Enfermeira que aplicou 1ª dose da vacina contra Covid-19 em SC conta experiência: ‘Um orgulho’

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A gerente de Imunização da Prefeitura de São José, enfermeira Iula Luana Bastos, aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid-19 em Santa Catarina. No final da tarde de segunda-feira (18), ela vacinou o também enfermeiro Júlio César Vasconcellos de Azevedo. Bastos resumiu a experiência: “Poder realizar a primeira dose da vacina é, sem sombra de dúvidas, um orgulho, representar a equipe da qual faço parte”.

Ao todo, três pessoas receberam a primeira dose: Azevedo, João de Jesus Cardoso, de 81 anos e morador de uma casa de repouso, e a líder indígena Kerexu Yxapyry. Esta última também foi vacinada por Bastos. A imunização foi feita no Instituto de Cardiologia em São José, na Grande Florianópolis.

Bastos tem 38 anos e também é técnica de enfermagem no Hospital Regional de São José. Ela contou ao G1 o que o início da vacinação significa para ela.

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“Principalmente, é lembrar do dia 15 de março de 2020, que foi aniversário da minha filha. Não pude estar presente porque nós iniciamos as ações de combate à Covid-19 em São José. É poder ter a esperança de abraçar sem medo, de comemorar, de estar em família e rever amigos”.

“Principalmente, é lembrar do dia 15 de março de 2020, que foi aniversário da minha filha. Não pude estar presente porque nós iniciamos as ações de combate à Covid-19 em São José. É poder ter a esperança de abraçar sem medo, de comemorar, de estar em família e rever amigos”.

É também um alívio para os profissionais da saúde. “Nós, trabalhadores da enfermagem, é, principalmente, ter a certeza de voltar para casa e poder descansar”, disse.

Primeiras doses em SC

O enfermeiro Júlio César Vasconcellos de Azevedo foi a primeira pessoa a ser vacinada contra a Covid-19 em Santa Catarina. Ele recebeu a primeira dose por volta das 17h35 desta segunda.

Santa Catarina foi o primeiro estado do Sul do Brasil a começar a vacinação contra a Covid-19.

O enfermeiro é morador da capital, tem 55 anos e trabalha há 28 no Hospital Celso Ramos, de Florianópolis.

Em seguida, foi vacinado o idoso de 81 anos João de Jesus Cardoso, que mora em uma instituição de longa permanência.

Por fim, foi vacinada a líder indígena Kerexu Yxapyry, da terra indígena Morro dos Cavalos, em Palhoça, na Grande Florianópolis.

As primeiras doses da vacina foram aplicadas em São José, na Grande Florianópolis, mesma município onde fica o centro de armazenamento e distribuição da Secretaria de Estado da Saúde e estão as 144 mil doses recebidas nesta segunda. Segundo o Governo do Estado, “‘por questão de agenda”, a cerimônia de vacinação foi realizada na cidade, no Instituto de Cardiologia, administrado pela Secretaria estadual da Saúde.

As profissionais que aplicaram as vacinas são Patrícia Coelho, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive), e Iula Luana Bastos, gerente de imunização da Prefeitura de São José.

Secretário e governador pedem que população continue prevenção

Após as três pessoas serem vacinadas, o secretário de Estado da Saúde, André Motta, pediu que a população continue com a medidas preventivas contra a Covid-19.

“Preciso lembrar que, apesar do início da vacinação, continuamos com a pandemia entre nós. Precisamos continuar com isolamento, uso de máscara, isso é fundamental”, disse André Motta.

“Preciso lembrar que, apesar do início da vacinação, continuamos com a pandemia entre nós. Precisamos continuar com isolamento, uso de máscara, isso é fundamental”, disse André Motta.

O reforço para que a população continue se cuidando foi feito também pelo governador Carlos Moisés.

“Temos na vacina a esperança de dias melhores. Se tudo der certo, passaremos o ano de 2021 vacinando. Por isso, precisamos continuar com as normas editadas pelo Governo de Santa Catarina e apoiadas por cada prefeitura. Estamos recebendo, ainda de forma incipiente, essas primeiras doses, que serão encaminhadas a cada uma das populações estabelecidas como preferenciais”, afirmou.

Boletim da Covid-19

De acordo com o boletim de segunda, Santa Catarina tem 543.389 casos confirmados de Covid-19, com 5.919 mortes. Do total de pacientes, 18.769 estão atualmente em tratamento.

A taxa de ocupação dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da rede pública é de 78,9%. Dos 1.534 leitos existentes, 1.211 estão ocupados, sendo 525 por pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19. Há 323 leitos vagos.

Fonte: G1

Caminho das vacinas: entenda como doses vão do Butantan e da Fiocruz aos postos de saúde do Brasil

Com menos doses importadas do que pessoas que precisam tomar a vacina na primeira fase de imunização, o Ministério da Saúde iniciou a distribuição das vacinas nesta segunda-feira (18). Das 8 milhões de doses garantidas pelo governo, 6 milhões já percorrem o Brasil e outras 2 milhões aguardam transporte da Índia.

Veja também: Falta de matéria-prima para Coronavac e vacina de Oxford ameaça atrasar imunização no Brasil

Para começar a vacinar a população, as doses da CoronaVac saíram de São Paulo, onde estavam armazenadas, e precisam enfrentar até cinco etapas de viagens pelo país: até o centro de distribuição logístico de Guarulhos, depois para os centros estaduais, regionais e municipais para só então serem enviadas aos postos de vacinação.

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O procedimento será o mesmo aplicado às doses da vacina de Oxford e da AstraZeneca quando elas chegarem ao Rio de Janeiro.

A logística para entregar as milhões de doses aos mais de 5,5 mil municípios do Brasil é semelhante à já utilizada em outras campanhas de vacinação, por meio da estrutura do Programa Nacional de Imunização (PNI), com o suporte de caminhões-baú refrigerados, para o transporte terrestre aos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, e do auxílio de voos para as regiões Norte e Nordeste.

No Brasil, os institutos recebem as doses prontas vindas dos laboratórios internacionais e já se preparam para começar a produzir doses integralmente nacionais a partir do segundo semestre:

Como é a distribuição

União, estados e municípios compartilham etapas da distribuição da vacina, capitaneados pelo Ministério da Saúde.

Antes da aprovação do uso emergencial das vacinas neste domingo (17), as doses importadas ficaram armazenadas na sede do Butantan. Depois da liberação, 4,6 milhões delas seguiram para o Centro de Distribuição Logístico do Ministério da Saúde, que fica na cidade de Guarulhos, perto do aeroporto internacional. Outras 1,3 milhão ficaram já na cidade de São Paulo e serão distribuídas para outros municípios pelo governo estadual.

Ao chegar no centro, as amostras precisam passar por um controle de qualidade e são divididas em lotes estaduais. Depois de analisadas, elas foram enviadas para os centros estaduais, que ficam em cada uma das 27 capitais. As viagens aos estados são feitas de duas maneiras:

Uma vez nos centros estaduais, as secretarias de saúde ficam encarregadas de separar as quantidades de doses que cada cidade vai receber e enviá-las para os centros regionais. A partir dos polos, as vacinas são enviadas para os municípios. Nesta etapa, o controle da distribuição passa para as prefeituras.

Em algumas regiões, a entrega só pode ser feita por barcos. No Amazonas, 33 dos 62 municípios precisam do auxílio de embarcações para a entrega das doses, que ficarão sob responsabilidade da Marinha e do Exército. As secretarias de saúde do Acre e do Mato Grosso também preveem a utilização de transporte aquático. Outros estados com áreas de difícil acesso, como Mato Grosso e Rondônia, optaram pelo transporte aéreo.

Nestes casos, os barcos têm geradores para garantir a refrigeração das bobinas reutilizáveis ambientadas. Essas bobinas são as responsáveis por manter as temperaturas das caixas térmicas que guardam as doses de imunizante.

O transporte das vacinas até os centros estaduais pode levar de 1 a 5 dias, dependendo de dificuldades de voo ou algum problema no trajeto terrestre. Mas o que mais leva tempo é o transporte até as salas de vacinação. Segundo Carla Domingues, epidemiologista e ex-coordenadora do Plano Nacional de Imunizações, esse processo pode demorar até 15 dias em localidades de difícil acesso.

Além das 38 mil salas existentes, vários estados preveem expandir os pontos de vacinação e incluir escolas, estádios, igrejas e outros locais improvisados. Até a modalidade de drive-thru, quando a vacina é aplicada dentro dos carros, foi considerada como alternativa em alguns estados: Bahia, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo.

Questionado pelo G1, o Ministério da Saúde não informou para quantos dias está prevista a distribuição da primeira leva de vacinas e nem quantos profissionais de saúde e segurança irá mobilizar nesse trajeto.

Refrigeração

As duas vacinas precisam ser armazenadas em refrigeradores com temperaturas que variam entre 2°C e 8°C. Nessas condições, as vacinas podem durar até seis meses. A temperatura é a padrão para outros imunizantes já utilizados no Brasil.

Os centros por onde as vacinas passam têm área de refrigeração com essas especificações. Durante o transporte, a temperatura é mantida por meio de caixas térmicas com bobinas reutilizáveis ou câmaras refrigeradas. E, nos postos de vacinação, são armazenadas em freezers comuns.

Depois de abertos os fracos, que costumam guardar 10 doses cada, o material dura até seis horas. Nos postos de vacinação improvisados, como estádios de futebol e escolas, a refrigeração é feita por meio de geladeiras comuns, diz o microbiologista Luiz Almeida, coordenador de projetos educacionais do Instituto Questão de Ciência.

Dificuldades da vacinação

Tanto Domingues quanto Almeida explicam que a estrutura de vacinação brasileira dá conta de uma grande campanha ao mesmo tempo em que promove a vacinação de rotina.

Mas, segundo Almeida, a organização vai depender do escalonamento das doses. “Como as doses iniciais disponíveis serão baixas, vai haver uma concentração de oferta conforme os novos lotes chegarem. Com isso, vai haver uma vacinação simultânea em grupos que receberão a segunda dose e outros que ainda precisarão da primeira. Isso pode encavalar o sistema”, avalia o pesquisador.

Para o médico e ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, a estratégia de focar em apenas duas vacinas vai atrasar ainda mais o abastecimento.

Embora as vacinas sejam de fácil transporte e armazenamento, segundo o biólogo, as cidades precisam de tempo e informações precisas para preparar sua estrutura, desde a equipagem das salas até a quantidade de profissionais necessária para a operação. “Falta organização e liderança, falta um entendimento entre os governos estaduais e federal”, diz Almeida.

No primeiro dia de distribuição (18), o ministério usou o reforço de quatro aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), que não constavam no plano operacional. Ao menos 11 estados relataram atraso na entrega das doses.

Para Mandetta, a “improvisação” põe em risco um sistema que sempre funcionou. “Já ouvimos pessoas que queriam mandar buscar essas doses de qualquer maneira. As cargas precisam ser transportadas em meios especializados, não dá para mandar buscar em qualquer avião ou caminhão. Existem perdas operacionais nesse processo”, avalia.

Outro ponto de atenção, segundo os especialistas, é com a segurança. Almeida lembra que, em 2017 e 2018, houve desvio e roubo de cargas com vacina contra a febre amarela. O governo do Acre já pediu reforço do governo federal com a escolta das vacinas e citou a dimensão da fronteira com outros países como principal fator de preocupação.

O Ministério da Saúde tem o apoio do Ministério da Defesa na distribuição até os estados, mas deixa sob responsabilidade dos governos locais a segurança no trajeto interno. Nos estados, a tarefa está dividida entre várias forças de segurança: agentes das polícias Militar, Federal e Rodoviária Federal, bombeiros, integrantes das secretarias de Segurança Pública e até militares da Marinha e do Exército.

Seringas e agulhas

Além das doses, para que haja vacinação, são necessários outros insumos, como agulhas e seringas para aplicação. A Paraíba foi o único estado a declarar que não tem quantidade suficiente de seringas para vacinar o grupo prioritário da primeira fase, estimado em 308,4 mil pessoas pela secretaria estadual de saúde. Já o número de seringas no estado é de 250 mil.

O ministério diz que o abastecimento desses insumos é de responsabilidade dos estados. Mas, de acordo com Domingues, em situações como a pandemia de Covid-19, a responsabilidade pela aquisição de insumos necessários precisa ser compartilhada entre a pasta e as secretarias.

“Em um momento de pandemia, o governo federal tem que apoiar o estado na compra, ele precisa atuar de forma complementar. As 80 milhões de seringas foram compradas para a vacinação de rotina. No caso dessa campanha, será preciso comprar seringas adicionais. Se não houver reposição, vai faltar”, diz a epidemiologista.

Segundo o ministério, há 80 milhões de seringas e agulhas em estoque nos estados e municípios. Outras 8 milhões devem chegar entre janeiro e fevereiro, parte do lote de 40 milhões de unidades comprado por intermédio da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Fonte: G1

Falta de matéria-prima para Coronavac e vacina de Oxford ameaça atrasar imunização no Brasil

As dificuldades na importação de doses e de insumos para produzir vacinas são uma grande ameaça à campanha de imunização brasileira, iniciada anteontem em São Paulo. Para especialistas, há risco real de a vacinação contra a covid-19 ser interrompida em pouco tempo, por falta total de imunizantes.

Veja também: Dependência de insumos da Índia e China é ‘problema estrutural’, diz ex-Anvisa

O plano de imunização começou com apenas seis milhões de doses da Coronavac, importadas da China. Outros dois milhões de doses do imunizante de Oxford, produzidas na Índia, já deveriam ter chegado. Mas, depois de dois adiamentos, o governo desistiu de fixar nova data para receber o produto. O volume disponível não é suficiente nem mesmo para vacinar os profissionais de saúde, que somam cinco milhões de pessoas no Brasil.

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O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas aguarda nova autorização da Anvisa para uso emergencial. O pedido foi feito ontem. O órgão não recebeu novas remessas do Insumo Farmacêutico Ativo, o princípio ativo da vacina, importado da China.

“Temos um carregamento de matéria-prima pronto lá na China para ser despachado”, afirmou o presidente do Butantã, Dimas Covas. “Estamos aguardando apenas a autorização do governo chinês para poder trazer e, assim, iniciar a 2ª etapa de produção. Mas dependemos da matéria-prima para poder continuar esse processo.” Segundo ele, o problema é de ordem burocrática, sem detalhar.

O Butantã tem capacidade para fabricar um milhão de doses por dia, segundo Covas. Mas, para isso, depende de insumos feitos pelo laboratório chinês Sinovac que precisam ser importados. “A capacidade de produção foi atingida, mas precisamos dessa matéria-prima”, disse Covas. A instituição estimar que ainda demore dez meses para ter capacidade de produzir a vacina sem depender de insumos importados. Uma nova fábrica do Butantã está em construção na zona oeste de São Paulo.

Covas não informou quantas doses poderão ser feitas com a matéria-prima que aguarda importação. “Mil litros (da matéria-prima)dão origem a um milhão de doses”, disse.

Oxford

Já Fiocruz nem começou a sua produção. A instituição ainda não recebeu nenhuma remessa do IFA para a vacina de Oxford/AstraZeneca. O produto também vem da China. Em nota, a instituição informou que a chegada dos insumos em janeiro ainda está dentro do calendário contratual.

Por contrato, se a AstraZeneca não entregar o princípio ativo, deve fornecer as vacinas prontas. A farmacêutica diz que continua trabalhando na liberação dos lotes de IFA, na China. Segundo Pazuello, o governo chinês não está sendo célere na liberação da burocracia para a exportação das substâncias.

Sobre a importação de dois milhões de doses prontas do imunizante de Oxford, plano que o governo previa executar no fim de semana, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse ontem que ainda não havia recbido “resposta positiva” sobre a compra. Sem citar uma data, ele disse que teve “sinalização” de que o embarque vai se resolver nesta semana.

Especialistas concordam que, independentemente do ritmo, foi muito importante ter começado a campanha de imunização, ainda que com muito poucas doses disponíveis.

“Certas estratégias não podem ser postergadas. Estamos no auge do número de novos casos e óbitos, qualquer estratégia com evidência científica deve ser implementada, mesmo que o ritmo da vacinação não seja o ideal”, afirmou o chefe do setor de infectologia da Unesp, Alexandre Naime Barbosa. “Esse é o preço que estamos pagando pela falta de planejamento por parte do governo federal.”

Especialistas destacam que o governo não levou adiante as negociações com a Pfizer e a Moderna para a compra de imunizantes. Lembram também que, num primeiro momento, o País não quis entrar no consórcio da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a compra de vacinas e, por fim, quando decidiu participar, foi com apenas 10% das doses. Segundo explicou o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, é uma tradição brasileira fazer esse tipo de compra em pool. É uma forma a ganhar preferência dos fabricantes.

“Isso tudo nos coloca numa condição extremamente fragilizada, sobretudo diante do aumento de demanda global para todas essas fábricas, como a da Índia, que estão com um cronograma altamente apertado em razão das próprias demandas internas e de outras externas”, resume o virologista Flávio Guimarães, da UFMG.

“Mais do que nunca, vejo como alternativa a continuação do investimento brasileiro num imunizante nacional; temo que o fornecimento externo não vá oferecer a cobertura que precisamos”, afirma ele. /COLABORARAM MATEUS VARGAS e EMILLY BEHNKE

Fonte: Terra

Após falhas de logística do ministério, vacinação contra covid-19 ainda não começou em 11 Estados

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A vacinação contra a covid-19 começou em mais 15 Estados nesta segunda-feira, 18, um dia após o pontapé dado por São Paulo neste domingo, 17. A expectativa do Ministério da Saúde era que as doses chegassem a todas as capitais nesta segunda a tempo da aplicação, o que acabou sendo frustrado por problemas no transporte. Assim, a aplicação ainda não começou a ocorrer em 11 Estados, que esperam conseguir iniciar nesta terça-feira, 19, a imunização.

Veja também: Governo foi avisado do colapso de oxigênio

As doses foram chegando ao longo da tarde e da noite em diferentes Estados. O Rio teve de montar uma logística própria para transportar suas doses a tempo de conseguir realizar um evento para a primeira aplicação, aos pés do Cristo Redentor, ainda com a luz do dia. A capital fluminense prevê imunizar 110 mil pessoas em quatro dias. À noite, foi a vez de Santa Catarina iniciar a sua campanha contra a covid-19, que imunizou um enfermeiro, um idoso e uma indígena.

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No caso do Rio Grande do Sul, o atraso previsto para a entrega das doses fez o governo realizar uma coletiva de imprensa perto da meia-noite desta terça-feira, 19. Às 23h, a página oficial da gestão Eduardo Leite (PSDB) anunciava a primeira vacinação para “daqui a pouco”. Já o Rio Grande do Norte, com a chegada das doses prevista para 22h55, preferiu transferir o ato simbólico para a manhã desta terça.

O carregamento no Pará só chegou na madrugada desta terça. Em vídeo nas redes sociais, o governador Helder Barbalho (MDB) disse que a previsão original de entrega era até as 15h30 dessa segunda, destacou as falhas logísticas do ministério e chamou o atraso de “lamentável”. Ele agendou o começo da vacinação no Estado para a manhã de terça.

Pessoal, infelizmente a logística do Ministério da Saúde para a distribuição das vacinas passou por alterações. pic.twitter.com/KVY1FPhzpu

— Helder Barbalho (@helderbarbalho) January 18, 2021

O primeiro lote distribuído tem seis milhões de doses da Coronavac, o que é suficiente para imunizar somente 0,5% dos idosos e 1/3 dos profissionais de saúde. Presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e titular da pasta no Maranhão, Carlos Lula estima que esta nova remessa seja esgotada em apenas uma semana e diz não haver garantias de que, ao término desses 6 milhões de doses, o País já tenha recebido mais estoque.

O Instituto Butantã tem 4,8 milhões de doses em fase final de produção, mas enfrenta problemas para importar matéria-prima para fabricar mais. O governo federal tenta importar da Índia 2 milhões de doses da vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford e a farmacêutica britânica AstraZeneca, mas os planos fracassaram até agora.

Fonte: Terra

Governo foi avisado do colapso de oxigênio

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A Advocacia-Geral da União (AGU) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o governo federal sabia da crise de falta de oxigênio em Manaus desde 8 de janeiro, seis dias antes de o sistema entrar em colapso, com pacientes de covid-19 morrendo por asfixia na capital do Amazonas. As informações detalhadas foram enviadas pela AGU à Corte, no último domingo, no âmbito da ação movida pelo PT e pelo PCdoB, na qual o ministro Ricardo Lewandowski determinou que o governo federal realizasse todas as ações ao seu alcance para colocar fim ao desabastecimento do insumo em Manaus.

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Conforme resposta do advogado-geral da União, José Levi Mello, o Ministério da Saúde foi informado sobre a “crítica situação do esvaziamento de estoque de oxigênio em Manaus” no dia 8, “por meio de e-mail enviado pela empresa” White Martins, principal fornecedora do produto para a rede de saúde do governo amazonense.

Em um comunicado na semana passada, a White Martins informou aos governos do estado –– alertado no dia 7 — e federal sobre o “crescimento imprevisível e exponencial da demanda” por oxigênio no início deste mês.

Pazuello ficou em Manaus com a equipe do ministério de 9 a 13 de janeiro, 24 horas antes de o sistema entrar em colapso e os leitos hospitalares tornarem-se câmaras de asfixia. A visita da comitiva foi por causa do aumento de casos e mortes por covid-19 e para anunciar medidas de enfrentamento à pandemia — que seriam o chamado “tratamento preventivo” com cloroquina e ivermectina, medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, mas que o ministério, por meio de ofício à prefeitura de Manaus, pressionou para que fosse adotado.

No dia 11, em pronunciamento, o ministro afirmou que atenderia a 100% da demanda na região e citou a falta de oxigênio. “Estamos vivendo crise de oxigênio? Sim. De abertura de UTIs? Sim. De pessoal? Sim. A nossa saúde de Manaus já começa com 75% de ocupação. Qual é a novidade? Então, é muito importante medidas que diminuam a entrada (hospitalar). Precisa tomar medidas para reduzir a entrada nos hospitais de outras doenças”, disse, insinuando que essas medidas seriam o uso dos medicamentos sem eficácia defendidos pelo governo.

Ainda na resposta ao STF, José Levi afirmou que “o colapso do estoque de oxigênio hospitalar na cidade de Manaus foi informado de maneira tardia aos órgãos federais”.

Em coletiva, ontem, Pazuello reiterou as informações repassadas ao Supremo. “Não havia a menor indicação de falta de oxigênio. A elevação (da demanda) foi muito rápida. E tomamos conhecimento que ela chegou no limite quando a empresa nos informou. Só soubemos no dia 8 de janeiro”, afirmou.

Inquérito

A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, ontem, ao Ministério da Saúde a abertura de inquérito epidemiológico e sanitário para apurar causas e responsabilidades pelo colapso no sistema de saúde de Manaus. O pedido também incluiu a realização de auditoria junto às secretarias de Saúde de Manaus e do estado do Amazonas (AM) para avaliar a existência de recursos financeiros suficientes, aplicação eficiente, planejamento e regularidade na aquisição de insumos para o enfrentamento da pandemia.

Segundo a PGR, a apuração é para que possam ser elucidadas as causas do colapso que geraram “estado de apreensão local e nacional quanto à falta de insumos básicos de saúde”. A investigação deve, também, mostrar se houve mudanças no perfil do vírus influindo na dinâmica da pandemia.

E, ontem à noite, a falta de oxigênio chegou ao Pará. A cidade de Faro, próxima à fronteira com o Amazonas, está com as unidades de saúde desabastecidas, segundo o prefeito Paulo Carvalho. Outros municípios fronteiriços correm o mesmo risco.

Fonte: Correio Braziliense

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A vacina chegou: e agora?

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O início da vacinação contra o novo coronavírus vem acompanhado de uma série de dúvidas. Quem serão os primeiros vacinados? Por quanto tempo ficarão protegidos? A aprovação para uso emergencial da CoronaVac, da farmacêutica Sinovac com o Instituto Butantan, deu a largada para que essas perguntas comecem a ser respondidas. O Correio consultou as infectologistas Eliana Bicudo e Ana Helena Germoglio e reuniu as principais informações da Secretaria de Saúde a respeito do processo no DF para elucidar algumas das dúvidas recorrentes.

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Como funciona

A CoronaVac funciona com o vírus inativo. O que isso significa?

Assim como a vacina da gripe, o que se faz: pega-se o vírus inteiro do Sars-Cov-2, que é multiplicado no laboratório e inativado quimicamente, para que não consiga se multiplicar mais e causar a doença. Ele não está morto, é como se estivesse congelado. Quando a vacina é aplicada, o corpo reconhece as proteínas mais importantes do vírus, que estão preservadas — as chamadas espículas (espinhos) — e cria anticorpos.

Existem efeitos colaterais?

É como em outras vacinas: podem ocorrer dores locais no braço; o local da aplicação pode ficar dolorido e vermelho. Sintomas como dor no corpo e temperatura corporal mais elevada também podem aparecer, mas nada além disso. A única contraindicação é para crianças e gestantes.

Depois de quanto tempo a pessoa alcança o nível de imunidade previsto pelo laboratório após testes clínicos?

Nos estudos, na fase três, as vacinas que se tem no mercado apresentaram resposta imune a partir do 14º dia. Então, isso se torna aparente na segunda semana após a vacina. Mas não se sabe ainda por quanto tempo essa resposta pode se manter; por isso, houve observações da Gerência-Geral de Medicamentos da Anvisa, (para) que as pessoas que tomaram a vacina sejam acompanhadas pelos órgãos fiscalizadores e pelas empresas fabricantes da vacina. Não há informações sobre se será do mesmo modo da vacina contra a Influenza, que precisa de dose anual. Apesar de produzir anticorpos de forma mais robusta a partir da segunda semana, até que haja uma população razoável de pessoas vacinadas — entre 70% e 80% — e uma queda nas incidências de casos novos, vamos precisar manter todas as medidas de precaução.

PÚBLICO-ALVO

Quem deve se vacinar?

As doses que chegaram ontem ao DF serão aplicadas em profissionais da saúde e em idosos acima dos 60 anos que estão em instituição de acolhimento ou asilos. Em seguida, na segunda fase, será a vez dos demais cidadãos com mais de 60 anos. Na terceira fase, o alvo da vacinação serão as pessoas com comorbidades. Na última etapa, professores e profissionais da força de segurança serão imunizados.

Por que se vacinar?

A circulação do vírus será menor, o que reduzirá o impacto da pandemia, principalmente a pressão sobre os sistemas de saúde. A vacinação não é apenas uma proteção individual, protege também a comunidade e, por isso, salva vidas.

O fato de as vacinas terem sido produzidas em tempo recorde traz algum prejuízo para a segurança dos imunobiológicos?

Não. Primeiro porque a tecnologia dessa vacina da CoronaVac já é conhecida, tanto que o Butantan consegue produzir. É a mesma tecnologia da vacina da gripe, não existe novidade nos estudos, que estavam em andamento com o vírus Sars-Cov-1 na China. O que aconteceu foi que mudou o vírus: o Sars-Cov-1 foi uma preliminar da vacina para o Sars-Cov-2. Não há nenhum risco na rapidez com que foi produzida.

Qual a diferença entre ser imunizado após ser infectado e conseguir a imunidade pela vacina? Quem teve covid-19 deve se vacinar?

Quem teve a doença tem que se vacinar. A orientação é de que se tome a vacina depois de 30 dias de ter o diagnóstico positivo para a covid-19. Os estudos mostram vários casos de reinfecção, ou seja, os anticorpos produzidos durante a doença não são sustentáveis por longo tempo. Com a vacina, a resposta imunológica é mais duradoura.

Por que a vacina será aplicada em duas doses?

As vacinas — a maioria delas — precisam de uma dose para sensibilizar, estimular o sistema imune. Se a resposta imune não estiver bem elaborada na primeira dose, a segunda vem como reforço, e você precisa de uma resposta imunológica bem elaborada para produzir o anticorpo.

A vacina é eficaz contra a nova cepa do vírus?

Até agora, todas as informações disponíveis, são de que as vacinas são eficazes para essas novas cepas encontradas do novo coronavírus. Mas, como o vírus está sempre mudando para encontrar um ambiente melhor para ele, pode acontecer que surja uma cepa cuja vacina não seja eficaz. Para as cepas de que se tem registro hoje, ela é eficaz.

PROGRAMAÇÃO

As vacinas devem chegar à rede privada também?

Neste primeiro momento, apenas as salas de vacinação em hospitais públicos receberão as doses. Profissionais devem procurar a unidade de saúde mais próxima de sua casa.

Haverá filas para se vacinar ou será por agendamento?

Não haverá agendamento. O profissional que atua em uma unidade de saúde deve procurar o hospital onde trabalha ou a unidade mais próxima de sua residência para receber a primeira dose. No caso dos idosos e pessoas com deficiência que estão em instituição de longa permanência e da população indígena, equipes da Secretaria de Saúde vão realizar a imunização no local onde esses grupos estão.

Há calendário definido para a vacinação em cada fase prioritária?

Essa definição vai depender de quando as novas doses chegarão ao DF.

Quantas doses devem ir para cada região de saúde?

Será definido de acordo com a quantidade de profissionais que atuam em cada região.

Quem tomar a primeira dose estará com a segunda garantida?

Sim. As 105 mil doses recebidas ontem foram divididas com o objetivo de garantir as duas doses para o grupo prioritário.

Como será feito esse controle?

Haverá um cadastro atrelado ao CPF da pessoa, que deve guardar a comprovação da primeira dose para receber a segunda.

CUIDADOS

Como as pessoas devem se prevenir na hora de sair para se vacinar?

Indo de máscara e mantendo o distanciamento social. Se estiver doente, com covid-19, gripado ou com alguma doença infecciosa, o paciente terá de adiar a imunização. Além disso, é preciso verificar quem será recebido nas regionais de saúde, para não ficar lá aguardando à toa.

Quais comportamentos são necessários após a dose? É permitido ingerir bebida alcoólica, por exemplo?

Vida normal após a aplicação da vacina.

Quais cuidados a população deve manter, mesmo com a chegada da vacina?

O vírus vai continuar circulando, porque parte da população estará descoberta. É importante manter o uso da máscara e o distanciamento social. Isso não vai acabar neste momento. Mas, quanto menos o vírus circular, melhor será para todo mundo.

Quais os riscos de abrir mão desses cuidados, mesmo com a imunização em curso?

Novas variantes podem continuar surgindo, porque o novo coronavírus está circulando, os jovens estão se aglomerando, e essa troca-troca de micro-organismos induz à resistência. Os obesos também não vão receber a dose nos primeiros meses. Pessoas com comorbidades serão imunizadas em um segundo momento; por isso, o risco de contágio é alto.

Fonte: Correio Braziliense

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/07/02/merck-oferece-programacao-de-seminarios-e-treinamentos-no-m-lab-collaboration-center/

Conecte SUS: como emitir o cartão SUS virtual no celular

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O Conecte SUS é um aplicativo oficial do Ministério da Saúde para cidadãos gerenciarem consultas, exames, medicamentos e vacinas. Entre outras funções, o app permite emitir o cartão virtual do SUS pela Internet para ter o documento sempre em mãos no celular Android ou iPhone (iOS). Para isso, basta fazer login com as credenciais do portal Gov.br ou, caso necessário, realizar o registro usando o número do CPF ou certificado digital.

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No tutorial a seguir, confira como emitir e saber o número do cartão do SUS no app para celulares. O procedimento foi realizado em um iPhone XR com o iOS 14, mas as dicas também valem para usuários de aparelhos com o sistema do Google. Vale lembrar que o cartão SUS não é obrigatório para a vacinação contra a Covid-19 — uma opção é mostrar um documento de identificação com CPF no posto de saúde.

Como fazer cartão do SUS online pelo celular com o Conecte SUS

Passo 1. Baixe e instale o Conecte SUS app em seu celular. Ao abri-lo pela primeira vez, toque em “Pular” para acessar a tela inicial do aplicativo. Por lá, toque em “Entrar”;

2 de 6 Faça login na sua conta — Foto: Reprodução/Helito Beggiora

Passo 2. Agora, entre com o seu número de CPF e senha. Caso necessário, você pode se cadastrar tocando em “Crie sua conta”. Em seguida, autorize o app Conecte SUS a acessar os seus dados pessoais;

3 de 6 Entre na sua conta Gov.br ou cadastre-se — Foto: Reprodução/Helito Beggiora

Passo 3. Na próxima etapa, toque em “Aceito os termos” para acessar o aplicativo. Feito isso, abra o menu do app Conecte SUS e pressione o ícone da câmera para adicionar uma foto de perfil;

4 de 6 Adicionando foto de perfil — Foto: Reprodução/Helito Beggiora

Passo 4. Escolha se deseja usar a câmera para tirar uma selfie ou usar uma foto da galeria. Após inserir a sua foto de perfil, volte à tela inicial do app Conecte SUS e pressione o botão indicado para acessar o seu cartão SUS;

5 de 6 Adicionando foto de perfil — Foto: Reprodução/Helito Beggiora

Passo 5. Toque sobre o botão abaixo do cartão para acessar o seu QR code de identificação. Para gerar e exportar o cartão virtual do SUS, use os botões indicados no canto superior direito da tela.

6 de 6 Exportando carteira digital do SUS — Foto: Reprodução/Helito Beggiora

Pronto! Aproveite as dicas para fazer o cartão do SUS pela Internet e tê-lo sempre à disposição em seu celular.

Fonte: Tech Tudo

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Bolsonaro muda discurso e diz que vacina “é do Brasil”

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Um dia após o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sair na frente e iniciar o processo de vacinação no País, Jair Bolsonaro (sem partido) quebrou silêncio sobre o tema e afirmou que a vacina Coronavac, produzida em parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa Sinovac, “é do Brasil”. “Não é de nenhum governador não”, disse, a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

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“Apesar da vacina… apesar não, né? A Anvisa aprovou, não tem o que discutir mais”, disse Bolsonaro. “Agora, havendo disponibilidade no mercado, a gente vai comprar e vai atrás de contratos que fizemos também, que era para ter chegado a vacina aqui”, continua, em vídeo que foi publicado nas redes sociais por um canal aliado do presidente.

A fala ocorreu na manhã de ontem, quebrando silêncio de Bolsonaro que vinha desde a tarde de domingo, quando o Governo de São Paulo realizou evento marcando o início do processo de imunização. A fala marca também uma mudança no discurso do presidente, que já criticou a Coronavac e se referiu ao imunizante como “vacina chinesa do João Doria” por diversas vezes.

Na conversa com apoiadores, o presidente voltou a lançar dúvidas sobre a eficácia da vacina, a primeira a ser aprovada, junto com o imunizante de Oxford e da AstraZeneca, e a ter uso emergencial autorizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “É uma vacina emergencial, 50% de eficácia. É algo que ninguém sabe ainda se teremos efeitos colaterais”.

Ignorando recomendações de cientistas de todo o mundo, inclusive da Anvisa, Bolsonaro também voltou a defender o “tratamento precoce” contra a Covid-19, que utiliza medicamentos que não passaram em testes de eficácia contra a doença.

“Não desistam do tratamento precoce. Não desistam, tá? A vacina é para quem não pegou ainda. E esta vacina que está aí é 50% de eficácia. Ou seja, se jogar uma moedinha para cima, é 50% de eficácia”.

Forças Armadas, democracia e ditadura

Diante da pressão, o presidente também subiu o tom ideológico, mandando recado para críticos do governo e afirmando que “quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as Forças Armadas”. “No Brasil, temos liberdade ainda. Se nós não reconhecermos o valor destes homens e mulheres que estão lá, tudo pode mudar”, disse.

A declaração provocou uma série de reações entre membros do Congresso. “O presidente flerta, mais uma vez, com o acirramento na relação com as instituições, o que é muito grave. É uma frase recorrente, muito próxima de desrespeitar a Constituição. Agora volta, no meio da pandemia, num sinal de desespero em relação à completa falta de gestão do seu governo e do seu Ministério da Saúde”, disse o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-SP), ao Estadão.

Para o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), o Congresso e o Supremo Tribunal Federal precisam estar atentos a Bolsonaro. “Só um cego não percebe o caminho que o presidente está traçando na sua trajetória. É importante e urgente que tanto o Congresso brasileiro quanto o Supremo tomem consciência do que está acontecendo”, destacou.

Na noite de ontem, o Supremo Tribunal Federal (STF) divulgou nota desmentindo informação repetida por Bolsonaro de que a Corte teria impedido o Planalto de atuar na crise da Covid-19. A nota diz que a Corte apenas deu autonomia a Estados e municípios para, levando em conta o contexto local, determinarem medidas de isolamento social e enfrentamento à doença.

Relator da Lava Jato no Supremo, o ministro Edson Fachin disse que duas pragas afligem atualmente o Brasil: a pandemia de Covid-19 e “as mentes autoritárias e suas variações antidemocráticas”. O ministro ainda defendeu o STF após a tentativa do presidente Jair Bolsonaro de responsabilizar a Corte pela crise sanitária.

Fonte: O Povo Online

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Mundo “está à beira de fracasso moral catastrófico”, alerta diretor-geral da OMS

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O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o mundo “está à beira de um fracasso moral catastrófico” se os países ricos não partilharem vacinas contra a covid-19 com os mais pobres.

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Portugal Digital com Lusa

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou hoje que o mundo “está à beira de um fracasso moral catastrófico” se os países ricos não partilharem vacinas contra a covid-19 com os mais pobres.

Tedros Adhanom Ghebreyesus falava na abertura da 148.ª sessão do Conselho Executivo da OMS.

“Tenho de ser franco: o mundo está à beira de um fracasso moral catastrófico, e o preço deste fracasso será pago com vidas e o sustento nos países mais pobres”, disse, realçando que apenas 25 doses de vacina contra a covid-19 foram administradas num país pobre.

Em contrapartida, mais de 39 milhões de doses foram dadas em pelo menos 49 países ricos.

Segundo Tedros Adhanom Ghebreyesus, que fez uma longa intervenção, “a promessa” dos países ricos do “acesso equitativo” às vacinas “está em sério risco”, com “alguns países e farmacêuticas a priorizarem acordos bilaterais”, torneando a rede de distribuição universal Covax, “elevando os preços e tentando saltar para a fila da frente”.

“Isto está errado”, vincou, sustentando que, “em última análise”, este tipo de ações vai “prolongar a pandemia”.

De acordo com o dirigente da OMS, “a situação é agravada pelo facto de a maioria dos fabricantes ter priorizado a aprovação regulatória nos países ricos, onde os lucros são mais altos, em vez de submeter dossiês completos à OMS”, o que “pode atrasar as entregas da Covax”.

A Organização Mundial da Saúde, promotora da rede Covax, espera iniciar em fevereiro a entrega de vacinas contra a covid-19 aos países mais pobres. Foram reservados dois mil milhões de doses de cinco farmacêuticas, com a opção de mais mil milhões de doses.

Além de um “imperativo moral”, a igualdade no acesso à vacina é um “imperativo estratégico e económico”, defendeu Tedros Adhanom Ghebreyesus, renovando o apelo a “todos os países” para “trabalharem juntos, em solidariedade”.

O diretor-geral da OMS pediu aos países com contratos bilaterais – “e controlo de fornecimento” – que “sejam transparentes nos contratos com a Covax, incluindo volumes, preços e datas de entrega”, e que “partilhem as suas doses com a Covax, especialmente depois de terem vacinado os seus profissionais de saúde e os idosos, para que outros países possam fazer o mesmo”.

“Não é correto que adultos mais jovens e saudáveis em países ricos sejam vacinados antes de profissionais de saúde e idosos em países mais pobres”, acentuou, lembrando os mais vulneráveis à infeção da covid-19.

Às farmacêuticas, Tedros Adhanom Ghebreyesus pediu para que forneçam “dados completos” à OMS, para que possa “acelerar as aprovações” necessárias, e priorizem a rede Covax em vez de novos acordos bilaterais.

O dirigente da OMS quer que a vacinação contra a covid-19 seja uma realidade em todos os países do mundo em 07 de abril, Dia Mundial da Saúde, uma forma de assinalar simbolicamente a “esperança de superar a pandemia e as desigualdades que estão na raiz de tantos desafios globais de saúde”. Este ano, a efeméride tem como tema a “desigualdade na saúde”.

Tedros Adhanom Ghebreyesus evocou, ainda, “a oportunidade” de se “escrever uma história diferente” e “evitar os erros” das pandemias da sida e da gripe H1N1, em que medicamentos e vacinas, respetivamente, chegaram tarde aos mais pobres.

A pandemia da covid-19 provocou, pelo menos, 2.031.048 mortos resultantes de mais de 94,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência noticiosa francesa AFP.

Fonte: Portugal Digital

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Coronavírus e ‘mentes autoritárias’ são pragas que afligem o Brasil, diz Fachin

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O relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, disse nesta segunda-feira, 18, ao Estadão que duas pragas afligem atualmente o Brasil: de um lado, a pandemia do novo coronavírus e suas mutações; de outro, as mentes autoritárias e “suas variações antidemocráticas”. Após a aposentadoria de Celso de Mello, em outubro do ano passado, Fachin se tornou o principal contraponto ao governo do presidente Jair Bolsonaro no STF e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), onde também atua.

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Ao longo das últimas semanas, enquanto Bolsonaro ataca a credibilidade da Justiça Eleitoral e tenta responsabilizar o Supremo pela sua gestão desastrosa para conter a proliferação da covid-19, Fachin tem sido um dos poucos integrantes da Corte a vir a público, fazendo declarações contundentes em defesa do Judiciário, das urnas eletrônicas, dos direitos humanos e da democracia.

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Nesta segunda-feira, 18, com a imagem desgastada pela demora em iniciar a vacinação contra covid-19, Bolsonaro recorreu a um discurso ideológico e disse que são as Forças Armadas que decidem se o povo vive em uma “democracia ou ditadura”.

“Quem decide se o povo vai viver em uma democracia ou ditadura são as suas Forças Armadas. Não tem ditadura onde as Forças Armadas não a apoiam”, afirmou ele a apoiadores no Palácio da Alvorada. “No Brasil, temos liberdade ainda. Se nós não reconhecermos o valor destes homens e mulheres que estão lá, tudo pode mudar. Imagine o (Fernando) Haddad no meu lugar. Como estariam as Forças Armadas com o Haddad em meu lugar?”, questionou Bolsonaro, em referência a possível eleição candidato do PT, seu adversário no segundo turno nas eleições de 2018.

Na avaliação de Fachin, quanto à tragédia da pandemia, com a aprovação da “bem-vinda vacina”, dela devem se ocupar cientistas, pesquisadores e profissionais da área da saúde que “estão dando exemplo de seriedade, dedicação e de respeito à ciência”.

“Informação e conhecimento científico são os remédios contra a alucinada e perversa desinformação estimulada e patrocinada por mentes autoritárias, não raro visível em autoridades de elevadas esferas, portadoras de mau exemplo de cuidados de si e dos outros pelo comportamento incompatível com as altas funções que exercem”, afirmou Fachin, em manifestação enviada por escrito à reportagem, sem citar nomes.

E acrescentou: “não se impute ao STF a inapetência de gestão comprometida com o interesse público e com o bem comum”.

Em meio à corrida pela vacinação dos brasileiros, Bolsonaro tem travado uma disputa política com o governador de São Paulo, João Doria, que iniciou no último domingo a imunização no Estado. Além de permitir que governadores e prefeitos tomem medidas de isolamento social para combater a pandemia, o STF também já deu aval para que os gestores estaduais e municipais imponham restrições a quem recusar a ser vacinado – e impediu que a União requisitasse agulhas e seringas já adquiridas pelo Palácio dos Bandeirantes.

Sobre a segunda enfermidade, a do autoritarismo, Fachin destacou que o remédio está prescrito desde 1988. “Cumpre principalmente ao Supremo Tribunal Federal, nos termos da lei, defender a Constituição. A guarda da Constituição é o dever que impulsiona o Tribunal a responder às demandas que lhe são endereçadas. Não se trata de atuação maximizada”, disse.

“Nesse sentido faz a defesa da Constituição e de seus princípios fundamentais, sendo sua obrigação julgar alegações de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual, infrações penais comuns do Presidente da República, infrações penais comuns e crimes de responsabilidade de Ministros de Estado, as causas e os conflitos entre a União e os Estados, e ainda reclamação para a preservação de sua competência e garantia da autoridade de suas decisões, dentre outros afazeres. Não há crise entre os poderes nem conflito institucional no país. Esfarrapada é a tentativa de criar conflitos e vilipendiar a Constituição”, afirmou o ministro.

Oposição aciona STF e impõe derrotas a Bolsonaro

As declarações de Fachin foram enviadas ao Estadão após levantamento do jornal apontar que partidos de oposição, alguns com pouca representatividade no Congresso, têm conseguido impor os maiores reveses sofridos pelo Palácio do Planalto no Supremo. Levantamento feito pelo Estadão nas principais ações que contestam decretos, medidas, nomeações e outros atos do governo federal aponta que, nos últimos dois anos, Jair Bolsonaro sofreu 33 derrotas no STF, a maioria delas na análise de casos movidos por adversários políticos.

Uma delas foi imposta pelo Supremo no mês passado, por decisão do próprio Fachin, que suspendeu resolução do governo Bolsonaro que previa imposto zero sobre revólveres e pistolas importados a partir deste ano. Até o dia 5 de fevereiro, a Corte vai decidir no plenário virtual se mantém ou não a decisão do ministro, que atendeu a pedido do PSB.

Ao contrariar Bolsonaro naquela decisão, Fachin frisou que não há um “direito irrestrito ao acesso às armas”, e que cabe ao Estado garantir a segurança da população, e não o cidadão individual. “Incumbe ao Estado diminuir a necessidade de se ter armas de fogo por meio de políticas de segurança pública que sejam promovidas por policiais comprometidos e treinados para proteger a vida e o Estado de Direito”, afirmou o ministro no mês passado, rebatendo uma das principais bandeiras políticas de Bolsonaro.

Agora, na mensagem enviada ao Estadão, Fachin frisou que o dever da Suprema Corte é “defender a Constituição, inclusive direitos, deveres e garantias da ordem tributária”.

“A Constituição brasileira vigente, lei para todos, é a antítese do estado autoritário e de exceção que impôs censura, promoveu tortura e semeou ainda mais a corrupção nas instituições públicas e privadas”, afirmou Fachin. “Democracia acima de tudo, Constituição acima de todos”, finalizou o ministro, em alusão ao slogan de campanha de Bolsonaro em 2018 (“Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”).

Fonte: Terra