Investimento do BNDES de R$ 20 bilhões está travado na Anvisa

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Investimento do BNDES
Corte não cogita alterar legislação sobre patentes – Foto: Freepik

Em entrevista à CNN Brasil, ministro do STF Gilmar Mendes aborda alterações na lei de patente e revela que um grande investimento do BNDES no setor está travado na Anvisa.

Frequentemente envolvido com o nercado no ano passado, principalmente durante as discussões sobre a judicialização dos medicamentos, diversas decisões importantes para o segmento farmacêutico têm como origem o STF.

As alterações na lei de patentes foram amplamente discutidas em diferentes esferas da sociedade, impulsionadas pela queda da proteção do Ozempic, no próximo ano. O assunto, no entanto, parece ainda não ter alcançado a Corte.

“Não me parece que isso esteja na pauta do Tribunal (lei de patentes). Embora haja atenção de todos sobre a necessidade de que tenha melhoria do reconhecimento em relação ao INPI [Instituto Nacional da Propriedade Intelectual] ou mesmo da Anvisa”, explica.

Apesar da negativa, Mendes comentou que outras pautas estão no radar dos ministros da casa. Uma delas foi a possível unificação da Anvisa com a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), duas entidades que cuidam da regulação de medicamentos, sendo a primeira para o mercado amplo e a segunda para o SUS. O número de discordâncias entre as autarquias, apesar de suas semelhanças, chamou a atenção do STF.

Dificuldade com investimento do BNDES preocupa

Outro assunto comentado foi o relacionamento entre o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) e o setor. Mendes citou uma conversa com Aloizio Mercadante, presidente do órgão e presença constante em deliberações do STF, para cobrar agilidade da Anvisa.

“O Mercadante disse para nós que há R$ 20 bilhões aprovados no BNDES para investir na melhoria do sistema farmacêutico em geral. Isso está travado na Anvisa. Um país carente de investimentos, tem os recursos e não consegue implementar. É preciso melhorar o sistema”, enfatizou.

Desconfiança leva 48% dos brasileiros a suspenderem compras online

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Compras online
Percepção dos consumidores de que as empresas adotam medidas para protege-los contra fraudes caiu / Foto: Freepik

As compras online vivem dois momentos diametralmente opostos. Por um lado, o volume de vendas fechados por aplicativos e sites cresce. Mas, do outro, a confiança dos consumidores nesse modal caiu.

A desconfiança em um app ou e-commerce já motivou a desistência da compra para 48% dos brasileiros, segundo o Relatório de Identidade Digital e Fraude 2024, da Serasa Experian.

O que também apresentou queda foi a crença de que as empresas adotam medidas eficazes para a proteção do consumidor. No estudo passado, 51% dos respondentes haviam afirmado acreditar nisso. Agora, o montante caiu para 43%.

“Com esses insights, surge a oportunidade de as empresas investirem em soluções robustas de autenticação e prevenção à fraude para garantir a confiança dos consumidores no ambiente online”, comenta Caio Rocha, diretor de produtos de autenticação e prevenção à fraude da datatech.

Sites falsos são o maior pesadelo do consumidor 

Perguntados pela Serasa Experian, os consumidores elencaram seus maiores medos na hora de fechar uma compra digitalmente. O risco de cair em um site falso liderou, com 41% das respostas, empatado com o uso indevido de dados. O vazamento de dados (37%) completa o pódio.

Volume de compras online, por outro lado, cresceu 

A desconfiança em aplicativos e sites não abalou o comércio online. Também 48% dos respondentes afirmou fazer entre uma e três compras digitais por mês. Na comparação com 2023, a atividade registrou um crescimento médio de 1,6 ponto percentual.

Negociações entre farmacêuticas podem movimentar R$ 10 bilhões

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Negociações entre farmacêuticas
Rumores de fusões e aquisições agitam o setor – Foto: Canva

Diferentes negociações entre farmacêuticas agitam o mercado e podem movimentar mais de R$ 10 bilhões ainda esse ano. Momento de disparidade entre os câmbios pode criar oportunidades para laboratórios estrangeiros que já operam no país. As informações são do Valor Econômico.

Após adquirir 5% na bolsa e fazer uma oferta hostil por outros 20% da Hypera no ano passado, Carlos Sanchez, dono da EMS, estuda a possibilidades para 2025. No momento da recusa a companhia era avaliada em aproximadamente R$ 4 bilhões.

A francesa Sanofi está tentando viabilizar a venda da Medley, produtora de genéricos e OTCs. Para isso, contratou o banco Lazard para prospectar possíveis interessados. Em dezembro de 2024 EMS, Hypera e Aché lideravam a disputa, seguidas pela Eurofarma.

A União Química também corre por fora, enquanto avalia a possibilidade da entrada de um sócio na companhia. O interesse da farmacêutica na Medley foi confirmado pelo presidente Fernando de Castro.

A negociação mais avançada, no entanto, é a da Cimed, que busca um sócio minoritário. O laboratório, inclusive, contratou o J.P. Morgan para tratar da venda de 10% a 20% da companhia.

Negociações entre farmacêuticas seguem tendência

Um relatório da KPMG registrou 11 fusões e aquisições no setor de saúde durante o terceiro semestre de 2024, número que representa uma queda de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior.

No segmento específico de produtos químicos e farmacêuticos nove transações  foram concretizadas, registrando um aumento de 50% em relação a 2023.

Variações financeiras alteram dinâmicas

Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, acredita que fatores como a expectativa de crescimento da taxa Selic dificultam a conclusão de negócios entre companhias brasileiras.

“Ainda que os juros não cheguem a 15%, mesmo em 12% ou 13%, dificilmente haverá dinheiro para fazer esse tipo de consolidação”, afirma. “A Medley está à venda por US$ 1 bilhão. Quem hoje no Brasil tem dinheiro em caixa para fazer isso? Quem em sã consciência vai pegar empréstimo para isso, quanto de geração de caixa tem que ser necessário para pagar os juros da dívida?”, conclui o executivo.

Em contraponto, Mussolini aborda a possibilidade da disparidade entre o real e o dólar ou euro facilitar as negociações para uma farmacêutica estrangeira, o que ele classificou como um “negócio de oportunidade”. “Isso não é bom para ninguém, porque desvaloriza as companhias”, opina.

Processos seletivos abrem mais de 150 vagas no mercado farmacêutico

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Vagas no mercado farmacêutico
Vagas contemplam diferentes braços de atuação do canal farma / Foto: Freepik gerada com IA

Quatro processos seletivos estão movimentando o setor no segundo mês do ano. Ao todo, são mais de 150 vagas no mercado farmacêutico, em colocações disponibilizadas pelo varejo, indústria e distribuição.

A Drogaria Venancio abriu 115 novas vagas de emprego, enquanto a Panvel anunciou 30 oportunidades atreladas a seu movimento de expansão em São Paulo. Quem também está contratando para sua operação paulista é a Galderma, enquanto a Profarma busca talentos para atuar no Rio de Janeiro.

Confira as principais vagas no mercado farmacêutico 

Drogaria Venancio abre 115 vagas 

A busca por colaboradores pela Drogaria Venancio está focada em atender à demanda de suas lojas na zona sul carioca. As oportunidades são para atendente (30), auxiliar de serviços gerais (20), balconista de medicamentos (10), fiscal de loja (15) e operador de caixa (40).

Dentre os benefícios ofertados estão vale transporte, auxílio alimentação, cadastro no SESC, convênios com instituições de ensino, assistência médica e odontológica, entre outros. Para checar mais detalhes, clique aqui. Os interessados também podem enviar currículo para curriculo@venancio.com.br com o assunto “Oportunidades – Zona Sul”.

Panvel anuncia 30 oportunidades 

A Panvel está com 30 vagas abertas para sua unidade no bairro Cerqueira César, em São Paulo (SP). A rede de farmácias oferece uma série de benefícios, além da oportunidade de crescimento profissional.

Para se candidatar, é necessário ter ensino médio completo e idade mínima de 18 anos. Embora a varejista priorize o desenvolvimento de seus colaboradores e não exija experiência, candidatos que já atuaram na área terão um diferencial. Para participar, clique aqui ou aqui.

Profarma está com 13 vagas abertas 

A área de logística da Profarma Distribuição está com 13 vagas abertas no Rio de Janeiro. As oportunidades são para diferentes cargos, como analista de logística e de transportes, especialista em engenharia de projetos, coordenador de logística e gerente de planejamento de transportes.

Os profissionais contratados terão uma série de benefícios, como plano de saúde e odontológico, seguro de vida, desconto em farmácia, programa de apoio psicológico, entre outros. Os interessados podem acessar as páginas dedicadas a cada uma das vagas.

Galderma preenche nove vagas 

A Galderma está com vagas de emprego abertas para coordenador de compras Indiretas LATAM, coordenador de farmacovigilância LATAM, analista de desenvolvimento de embalagens jr., e-commerce account manager jr., especialista de planejamento de demandas, gerente de recursos humanos, engenheiro de segurança, saúde e meio ambiente; especialista em digital e gerente de total rewards LATAM.

As oportunidades são para Hortolândia (SP) e São Paulo (SP). Dentre os benefícios, a empresa oferece assistências médica e odontológica, vales refeição e alimentação, Gympass, produtos da companhia 100% subsidiados, convênio farmácia, auxílio creche, entre outros. Para se candidatar, os interessados podem encontrar mais informações e se inscrever clicando aqui.

Pierre Fabre promove gerente

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Pierre Fabre, Felipe Duque Estrada
Foto: Acervo pessoal

Felipe Duque Estrada é o novo gerente nacional de vendas da Pierre Fabre, farmacêutica de origem francesa. Na companhia desde 2019, já atuou como gerente de contas e de vendas regionais.

Engenheiro formado pela UFRJ, cursou também um MBA em finanças no Ibmec. Ao longo de sua carreira acumulou passagens por grandes empresas como Americanas, L’Oréal e GSK.

Contato: felipe.estrada@pierre-fabre.com

Governo anuncia Farmácia Popular com 100% de gratuidade

FARMÁCIA POPULARFarmácias, medicamentos
Extensão dos benefícios impacta pelo menos 24 milhões de brasileiros | Foto: Divulgação Ministério da Saúde

Farmácia Popular entra em uma nova fase de expansão. A ministra da Saúde Nísia Trindade anunciou nesta quinta-feira, dia 13, a  gratuidade de 100% dos 41 medicamentos e produtos contemplados no programa. O governo federal também reabriu o credenciamento de farmácias privadas para atender à população em todos os municípios brasileiros.

A medida deve impactar diretamente, e de forma imediata, mais de 1 milhão de pessoas por ano. Entre os mais beneficiados estão os idosos que, até então, arcavam com uma parcela dos gastos em regime de coparticipação.

Com essa ampliação, as fraldas geriátricas passam a ser fornecidas gratuitamente para a população a partir de 60 anos. A dapagliflozina, medicamento utilizado no tratamento do diabetes associado à doença cardiovascular, também será ofertada sem custo para o público.

“Tivemos mais de 24 milhões de pessoas atingidas pelo programa em 2024 e vamos aumentar ainda mais esse alcance, principalmente nas áreas mais remotas desse país”, declarou a ministra. Entre 2022 e 2024, o governo federal incrementou em quase 20% o volume de beneficiários do Farmácia Popular. O alcance do programa subiu de 20,7 milhões para 24,7 milhões no período. 

Farmácia Popular terá novos credenciamentos

Além disso, o Farmácia Popular terá uma rede de atendimento estendida a todas as cidades do país. O Ministério da Saúde abrirá novos credenciamentos, colocando como prioridade os 758 municípios atualmente sem estabelecimentos conveniados ao programa.

Esse processo já havia sido retomado em 2023, após oito anos sem nenhuma nova farmácia credenciada. À época, o governo procurou contemplar municípios com maior vulnerabilidade social e que aderiram ao programa Mais Médicos. O Farmácia Popular está presente em 4.812 cidades, cobrindo cerca de 97% da população por meio de mais de 31 mil farmácias privadas.

Desde 2023, o Farmácia Popular vem avançando também no rol de produtos e medicamentos. A gratuidade incluía somente remédios para asma, diabetes e hipertensão. Mas em 2023, todos os beneficiários do Bolsa Família passaram a retirar os medicamentos disponíveis no programa gratuitamente. A iniciativa ampliou o acesso de 55 milhões de brasileiros à assistência farmacêutica.

No mesmo ano, medicamentos para o tratamento da osteoporose e contraceptivos foram adicionados à lista. E em 2024, foi a vez de o governo incluir absorventes, quando o orçamento destinado ao programa alcançou R$ 3,6 bilhões. A previsão para 2025 chega a R$ 4,2 bilhões.

Como credenciar uma farmácia no Farmácia Popular

Para credenciar um estabelecimento ao Farmácia Popular, é necessário que ele esteja localizado em um município sem farmácias conveniadas e reúna a documentação exigida. Os trâmites incluem o preenchimento de formulários e a apresentação dos seguintes documentos autenticados ou com certificação digital:

  • Comprovante de CNPJ com CNAE específico (4771701 e 4771702)
  • Registro na junta comercial ou certificação digital
  • Licença sanitária estadual ou municipal
  • Autorização de funcionamento emitida pela Anvisa
  • Certidão de regularidade fiscal junto à Receita Federal
  • Certificado de regularidade técnica emitido pelo Conselho Regional de Farmácia
  • Documentação do representante legal e do farmacêutico responsável
  • Comprovante de conta bancária da empresa

Faturamento da Abrafad alcança meta de R$ 7 bilhões

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Faturamento da Abrafad
Meta foi estabelecida no ano passado – Foto: Divulgação

Concretizado uma meta estabelecida no ano passado, o faturamento da Abrafad atingiu a marca de R$ 7 bilhões no início de 2025. O valor segue crescendo anualmente, tendo saído de R$ 5 bilhões em 2022 e R$ 6,1 bi em 2023.

O bom resultado está aliado à constante expansão da associação, que também celebrou a conquista de 6.000 lojas recentemente. O número é formado pela soma das unidades das 21 redes com as milhares de farmácias independentes associadas à entidade em todo o país.

“Esperamos dar continuidade com esse crescimento ao longo deste ano, sempre na casa de 2% a 3% acima do mercado, impulsionado pelo uso das nossas ferramentas de gestão, que contribuem para aumentar a eficiência operacional das redes associadas, e pela entrada de dois novos grupos em janeiro”, explica o diretor executivo e institucional, Nilson Ribeiro.

Faturamento da Abrafad é impulsionado por inovações

Os contínuos investimentos da Abrafad em inovações e tecnologias se mostraram providenciais nos últimos meses. Recursos como ferramentas de gestão, inteligência de mercado e automação de processos foram fundamentais para a conquista da meta.

“Esse crescimento expressivo reforça a importância da união, da cooperação e da força do associativismo. O modelo permite que nossos associados tenham maior poder de negociação, acesso a condições comerciais mais competitivas, além de suporte estratégico em áreas como gestão, marketing e inteligência de mercado”, afirma Douglas Silva, diretor de operações e comunicação da Abrafad.

“Juntos, fortalecemos o varejo farmacêutico, garantindo mais competitividade, eficiência e, principalmente, melhores serviços e preços para os consumidores”, complementa o executivo.

Encontro de Negócios

A entidade também está com os preparativos a todo vapor para a realização do Encontro de Negócios, que ocorrerá de 6 a 8 de maio no Espaço Immensità, em São Paulo. “Cada dia que passa as nossas expectativas estão sendo superadas, com a adesão maciça das indústrias, que esgotaram todas as cotas platinum, premium e diamante. já as cotas ouro estão praticamente no fim”, finaliza Ribeiro.

Loja da Amazon chega à Itália

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Loja da Amazon
Unidade concentra sua operação na venda de produtos de beleza e higiene pessoal / Foto: Reprodução – CNBC

A nova loja da Amazon na Itália representa mais um passo ambicioso da multinacional com foco no varejo físico. O PDV, chamado de Amazon Parafarmacia & Beauty, fica localizado no centro da cidade de Milão e abriu suas portas oficialmente na última quarta-feira, dia 12.

A unidade atua sob o conceito de “parafarmácia”, em que o carro-chefe são os produtos de higiene e beleza (HPC), mas há a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) e OTCs selecionados. As informações são da CNBC.

No mix da loja, estão renomados nomes de HPC como La Roche-Posay, Eucerin e Vichy. A unidade também oferece Derma-bars, onde o consumidor pode passar por uma “análise complementar e digital da sua pele” para receber recomendação de produtos.

Loja da Amazon quer emular sucesso do digital, mas histórico é difícil 

O foco da loja da Amazon em artigos de HPC não representa uma decisão ocasional. A categoria é uma das campeãs de vendas no e-commerce da varejista e o objetivo é emular esse sucesso também no físico.

A companhia começou a atuar com esses produtos ainda em 2000, mas priorizou, inicialmente, itens com perfil de venda mais massificado. Com o tempo e amadurecimento do negócio, SKUs de marcas mais luxuosas foram incorporados ao mix.

Por sua vez, o histórico de atuação da companhia no varejo físico não é dos melhores. A empresa fechou todas as lojas que havia aberto e diminui sua atuação com a Amazon Go, marca de conveniência.

Unidade contará com farmacêuticos 

No comunicado divulgado pela Amazon, a gigante do varejo afirmou ter formado uma equipe de farmacêuticos que ficarão na loja para orientar os consumidores interessados em comprar MIPs ou OTCs.

Novo gerente de vendas na Vitamedic

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Julião Neto, Vitamedic
Foto: Acervo pessoal

A farmacêutica goiana Vitamedic anunciou a contratação de Julião Neto para o cargo de gerente de vendas. O executivo assume o posto após uma passagem de 10 meses pela Xis Farmácia, onde atuava no setor de supply chain.

Ao longo de sua carreira, Neto dedicou 24 anos ao mercado farmacêutico, acumulando experiências em todos os segmentos do setor. Na indústria já atuou como representante da Medfar e na área de distribuição passou pela Elite. No varejo, atuou na Farmais.

Contato: juliao.neto@vitamedic.ind.br

CEOs veem aumento de receita com inteligência artificial na saúde

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INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA SAÚDE
Bruno Porto, sócio e líder do setor de Saúde na PwC Brasil I Foto: Divulgação

O uso da inteligência artificial na saúde vem gerando uma sensação de otimismo entre os CEOs atuantes no Brasil. Estudo da PwC revela que 58% dos líderes empresariais desse setor relatam ganhos de eficiência na produtividade dos seus colaboradores após o emprego da tecnologia. Considerando também os gestores de outros segmentos, o percentual é de 52%.

Os dados integram a 28ª edição da Global CEO Survey, que ouviu mais de 4,7 mil CEOs em cerca de 100 países. Ainda de acordo com o extrato brasileiro, 35% dos executivos da saúde identificaram aumento na receita, pouco acima da média nacional (34%). O recorte setorial mostra que 53% dos CEOs têm alta confiança na integração da IA em processos-chave, índice superior à média nacional (51%) e da média global do segmento (33%).

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Fonte: PwC

CEOs elencam áreas prioritárias para inteligência artificial na saúde

A inteligência artificial na saúde brasileira pode se traduzir em avanços na automação de tarefas administrativas, personalização de tratamentos e maior eficiência operacional.

“Segundo a pesquisa, 97% dos líderes do segmento revelam que suas maiores prioridades nos próximos três anos envolvem integrar a IA (incluindo a versão generativa) em plataformas tecnológicas e 84%, em processos de negócios e fluxos de trabalho. Outros 84% também citam a aplicação da tecnologia em estratégias relacionadas à força de trabalho e ao desenvolvimento de competências”, ressalta o sócio e líder do setor de saúde na PwC Brasil, Bruno Porto.

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Fonte: PwC

“A disposição do setor em relação à tecnologia é muito superior à média global do mesmo segmento e à média geral nacional. Os dados denotam a necessidade de acelerar digitalização e o atraso na disrupção tecnológica da indústria”, avalia Porto.

Ele exemplifica que, na saúde, a Lei n° 11.196/05, conhecida como Lei do Bem, pode e deve ser usada como estratégia para que empresas saiam na frente nessa jornada de disrupção digital. Trata-se de um dos principais mecanismos de incentivo privado à inovação tecnológica do país.

A Lei do Bem oferece apoio financeiro indireto, na forma de incentivos fiscais, para empresas de todos os setores e estados que atendem a três requisitos básicos – serem pessoas jurídicas com regularidade fiscal, estarem sob o regime de tributação do Lucro Real e desenvolverem atividades de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I).

Horizonte de viabilidade

A aposta na genIA dialoga com a necessidade de reinvenção dos negócios identificada na pesquisa, uma vez que 47% dos CEOs da saúde acreditam que suas empresas não serão viáveis economicamente por mais de dez anos se não se reinventarem. Esse percentual é maior que o do ano anterior, quando 42% dos entrevistados já identificavam essa necessidade para a viabilidade dos seus negócios.

“Quando observamos as ações de reinvenção nos últimos cinco anos, podemos ver que elas estão muito voltadas ao reconhecimento sobre a base de clientes e a novas formas de precificação a partir do uso da tecnologia”, complementa Porto.

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Fonte: PwC

Horizonte positivo

Os CEOs da saúde ainda demonstram otimismo em relação à economia global, com 78% projetando aceleração nos próximos 12 meses, resultado acima da média global do setor (66%), da média nacional (68%) e da global para todos os setores (58%).

Apenas 9% esperam desaceleração, enquanto 13% projetam estabilidade. Em relação à economia local, 72% dos líderes do setor no país esperam aceleração, índice próximo à média nacional, de 73%, e bem acima da média geral global e do setor (57% e 62%, respectivamente).

Já 47% dos respondentes disseram que planejam ampliar o quadro de funcionários no próximo ano, enquanto apenas 16% pretendem reduzir. O resultado está abaixo da média geral do Brasil, recorte no qual 53% planejam expandir as equipes, enquanto 14% preveem cortes. “Ainda assim, quase 50% é um índice relevante”, opina Porto.

Como acelerar a transformação?

Segundo Porto, as organizações de saúde que se destacarão nos próximos anos serão aquelas que agirem rapidamente para entender esse cenário. O executivo lança alguns questionamentos essenciais para os CEOs do setor de saúde:

  • Você está avançando com rapidez e disciplina para integrar tecnologias avançadas, como inteligência artificial, aos processos clínicos e administrativos? Essas tecnologias estão sendo utilizadas para melhorar o diagnóstico, o atendimento personalizado e a eficiência operacional?
  • Quais são as oportunidades inexploradas para impulsionar o crescimento e a lucratividade? Sua organização está inovando em serviços e produtos que atendam à crescente demanda por saúde preventiva, telemedicina e soluções de baixo impacto ambiental?
  • Você tem uma visão clara de como a estrutura e as fronteiras da indústria da saúde estão mudando? Como sua organização está adaptando suas operações, capacidades e modelos de negócios para responder às transformações causadas pela digitalização, envelhecimento da população e mudanças regulatórias?
  • Você está investindo de maneira adequada (e alocando os melhores talentos) em suas maiores prioridades? Está priorizando iniciativas que aumentem a agilidade da organização para realocar recursos, adotar novas tecnologias, expandir o acesso aos cuidados e melhorar a experiência dos pacientes em um ambiente altamente competitivo e em constante evolução?