Produção em larga escala está prevista para 2027 – Foto: Canva
A Regeneron Pharmaceuticals, companhia listada na Nasdaq, anunciou nesta terça-feira, dia 22, um acordo para adquirir uma série de medicamentos da Fujifilm, que passarão a ser produzidos nos Estados Unidos. As informações são do Valor Econômico.
A parceria entre as empresas é válida pelos próximas dez anos, está avaliada em mais de US$ 3 bilhões (R$ 17,05 bilhões) e envolve medicamentos biológicos derivados de organismos vivos.
A negociação é uma espécie de resposta às políticas tarifárias impostas por Donald Trump, que têm forçado as farmacêuticas americanas a investirem pesado na oferta doméstica. O acordo é o maior contrato de fabricação de biofármacos já registrado.
A Lei de Biossegurança, projeto bipartidário que pode impedir empresas chinesas de biotecnologia de obter contratos federais, também pode afetar as cadeias de produção das farmacêuticas, que tem optado por evitar as até então populares terceirizações para companhias asiáticas.
Medicamentos da Fujifilm serão produzidos nos EUA
A produção terá como base a fábrica da companhia japonesa no estado americano da Carolina do Norte. A construção da unidade fabril foi anunciada em 2021, contou com um investimento de 380 bilhões de ienes (R$ 15,15 bilhões) e deve ser inaugurada no quarto semestre de 2025.
É esperado que a produção em larga escala seja iniciada apenas no segundo ano de operação da fábrica, que contará com oito biorreatores de 20 mil litros e ingredientes extraídos e cultivados no local.
Resultado financeiro do trimestre foi um prejuízo de R$ 195,2 milhões – Foto: Divulgação
O prejuízo da Hypera no primeiro trimestre de 2025 fez com que seus controladores perdessem mais de R$ 140 milhões no período, revertendo o lucro de R$ 392,2 milhões registrado nos primeiros meses do ano passado. As informações são do Valor Econômico.
O resultado líquido das operações continuadas gerou uma dívida de R$ 138,8 milhões, enquanto o balanço financeiro desse primeiro trimestre criou um revés de R$ 195,2 milhões, valor 10,4% melhor no comparativo anual.
Na mesma comparação, entre janeiro e março, a companhia teve uma receita de R$ 1,08 bilhão, apresentando uma queda de 40,8% em relação aos 1,82 bilhão de 2024.
O índice de sell-out, no entanto, apresentou resultados positivos, crescendo 6,9% assim como as vendas no mercado institucional (+20,6%) e no varejo farmacêutico (+6%).
O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia no último trimestre ficou negativo em R$ 148,5 milhões, revertendo o resultado positivo de R$ 647,8 milhões no primeiro trimestre de 2024.
Prejuízo da Hypera tem explicações
Os resultados negativos, de acordo com a Hypera, refletem o processo de otimização de capital de giro vivido pela empresa. A situação ainda é potencializada pela redução de estoques em clientes, que também levou a uma queda no indicador de contas a receber, e pela redução na margem bruta por conta da alteração do “mix” de produtos vendidos.
Gustavo Palhares, co-CEO de Negócios e Relações Institucionais da Ease Labs / Foto: Divulgação
A farmacêutica brasileira Ease Labs, especializada em produtos à base de cannabis medicinal, acaba de concluir uma nova rodada de captação de recursos no mercado de capitais no valor de R$ 30 milhões. As informações são do portal Sechat.
A operação, coordenada pelo Itaú BBA e estruturada por meio da emissão de uma Nota Comercial (NC), foi direcionada exclusivamente a investidores profissionais e contou com a assessoria jurídica dos escritórios Cescon Barrieu e Costa Ferreira Advogados.
O novo aporte representa mais um passo estratégico da empresa para fortalecer sua presença no mercado brasileiro e latino-americano de cannabis medicinal, além de consolidar sua trajetória de crescimento sustentável.
Os recursos serão aplicados na ampliação da linha de produção, em ações de marketing e vendas, e na aceleração de estudos científicos que reforcem a base de evidências sobre a eficácia da cannabis como opção terapêutica.
“A emissão da Nota Comercial é um passo significativo para a Ease Labs, pois nos insere no mercado de capitais e evidencia nossa capacidade de atender às exigências desse ambiente. Estamos nos preparando para operações com emissão de valores mobiliários ainda mais relevantes no futuro, visando a consolidação da nossa posição como referência nesse setor e a expansão da nossa operação para outros mercados”, afirma Gustavo Palhares, co-CEO de Negócios e Relações Institucionais da Ease Labs.
Este é o segundo grande aporte captado pela farmacêutica nos últimos dois anos. Em 2023, a Ease Labs já havia levantado R$ 25 milhões por meio de fundos como Airborne, RJ Capital, Bullside e investidores anjo, além de receber recursos via equity investment e venture debt, totalizando R$ 40 milhões.
Segundo Guilherme Franco, co-CEO de Competitividade e Desenvolvimento Científico da empresa, o novo investimento permitirá intensificar as pesquisas e fortalecer a confiança da comunidade médica na cannabis medicinal. “Este novo aporte permitirá ampliar ainda mais nossas operações, consolidar nossa estratégia comercial e acelerar pesquisas científicas que fortaleçam a base de evidências sobre a cannabis medicinal, a fim de ampliar a confiança nesta opção terapêutica para profissionais da saúde e pacientes”, destaca Franco.
Pioneira na produção de cannabis medicinal
Criada em 2018, a Ease Labs tem sede em Belo Horizonte (MG) e é pioneira na produção e distribuição de produtos à base de canabinoides no Brasil. A empresa atua de forma verticalizada, controlando todas as etapas do processo produtivo, do cultivo ao produto final e conta com mais de 4 mil pontos de venda em 25 estados brasileiros, incluindo redes como Drogasil, Drogaria São Paulo, Pague Menos e DrogaRaia.
A Ease Labs é a primeira farmacêutica especializada em cannabis com produção nacional aprovada pela Anvisa. A empresa também fornece canabidiol para a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, após vencer a maior licitação pública do país voltada a produtos de cannabis.
No cenário internacional, a aquisição da Colômbia Cannabis Company, renomeada para Ease Labs Colômbia, e posteriormente da Plena Colômbia, marcou a entrada da empresa no cultivo e desenvolvimento genético da planta. Com isso, a farmacêutica passou a ser reconhecida como a maior da América Latina no setor, tornando-se a primeira empresa brasileira com atuação internacional relevante no mercado de cannabis.
Um novo medicamento para retardar o Alzheimer traz esperança para pacientes no Brasil. A Anvisa aprovou nesta terça-feira, dia 22, o primeiro fármaco indicado para o tratamento de comprometimento cognitivo brando ou demência leve em estágio inicial.
Com o nome comercial de Kinsula, o donanemabe, da farmacêutica Eli Lilly, foi aprovado nos Estados Unidos em julho do ano passado. Na época, segundo a fabricante, as injeções da droga reduziram em 61% as placas amiloides – que destroem neurônios quando acumuladas em excesso- durante seis meses de tratamento, em 80% aos 12 meses e 84% aos 18 meses.
Fora isso, o medicamento também se mostrou eficaz em retardar o declínio cognitivo e funcional em até 35% (em comparação com placebo) durante 18 meses de tratamento. O donanemabe foi avaliado em um estudo principal envolvendo 1.736 pacientes. O medicamento já pode ser distribuído e utilizado em território nacional, dentro das indicações e limites aprovados pela agência.
Como funciona o medicamento para retardar o Alzheimer
O Kisunla é um anticorpo monoclonal que se liga a uma proteína chamada beta-amiloide. Na doença de Alzheimer, aglomerados de proteína beta-amiloide formam placas no cérebro. A droga atua ligando-se a esses aglomerados e reduzindo-os, retardando assim a progressão da doença.
O uso do medicamento é contraindicado para pacientes que estejam tomando anticoagulantes (incluindo varfarina) ou que tenham sido diagnosticados com angiopatia amiloide cerebral (AAC) na ressonância magnética antes de iniciar o tratamento, pois os riscos nesses pacientes são considerados maiores que os benefícios.
As reações adversas mais comuns do medicamento são relacionadas à infusão (que podem causar febre e sintomas semelhantes aos da gripe), dores de cabeça e anormalidade relacionadas à proteína amiloide.
“O Kisunla demonstrou resultados muito significativos para pessoas com doença de Alzheimer sintomática precoce, que precisam urgentemente de opções de tratamento eficazes. Sabemos que esses medicamentos têm o maior benefício no tratamento precoce e estamos trabalhando arduamente para melhorar a detecção e o diagnóstico”, afirma Anne White, vice-presidente executiva e presidente da Lilly Neuroscience e da Eli Lilly.
O CEO Fernando Ferdinandi: “O alto grau de inovação e a expertise do time comercial impulsionam visibilidade e conversão em vendas’’/ Foto: Divulgação
Marcia Arbache, especial para o Panorama Farmacêutico
A consolidação da venda de suplementos nas farmácias respalda os planos de expansão da Maxinutri. A fabricante paranaense prevê acelerar o ritmo de novos produtos, com os quais pretende reforçar sua posição de protagonismo no mercado de OTC.
Para este ano estão previstos 35 novos lançamentos, que se somarão aos mais de 200 SKUs da empresa. Especializado em suplementação alimentar, o laboratório aproveitou a Abradilan Conexão Farma como vitrine para difundir essas novidades. O objetivo é elevar presença em todas as unidades da Federação, valendo-se do apoio e da capilaridade das distribuidoras regionais.
Um dos mais recentes carros-chefes do portfólio é o Dermup Beauty Whey, versão em pó com cinco sabores – cacau, iogurte de morango, pistache, baunilha e neutro. A fórmula é uma combinação de whey isolado e hidrolisado, colágeno verisol, ácido hialurônico, vitaminas A e C, biotina e zinco. “O produto destaca-se por sua formulação completa, com sabor único e marcante, além de sua ótima dissolução que não deixa resíduos”, observa Fernando Ferdinandi, CEO da Maxinutri.
Na linha de creatinas em pó, quatro novos itens passaram a integrar o mix. Uma delas é pura e as outras três estão associadas a substâncias que atuam nas articulações (Creatina Artro), no pré-treino (Creatina Fire) e no cérebro (Creatina intelectum).
Maxinutri projeta lançamentos em 20 mil PDVs neste ano
A forte conexão com o atacado é um dos trunfos da Maxinutri para abastecer o varejo. A parceria com cerca de 200 distribuidoras permite uma positivação em mais de 80 mil pontos de venda em todo o Brasil. Essa é a estratégia para os atuais lançamentos, cuja expectativa é que estejam nas gôndolas de 20 mil farmácias já no primeiro ano.
‘’Nosso objetivo é ambicioso e estamos preparados para assegurar ampla presença no varejo farmacêutico. A venda indireta representa 93% do nosso volume de negócios”, observa Lucas Franco, gerente nacional de vendas.
Ele acrescenta que o planejamento inclui expressivos investimentos no treinamento do time das distribuidoras e, principalmente, dos balconistas – estes, segundo Franco, desempenham papel essencial quanto à recomendação do produto. ‘’Além disso, teremos uma ação intensa de degustação e experimentação para que o consumidor conheça de perto a qualidade e os benefícios de nossos lançamentos’’, pontua.
Inovação é premissa para lançamento de produtos
O catálogo da fabricante ficou ainda mais revigorado com o Ascorvit C Argi. Fonte de vitamina C, auxilia no funcionamento do sistema imune e está disponível em comprimidos. Já o Thermo Coffee contém em sua composição café arábica, cacau, Taurina, L-Carnitina, cromo, cafeína, pimenta vermelha entre outros ativos,. Contém dois sabores – Mocaccino e Latte Vanilla. “Inclusive, a linha teve excelente repercussão entre os participantes da Abradilan Conexão Farma”, reforça Franco.
Mensalmente, a Maxinutri atende 40 mil PDVs em média e a meta é ampliar ainda mais a capilaridade. A inauguração, até dezembro, da terceira fábrica em Arapongas (PR), onde já opera duas unidades, dará mais fôlego a esse objetivo. “O alto grau de inovação e a expertise do time comercial são aval para impulsionar a visibilidade e a conversão em vendas’’, conclui Fernando Ferdinandi.
Referência no mercado de suplementação, a Maxinutri já sinalizava, em junho passado, que atingiria um recorde histórico de vendas no varejo brasileiro. Além do mercado nacional, a empresa também exporta para 19 países de todos os continentes. No Brasil, também se destaca na terceirização, atendendo grandes players da indústria de prescrição
Alta nos preços do setor preocupa presidente – Foto: Reprodução Wikimedia Commons/Gage Skidmore
Uma matéria veiculada pela agência internacional de notícias Reuters na última terça-feira, dia 22, aponta que uma das ideias avaliadas pelo governo Trump para combater a alta nos preços da indústria farmacêutica foi classificada como a maior “ameaça existencial” ao segmento no país.
A proposta, tão temida por executivos do setor, busca reduzir os valores praticados pelo mercado por meio de uma equiparação aos preços mais baixos pagos por outros países desenvolvidos.
As informações foram enviadas ao portal por duas fontes distintas, que não puderam se identificar. A primeira afirmou ter conversado diretamente com oficiais de saúde do governo, que revelaram estar avaliando essa alternativa em um ritmo classificado pelos mesmos como de “prioridade média”.
A fonte revelou ainda que o Medicare deve lançar um teste piloto do programa, impactando apenas alguns fármacos. “Acho que o governo não entende completamente o impacto que essa política pode ter nas inovações americanas. Seria disruptivo para todo o mercado de saúde, não apenas para a indústria farmacêutica”, afirma.
Os Estados Unidos chegam a pagar até três vezes mais que outras nações desenvolvidas por medicamentos, cenário que incomoda Donald Trump. O republicano já afirmou que gostaria de reduzir essa diferença, mas nunca especificou como planeja alcançar o feito.
Na visão da segunda fonte a ideia é “mais preocupante” do que as tarifas de importação implementadas pelo presidente sobre produtos importados.
Indústria farmacêutica dos EUA vive momento de instabilidade
O mercado farmacêutico dos Estados Unidos está fragilizado. Desde de que assumiu o comando do país, Trump iniciou uma grande reforma no setor público de saúde, apontando Robert F. Kennedy Jr. como secretário de saúde e reestruturando quadros de funcionários. Mais de 300 pessoas deixaram o Medicare nos últimos três meses e outras 10 mil foram desligadas por meio de aposentadorias precoces ou exonerações.
“Implementar uma mudança como essa exigiria um esforço considerável da mão de obra, que os órgãos públicos sofreriam para disponibilizar atualmente”, avalia Anna Kaltenboeck, economista especializada no segmento de saúde na Verdant Research.
O gerente sênior de marketing da unidade de Neurologia e Imunologia da Merck Healthcare, Fernando Alem, foi promovido à direção do setor. Na companhia desde 2021, atuou também nos departamentos de obesidade, endocrinologia e oncologia.
Formado em administração pela Universidade Estadual de Maringá, cursou uma especialização em estratégias e operações de marketing na London School of Business and Finance e mestrados em marketing pela ESPM e pela EADA Business School, de Barcelona.
Mais de 500 trabalhadores podem perder seu emprego ao final do ano – Foto: Divulgação
Uma nova legislação pode levar ao fechamento de 23 farmácias da CVS no estado americano de Arkansas. O texto, aprovado pela governadora republicana Sarah Huckabee Sanders no último dia 16, foi duramente criticado pela companhia, que pediu um maior diálogo antes de sua efetivação, em janeiro de 2026. As informações são do portal Drug Store News.
O HB 1150 proíbe que empresas que gerenciem PBMs (Programas de Benefícios de Medicamentos) sejam donas de farmácias. Durante sua tramitação, a proposta foi defendida pela NCPA (National Community Pharmacists Association), que citou os conflitos de interesse e as práticas anticompetitivas dessas companhias como principais impulsionadores da legislação.
“A APA (Arkansas Pharmacists Association) é a voz dos farmacêuticos do Arkansas, que trabalharam duro para garantir que o HB 1150 e outros esforços de reforma dos PBMs fossem aprovados. A NCPA, que representa a comunidade independente de farmácias comunitárias do país, defendeu persistentemente que os legisladores federais e estaduais interferissem nos conflitos de interesse e nas práticas de negócio anticompetitivas impostas pela crescente integração dos PBMs com as seguradoras de saúde e as farmácias”, diz um trecho do pronunciamento da entidade
“Essas práticas incluem termos contratuais que restringem o acesso de competidores aos pacientes, grandes cláusulas de reversão, que acabam afastando os clientes das farmácias comunitárias e reembolsos abaixo do custo. Ao proibir que as gestoras de PBM sejam donas de farmácias (por meio do HB 1150) colocamos um fim a essas táticas e promovemos o acesso aos cuidados farmacêuticos de qualidade no estado de Arkansas”, conclui.
Impactos negativos do fechamento das farmácias da CVS
Após sua oficialização a CVS emitiu uma nota cobrando maiores discussões acerca do tema e alertando para os possíveis malefícios da implementação da nova regra.
“A CVS Health é favorável a discussões de boa-fé com os legisladores de Arkansas e de todo o país em busca de maneiras de tornar a medicina mais acessível. Infelizmente, o HB 11550 é uma política ruim e que nos leva ao oposto, tirando o acesso aos medicamentos das comunidades locais e elevando os gastos no estado em milhões de dólares anualmente”, diz o primeiro trecho da publicação.
Especificamente, a legislação de Arkansas e a governadora estão escolhendo fechar 23 farmácias instaladas em comunidades locais, incluindo algumas das poucas abertas 24 horas. Além disso, o fato contribuirá para a demissão de mais de 500 trabalhadores do sistema de saúde local e prejudicará o acesso de 10 mil pacientes com sérias condições de saúde a atendimentos farmacêuticos de qualidade.
Farmácias do estado do Rio de Janeiro têm até 20 de maio para entregar a Declaração Anual para o Índice de Participação dos Municípios (DECLAN-IPM) ano-base 2024. Trata-se de uma obrigação acessória anual imposta pela legislação estadual.
Mais do que obedecer a uma exigência fiscal, o preenchimento correto da declaração reflete diretamente na quantidade de recursos que retornam aos municípios por meio do ICMS recolhido pelas empresas locais. Segundo a analista fiscal plena da Procfit, Priscila Carvalho, por lei, 25% do valor arrecadado com o imposto no estado do Rio de Janeiro é distribuído entre os municípios
Sua importância técnica está no cálculo do chamado Valor Adicionado Fiscal (VAF), definido pela diferença entre as vendas realizadas e as compras feitas por cada estabelecimento comercial ou prestador de serviços. A soma desses valores, aliada a outros critérios estabelecidos pelo governo fluminense, determina o percentual do repasse financeiro que retorna ao município. Esses recursos são revertidos em áreas fundamentais como saúde, educação, infraestrutura urbana, segurança e programas sociais.
“A declaração envolve todas as entradas e saída que foram apuradas em 2024 e classificadas por meio do Código Fiscal de Operações e Prestações (CFOP). Isso inclui uma venda para o consumidor; um produto que a empresa vai utilizar; compras e transações para fora do estado ou algum ativo imobilizado, tais como imóveis, veículos, máquinas, equipamentos, móveis, softwares, entre outros”, explica Priscila.
Não entrega da DECLAN-IPM gera multa
O preenchimento da DECLAN-IPM não acarreta em nenhuma cobrança adicional às empresas, pois o ICMS já foi integralmente recolhido ao longo do ano. Entretanto, a não apresentação da declaração ou sua entrega após o prazo estabelecido, bem como a constatação de dados incorretos e/ou de omissão de informações, sujeitará o contribuinte a penalidades.
“A multa equivale a 1.000 UFIR-RJ, que hoje corresponde a R$ 4.750. Se a empresa for intimada por alguma infração, a penalidade varia de 1.500 a 10.000 UFIR-RJ (R$ 7.125 a R$ 47 mil)”, ressalta Erick Abenza, assistente fiscal da Procfit.
Segundo ele, a empresa pode ter a inscrição estadual cassada e ser impedida de emitir nota fiscal ou fazer transações e participar de licitações com municípios ou com o governo do estado do Rio de Janeiro.
Farmácias devem se preparar para evitar problemas de inconsistências
É importante que a farmácia inicie o quanto antes o levantamento das apurações que ocorreram no decorrer do ano passado, para que a área contábil faça os lançamentos a fim de entregar a declaração da forma mais exata possível. Caso seja detectada alguma inconsistência, problema de digitação ou preenchimento errado, a retificação deve ser realizada até o dia 27 de maio.
Muito além das preocupações com a concorrência e as mudanças no cenário tributário, a rentabilidade de uma farmácia começa pelo alinhamento da equipe. É a condição para garantir o crescimento sustentável de uma farmácia.
“Quando falamos em gestão, muitas vezes pensamos nos números, nas planilhas de custos, nos ajustes tributários e nos cálculos fiscais. Porém, a administração do varejo começa com pessoas”, reforça Marcus Cordeiro, CVO da Farmacon.
Segundo ele, para se aprofundar nos desafios fiscais enfrentados pelas farmácias, é preciso primeiro olhar para a cultura das corporações e como ela pode ser fortalecida para gerar resultados.
Por que o alinhamento da equipe e a cultura organizacional são essenciais?
Uma farmácia cujo alinhamento da equipe não se encontra estruturado, sem profissionais realmente engajados, pode acabar se perdendo nas estratégias externas, por melhores que elas sejam. “Um time comprometido com o propósito e os valores da empresa consegue entender não só a importância de uma boa gestão tributária, mas também como ela se conecta diretamente com os resultados do dia a dia”, avalia Cordeiro.
No entanto, para que isso aconteça, é necessário mais do que apenas contar com bons profissionais. É preciso investir no alinhamento dos objetivos da farmácia com as ações cotidianas do time. “Isso inclui entender que uma decisão tributária, como a escolha do regime fiscal, pode afetar diretamente o lucro da empresa e as perspectivas de melhoria financeira de todos os colaboradores”, acrescenta.
Estratégia tributária como caminho para a rentabilidade
Quando o time de uma farmácia entende como a escolha do regime tributário impacta o negócio, as chances de melhorar a rentabilidade aumentam significativamente. “A contabilidade estratégica é uma ferramenta poderosa, que não se restringe a gerar relatórios financeiros e guias de pagamento de impostos. Ela é responsável por criar estratégias que vão contribuir para uma redução de impostos dentro da legalidade, além de otimizar o fluxo de caixa e fortalecer a saúde financeira da farmácia”, ressalta o CVO.
Organizar o time para maximizar resultados
O primeiro passo é construir uma cultura organizacional focada no crescimento sustentável e na educação contínua da equipe sobre a importância da gestão tributária. Isso significa investir em treinamentos, seja para a gestão financeira, seja para o entendimento mais profundo dos impactos fiscais e tributários.
Além disso, é essencial que desde os colaboradores da linha de frente até a equipe gerencial compreendam como suas ações influenciam nos resultados. “Um time bem preparado não só ajuda a executar as estratégias, mas também contribui para identificar oportunidades e desafios que podem ser ajustados para alcançar o sucesso almejado”, alerta Cordeiro.
Defina metas claras – Estabeleça objetivos que engajem a equipe na missão de reduzir custos e melhorar os resultados financeiros. Isso inclui metas de vendas, mas também de controle de custos
Eduque o time – Ofereça treinamentos para que todos os membros da farmácia compreendam como as decisões tributárias impactam o negócio
Revise o regime tributário periodicamente – Os ajustes fiscais e tributários devem ser feitos de forma estratégica. Ao revisar periodicamente o regime tributário, é possível identificar oportunidades para redução de impostos, aproveitamento de incentivos fiscais ou outros ajustes que otimizem os resultados financeiros
Comunique-se de forma clara – Estabeleça uma comunicação constante e aberta com a equipe sobre os resultados e as implicações das decisões fiscais. Isso cria um senso de pertencimento que, por sua vez, amplia o compromisso com os objetivos da farmácia
“Empresas que investem no fortalecimento de sua cultura interna e conectam os times com seus objetivos têm mais chances de crescer com segurança, mesmo diante de desafios externos”, finaliza.