Propaganda ainda vive desafio da diversidade

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Embora o debate sobre diversidade seja forte tanto em notícias quanto nas redes sociais, a 9.ª onda de uma pesquisa realizada pela ONU Mulheres e pela Heads Propaganda aponta que, depois de mostrar avanço, a representatividade racial, de gênero e orientação sexual vive um momento de estagnação na publicidade brasileira. O levantamento, realizado desde 2015, tem coordenação da publicitária Isabel Aquino.

“Acho que as mensagens precisam de uma nova chacoalhada. O mercado está falando de diversidade de uma forma que é lugar comum”, afirma ela.

A pesquisa Todxs, que analisou mais de 20 mil inserções publicitárias na TV e quase 6 mil posts no Facebook, corrobora a avaliação de Isabel. O índice de mulheres negras como protagonistas de comerciais ficou em 22% no levantamento realizado em fevereiro de 2020, forte evolução em relação a 2015, quando o porcentual era de 4%. O índice, porém, está abaixo dos 25% registrados em julho de 2018.

A responsável pela pesquisa diz que, embora um índice acima de 20% possa ser considerado um avanço, é necessário lembrar que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 54% dos brasileiros se denominam negros. Ou seja: no que se refere à raça, o resultado está longe de refletir a vida como ela é. A publicitária cobra histórias de personagens negros como foco único de propagandas. “É com esse protagonismo que se contextualiza um indivíduo com história, profissão e opinião”, diz.

Há outras evidências de que a representatividade não está solidificada no setor. Na amostra analisada, o total de homens negros como protagonistas caiu de 22%, em fevereiro de 2019, para 7%, um ano depois. Em um recorte sobre publicidade para o público de 60 anos ou mais exibida na televisão, o levantamento apontou completa ausência de mulheres negras. A representação geral de membros da comunidade LGBT+ ficou pouco acima de 1%.

Nessa rodada, no entanto, houve avanços. Um deles foi o crescimento na representação de mulheres negras em anúncios veiculados no

O total de protagonistas nesse universo chegou a 35%, quebrando o padrão dos oito levantamentos anteriores, quando jamais havia superado 23%. “A TV é uma mídia mais conservadora, então talvez seja mais fácil para as marcas ousarem nas redes sociais”, diz Isabel. Entre os segmentos que têm trazido mulheres negras como protagonistas, está o de beleza e cosméticos.

Esforço.

A publicidade tem buscado ampliar a diversidade nas agências com contratação de mais profissionais negros. Conforme mostrou reportagem do Estadão em novembro, a Wunderman Thompson, por exemplo, criou há três anos um projeto que visava a marca de 20% de colaboradores negros ao fim de 2020. A empresa já superou essa meta, além de ter criado um grupo para identificar estereótipos raciais no dia a dia – o que inclui o trabalho produzido pela companhia.

“As agências estão cada vez mais contratando profissionais negros, principalmente nos últimos três anos. Vejo essa evolução de forma muito positiva, mas tardia”, avalia Patrícia Santos, fundadora e CEO da EmpregueAfro, consultoria de RH voltada à diversidade étnico-racial. “As grandes empresas vinham em um grande processo de valorização da diversidade há pelo menos uns 6 ou 8 anos, enquanto as gigantes de tecnologia já atuavam nisso no mínimo há uns 15 anos.”

Para que se reflita na publicidade, Patrícia salienta que a representatividade precisa crescer não apenas dentro das agências, mas principalmente nas grandes empresas brasileiras, que são os clientes que solicitam os trabalhos de propaganda. “Quando as compradoras dos serviços que as agências oferecem contratam e promovem funcionários negros, elas criam um efeito dominó (no mercado).”

Fonte: Terra 

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2018/01/09/industria-de-cosmeticos-aposta-na-diversidade-para-crescer-em-2018/

Brasileiro que já teve Covid é vacinado contra a doença nos EUA

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O ano de 2021 começou com sinais de esperança ao brasileiro Douglas Axel Felizardo. Natural de Sertãozinho (SP), ele mora há quatro anos na cidade de Brandywine, no estado de Maryland, nos Estados Unidos. Após contrair a Covid-19 em março do ano passado, teve a oportunidade de receber a primeira dose da vacina contra a doença na sexta-feira (1º), por trabalhar na área de saúde.

O técnico oftálmico de 27 anos disse ao G1 que, por conta da infecção, perdeu paladar e olfato por duas semanas, além de ter tido febre alta e falta de ar. Não precisou ser internado e se recuperou em casa. “Foi um pesadelo. Fiquei com medo de morrer”, contou.

Agora, após a primeira dose da vacina, está mais aliviado e aguarda com ansiedade a aplicação da segunda etapa do imunizante, marcada para 19 de janeiro. No entanto, gostaria que a sensação se estendesse aos familiares, que estão no Brasil.

“Quando soube que seria vacinado, eu fiquei muito feliz. Foi uma sensação de luz no fim do túnel. Sensação de alívio, mas ao mesmo tempo tristeza, porque queria que meus familiares tivessem a mesma oportunidade que eu tive”, afirmou.

Felizardo tomou a vacina da Pfizer, que foi aprovada no dia 13 de dezembro nos EUA e começou a ser aplicada no dia 14. O país também conta com o imunizante da Moderna no combate ao novo coronavírus. A aplicação começou no dia 20.

Convocação e agendamento

O brasileiro chegou aos EUA após ter se casado com um norte-americano. Depois de aprimorar o inglês, teve interesse pela área de saúde e fez um curso avançado de técnico de enfermagem. Ao pegar a certificação, conseguiu emprego em um hospital, onde atuou por dois anos.

Agora, como técnico oftálmico, trabalha com cirurgiões especializados em olhos e, desde o anúncio do início da vacinação contra a Covid-19, soube que estava na lista dos prioritários.

“Já estávamos cientes que agentes de saúde, não importando a posição, seriam os primeiros a tomar a vacina. Com isso na quinta-feira (31), recebemos um e-mail dos nossos supervisores dizendo que havia chegado a nossa vez”, explicou.

Felizardo foi vacinado no salão de um hospital na cidade onde mora e disse que o processo foi simples e organizado, apesar da grande fila registrada no primeiro dia de 2021. Ele não teve reações adversas ao imunizante.

“O processo de agendamento foi super simples. O que eu fiz foi clicar no link que me mandaram, agendar, e ir ao local programado para receber a vacina. Não demorei muito. O que tive que fazer foi esperar na fila, assinar alguns documentos e aguardar minha vez. No final, esperei por 15 minutos em uma sala para ver se tinha alguma reação”, contou.

Vacina da Pfizer

Na análise do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), órgão de saúde dos Estados Unidos, a vacina desenvolvida pelas farmacêuticas Pfizer e BioNTech apresentou alta eficácia em todas as faixas de idade, sexo, raça e etnia.

O imunizante precisa ser armazenado a uma temperatura de -70ºC, motivo apontado como um problema por especialistas, e é pioneiro no uso da tecnologia mRNA, método que usa parte do material genético do vírus para estimular o corpo a produzir defesa contra o Sars-Cov-2, causador do novo coronavírus.

A meta das autoridades de saúde norte-americanas era vacinar 20 milhões de pessoas contra a Covid-19 até o dia 31 de dezembro, o que não aconteceu.

No último dia de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concedeu aprovação emergencial para o imunizante da Pfizer-BioNTech com o objetivo de facilitar a aprovação interna em países que ainda não o aprovaram.

No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a farmacêutica ainda discutem ações para pedidos de registro dos usos emergencial e definitivo da vacina.

Fonte: G1 

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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/07/07/vacina-contra-o-coronavirus-orgao-regulador-dos-eua-poe-em-duvida-previsao-de-trump/

Fiocruz pedirá esta semana uso emergencial da vacina AstraZeneca

A Fiocruz informou no domingo que, ainda esta semana, fará o pedido de uso emergencial à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) do imunizante da AstraZeneca, que será produzido pela fundação e terá dois milhões de doses prontas importadas da Índia, onde também é produzido. Os primeiros lotes com os insumos para produção no Brasil devem chegar ao país este mês. No pedido de uso emergencial, o laboratório deve informar quantas doses serão aplicadas e em quem. Pela norma, a agência tem até dez dias para emitir a autorização de uso. Mas técnicos da Anvisa acreditam que isso será feito em menos tempo.

Veja também: Reino Unido aplica primeira dose da vacina de Oxford

A agência autorizou a Fiocruz a importar 2 milhões de doses prontas da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford. A expectativa é que as primeiras doses — a serem compradas pela Fiocruz do Instituto Serum, da Índia, um dos centros de produção do imunizante — comecem a chegar ao país este mês, o que não significa que o medicamento está liberado para uso no Brasil. Ainda há procedimentos a serem cumpridos que podem empurrar o início da vacinação dos brasileiros para o início de fevereiro.

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Agulhas e seringas

O Ministério da Economia passou a exigir, desde 1º de janeiro, uma licença especial para autorizar a exportação de agulhas e seringas, o que deixará o processo de liberação das mercadorias mais lento. O objetivo é garantir o abastecimento desses produtos no mercado interno durante a vacinação contra a Covid-19.

Na semana passada, o Ministério da Saúde pretendia comprar 331 milhões desses produtos, mas só conseguiu 7,9 milhões, 2,4% do total. As empresas reclamaram que os preços pagos pelo governo estavam abaixo dos praticados no mercado. Desde o ano passado, existe uma lei que restringe a exportação de produtos médicos, hospitalares e de higiene usados no enfrentamento da pandemia. Outros países adotaram essa medida.

Brasil tem 196 mil mortos

Até as 20h de ontem, o Brasil tinha registrado 287 mortes pela Covid-19 em 24 horas, chegando a 196.029 óbitos desde o começo da pandemia. A média móvel de mortes nos últimos sete dias foi de 698, o que representa uma queda de 9% em comparação a 14 dias atrás. A média móvel de novos casos foi de 35.810 por dia, uma redução de 25%.

Fonte: Yahoo Finanças

Pequim inicia campanha de vacinação em larga escala

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Milhares de pessoas formaram filas em Pequim para receber a vacina contra a covid-19 em uma campanha para inocular milhões de habitantes antes da temporada de viagens por ocasião do Ano Novo chinês em fevereiro.

Mais de 73.000 pessoas receberam a primeira dose da vacina nos últimos dois dias na capital da China, informou a imprensa estatal no domingo, incluindo trabalhadores comunitários e motoristas de ônibus.

As autoridades de saúdes aprovaram de maneira “condicional” no último dia de 2020 a vacina do grupo chinês Sinopharm, que tem eficácia 79%, segundo o laboratório.

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O canal público de televisão CCTV exibiu imagens de filas em hospitais e centros comunitários de saúde. As pessoas aguardavam para ler os formulários de consentimento e ter a temperatura medida antes da aplicação da vacina.

As autoridades anunciaram que academias e estabelecimentos comerciais vazios serão transformados em centros de vacinação.

A China prevê vacinar milhões de pessoas até meados fevereiros, por ocasião do Ano Novo chinês.

Pequim administrou 4,5 milhões de doses de vacinas durante a fase de testes, a maioria em trabalhadores e outros funcionários estatais que trabalham no exterior, segundo as autoridades.

Mas a China planeja agora uma campanha gradual de vacinação, começando por grupos considerados de alto risco, como funcionários dos portos e do setor de logística, além de pessoas que planejam retomar os estudos no exterior.

A China – onde surgiu o novo coronavírus no fim de 2019 – controlou o vírus dentro das fronteiras com base em confinamentos draconianos e testes de diagnóstico em larga escala quando algum caso era detectado.

Fonte: Yahoo Brasil 

Japão contempla decretar estado de emergência na grande Tóquio

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O primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, anunciou nesta segunda-feira que o governo “contempla” decretar um novo estado de emergência na região da grande Tóquio após o aumento de contágios de coronavírus, que tornou a situação “muito grave”.

O chefe de Governo japonês espera que a campanha de vacinação comece no fim de fevereiro e afirmou que será um dos primeiros a receber a vacina.

Suga, que fez um apelo para que a população evite as saídas não indispensáveis, declarou que o governo se prepara para modificar a lei para conseguir punir os estabelecimentos que não respeitam as ordens de redução do horário de funcionamento ou de fechamento temporário. Ao mesmo tempo, prometeu incentivos.

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Ele também reiterou o compromisso de Tóquio para organizar os Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que foram adiados até o verão (hemisfério norte) de 2021 devido à pandemia. A organização do evento, disse, será “uma prova de que a humanidade venceu o vírus”.

Yoshihide Suga, que sucedeu Shinzo Abe em setembro, é alvo de muitas críticas pela gestão do governo da crise sanitária.

O Japão, que em comparação com outros países teve relativamente poucos casos – 240.000 infectados e menos de 3.600 mortes, segundo os dados oficiais -, registra desde novembro um forte aumento de contágios. Na quinta-feira superou pela primeira vez a marca de 4.000 novos infectados em 24 horas.

No sábado, os governadores de Tóquio e de três departamentos próximos pediram ao governo que declare um novo estado de emergência, como o decretado em abril e maio de 2020, que foi ampliado progressivamente ao restante do país.

Mas o governo hesitava por temer uma nova queda da economia, após três trimestres de recessão.

Suga, porém, admitiu nesta segunda-feira que “uma mensagem mais contundente é necessária”.

“O governo contempla decretar estado de emergência com medidas que permitirão reduzir os contágios em bares e restaurantes”, disse.

O estado de emergência permite aos governos locais recomendar o fechamento de empresas e que os habitantes permaneçam em suas casas, mas não tem caráter obrigatório nem prevê sanções em caso de não cumprimento.

A respeito das vacinas, Suga declarou que o governo aguarda os dados precisos das empresas farmacêuticas americanas até o fim do mês e que a a vacinação pode começar no fim de fevereiro.

Os primeiros vacinados serão os profissionais da saúde, os idosos e os funcionários de casas de repouso. Suga disse que será um dos primeiros a tomar a vacina.

Fonte: Yahoo Finanças

Reino Unido aplica primeira dose da vacina de Oxford

Menos de uma semana após aprovar vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceira com a farmacêutica AstraZeneca, o Reino Unido vacinou a primeira pessoa com o imunizante.

Brian Pinker, um homem de 82 anos, recebeu a primeira dose em um hospital a algumas centenas de metros de distância de onde a vacina foi desenvolvida.

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Esta é a segunda vacina aprovada pelos britânicos. A primeira foi a da Pfizer/BioNTech, que já começou a ser aplicada em grupos com prioridade no Reino Unido. O país também foi o primeiro a aprovar a vacina.

Fonte: G1

Brasil faz 1º censo de vacinas em 14 anos de olho no combate à Covid-19

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O Brasil espera ansiosamente em 2021 a chegada de vacinas para conter a pandemia do novo coronavírus. Mas o ano começa com um acerto de contas com outras e antigas doenças. Neste mês, pesquisadores do primeiro censo de vacinas no país em 14 anos vão bater à porta de famílias de Norte a Sul para descobrir a quantas anda a nossa vacinação.

Mesmo tendo um dos melhores programas de imunização do mundo, o país tem visto a cobertura vacinal cair drasticamente. Metade das 15 vacinas do calendário infantil não alcança a meta desde 2015, inclusive a da poliomielite. Com o resultado desse censo, poderão ser traçadas estratégias para reverter uma tragédia que levou ao retorno do sarampo.

A epidemiologista Carla Domingues, que por oito anos (de 2011 a 2019) esteve à frente do Programa Nacional de Imunizações (PNI), agora coordena, sob encomenda do Ministério da Saúde, com o professor José Cassio de Moraes, este novo Inquérito de Cobertura Vacinal.

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A seguir, a epidemiologista dá detalhes do projeto:

Três mil crianças

“O inquérito vacinal é como um censo. Além de avaliar as coberturas, vai buscar informações sobre os motivos da não vacinação. O trabalho será feito numa primeira etapa com 3 mil crianças das capitais brasileiras. A opção foi por nascidos em 2017, pois esse período abarca todo o calendário vacinal infantil, que deve ser concluído aos 2 anos de idade. O critério de seleção das famílias será censitário, com sorteio de endereços.”

Vacinação no Brasil

“O último inquérito foi realizado em 2007. O Brasil só tem estimativas e precisa urgentemente de dados reais e atualizados porque isso impacta na estratégia de cobertura. A gente não sabe de fato quantas pessoas são vacinadas no país.”

Dados confusos

“Há muita confusão. Uma pessoa que tenha se mudado e se revacinado pode contar como dois indivíduos. Se ela perde a caderneta, tem que ser revacinada. Temos municípios com 300% de cobertura para algumas vacinas, o que sabemos que não pode ser verdade.”

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Cadastro único

“Até hoje o Brasil não tem um cadastro nominal único em todo o território. Além disso, 3% das salas de vacinação ainda não são informatizadas. Um cadastro completo trará imenso benefício e vai mostrar onde está a população não vacinada.”

Queda da cobertura

“A cobertura de todas as vacinas caiu nos últimos quatro anos, inclusive a BCG, que protege contra a tuberculose e é aplicada ainda na maternidade. Isso impressiona muito. O inquérito busca responder o porquê. Temos hipóteses, que atuam juntas. Há problemas de acesso, distribuição e convicção.”

Ameaça esquecida

“As novas gerações não conviveram com o terror do sarampo e da pólio, como a minha, que abraçou as vacinas como dádiva, uma salvação. A imunização foi tão bem-sucedida que essas doenças foram controladas e as pessoas perderam o medo delas. Mas, quando a vacinação cai, as doenças voltam. Foi o que vimos acontecer tragicamente com o sarampo.”

Grupos antivacina

“A ação dos grupos antivacina é nociva. Eles fazem campanhas criminosas contra a saúde pública, assustando com mentiras, semeando o pânico. E somam-se a eles as fake news, que são espalhadas não apenas pelos ativistas antivacina. Há também muita desinformação geral.”

Infraestrutura

“Há dificuldade de acesso aos postos de vacinação em muitas partes do país. Distância, problemas no funcionamento e na oferta de doses, horários incompatíveis, tudo isso impacta muito. ”

Mães e filhos

“Uma criança de até 2 anos tem que ser levada pelo menos dez vezes ao posto de vacinação. Ela precisa tomar 15 vacinas, de 30 a 40 doses no primeiro ano de vida. Muitos pais não conseguem porque os postos funcionam no horário em que estão no trabalho. Às vezes uma mãe percorre distâncias enormes, gasta dinheiro que não tem com a passagem e quando chega no posto não há funcionários ou falta tal vacina. Por vezes, essa mãe não volta.”

Automação

“Se o sistema fosse informatizado, poderia haver, por exemplo, mensagens automáticas de WhatsApp para lembrar uma mãe que ela precisa levar o filho para tomar determinadas doses. A verdade é que sem automação será impossível para o Brasil acompanhar a cobertura vacinal. E isso é crítico nesse momento de pandemia. Com o sistema informatizado, muito tempo seria economizado agora para cadastrar as pessoas.”

Cronograma

“Vamos coletar dados em janeiro e esperamos ter resultados parciais após três meses de análises. Pedimos a colaboração da população. Por favor, recebam em casa os entrevistadores.”

Fonte: Yahoo Brasil

Fiocruz quer antecipar início de vacinação

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou pedido da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para a importação de 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, com o laboratório sueco AstraZeneca. A Fiocruz vai adquirir as vacinas prontas do Instituto Serum, da Índia, um dos centros de produção do imunizante. A estratégia, segundo comunicado divulgado ontem pela fundação, é contribuir com o início da vacinação ainda em janeiro, com as doses importadas.

Veja também: Governo nega que veto afetará vacinas

A aprovação foi dada em caráter excepcional, porque o imunizante ainda não tem autorização de uso emergencial ou registro sanitário definitivo na Anvisa. Segundo a Fiocruz, um pedido de registro definitivo da vacina será submetido à agência em 15 de janeiro.

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A Fiocruz será a responsável por produzir a vacina no Brasil, sob licença. O governo já fechou acordo com o AstraZeneca para a compra de 100 milhões de doses. Na nota divulgada ontem, a fundação reitera que, até julho de 2021, “entregará 110,4 milhões de doses ao Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, sendo a primeira entrega, de um milhão de doses, na semana de 8 a 12 de fevereiro”. “Com a incorporação da tecnologia concluída, a Fiocruz terá a capacidade de produzir mais 110 milhões ao longo do segundo semestre de 2021”, informou a instituição.

O fundador da Anvisa e médico sanitarista Gonzalo Vecina aponta que a importação vai agilizar o processo de vacinação. “As vacinas que estamos adquirindo, provavelmente, obterão registro na Anvisa nos próximos dias e estarão à disposição quando o Ministério da Saúde precisar”, disse. O Instituto Butantan, que produzirá a vacina chinesa CoronaVac, já importou boa quantidade do imunizante e também precisa pedir registro do produto na Anvisa.

Vecina, no entanto, critica a ausência de um cronograma do governo federal para imunizar a população. “Até agora, o Ministério da Saúde não tomou essa decisão. Quem vamos vacinar, qual o cronograma? Não sabemos como a pasta vai agir”, ressaltou.

Ontem pela manhã, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciaria hoje as datas de vacinação no país. A informação, no entanto, foi desmentida horas depois pelo ministério.

Alexandre Pierro, analista e consultor de inovação da Palas, considerou positiva a importação da Fiocruz, mas alertou que o Brasil poderá enfrentar sérios problemas por estar atrasado na compra de insumos necessários para a aplicação da vacina. “Corremos o sério risco de termos a vacina aprovada, mas não termos seringa, algodão, capacidade de armazenamento. O capitalismo funciona de acordo com a demanda e a oferta. Não adianta o Ministério da Saúde tentar comprar seringa pelo preço que pagava há dois anos, porque não vai conseguir. Israel já conseguiu vacinar 10% da população, mas eles já tinham acordos para compras de insumos desde abril. Estamos muito atrasados”, disse.

Em pregão eletrônico realizado em 29 de dezembro, segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o Ministério da Saúde conseguiu comprar apenas 7,9 milhões das 331 milhões de seringas e agulhas que pretendia adquirir. Em perfis institucionais nas redes sociais, o ministério classificou como “fake news” as notícias de que enfrenta dificuldade na compra de insumos.

Em 31 de dezembro, porém, o secretário-executivo da Saúde, Elcio Franco, enviou ofício ao Ministério da Economia pedindo a suspensão das exportações desses produtos. No mesmo dia, portaria da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) determinou que eles fossem incluídos na lista dos que precisam de licença especial de exportação, o que dificulta a venda para outros países.

Fonte: Correio Braziliense

Governo nega que veto afetará vacinas

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Os vetos do presidente Jair Bolsonaro a trechos da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 não afetarão a aquisição, o desenvolvimento ou a distribuição de “quaisquer” vacinas, inclusive contra a covid-19, disse o governo federal em nota.

Veja também: Governo federal restringe exportação de agulhas e seringas

O texto foi divulgado ontem, dois dias depois de o presidente ter vetado um dispositivo que blindava de cortes e bloqueios as despesas relacionadas ao combate à covid-19 ou vinculadas à produção ou aquisição de vacinas contra a doença. O trecho havia sido incluído pelo Congresso Nacional na LDO.

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“Em relação aos vetos (…), cabe esclarecer que o governo federal abriu, no ano passado, um crédito extraordinário de R$ 20 bilhões destinados à compra de vacinas contra a covid-19 e à campanha de imunização da população, valor que ainda não foi utilizado e estará disponível para uso, na íntegra, no ano corrente”, afirma a nota, assinada pela Secretaria-Geral da Presidência da República e pelos ministérios das Comunicações e da Economia.

O governo ressalta, ainda, que não haverá suspensão de execução de recursos destinados para vacinas, pois a LDO já prevê que imunobiológicos para prevenção e controle de doenças constituem obrigações legais da União que não são passíveis de contingenciamento.

“Isso inclui todas as vacinas, para toda e qualquer doença contagiosa que integre o Programa Nacional de Imunizações previsto na Lei 6.259. Portanto, os vetos à LDO não afetarão a aquisição, o desenvolvimento ou a distribuição de vacinas, quaisquer que sejam, inclusive as contra a covid-19”, completa a nota.

Durante a votação da LDO, os parlamentares decidiram proteger algumas áreas de cortes, entre as quais “despesas relacionadas com o combate à pandemia da covid-19 e o combate à pobreza” e “despesas com ações vinculadas à produção e disponibilização de vacinas contra o coronavírus (covid-19) e a imunização da população brasileira”. O dispositivo, porém, foi vetado por Bolsonaro na sanção da lei.

De acordo com a nota do governo, essa blindagem era “redundante”, pois todas as vacinas já estão protegidas de contingenciamento na LDO. “A redundância de previsões em seções diversas, além de ser desnecessária, poderia dar origem a interpretações divergentes sobre a forma de tratamento orçamentário da campanha de vacinação da covid, pois incluía a vacina da covid na seção de despesas que não são legalmente obrigatórias”, emenda.

De acordo com o governo, o presidente sancionou 83 itens que não poderão ser contingenciados. “Esses itens ‘blindados’ não poderão ter sua execução restrita mesmo em caso de queda da arrecadação, seja por serem legalmente obrigatórios, seja por serem considerados estratégicos”, enfatiza.

A lista inclui alimentação escolar, piso da atenção básica à Saúde, benefícios do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), assistência farmacêutica e insumos estratégicos na atenção básica em Saúde, abono salarial, seguro-desemprego, aquisição de caças pela Aeronáutica (projeto FX2), novo Cargueiro Tático Militar da Embraer KC-390, programa de desenvolvimento de submarinos (PROSUB), programa nuclear da Marinha e outros. “No caso da Defesa, foram ressalvados aqueles programas considerados estratégicos. Os demais programas da Defesa também estão sujeitos a contingenciamento”, finaliza a nota.

293 mortes em 24 horas

O Brasil registrou, nas últimas 24 horas, 293 mortes em decorrência do novo coronavírus, elevando o total de vidas perdidas a 196.018. No mesmo intervalo, foram 17. 341 casos notificados, chegando a 7.733.746 infecções. Os dados são do Ministério da Saúde.

O país é o terceiro mais afetado pela covid-19 quando são levados em conta os números de casos — fica atrás dos Estados Unidos (20.346.372) e da Índia (10.323.965).

No mundo, o Brasil aparece em segundo lugar em número de mortes. Os EUA são os que mais vítimas têm: 349.246, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Ontem, os moradores do Rio de Janeiro receberam uma boa notícia. O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, declarou que ainda aguarda uma definição de data, mas deixou escapar que “com certeza, nós começamos a vacinar este mês”. Questionado se a Prefeitura havia recebido essa garantia do Ministério da Saúde, Soranz sorriu e disse apenas que “nós temos a expectativa que comece assim que possível”.

Fonte: Correio Braziliense

Mochila que monitora o cérebro ajudará no estudo da epilepsia e outros males

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O cérebro é o órgão mais complexo do corpo humano, o que também faz dele um dos principais alvos de pesquisas científicas. Para decifrá-lo, cientistas têm buscado o auxílio de ferramentas tecnológicas. Com essa premissa, investigadores americanos desenvolveram uma mochila especial, equipada com um refinado sistema computacional, que consegue ler as ondas cerebrais do usuário. A solução dispensa o uso de fios, o que permite uma análise neural apurada durante a locomoção. Os testes iniciais com o novo dispositivo revelaram alguns segredos relacionados ao rastreamento de objetos e de outras pessoas. As descobertas foram publicadas na revista especializada Nature.

Veja também: Novo mediador pode potencializar anti-inflamatórios e eliminar risco de danos gastrointestinais

A nova tecnologia foi desenvolvida por cientistas do projeto Brain Initiative (BI), que pertence ao Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e Derrame (NIH, em inglês), nos Estados Unidos. A iniciativa incentiva o desenvolvimento de dispositivos que auxiliem a compreensão da cognição humana. “Muitas das conquistas mais importantes nas pesquisas sobre o cérebro foram desencadeadas por avanços tecnológicos. É disso que se trata o BI. Ele desafia os pesquisadores a criar ferramentas e, em seguida, usar esses recursos para revolucionar nossa compreensão do cérebro e de distúrbios neurais”, afirma, em comunicado, John Ngai, diretor do projeto.

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Os pesquisadores do BI, em parceria com cientistas da Universidade da Califórnia (UCLA), desenvolveram uma mochila eletrônica para ser usada exclusivamente em pesquisas neurocientíficas. A nova ferramenta contém um sistema computacional robusto, que pode se conectar a eletrodos implantados cirurgicamente na cabeça de pacientes, sem a necessidade do uso de fios presos em uma base. Os especialistas explicam que essa característica é essencial para realizar experimentos mais complexos, em que o indivíduo analisado precisa se locomover.

“Até agora, as únicas maneiras de estudar diretamente a atividade do cérebro humano exigiam que o sujeito ficasse quieto, deitado em um enorme escâner cerebral ou ligado a um dispositivo elétrico de gravação”, detalha Nanthai Suthana, pesquisadora da UCLA e uma das desenvolvedoras da tecnologia. “A mochila liberta o paciente e permite estudar como o cérebro funciona durante a realização de movimentos naturais”, completa.

Nos primeiros testes, os pesquisadores observaram se o computador alocado na mochila conseguiria se conectar simultaneamente a vários outros dispositivos eletrônicos, como óculos de realidade virtual, rastreadores de olhos e monitores de coração, pele e respiração. As análises iniciais foram bastante positivas e abriram as portas para a segunda etapa de estudo, focada na investigação da atuação do cérebro enquanto uma pessoa se locomove.

Epilepsia

A equipe trabalhou com um grupo de participantes com epilepsia resistente a medicamentos (leia Para saber mais), com idade entre 31 e 52 anos, que receberam implantes neurais de eletrodos para controlar convulsões. “Esses dispositivos residem em um centro de memória no cérebro chamado lobo temporal médio, que descobrimos ser, em ratos, o responsável pelo controle da navegação. Sabemos também que a atividade neural das células presentes nessa área, chamada de ritmos teta, é o que ajuda os roedores a saberem onde eles e outros animais estão. Queríamos ver se o mesmo acontece em humanos”, explica Suthana.

Para examinar o papel que o lobo temporal médio desempenha na navegação humana, os pesquisadores pediram aos participantes do experimento que colocassem a mochila e entrassem em uma sala vazia. Cada parede era forrada com uma fileira de cinco placas coloridas e numeradas de um a cinco. Por meio de um alto-falante de teto, uma voz computadorizada pedia aos indivíduos que caminhassem até uma das placas. Assim que chegavam ao marcador, a voz pedia aos analisados que procurassem um ponto negro escondido em algum lugar da sala. Enquanto isso, a mochila registrava as ondas cerebrais e os movimentos dos olhos dos voluntários.

As gravações elétricas feitas pela mochila revelaram um padrão distinto na atividade cerebral: picos mais altos dos ritmos teta foram registrados quando os participantes buscavam a figura pedida, comparando aos momentos em que vagavam no meio da sala. “Esses resultados apoiam a ideia de que essa atividade neural específica ajuda o cérebro durante uma navegação espacial, principalmente quando estamos a procura de algo”, enfatiza Ngai.

Os cientistas observaram resultados semelhantes quando os participantes assistiam a outra pessoa procurarem o mesmo ponto na sala. “Vimos que nosso cérebro usa um código comum para buscar elementos específicos, como objetos, e também a localização de outras pessoas quando estamos em ambientes sociais. É algo fascinante”, frisa Matthias Stangl, pesquisador na UCLA e também autor do estudo. “Várias evidências indiretas já apontavam para esse papel do lobo temporal medial durante a realização desse tipo de tarefa, mas testar era difícil. Finalmente conseguimos dar validade às nossas suspeitas.” complementa.

Noção de espaço

A mochila tecnológica deverá ser usada pelos cientistas estadunidenses em estudos relacionados à locomoção humana. O principal objetivo do grupo é entender melhor como o cérebro de uma pessoa desenvolve a noção de espaço considerando a proximidade de outros indivíduos.

“As atividades cotidianas exigem que naveguemos constantemente em torno de diversos sujeitos que ocupam o mesmo lugar. Atividades como escolher a fila de segurança mais curta do aeroporto, procurar vaga em um estacionamento lotado ou evitar esbarrar em alguém na pista de dança, todas têm a mesma premissa neural, ao que nos parece. Agora, com a nossa mochila, temos como explorar a fundo essa questão sem nos limitar ao ambiente de laboratório”, diz Nanthai Suthana, pesquisadora da Universidade da Califórnia (UCLA).

Os cientistas também adiantaram que disponibilizarão essa nova ferramenta para outros estudiosos que desejarem aprender mais sobre o cérebro. Os especialistas acreditam que a mochila e outras tecnologias desenvolvidas com o mesmo objetivo proporcionarão diversos ganhos para a neurociência nos próximos anos.

“Só em 2020, mais de 175 grupos de pesquisa receberam financiamento do governo americano para desenvolver ferramentas semelhantes a nossa. Acreditamos que o mapeamento dos circuitos neurais e o estudo do seu funcionamento contribuirão imensamente para avanços médicos, como na recuperação do movimento de pessoas paralisadas por lesões na medula espinhal”, justifica Matthias Stangl, também da UCLA. “É muito provável que, no futuro, programas de computador ajudem na estimulação de neurônios, e isso é impressionante.”

Para saber mais: Terapia com eletrodos

A epilepsia é uma desordem neurológica que gera crises recorrentes de convulsão e perda temporária de consciência. Para tratar esse problema de saúde, são usados medicamentos antiepilépticos, mas as drogas não geram efeitos em cerca de um terço das pessoas que sofrem com a enfermidade. Para ajudar esse grupo de pacientes, especialistas da área médica recorreram à estimulação elétrica.

Nessa abordagem, primeiro, foram utilizados eletrodos posicionados em cima do couro cabeludo. Eles emitem as descargas e estimulam áreas neurais específicas dos epiléticos, obtendo o resultado esperado. Recentemente, foram iniciados testes com o implante neural das pequenas peças, com o objetivo de aumentar a força do tratamento. Os resultados obtidos foram positivos, mas estudiosos ressaltam que essa alternativa deve ser explorada apenas em casos graves da enfermidade.

Fonte: Correio Braziliense Online