americana que foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 23 de fevereiro e assinou um contrato com o governo brasileiro em 19 de março (leia Para saber mais).

Vacinação

Apesar da expectativa, o uso da Pfizer no DF depende da indicação do Ministério da Saúde, assim como o uso da próxima remessa das vacinas CoronaVac e AstraZeneca, já em aplicação na capital federal. Mesmo assim, o governo local tem a expectativa de receber doses suficientes para ampliar a campanha de vacinação para pessoas com 60 e 61 anos, faixa etária composta por cerca de 50,5 mil moradores do DF, segundo a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan).

Enquanto a campanha não é ampliada, idosos com 62 anos ou mais puderam se vacinar contra a covid-19. Ontem, o processo foi mais movimentado durante a manhã, mas, a partir das 12h, o fluxo de carros e de pessoas em alguns pontos de vacinação começou a diminuir. No estacionamento 13 do Parque da Cidade, por volta das 14h, o movimento era tranquilo e sem maiores complicações. José Nelson Soares, 62 anos, mora em Brazlândia e, ontem, foi ao local para receber a primeira dose. “Mesmo depois da vacina não muda nada, sigo me cuidando com máscara, álcool em gel e saindo só para o necessário”, diz o construtor.

Léa Mota, 62, também decidiu se vacinar contra o coronavírus ontem. No drive-thru do Mané Garrincha, a aposentada estava emocionada com o momento. “Nem posso falar que eu choro. Deixei de fazer muita coisa por causa dessa pandemia e mal posso esperar para ser imunizada”, afirma. A moradora da Asa Sul diz que os planos para após a vacinação são simples. “Viver um pouco mais, aproveitar a vida”, completa, com lágrimas nos olhos.

Mesmo com a variedade de vacinas disponíveis, é importante lembrar que a pessoa não pode escolher qual tomar e que a aplicação é feita de acordo com a disponibilidade de cada ponto de vacinação. A campanha continua hoje. São 18 pontos disponíveis, que funcionam das 9h às 17h.

Sputnik V

Além da espera pela Pfizer, o GDF aguarda a decisão da Anvisa sobre o uso da vacina russa Sputnik V. O que é produzido em uma fábrica da União Química no DF e o governador Ibaneis Rocha (MDB) lidera o Consórcio Brasil Central (BrC), grupo que negocia, diretamente com o Fundo Soberano Russo, a compra de 28 milhões de doses da vacina para todo o país. A agência reguladora deve definir amanhã se autoriza ou não o uso do imunizante.

Caso a Anvisa dê o aval necessário, a intenção do GDF é que cerca de 4 milhões de doses da Sputnik V sejam enviadas a cada consorciado. Porém, essa definição também ainda está em discussão junto ao Ministério da Saúde. De qualquer forma, na próxima semana, o contrato da negociação deve chegar a Brasília para ser assinado pelo BrC. Fazem parte do grupo os estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Rondônia, além do DF.

Fonte:

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/03/16/farmacias-sao-joao-alcancam-a-marca-de-800-lojas/