‘Lamentamos as mortes, a vida continua’, diz Bolsonaro após 200 mil óbitos de Covid

0

No dia em que o Brasil atingiu a marca de 200 mil mortos pela Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse lamentar os óbitos, mas que “a vida continua”. O mandatário usou pouco mais de um minuto para comentar a marca, em uma live nas redes sociais que superou uma hora de duração.

“A gente lamenta hoje, estamos batendo 200 mil mortes. Muitas dessas mortes com Covid, outras de Covid, não temos uma linha de corte no tocante a isso aí. Mas a vida continua. A gente lamenta profundamente, estou preocupado com minha mãe que tem 93 anos de idade. Se contrair o vírus, [ela] vai ter dificuldade pela sua idade, mas temos que enfrentar isso a, disse o presidente.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

“Não adianta apenas continuar aquela velha história de ‘fica em casa que a economia a gente vê depois’. Isso não vai dar certo, vai ser um caos no Brasil, pode levar a condições mais dramáticas ainda do que as consequências do vírus. Não podemos nos transformar num país de pobres, um pais de desempregados, sem PIB [Produto Interno Bruto], endividado. Um país tão rico como o nosso com a população sendo empobrecida por decisões de alguns. Lamentamos as mortes, a vida continua. E pedimos a Deus que abençoe e nosso Brasil e abençoe o mundo, que afinal de contas somos filhos dele”, concluiu.

A primeira morte por Covid no Brasil foi registrada em 16 de março. O Brasil é o segundo país do mundo com mais óbitos em números absolutos, atrás apenas dos EUA. E, assim como lá, a condução do combate à pandemia no Brasil rendeu e continua a render críticas.

Desde o início da pandemia, Bolsonaro tem criticado ações de governadores e prefeitos para garantir isolamento social e diminuir a circulação do vírus.

Ele tem se queixado que essas medidas prejudicam a economia e advogou por políticas que tinham pouco respaldo na comunidade científica, entre elas o isolamento apenas de pessoas de grupos de risco e uso de medicamentos sem comprovação científica, como a hidroxicloroquina.

Na mesma live, o ministro Eduardo Pazuello (Saúde) defendeu que clínicas privadas possam comprar vacinas contra o coronavírus no mercado internacional. Ele ressaltou, no entanto, que a aquisição por entidades particulares de imunizantes deve ocorrer depois que a demanda do SUS (Sistema Único de Saúde) seja atendida.

“Eu acho que a primeira coisa é ter a pró-atividade do governo e do Ministério [da Saúde] em complementar e completar a nossa demanda de vacinas para o SUS. Isso são as nossa fábricas, a grande capacidade de compra vem do que será fabricado no Brasil. Uma vez atendida essa demanda -o SUS sendo atendido- sim, claro que não há [impedimento] e deve ser comprado também pela iniciava privada”, afirmou.

Ele destacou que os laboratórios privados possam importar vacinas para posteriormente vendê-las. “Mas lembro que pelo outro lado temos que ter muita capacidade de suprir o SUS e deixar nossa população com as vacinas disponíveis da forma mais rápida possível”, acrescentou.

Bolsonaro endossou a fala do ministro. “Então a gente não vai criar problema no tocante a isso daí. Quem quiser… Se uma empresa quiser comprar lá fora a vacina e vender aqui, quem tiver recursos vai tomar vacina lá. Agora nós vamos oferecer de forma universal, e da nossa parte não obrigatória”, disse.

Pazuello também afirmou que a previsão do governo é que 50% do público alvo da campanha de vacinação do governo esteja imunizada até junho, sendo que o restante deve ser vacinado até o final do ano. Haverá ainda uma margem que pode se estender por mais quatro meses, na previsão do governo.

Fonte: Mix Vale 

“Campanha de vacinação pode ser concluída em um ano”, diz Pazuello

0

A maior parte da live do presidente Jair Bolsonaro desta quinta-feira (7), que teve a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, foi dedicada a questões sobre a vacina contra a Covid-19.

O ministro disse novamente que, na “melhor hipótese”, o Plano Nacional de Imunização (PNI) começa em 20 de janeiro. Numa previsão que ele chamou de “média”, o período de início se estende até 10 de fevereiro; numa hipótese mais demorada, a campanha começaria em março.

Baixe o app do Yahoo Mail em menos de 1 min e receba todos os seus emails em 1 só lugar

Siga o Yahoo Notícias no Google News

Assine agora a newsletter Yahoo em 3 Minutos

Siga o Yahoo Notícias no Instagram

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

“Não vou colocar um Dia D porque isso seria brincar com a esperança de cada um. Eu preciso ter a vacina registrada pela Anvisa e a fabricação efetiva do quantitativo de doses que permite o início [do PNI]. Tendo isso em mãos, em até cinco dias eu distribuo a estados e municípios”, afirmou Pazuello.

Após invasão, Congresso certifica vitória de Biden; Trump promete ‘transição ordeira’ mas repete acusações

Qual o risco de o Brasil repetir em 2022 o que Trump faz nos EUA?

MP que permite compra de vacina sem o aval da Anvisa abre caminho para acordo do governo federal com a Pfizer

Ele citou as vacinas do Butantan – a CoronaVac – e da Oxford/AstraZeneca como imunizantes que já estão sendo trabalhados para serem usados no PNI, aguardando avaliação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial ou registro definitivo.

Segundo o ministro, o governo trabalha com a possibilidade de vacinar o que ele chamou de “população-alvo” em 12 meses, com uma margem de quatro meses para “buscar grupos que ainda não foram totalmente vacinados”. “O objetivo maior é o controle da pandemia. A taxa de contaminação cai e a vida começa a voltar ao normal”, afirmou.

Na live, Pazuello disse que “não há a menor possiblidade de faltar seringas” para a campanha, afirmando que há 60 milhões de seringas disponíveis hoje no país e que outro estoque já foi requisitado.

Tanto Pazuello quanto Bolsonaro negaram que houve demora do governo brasileiro em iniciar o plano de vacinação e afirmaram que, até agora, os países que já começaram suas imunizações ainda têm taxas muito baixas de pessoas vacinadas.

Segundo o presidente, a vacina emergencial é “experimental”, diferentemente da “vacina obrigatória, que é um fato consumado, testada e aprovada”. “Nossa segurança é a Anvisa. Eu não posso entrar na pilha de alguns achando que tem que correr”, disse.

Além de falar sobre o PNI, Bolsonaro fez suas defesas costumeiras sobre o uso de medicamentos como a hidroxicloroquina para “tratamento preventivo” da covid-19, criticou a imprensa e atacou políticos que defendem que a vacina seja obrigatória. “É uma irresponsabilidade qualquer autoridade falar que, se você não tomar a vacina, você vai sofrer sanções”, declarou o presidente.

Fonte: Yahoo Finanças

Lockdown: Brasil repete ‘sequência trágica de erros’ da 1ª onda e precisa de bloqueio total, diz Miguel Nicolelis

0

Lockdown – “Acabou. A equação brasileira é a seguinte: ou o país entra num lockdown nacional imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021.” Essa mensagem foi escrita no Twitter pelo neurocientista Miguel Nicolelis, mundialmente famoso por suas pesquisas sobre a interface entre cérebros e máquinas.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, Nicolelis foi um dos criadores do Projeto Mandacaru, grupo formado por voluntários das mais diversas áreas que dá orientação e consultoria sobre o enfrentamento da pandemia aos nove Estados que compõem a região Nordeste.

Nessa entrevista para a BBC News Brasil, o neurocientista avalia a repercussão de sua mensagem no Twitter e aponta a sequência de erros que colocam o país em segundo lugar no ranking de mortes por covid-19 no mundo.

Ele diz estar extremamente preocupado com o momento atual, de segunda onda de casos ou repique da primeira, agravado por campanhas eleitoras, aberturas pelo país e festas de fim de ano. “Estamos num momento que era propício e imediato para ter uma intervenção nacional pela primeira vez. Para parar, para ter uma queda dramática e rápida de novos casos até que a campanha de vacinação começasse. Eu estou vendo esse momento com extremo pessimismo, porque a gravidade é óbvia.”

Questionado sobre o impacto econômico dessa medida drástica, Nicolelis afirma que “se realizarmos um isolamento social rígido, um lockdown por duas ou três semanas, com só serviços essenciais funcionando, é possível minimizar os danos econômicos no futuro”.

Nesta quinta-feira (7), Brasil atingiu a marca dos 200 mil óbitos pela doença.

7 coisas que o Brasil deveria fazer para controlar segunda onda de covid-19

Os números alarmantes que levaram ao 3º lockdown no Reino Unido — e como eles se comparam ao Brasil

BBC News Brasil – O sr. fala em “intervenção nacional” contra a pandemia. O que seria isso?

Miguel Nicolelis – O Brasil precisa fazer algo muito parecido ao que aconteceu na Grã-Bretanha nos últimos dias. Isso, aliás, veio a partir do comitê científico britânico, que pressionou o primeiro-ministro e o governo para fazer um lockdown mesmo com o início da campanha de vacinação por lá. Era óbvio que não dava pra esperar pra vacina fazer seu efeito populacional. É preciso conter a escalada para o sistema de saúde não colapsar.

Continue lendo

O que nós precisávamos por aqui era justamente isso. Ter um comando central. Uma mensagem única, disseminada para o país inteiro, com transparência, com bons dados, com boas práticas. E nós precisaríamos, na minha opinião, de um lockdown por duas ou três semanas para reduzir a pressão no sistema de saúde.

A pressão não é mais só dos casos agudos de coronavírus. Nós temos agora todos os casos acumulados do ano passado, que não puderam ter atendimento por causa dos hospitais lotados. E temos também um número enorme de pacientes com sequelas da covid-19 que vão precisar de atendimento médico. Estamos falando de duas enormes demandas por serviços médicos, internações e unidades de terapia intensiva. E ainda há um terceiro grupo, que são de todas as doenças que estão represadas. Pacientes que estão sofrendo de doenças crônicas e agudas e precisam de cuidados médicos.

Nós vemos algumas particularidades muito específicas dessa segunda onda. Nós temos uma cepa que é mais transmissível, o que significa que vamos ter mais pessoas infectadas. Além disso, há um número de jovens e crianças afetados que está aumentando proporcionalmente. Até hospitais pediátricos em São Paulo estão com problemas de demandas de vagas para atender casos.

Um exemplo dramático disso é Manaus. A cidade colapsou muito mais rapidamente do que na primeira onda. E colapsou a um ponto que o prefeito veio dizer que o sistema de saúde não foi o único afetado. Ele teme um colapso do sistema funerário neste momento. Essa é uma preocupação que existe desde a primeira onda e ficou por debaixo do tapete, sem ninguém falar sobre isso. Mas foi algo que aconteceu em Nova York, no Texas e está acontecendo na Califórnia neste momento. Essa é uma grande preocupação, porque se você começa a perder a mão do sistema de manejo das vítimas, dos corpos, você começa a gerar problemas de saúde pública secundários gravíssimos.

BBC News Brasil – Nas últimas semanas, acompanhamos dois fatores que podem agravar ainda mais a situação da pandemia: a questão das aglomerações de final de ano e as novas cepas do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul. Como o senhor analisa esses novos ingredientes numa equação que já se mostra tão complicada?

Nicolelis – No começo de novembro, o Comitê de de Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste propôs que era preciso ver o que estava acontecendo no cenário internacional. Porque já existia uma segunda onda europeia gravíssima. A gente ainda não sabia de novas cepas, mas essa era uma previsão que estava em nossas mentes. Porque é algo que ocorre, não é uma grande surpresa. Aconteceu na pandemia de 1918 e em outras ocasiões.

A gente só não sabia de onde viria essa nova cepa e qual seria a gravidade da segunda onda. Em 1918, a segunda onda foi a mais letal de todas. Todos os modelos que nós apresentamos desde abril para os governadores do Nordeste levavam em conta e tinham a possibilidade dessa segunda onda e quando ela poderia surgir.

No Nordeste, tivemos lockdowns que foram feitos nas capitais e medidas de isolamento social que atrasaram a segunda onda. Mas as campanhas eleitorais e as aberturas econômicas feitas ao léu geraram aglomerações que sincronizam a segunda onda no país inteiro. Esse é o grande drama.

A gente ainda não tem os dados completos da letalidade das novas cepas. A cepa da África do Sul é muito preocupante. Há mortes acontecendo na Austrália por causa da cepa britânica. Ela também já foi detectada no Japão. Isso significa que ela correu o mundo, como era de se esperar.

Com o espaço aéreo brasileiro aberto, nós estamos repetindo todos os erros da primeira onda. Com o agravante de que o país inteiro está tendo curvas de crescimento, algumas mais rápidas do que lá no início. Então essa é uma situação muito assustadora.

Os países que lideram o ranking de vacinação no mundo

Vacina contra covid: 10 razões para se vacinar contra o coronavírus

BBC News Brasil – Quando se fala em lockdown, em fechar novamente o comércio, algumas pessoas argumentam que a economia brasileira não vai aguentar e as consequências podem ser terríveis. Como o sr. analisa e responde a essas previsões?

Nicolelis – É evidente que sou sensível a todo o debate sobre a questão econômica. Mas essa dicotomia é falsa. Se o número de mortes começar a disparar, o sistema de saúde colapsa e nós não temos condições de manejar a pandemia da maneira correta. O que vai então acontecer com a economia? Ela também vai colapsar. As pessoas vão começar a morrer em números altíssimos por outras doenças e não vamos ter nem gente para fazer a economia girar. Não vamos ter pessoas para trabalhar, produzir e consumir bens.

Se nós tivéssemos feito um lockdown nacional em março de 2020, como a Grécia fez… Aliás, a Grécia detectou dois casos e, em 48 horas, o país estava em lockdown completo. A Grécia não tinha sistema hospitalar, estava falida do ponto de vista da saúde pública, e conseguiu ser um dos melhores países europeus durante a pandemia. Quer outro exemplo? O Vietnã, com 100 milhões de habitantes, é um país pobre com muito menos recursos de saúde pública que o Brasil. E eles tiveram 35 mortes.

A gente sabe como a coisa funciona e essa não é a primeira pandemia da história da humanidade. Existe uma farta literatura sobre isso. E todas as pandemias onde você fez isolamento social conseguiram baixar os números de casos e de mortes. Isso vale mesmo para aquelas doenças com uma taxa de infecção e de letalidade muito maior a essa que enfrentamos atualmente.

Se realizarmos um isolamento social rígido, um lockdown por duas ou três semanas, com só serviços essenciais funcionando, é possível minimizar os danos econômicos no futuro.

Eu vou dar uma prova disso. Na pandemia de 1918, todas as cidades americanas que fizeram as medidas de isolamento, bloquearam o fluxo de pessoas e paralisaram suas economias, se saíram melhor do que as cidades que não fizeram nada, deixaram a pandemia correr solta e censuraram a informação para sua população. Locais como Nova York, Boston e Filadélfia, que não reagiram da maneira correta, tiveram grandes perdas humanas e terríveis problemas econômicos durante e após a pandemia. Outras cidades, como Pittsburgh, por exemplo, se saíram muito melhor.

BBC News Brasil – O sr. comentou que o Brasil está cometendo os mesmos erros da primeira onda. Mas quais foram as grandes oportunidades que nós perdemos no manejo da pandemia?

Nicolelis – Foi uma sequência trágica de erros. Primeiro, minimizar a gravidade da pandemia. Não se preparar antes dela chegar ao Brasil. Nós tivemos quase três meses para nos prepararmos em termos de material de proteção, máscaras, enfim, organizar o país antes do tsunami. O segundo erro foi negar o tsunami. Terceiro, não criar um comando verdadeiramente nacional, centralizado, um estado maior de combate à pandemia que tivesse uma missão clara.

Esse comando poderia ajudar os Estados não só do ponto de sanitário, mas financeiro. Além disso, decretar o fechamento do espaço aéreo internacional brasileiro no começo de março e fazer bloqueios nas rodovias principais. Era absolutamente previsível que as estradas iriam espalhar os casos para o interior do Brasil. Nas primeiras três semanas de março, São Paulo foi responsável por 85% dos casos do país. Se tivéssemos bloqueado só São Paulo… O aeroporto de Guarulhos recebeu o maior fluxo de pessoas vindas do exterior e nós poderíamos ter barrado esse trânsito para o resto do Brasil aqui. Mas nós não fizemos nada.

Nós não tivemos uma voz nacional que, ao longo da pandemia, transmitisse as informações corretas e cientificamente validadas, que basicamente eliminasse as fake news e não promovesse o uso de remédios que não funcionam, por exemplo. Existem milhões de brasileiros que ainda acreditam na cloroquina. Ou que ainda creem que existe um tratamento profilático contra o coronavírus.

Olha São Luís hoje. A capital do Maranhão fez talvez o melhor lockdown do Brasil. É a única capital do Nordeste neste momento que está há meses com números de óbitos e casos estabilizados. Fortaleza fez o segundo melhor lockdown. Na sequência, aparecem Recife e João Pessoa. Esses lugares se beneficiaram tremendamente dessas políticas, que eram simples e que foram oferecidas efetivamente logo no início da pandemia. Compare os dados de São Luís com a cidade de São Paulo. Você vê na hora a distinção. Enquanto São Paulo se arrastou com milhares de novos casos e centenas de mortes diárias, São Luís conseguiu levar esse número para o mínimo possível.

Outro exemplo interessante foi Belo Horizonte, que teve uma resposta impressionante. O prefeito entendeu que tinha que ouvir os técnicos, os cientistas e os sanitaristas da cidade. Ele não tinha experiência pessoal nenhuma, mas ouviu. Tanto é que foi reeleito logo no primeiro turno. A resposta foi correta e ele procurou quem sabe do assunto.

No Brasil, faltou comando, faltou mensagem, faltou definir prioridades, faltou preparo e faltou acreditar na ciência. O drama que eu sinto nesse momento, por isso que fiz esse tweet há alguns dias, é que nós estamos repetindo todos os erros. Acrescidos da total inépcia na definição de um programa nacional de imunização pelo Ministério da Saúde.

É uma incompetência total, uma falta de qualquer tipo de visão estratégica, logística e sanitária de quão vital é ter essa campanha de vacinação nas ruas imediatamente. Acabei de ler agora há pouco uma entrevista do fundador da Anvisa, que eu conheço muito bem, falando que é inacreditável como o Ministério da Saúde simplesmente não moveu um dedo para comprar seringas, agulhas e os insumos necessários para organizar o plano nacional de imunização.

Nós ainda não temos uma definição de quais vacinas vão ser usadas no Brasil. Porque não temos a aprovação da autoridade sanitária competente federal, que é a Anvisa.

BBC News Brasil – A comunicação é um dos grandes desafios da pandemia. Como o sr. mesmo disse, há muitas pessoas que ainda acreditam em tratamentos que já se mostraram ineficazes ou seguem notícias falsas sobre as máscaras ou a origem do vírus. Como tornar essa comunicação com a população mais proveitosa?

Nicolelis – Nós temos que utilizar as mesmas armas dos distribuidores de fake news. Temos que usar as redes sociais para difundir verdades. O que as entidades preconizam? Quais são os resultados reais? Por que é importante usar máscara? Por que é necessário fazer realmente um lockdown? Nós temos que combater as notícias falsas onde os robôs e esses indivíduos atuam.

Pra você ter ideia, quando eu escrevi no Twitter essa proposta de lockdown nacional, toda a comunidade científica começou a apoiar. Por outro lado, eu recebi centenas de mensagens fakes, de robôs, de ataques, de toda a sorte de loucura que nunca imaginei que um cientista profissional com 40 anos de carreira no Brasil estaria sujeito.

Eu tive uma experiência nas últimas 48 horas absolutamente dantesca. De ver que no Brasil você não pode nem tentar disseminar uma opinião científica balizada, baseada em dados e estudos. Você, sua vida, sua família, seus parentes, sua carreira, tudo o que você fez, passa a ser atacado de uma maneira atroz, de uma maneira absolutamente brutal.

Isso está matando gente no Brasil. Aliás, no mundo. Esse abismo que nós caímos na área da comunicação está matando tanta gente quanto a questão sanitária. Nos Estados Unidos, quando você estuda a história deles, os americanos dizem que nas guerras históricas as doenças infecciosas mataram tanta gente ou até mais que as batalhas propriamente ditas. Eu acho que nós vamos ter que mudar essa frase e acrescentar que, na pandemia do século 21, a desinformação matou tanta gente quanto o próprio vírus.

Acabou. A equação brasileira é a seguinte:

Ou o pais entra num lockdown nacional imediatamente, ou não daremos conta de enterrar os nossos mortos em 2021.

— Miguel Nicolelis (@MiguelNicolelis) January 4, 2021

BBC News Brasil – Como é lidar com esses ataques digitais do ponto de vista pessoal?

Nicolelis – É uma coisa muito chocante. Eu paralisei minha vida para fazer um trabalho que eu acredito, pelo meu país. É terrível, impactante. Mas nada disso me intimida. Eu nasci no bairro do Bixiga aqui em São Paulo. Não vou parar de dar minha opinião ou de fazer meu trabalho com meus colegas do comitê porque centenas de… Bom, a gente nem sabe se são humanos ou pessoas de verdade. A maioria nem é.

A maioria são clones de uma conta só que repetem a mesma mensagem, a mesma acusação. E você vê que são clones, que são robôs, pelo grau de grosseria, pelo grau de insultos baixos e repetidos. Então você vê que é uma pessoa programando e disseminando essas mensagens por milhares de contas.

Mas isso de forma alguma vai impedir que nosso trabalho seja feito, nem no comitê nem como pessoa. Mas que é terrível e chocante, é. Guardadas as devidas proporções, sinto como se eu fosse um cientista na Idade Média, sendo perseguido pela Inquisição. Não tinha redes sociais naquele período, mas a sensação de choque deve ser a mesma.

BBC News Brasil – Como o sr. analisa a corrida pelas vacinas contra a covid-19 do ponto de vista global?

Nicolelis – Eu falei sobre isso ontem numa videoconferência. Essa é a maior e a primeira batalha geopolítica biomédica da história. Nunca o mundo enfrentou, presenciou ou testemunhou uma batalha tão gigantesca na área de ciências biomédicas. Isso mostra o quão relevante a ciência biomédica se transformou para o futuro social, político e econômico do mundo. Nós vemos as grandes potências de ciência disputando quem tem a hegemonia da vacina que, em teoria, vai salvar o planeta dessa crise. Há interesses gigantescos e as maiores farmacêuticas do mundo envolvidos.

Eu nunca imaginei ler notícias de eficácia e segurança de vacinas primeiro em press releases de empresas, e não em trabalhos científicos. Eu nunca vi isso na minha vida. Falamos de interesses de trilhões de dólares.

Se nós tivéssemos reagido rapidamente, o Brasil teria todas as condições de ter sua própria vacina. Nós temos cientistas da área, a Fiocruz e o Butantan com toda a capacidade para isso. Se tivessem sido apoiados pelo governo com os recursos necessários, o Brasil poderia estar agora a caminho de ter sua própria vacina. Não era um cenário fora da realidade de maneira alguma.

Mas o Brasil optou, na figura de seu governo federal, de se remover da liderança dos países científicos do mundo. Nós já nos removemos da liderança econômica. Já fomos autoalijados, por decisões do nosso próprio governo, de ser um player importante na geopolítica mundial. Agora nós estamos dizendo que não temos interesse em ser um dos grandes países científicos do mundo. Nós tivemos a chance.

É só você comparar a posição científica do Brasil e da China em 1980 e olhar 40 anos depois o que aconteceu nas curvas de produção científica e investimento. Se um marciano chegasse ao mundo agora e olhasse essas informações, não iria acreditar na inversão do padrão que se deu nos últimos quarenta anos.

Não é à toa que a China já se transformou no maior investidor público de ciência do mundo, passando os EUA. Pensa nisso: antes da China ultrapassar os EUA como a maior economia do mundo, ela suplantou os americanos como o maior PIB científico do planeta.

BBC News Brasil – Podemos tirar algum aprendizado da atual pandemia para as futuras crises de saúde?

Nicolelis – Em primeiro lugar, é importante mencionar que o mundo tirou a ciência do puxadinho, que ficava no quintal, e trouxe para a sala de estar. Nós percebemos que os cientistas podem contribuir para o desenvolvimento de uma civilização mais justa, mais igual, que corra menos riscos de extinção e persiga um projeto onde o ser humano consegue se desenvolver economicamente e ter os meios de sobrevivência sem agredir o meio ambiente a ponto de colocar a própria espécie em perigo.

A minha primeira dose de esperança é que o mundo está olhando para a ciência com outros olhos nos últimos meses. A segunda é que evidentemente a ciência tem seus limites. Como diz o historiador John Barry, responsável pelo maior estudo já feito sobre a pandemia de 1918, a ciência ajudou muito, mas em momento algum ela pode dar todas as respostas. A solução de uma pandemia é essencialmente política e dependente dos estadistas que têm coragem de tomar as decisões impopulares e liderar a sociedade.

O mundo precisa de uma liderança sanitária muito mais eficiente e forte para poder guiar uma resposta global a uma pandemia como a que vivemos. Não é possível ter de novo a mesma resposta, onde cada país atira para um lado e tenta salvar sua sardinha sem ajudar o próximo. Num mundo extremamente globalizado, onde se transmite um vírus da China para Nova York em 12 ou 20 horas pela malha aeroviária, é preciso criar mecanismos de coordenação global.

A nossa sorte é que esse vírus tem uma letalidade que não é a mesma da peste bubônica, na casa dos 50%. Imagine que no mundo atual apareça um vírus, como o ebola, que se espalha com uma letalidade de 50%. Foi isso que aconteceu com a peste bubônica na Idade Média na Europa, que matou metade da população do continente.

A pandemia nos ensina que precisamos viver num outro modus operandi, numa outra relação com o planeta e com a ciência. Nós precisamos pensar que quando elegemos um líder, ele não está ali apenas para as coisas mundanas do nosso país. A gente elege um líder para esses momentos de crise, onde precisamos de pessoas esclarecidas que saibam pensar fora da caixa, abandonar seus preconceitos e guiar uma nação do tamanho do Brasil para sair de uma crise que poderia ter sido ainda pior.

Fonte: Yahoo 

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

Teste de Covid-19 por saliva utiliza técnica mais simples e barata que o RT-PCR

0

Um novo teste para detectar Covid-19 a partir da saliva está disponível em farmácias desde o final de dezembro. Este teste é chamado de RT-LAMP ( sigla em inglês para “transcrição reversa seguida por amplificação isotérmica mediada por loop”), e identifica o RNA (código genético) do vírus na amostra de pessoas infectadas durante a fase ativa do vírus.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

É um método de detecção rápida de vírus, surgido em 2012 e já utilizado para outras doenças como a dengue, zika, a chikungunya e encefalite japonesa.

“Ele é capaz de detectar, diferenciar e quantificar carga viral com sensibilidade, rapidez e especificidade”, explica Larissa Brussa, biotecnologista da Universidade Federal de Pelotas e especialista em genética. Sensibilidade e especificidade são termos médicos para a identificação de pessoas infectadas e não infectadas, respectivamente.

Quais as diferenças entre o RT-LAMP e o RT-PCR?

Segundo Cesar Nomura, superintendente de medicina diagnóstica do Hospital Sírio-Libanês, o RT-LAMP tem menos etapas de processamento em relação ao RT-PCR, o teste mais comum até o momento para detectar se a pessoa está doente naquele momento. Por isso, seu resultado sai mais rapidamente, em até 24 horas após a coleta.

Brussa explica que, diferentemente do RT-PCR, o RT-LAMP não precisa de equipamentos “sofisticados”, o que barateia e simplifica o diagnóstico. A análise é feita em tempo real: o resultado é obtido durante um processo de reação a que é submetido em laboratório.

Além disso, por usar a saliva como base, elimina o desconforto que os testes com cotonete no nariz podem causar, como náusea e vertigem. A diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial, Annelise Lopes, também destaca que a saliva oferece menor risco aos profissionais de saúde porque a coleta é feita pelo próprio paciente. “Por ser menos invasivo, permite a coleta múltiplas vezes pela mesma pessoa, auxiliando na identificação precoce dos casos e rápido isolamento e controle de contactantes”, explica.

O Hospital Sírio-Libanês colaborou com o desenvolvimento do teste RT-LAMP do laboratório Mendelics, comercializado em farmácias brasileiras, mas Nomura ressalta que o RT-PCR ainda é o mais indicado. “Nós validamos e oferecemos o teste, mas precisamos reforçar que o melhor teste é o RT-PCR Swab. Estamos trabalhando para ajudar a população e por isso desenvolvemos, mas é inferior. Acho importante dizer para as pessoas que elas não devem trocar um teste mais sensível por um material com sensibilidade menor”, ressalta Nomura.

Como funciona o exame?

O teste pode ser feito em farmácias, laboratórios e mesmo em casa. Ele funciona por meio da coleta de saliva, de 2 a 5 mL, que deve ser depositada em um tubo coletor. A amostra pode ser conservada até três dias em temperatura ambiente.

Quando é recomendado fazer o teste?

De acordo com os especialistas ouvidos pelo G1, os testes são indicados para pessoas que estão com sintomas da Covid-19, principalmente após terceiro dia do aparecimento de sintoma. No caso de pessoas que estiveram expostas ao vírus, por contato com infectados ou por situações de risco, mas ainda não apresentam sintomas, o indicado é fazer o teste a partir do 7º dia da exposição.

“Pessoas que tiveram exposição recente, mas estão assintomáticas, podem ser testadas a partir de cinco a sete dias do contato, quando a probabilidade de um resultado positivo se eleva. Lembrando que, neste cenário, o período de incubação do vírus pode levar até 14 dias, portanto um resultado negativo realizado precocemente não tem a capacidade de excluir a doença”, explica Annelise Lopes.

O teste identifica se estou com o vírus ou se já tive?

O teste RT-LAMP identifica se a pessoa está infectada com o vírus no momento da coleta. Ele detecta a presença do material genético do vírus na saliva durante sua fase ativa.

Quando sai o resultado?

O resultado pode sair em até 24 horas.

O resultado é preciso?

Segundo o infectopediatra Marcelo Otsuka, da Sociedade Brasileira de Infectologia, ainda não existe um consenso sobre o percentual de eficácia deste teste, mas ela tem pequenas variações dependendo do laboratório que o oferece.

De acordo Nomura e a bióloga molecular Mel Markoski, os testes oferecidos no Brasil têm eficácia de cerca de 90%. A sensibilidade (capacidade de detectar os pacientes infectados) costuma ser menor do que a especificidade (capacidade de detectar pacientes não infectados).

A sensibilidade também varia de acordo com a etapa da infecção, segundo a diretora de comunicação da Sociedade Brasileira de Patologia Clinica. “Em pacientes nos primeiros dias de sintomas, a saliva pode ter uma sensibilidade superior a 90% comparada à nasofaringe. Entretanto, em pacientes com carga viral mais baixa, como aqueles assintomáticos ou em fases mais tardias, essa sensibilidade pode cair”, diz.

Segundo Nomura, o teste pode ter resultado falso-negativo caso seja feito em pacientes com baixa carga viral. “Se um paciente com sintomas fizer o teste, o resultado for negativo e os sintomas continuarem, ele precisa repetir o teste em até 72 horas”, explica.

Quem desenvolve o teste?

No Brasil, há um teste desenvolvido e oferecido pela Universidade de São Paulo (USP), por meio do Centro de Pesquisas e Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH), e um desenvolvido e oferecido pelo laboratório Mendelics.

Quanto custa um teste RT-LAMP?

Eles variam de R$ 90 a R$ 170, em média, de acordo com o laboratório e o método de coleta. Os pacientes que optarem pela retirada do material em casa, têm custo mais alto.

Fonte: G1 

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

População do DF é a que mais comprou cloroquina proporcionalmente

0

Cloroquina – A população do Distrito Federal é a que mais comprou hidroxicloroquina em farmácias privadas entre março e novembro do ano passado. O remédio foi impulsionado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) como uma forma de combater o coronavírus mesmo depois da Organização Mundial da Saúde (OMS) provar por meio de um estudo científico a sua ineficácia para tratar a Covid-19.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

As informações sobre a venda de remédios está no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). “O banco de dados monitora as movimentações de entrada (compras e transferências) e saída (vendas, transformações, transferências e perdas) de medicamentos sujeitos à escrituração no SNGPC comercializados em farmácias e drogarias privadas do país”, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O (M)Dados, núcleo de jornalismo de dados do Metrópoles, cruzou a quantidade do medicamento vendido por cidade com a estimativa populacional de 2020 feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“A cloroquina não funciona no combate à Covid-19 e isso já está bem estabelecido. Infelizmente, tem muita desinformação e quando tem mensagem de pessoas em posição de autoridade dizendo que funciona, causa problemas na população”, analisou o epidemiologista da Sala de Situação da Universidade de Brasília (UnB) Mauro Sanchez.

Se o remédio não fizesse mal para quem toma, o problema de tomar a cloroquina seria menor. Essa não é a realidade, entretanto, apontou Sanchez. “Ele pode causar problema cardíaco e os problemas são potencializados se usar azitromicina junto. A mistura pode causar taquicardia ventricular. Há um risco importante disso acontecer então não é uma coisa tão inócua”, disse.

O DF lidera o ranking de população que proporcionalmente mais comprou hidroxicloroquina durante a pandemia com 784 caixas do remédio para cada 100 mil habitantes. Em seguida está o Rio Grande do Sul (671 para cada 100 mil pessoas) e Goiás, com 612 para cada 100 mil. O gráfico a seguir mostra que a quantidade de caixas por habitantes em cada estado brasileiro

A liderança do DF pode ser explicada por alguns fatores: o primeiro é de renda. Como os dados da Anvisa medem a quantidade de remédios comprados em farmácias privadas, há uma exclusão da população mais pobre do levantamento. De acordo com o IBGE, em 2019 a renda média per capita no DF foi de R$2.685,79.

Outro ponto importante é que o DF teve uma grande quantidade de casos notificados de coronavírus. A capital do país é o segundo lugar com o maior número de infectados em relação à população, com uma pessoa contaminada a cada 12 habitantes. Apenas Roraima está na frente, com um a cada nove.

A secretaria de Saúde do DF inclusive recomendou em abril o uso da cloroquina no tratamento de pacientes graves. O gráfico a seguir mostra a quantidade de casos notificados em relação à população de cada UF

O Exército foi usado pelo presidente Bolsonaro em sua cruzada a favor da cloroquina. O laboratório da instituição produziu o remédio, que em seguida foi distribuído por todo o país. De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU), quase R$ 790 mil foram gastos na compra de insumos para a produção do medicamento.

Para justificar a medida, o Exército afirmou que queria “produzir esperança a milhões de corações aflitos com o avanço e os impactos da doença no Brasil e no mundo”. Essa aposta no remédio acabou encalhando em diversas cidades brasileiras. De acordo com levantamento do Metrópoles, o Ministério da Saúde informa distribuiu ao menos 5,9 milhões de comprimidos do remédio em todo o país, sendo que 35% foram devolvidos ou armazenados.

Mesmo com a ineficácia provada do remédio no combate à Covid-19, a procura pelo remédio voltou a crescer com a segunda onda de Covid-19 no país – em parte por conta da continua campanha do presidente Bolsonaro. Em uma live realizada no dia 10 de dezembro do ano passado, ele defendeu o remédio e ainda recomendou se o médico não receitar a cloroquina, o correto seria trocar de médico.

Fonte: Metrópoles

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

CoronaVac tem 100% de eficácia para casos graves de covid-19

CoronaVac – A CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac, apresenta 78% de eficácia na prevenção de casos leves da doença causada pelo coronavírus.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

Essa eficácia, porém, aumenta para 100% para casos graves e moderados. Segundo o instituto, quem tomar a vacina do Butantan estará com a vida salva e com chances mínimas de agravamento da covid-19.

Os dados dos estudos clínicos em Fase 3, feitos no Brasil, foram divulgados nesta quinta-feira (7) pelo governo de São Paulo. Os dados serão detalhados nesta para a imprensa na sede do Instituto Butantan ainda hoje.

Representantes do Instituto Butantan se reuniram, hoje de manhã, com membros da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e os dados foram apresentados no encontro.

Início da vacinação

Ontem, o governo de São Paulo fez uma reunião virtual com os 645 prefeitos dos municípios paulistas e reafirmou que a vacinação no Estado deverá começar no dia 25 de janeiro – data em que a capital paulista faz aniversário. O secretário de saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, cobrou a ajuda dos gestores municipais para massificar a vacinação.

“O programa vai ocorrer, está desenhado para ter início no dia 25 de janeiro. Para que esse plano seja de exemplo ao país, de proteção à vida, precisamos de cada um de vocês, de cada um dos municípios, apoio que sempre deram para outras campanhas, mas essa é diferente: estamos no meio de uma das maiores crises sanitárias já vividas”, argumentou.

O programa estadual prevê que a imunização ocorra de segunda sexta-feira, das 7h às 22h, e nos finais de semana, das 7h às 17h. “Conseguimos ampliar pontos de vacinação para mais de 10 mil e serão utilizadas escolas, quarteis da PM, estações de trens e ônibus, além de farmácias e esquemas de drive-thru”, detalhou.

Fonte: Correio de Minas

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

Brasil atinge 200 mil mortes por covid-19

0

Com mais 1.524 óbitos ontem, o Brasil ultrapassou a triste marca de 200 mil mortes causadas pela covid-19. No total, são 200.498 pessoas que perderam a vida para o novo coronavírus desde o primeiro registro, em 16 de março do ano passado. Os dados são do Ministério da Saúde.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

O número vem no momento em que a curva de mortes e casos indica uma segunda onda da doença no país. Com as diversas aglomerações registradas nas festas de fim de ano, as previsões apontam que as próximas semanas podem ter um crescimento ainda mais acentuado. E não são só números. São pessoas. Pais, mães, avós, avôs, filhos, vizinhos, colegas de trabalho, namorados. Brasileiros que tiveram seus sonhos interrompidos pelo novo coronavírus.

Esperança

Em meio ao luto de tantas despedidas, luzes no fim do túnel começam a ser vistas pela população. Além da divulgação ontem da eficácia da CoronaVac e das negociações para pedido de uso emergencial junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) também se reuniu com a agência reguladora para acertar detalhes do pedido de utilização de urgência da vacina de Oxford (veja mais detalhes na página 2 desta edição).

Até o momento, o governo federal, sob comando do presidente Jair Bolsonaro, ainda não anunciou o início da vacinação nos brasileiros. A expectativa do Ministério da Saúde é começar a imunização “entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro”. Já o governo de São Paulo, de João Doria (PSDB), pretende iniciar a vacinação no dia 25 deste mês.

Somente a vacina pode frear de vez o aumento de casos e mortes de covid-19 no Brasil. Mas enquanto o imunizante não é distribuído em massa para a população, os cuidados continuam os mesmos: evitar aglomerações e, se for possível, não sair de casa. Além disso, utilize máscara e higienize as mãos frequentemente.

“Temos que ter esperança. A esperança da vacina. Meus sentimentos a todas as pessoas que perderam familiares e amigos”

João Doria, Governador de São Paulo

Restrições aumentam pelo país

Com o iminente agravamento da pandemia por todo o Brasil, estados e prefeituras têm aumentado as restrições para evitar o contágio de covid-19.

A partir de segunda-feira, Belo Horizonte (MG) vai voltar à fase mais rígida da quarentena, em que apenas serviços essenciais, como supermercados e farmácias, podem permanecer abertos. Um decreto deve ser publicado hoje para confirmar o lockdown na capital mineira.

A decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi tomada após aumento para 86,1% na ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Belo Horizonte chegou ao limite”, explicou.

“Não são apenas números, são famílias que perderam seus entes queridos. Presto aqui a minha solidariedade”

Rodrigo Maia, Presidente da Câmara

No Sul, o governo do Paraná prorrogou até o dia 31 de janeiro as restrições à circulação de pessoas e as normas de distanciamento social implementadas no início de dezembro de 2020. Portanto, fica mantido o toque de recolher que limita a circulação de pessoas entre as 23h e as 5h, em todo o estado. A medida só não se aplica a trabalhadores de serviços e atividades essenciais, como saúde e segurança pública.

Manaus (AM) está em lockdown desde o início da semana. Ontem, os dados da prefeitura mostraram que a média de enterros diários cresceu em 80% em apenas 15 dias. A ocupação dos leitos de UTI para tratamento de covid-19 da cidade está próxima de 100%.

Restrições aumentam pelo país

Com o iminente agravamento da pandemia por todo o Brasil, estados e prefeituras têm aumentado as restrições para evitar o contágio de covid-19.

A partir de segunda-feira, Belo Horizonte (MG) vai voltar à fase mais rígida da quarentena, em que apenas serviços essenciais, como supermercados e farmácias, podem permanecer abertos. Um decreto deve ser publicado hoje para confirmar o lockdown na capital mineira.

A decisão do prefeito Alexandre Kalil (PSD) foi tomada após aumento para 86,1% na ocupação dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “Belo Horizonte chegou ao limite”, explicou.

No Sul, o governo do Paraná prorrogou até o dia 31 de janeiro as restrições à circulação de pessoas e as normas de distanciamento social implementadas no início de dezembro de 2020. Portanto, fica mantido o toque de recolher que limita a circulação de pessoas entre as 23h e as 5h, em todo o estado. A medida só não se aplica a trabalhadores de serviços e atividades essenciais, como saúde e segurança pública.

Manaus (AM) está em lockdown desde o início da semana. Ontem, os dados da prefeitura mostraram que a média de enterros diários cresceu em 80% em apenas 15 dias. A ocupação dos leitos de UTI para tratamento de covid-19 da cidade está próxima de 100%.

Fonte: Jornal Metro News

Veja mais em: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/06/farmaceuticas-aumentam-preco-de-600-medicamentos-nos-eua/

EUA querem acelerar ritmo de vacinação enquanto pandemia se agrava e mercado de trabalho sofre

0

Autoridades federais, estaduais e locais dos Estados Unidos buscam acelerar o ritmo da vacinação contra a Covid-19, um dia depois de serem registradas as mortes de 4 mil norte-americanos e enquanto os dados sobre emprego no país mostram que a pandemia e os lockdowns impostos por governos atingiram em cheio o mercado de trabalho.

Veja também: Fiocruz deve pedir uso emergencial da vacina nesta sexta-feira

Até esta quinta-feira cerca de 6 milhões de pessoas nos Estados Unidos receberam a primeira de duas doses do imunizante, apesar da distribuição nacional de mais de 21 milhões de doses, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA.

Siga nosso Instagram

O número é bem menor que as 20 milhões de vacinações que o governo havia prometido aplicar até o final de 2020, enquanto a pandemia dispara em números de infecções, hospitalizações e mortes.

Com os sistemas de Saúde sob uma pressão cada vez maior a cada dia, líderes políticos anunciaram medidas para acelerar o ritmo moroso das vacinações.

Na quarta-feira, importantes autoridades de Saúde dos EUA anunciaram planos para iniciar a distribuição de vacinas contra a Covid-19 em farmácias por todo o país, mais cedo que o esperado nesta semana, já que Estados estavam tendo dificuldades de administrar os estoques de vacinas recebidos.

A parceria com 19 redes de farmácias irá eventualmente permitir que o programa Operação Warp Speed do governo Trump entregue vacinas para até 40 mil locais de todo o país, afirmaram as autoridades na quarta-feira.

O Secretário de Saúde, Alex Azar, também pediu que os governadores não deixem vacinas inutilizadas por conta de políticas que requerem que profissionais de saúde recebam primeiro o medicamento.

Se os Estados estão tendo dificuldades para distribuir a vacina, “então o melhor é abrir para pessoas de 70 anos ou mais e de 65 anos ou mais”, disse Azar.

Fonte: Press From

Projeto da USP usa Whatsapp contra discurso antivacina

0

Tem cara de corrente de Whatsapp – e é para funcionar assim mesmo. A mensagem chega cheia de emojis, traz um título provocativo e apresenta um arquivo de áudio. “Será que as vacinas da covid-19 irão alterar nosso DNA?”, diz a chamada de uma delas. “Será que as vacinas causam autismo?”, pergunta outra.

Veja também: Siemens e Zeta fecham parceria global para impulsionar a transformação digital em processos farmacêuticos

O disparo de dois áudios por semana foi a maneira que a iniciativa União Pró-Vacina encontrou para responder às fake news antivacinação disseminadas principalmente por meio do aplicativo de mensagens instantâneas. O projeto, criado pelo polo de Ribeirão Preto do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA/USP), já congrega outras oito entidades e soma esforços de professores, pesquisadores, funcionários e alunos universitários.

Siga nosso Instagram

De acordo com o estudante de farmácia Wasim Syed, um dos participantes da iniciativa, a opção pelos áudios de Whatsapp foi a tática encontrada para “furar a bolha acadêmica, romper a bolha dos que já sabem da importância da vacinação”. “Queremos chegar até aqueles que têm dúvidas”, comenta ele.

Conforme conta o analista de comunicação João Rafael, assistente de coordenação do IEA/USP, os áudios são pensados com o objetivo de combater e desmistificar os conteúdos falsos recebidos – e que são devidamente analisados e monitorados pelo projeto.

“Procuramos selecionar aqueles que mais viralizaram e criamos respostas verdadeiras, porém com uma linguagem mais acessível, evitando jargões e procurando trazer exemplos e comparações”, explica.

Queda da vacinação

A União Pró-Vacina foi criada em outubro de 2019. Os fundadores estavam preocupados com a queda gradual, ano a ano, da cobertura vacinal no Brasil. Na mesma época, a Sociedade Brasileira de Imunizações divulgou uma pesquisa indicando que 67% dos brasileiros acreditavam em pelo menos uma informação falsa a respeito do funcionamento ou da eficácia das vacinas.

O projeto passou a atuar em duas frentes. De um lado a produção de conteúdo sobre o tema para disseminação em plataformas digitais; de outro, o monitoramento de discursos que divulgam conteúdo antivacina. Quando veio a pandemia, contudo, a prioridade se tornou rebater teorias da conspiração atreladas ao desenvolvimento do imunizante anti-covid.

E então os integrantes do projeto perceberam que não iriam conseguir responder à altura se ficassem publicando informação científica de modo tradicional. E que não bastaria estar presente nas redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram. Era preciso conquistar o Whatsapp.

“A maioria das fake news circula em grupos de Whatsapp”, comenta Syed. “Sabemos que a influência é grande no Brasil, a ponto de alterar a opinião pública e influenciar como as pessoas respondem à pandemia.”

“Como nada viraliza tanto quanto um áudio de Whatsapp, decidimos analisar a estrutura do discurso e produzir conteúdo no mesmo formato. Tudo para conseguirmos persuadir pessoas com informação correta, e não com discurso conspiracionista”, completa o estudante. “Estamos tentando usar a mesma arma do inimigo, mas com muita responsabilidade.”

Responsabilidade social

Para o biofísico Antonio da Costa Filho, professor da USP de Ribeirão Preto e coordenador do polo ribeirão-pretense do IEA, “o Whatsapp é o caminho” porque a ferramenta se tornou o mais popular meio de comunicação do Brasil atual.

“Esse tipo de projeto envolve várias áreas do conhecimento e implica oferecer um serviço de informação comprometido em um momento delicado de negacionismo científico, de contestação de evidências, cloroquinas da vida e um comportamento que não condiz com aquilo que seria necessário para combater uma pandemia de forma eficiente”, afirma.

Vice-coordenadora do polo do IEA e diretora do centro colaborador brasileiro da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, a professora Carla Arena Ventura avalia que o estado pandêmico torna urgente a “implementação de meios assertivos e claros de disseminação de informações baseadas em evidências científicas”.

Ela ressalta que, diante do fato de que “dependemos da vacinação para garantir a proteção coletiva da população brasileira contra a covid-19”, a ideia de usar mensagens de áudio para propagar informações verdadeiras demonstra a “responsabilidade social” da universidade.

O poder das fake news

Na análise das fake news propagadas, os integrantes da iniciativa não só aprendem o estilo que pode funcionar para fisgar o público como se debruçam sobre o fato de que as inverdades parecem ter muito mais apelo.

“Mentiras, fofocas e rumores se disseminam muito mais rapidamente, porque a informação correta muitas vezes é o que as pessoas não querem ouvir”, acredita Syed. “Fake news é aquilo que as pessoas querem ouvir, querem acreditar. Servem de muleta para as pessoas se apoiarem.”

O analista Rafael pontua também que as artimanhas das fake news incluem apelo às emoções, sensacionalismo e, não raras vezes, ataques e insinuações enganosas. “Esses elementos causam reações extremas nos usuários da rede, gerando mais interações e, consequentemente, melhor desempenho perante os algoritmos das plataformas digitais”, argumenta.

Fonte: Região Noroeste 

Farmácia de Maringá tem mais de 300 tipos de remédios para doação

0

Em uma sala climatizada no Hospital Municipal de Maringá existem mais de 300 remédios diferentes para doações. Todos foram entregues por moradores e donos de clínicas e agora estão à espera de pacientes que precisam da medicação.

São remédios para várias doenças, desde medicamentos mais baratos, até os tarjas preta, que geralmente são mais caros. O estoque é da Farmácia Solidária, um projeto da Prefeitura de Maringá, que nasceu em 2019.

Segundo a gerente de assistência farmacêutica Larissa Zanolli o objetivo do projeto é tentar evitar a automedicação e levar medicamentos em bom estado de consumo para quem precisa.

Siga nosso Instagram: https://www.instagram.com/panoramafarmaceutico/

“O objetivo do programa é fazer o uso racional dessa medicação, tirar essa medicação de dentro das casas da população para que eles não façam o uso indevido e também livrar o meio ambiente de descarte incorreto. As pessoas doam, outras recebem e a gente faz esse controle”, explicou Larissa Zanolli.

Quem quiser doar medicamentos pode levar em qualquer farmácia das 34 Unidades Básicas de Saúde (UBS′s). Basta assinar o termo de doação e deixar o remédio.

Agora, quem quiser solicitar um dos medicamentos do estoque precisa acessar o Portal da Saúde. Clique aqui e acesse. Para fazer a solicitação é preciso o número do usuário SUS e senha para consulta de lista de medicamentos e UBS e anexar receita, se obrigatória.

Veja os medicamentos disponíveis para doações

Para saber quais medicamentos estão no estoque da farmácia basta clicar no banner Farmácia Solidária na home do site da Prefeitura de Maringá. Clique aqui e veja o estoque de medicamentos disponíveis para doação.

Fonte: Rádio Maringá