
Dentro de qualquer empresa, é natural encontrarmos diferenças entre os colaboradores quando se comprara os níveis de engajamento e entrega. Dois perfis que se destacam são o profissional nominal e o autêntico.
Mais do que rotular, o desafio está em olhar com sensibilidade e estratégia para esses padrões, buscando desenvolver pessoas e fortalecer equipes. “Porém, é importante saber também reconhecer quando o ciclo de alguém na empresa chegou ao fim”, explica Leandro Curado, CEO da Farmacon.
Estar e ser caracterizam diferenças entre os colaboradores
Mas o que, de fato, estabelece as diferenças entre os colaboradores? O profissional nominal é aquele que, apesar de estar presente fisicamente, demonstra pouca conexão emocional com o trabalho. “Ele executa suas tarefas, mas não tem iniciativa, não busca crescimento e muitas vezes apenas cumpre tabela”, explica Curado. Segundo ele, isso pode acontecer por vários motivos, como a falta de clareza de propósito, frustrações não tratadas ou mesmo um desencaixe cultural.
Já o colaborador autêntico é aquele que se entrega com verdade, se envolve com os valores da empresa e busca contribuir de forma ativa. “Ele não é perfeito, mas está em constante movimento, aprendendo, se adaptando e propondo melhorias. É aquele profissional com quem você sabe que pode contar”, ressalta o CEO.
E se o nominal estiver apenas perdido?
É aí que entra o papel humano do líder. “Antes de pensar em desligamento, é essencial conversar, ouvir, entender a raiz do comportamento. Muitas vezes, uma pessoa que hoje está apática, já foi engajada e só precisa de direção, apoio e confiança”, alerta o especialista.
Algumas atitudes práticas, desde que adotadas com respeito, podem ajudar a resgatar um colaborador nominal.
Converse com clareza e empatia – Dê feedback honesto, mas acolhedor. Deixe claro que você acredita no potencial dele, mas que mudanças são necessárias
Ofereça oportunidade de desenvolvimento – Treinamentos, novos desafios e acompanhamento mais próximo podem fazer a diferença
Alinhe propósito e cultura – Ajude o colaborador a entender como o trabalho dele impacta o todo. Sentir-se parte é um poderoso motivador
E quando não há mais conexão?
Nem toda jornada é eterna. “Quando o colaborador continua distante, resistente e descomprometido, mesmo após tentativas sinceras de desenvolvimento, o mais respeitoso a fazer pode ser o desligamento”, avalia Curado.
“E aqui vai um ponto importante: demitir alguém também pode ser um ato de cuidado, desde que haja ética, dignidade e acolhimento. Muitas vezes, é justamente fora daquele ambiente que a pessoa vai reencontrar sua motivação, sua identidade e sua melhor versão”, acrescenta.
O que empresas conscientes têm feito?
Empresas que cuidam de gente com estratégia e coração têm apostado em:
- Ciclos de feedback humanizado, com foco em crescimento e escuta
- Planos de desenvolvimento individual, levando em conta o ritmo e o perfil de cada colaborador
- Cultura forte e transparente, para que todos saibam o que se espera e onde podem chegar
- Desligamentos cuidadosos, sempre com respeito, suporte emocional e portas abertas
No fim, tudo é sobre pessoas
“Quando falamos em gestão de pessoas, estamos falando sobre cuidar. Sobre enxergar além do cargo, além da meta, além da produtividade. O grande desafio do empresário moderno é unir resultado com respeito e performance com empatia. Afinal, mais importante do que quem está na empresa, é quem está presente de verdade”, finaliza Curado.