Capitais começam a paralisar vacinação com 1ª dose

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Menos de um mês após o início da vacinação, capitais começam a suspender campanhas por falta de estoque. Rio, Salvador e Cuiabá já anunciaram que não vão mais aplicar a primeira dose do imunizante até novas remessas. Em Curitiba, a prefeitura admite só ter volume suficiente para esta semana. A Frente Nacional de Prefeitos (FNP) cobrou nesta terça-feira, 16, do governo federal um cronograma de entrega de doses.

Na segunda-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (DEM), informou que, sem vacina suficiente, o Rio iria interromper o programa por pelo menos uma semana. Segundo o governo municipal, as doses que ainda estão disponíveis foram reservadas para a segunda aplicação. A Secretaria Municipal de Saúde diz ter recebido cerca de 375 mil doses e vacinado 249,8 mil pessoas – número já superior à quantidade disponível, quando se considera a segunda dose.

“A expectativa é de que as doses provenientes do Instituto Butantan sejam entregues no dia 23”, disse o governo federal, em nota. “O retorno esperado (da campanha) é na próxima semana, mas a data exata ainda será confirmada.”

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) usou o Twitter para anunciar a paralisação nesta terça-feira. A capital manterá a aplicação das segundas doses para trabalhadores de saúde, até nova remessa. “Estão asseguradas desde a primeira distribuição.”

Situação semelhante vive Cuiabá. Nesta terça-feira, a capital de Mato Grosso tinha apenas 400 doses disponíveis para a primeira aplicação. A gestão Emanuel Pinheiro (MDB) manteve só o cronograma da segunda dose. O governo de Cuiabá alega ter recebido 30,8 mil doses e imunizado 23,2 mil pessoas.

Em Curitiba, a gestão Rafael Greca (DEM) afirma só ter 12,4 mil doses disponíveis para a primeira dose. O estoque seria suficiente para atender o cronograma de vacinação até sexta-feira.

Com 73% do público-alvo ainda sem ter recebido dose, Florianópolis afirma dispor de apenas 1.390 vacinas. Para se ter ideia, essa quantidade representa metade das doses aplicadas só no dia 11. Por sua vez, o governo de Santa Catarina diz que o Estado não recebe novos lotes desde o dia 7. “Neste momento o estoque disponível destina-se à segunda dose”, afirma.

Em outras capitais, o estoque de vacinas também caminha para o fim. Maceió, por exemplo, diz já ter aplicado 20,7 mil das 22,7 doses recebidas – ou 91%. Por sua vez, Porto Alegre diz ter 11 mil imunizantes em estoque, mas ainda falta 27% do público-alvo, ou mais de 33 mil na primeira dose.

São Paulo informou o número de vacinados: 394,4 mil receberam a primeira dose do imunizante até esta segunda-feira, 15. Já para a segunda dose o índice é de 39,4 mil. Sobre o estoque, a Prefeitura disse que recebeu do governo 203 mil doses da Coronavac em 19 de janeiro, 165,3 mil doses da Oxford/AstraZeneca em 25 de janeiro e mais 203 mil doses da Coronavac na semana passada, totalizando 571,3 mil.

“Há vacinas garantidas em estoque para a segunda dose de todos os grupos já contemplados na primeira fase. A Pasta aguarda nova remessa de doses para iniciar a imunização dos idosos entre 80 a 84 anos. A previsão é de que sejam entregues no próximo dia 27 de fevereiro de 2021”, declarou.

Outras cidades pelo País registram, conforme fontes locais, estoques esgotados ou próximos do fim. É o caso do Rio Grande do Sul (Cachoerinha e Guaíba) e de Mato Grosso (Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças).

Em São José dos Campos (SP), foi suspensa a vacinação antecipada para quem tem mais de 80 anos. A prefeitura cobrou celeridade do Estado que, por sua vez, criticou o município por não oferecer dados para dimensionar as remessas.

Pressão e compras federais

A FNP divulgou nesta terça-feira, 16, texto em que afirma que “os sucessivos equívocos do governo federal” estão diretamente ligados à escassez e à falta de doses de vacinas em cidades de todo o País. O presidente da entidade, o prefeito Jonas Donizette, afirma que os prefeitos fizeram a sua parte. “Houve eficiência na aplicação da vacina, ou seja, aquilo que os prefeitos e as cidades se propuseram a fazer foi feito e bem feito e num ritmo bem acelerado. Agora, o problema da escassez quem tem de resolver é o Ministério da Saúde.”

A FNP cobra do Ministério da Saúde um cronograma com prazos e metas estipulados para a vacinação de cada grupo: por faixa etária, doentes crônicos, categorias de profissionais. Cronograma publicado no site do Ministério da Saúde nesta terça-feira, 16, indica que foram entregues à pasta 10,7 milhões de vacinas contra a covid até o momento. Dessas, são 8,7 milhões da Coronavac, do Instituto Butantan/Sinovac, e 2 milhões da Universidade de Oxford/AstraZeneca.

Por sua vez, o consórcio de veículos de imprensa informa que 5,5 milhões, ou 2,6% da população, já receberam a primeira dose. Esse contingente, em tese, seria suficiente para praticamente esgotar a quantidade de vacinas disponível, uma vez que é necessária a dose complementar.

Para a Coronavac, o intervalo para administração do reforço deve ser entre duas e quatro semanas. Já a segunda dose de Oxford pode ser aplicada até três meses depois da primeira.

Cobrado sobre o assunto, o ministério prevê receber mais 9,3 milhões de Coronavac e 4 milhões da vacina de Oxford ainda este mês. A data exata, no entanto, não é informada. Já em março, a pasta diz que vai receber mais 18,1 milhões de doses do Butantan e 23,3 milhões de Oxford – sendo 2,65 milhões via Consórcio Covax, da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Pressionada, a pasta também formalizou nesta terça-feira a compra de mais 54 milhões de doses da Coronavac. Segundo o ministério, nesta semana há, ainda, previsão de fechar contrato para 10 milhões de doses da Sputnik V, da Rússia, e 10 milhões da Covaxin, da Índia.

Os imunizantes com os quais o País conta

Consórcio Covax Facility

– Entrega de 42,5 milhões de doses

Março: 2,65 milhões de doses da AstraZeneca

até Junho: 7,95 milhões de doses da AstraZeneca

***A expectativa é de que o Brasil receba ainda aproximadamente mais 32 milhões de vacinas contra Covid-19 produzidas por laboratórios de sua escolha até o fim deste ano.

Butantan – Coronavac/Sinovac

– Entrega das 100 milhões de doses

Janeiro: 8,7 milhões – entregues

Fevereiro: 9,3 milhões

Março: 18,1 milhões

Abril: 15,93 milhões

Maio: 6,03 milhões

Junho: 6,03 milhões

Julho: 13,55 milhões

Agosto:13,55 milhões

Setembro: 8,8 milhões

Fiocruz – Oxford/Astrazeneca

– Entrega de 222,4 milhões de doses

Janeiro: 2 milhões – já entregues

Fevereiro: 4 milhões

Março: 20,7 milhões

Abril: 27,3 milhões

Maio: 28,6 milhões

Junho: 28,6 milhões

Julho: 1,2 milhões

****Segundo a Saúde, com a incorporação da tecnologia da produção do insumo, a Fiocruz deverá produzir e entregar mais 110 milhões de doses no segundo semestre de 2021.

União Química – Sputnik V/Instituto Gamaleya

– Entrega de 10 milhões de doses (importadas da Rússia) – previsão de assinatura de contrato esta semana.

Março: 800 mil entregues 15 dias após a assinatura do contrato.

Abril: 2 milhões entregues 45 dias após a assinatura do contrato.

Maio: 7,6 milhões entregues 60 dias após a assinatura do contrato.

***** A expectativa é de que, a partir da incorporação da tecnologia da produção dos insumos necessários para o imunizante, a União Química passe a produzir mais 8 milhões de doses por mês.

Precisa Medicamentos – Covaxin/Bharat Biotech

– Entrega de 20 milhões de doses da Índia – previsão de assinar contrato esta semana

Março: 8 milhões de doses divididas em dois lotes, entregues entre 20 e 30 dias após a assinatura do contrato.

Abril: 8 milhões de doses, divididas em dois lotes, entre 45 e 60 dias após o contrato.

Maio: 4 milhões entregues 70 dias após o contrato.

Perguntas e respostas – O País precisa de mais acordos

O Brasil possui neste momento vacina para aplicar em toda a população?

Não. Os acordos firmados até agora pelo Ministério da Saúde preveem a entrega de 354,5 milhões de doses (212 milhões da Fiocruz/Oxford, 100 milhões do Instituto Butantan e 42,5 milhões da Covax Facility), o que atenderia 177 milhões de pessoas, levando em consideração duas doses para a imunização. No entanto, essa entrega deve ser escalonada ao longo do ano (veja tabela abaixo). A previsão do ministério é de que a metade da população seja vacinada até junho e a totalidade da população seja imunizada até o fim do ano, o que implicaria em novos acordos para aquisição de mais vacinas.

A vacinação está lenta?

Mais de 5,2 milhões de pessoas receberam a primeira dose da vacina contra a covid-19 até esta terça-feira. Especialistas têm apontado que o ritmo atual não supre a necessidade de imunização para deter a pandemia, já que com uma média de 200 mil doses aplicadas por dia (dado do início de fevereiro) seriam necessários quatro anos para vacinar toda a população. Campanhas anteriores, como a da gripe, já mostraram que a capacidade de vacinação simultânea do País é maior que a atual. Um fator a ser levado em consideração é a escassez no fornecimento das vacinas, o que pode obrigar cidades a interromper a aplicação das doses.

Com a chegada de mais vacinas, uma pessoa poderá receber doses de fabricantes diferentes?

Não. O recomendado é que as duas doses sejam do mesmo tipo de vacina, o que garante segurança e eficácia da imunização.

Quando o cronograma será ampliado?

Ainda é incerto. Em São Paulo, o cronograma atual prevê início da aplicação para idosos acima de 80 anos, o que ocorrerá em 1.º de março. A data pode variar conforme o planejamento de cada Estado e cidade. / COLABORARAM SANDRA MANFRINI, JOSÉ MARIA TOMAZELA E RENATA MESQUITA

Fonte: MSN

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/12/16/abrafarma-divulga-plano-de-vacinacao-da-covid-19-em-farmacias/

Quando serei vacinado? Veja por que a pergunta ainda não tem resposta um mês após Brasil começar imunização

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Para a maioria do 77 milhões de brasileiros dos grupos prioritários e sobretudo para todos os demais, ainda não há resposta exata sobre quando será a vacinação. As vacinas contra a Covid-19 existem, são eficazes, mas a primeira dose só chegou a 5 milhões de brasileiros após um mês de campanha. Entre eles, pouco mais de 300 mil receberam a 2ª dose. Além disso, cidades pelo Brasil começam a suspender a campanha por falta do imunizante.

Especialistas ouvidos pelo G1 listam as pedras no caminho (veja tópicos abaixo) e dão as perspectivas do que precisa ser feito para a vacinação avançar no país. Nesta reportagem, veja análise dos seguintes pontos:

Compra limitada de vacinas

Atraso na elaboração e divulgação do PNI

Escassez de vacinas no mundo

Dificuldades na importação do IFA

Falta de clareza nas fases e grupos prioritários

Falta de apoio para pesquisa e produção 100% nacional

Demora no avanço e registro de novas vacinas

Abaixo, veja os detalhes dos sete tópicos.

1. Compra limitada de vacinas

A imunização começou no Brasil utilizando a aposta do governo de São Paulo na vacina chinesa CoronaVac. Em janeiro, o Ministério da Saúde entregou aos estados 10,7 milhões de doses da vacina, o único imunizante contra Covid-19 disponível no país até aquele momento. A quantidade é suficiente para imunizar apenas cerca de 5,3 milhões dos 77,2 milhões de pessoas que formam os grupos prioritários estabelecidos pelo Plano Nacional de Imunização (PNI).

A pequena oferta de doses é reflexo da demora do governo federal em firmar os contratos de aquisição com as farmacêuticas. Até dezembro, o Brasil havia fechado acordo apenas com a Universidade de Oxford/AstraZeneca.

A confirmação da compra de doses da CoronaVac ocorreu somente em janeiro. A negociação da vacina tem sido objeto de disputa política desde outubro, quando o ministro da Saúde Eduardo Pazuello foi desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro e forçado a desistir de comprar 46 milhões de doses do imunizante.

Considerando a previsão de 354 milhões de doses para este ano, o Brasil negociou 1,68 dose por habitante. O número está abaixo de países como Canadá (8,99 doses por habitante), Reino Unido (6,83), Chile (4,66), EUA (3,68) ou Japão (2,48).

Sem variedade nos contratos com as farmacêuticas, a previsão é que o país receba até março mais 27,37 milhões de doses da Coronavac, 2,6 milhão de doses do consórcio Covax e 7,5 milhões de imunizantes da Universidade de Oxford/AstraZeneca. A quantidade não será suficiente para vacinar nem mesmo um quarto dos grupos considerados prioritários.

Sem variedade nos contratos com as farmacêuticas, a previsão é que o país receba até março mais 27,37 milhões de doses da Coronavac, 2,6 milhão de doses do consórcio Covax e 7,5 milhões de imunizantes da Universidade de Oxford/AstraZeneca. A quantidade não será suficiente para vacinar nem mesmo um quarto dos grupos considerados prioritários.

2. Atraso na elaboração e divulgação do PNI

O Ministério da Saúde apresentou um primeiro plano de vacinação contra a Covid-19 em 11 de dezembro, após partidos entrarem com ações no Supremo Tribunal Federal (STF) cobrando o governo.

A primeira versão do plano informava que mais de 51 milhões de pessoas seriam vacinadas em quatro fases ao longo do primeiro semestre de 2021. Contudo, o documento, considerado pouco específico pelos especialistas, não estipulava uma data para o início da vacinação.

Além disso, no mesmo dia do anúncio, pesquisadores que assessoraram o Ministério da Saúde e tiveram os nomes citados no documento emitiram nota conjunta afirmando não terem sido consultados antes do envio do plano de vacinação ao STF.

Mais de um mês depois, em 20 de janeiro, o Ministério da Saúde entregou um plano de vacinação atualizado. A pasta aumentou o grupo prioritário para mais de 77 milhões de pessoas, passando a incluir, além dos idosos e profissionais da saúde, trabalhadores industriais e portuários. O governo ainda excluiu as quatro etapas de vacinação e detalhou apenas a primeira delas, sem especificar quais subgrupos deveriam ser prioridade dentre os 27 listados como prioritários.

3. Escassez de vacinas no mundo

Não é só o Brasil que enfrenta problemas com a vacinação. Nas últimas semanas, União Europeia criticou a demora na entrega de vacinas da AstraZeneca/Oxford. A Pfizer/BioNTech também anunciou atrasos. O Canadá, que assinou acordos com sete fabricantes em um total de mais de 400 milhões de doses (muito acima do número de habitantes), também não recebeu as doses e não conseguiu atingir as metas de vacinação. Nos EUA, o presidente Joe Biden alertou em janeiro para uma possível falta de vacinas.

Pfizer/BioNTech, Moderna, Sputnik V, Oxford/AstraZeneca, CoronaVac/Sinovac e Sinopharm são as vacinas que já estão sendo aplicadas no mundo. O Brasil tem acordo, até agora, com duas fabricantes: Oxford/AstraZeneca e CoronaVac/Sinovac.

Para a epidemiologista Carla Domingues, ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI), o problema da vacinação no Brasil não está na demora da aplicação, mas na falta de doses. Além disso, ela acredita que a estratégia da campanha deveria ser outra.

“Nós temos poucas vacinas. Com pouca dose, você não pode ampliar para outro público-alvo. É preciso escolher o grupo do grupo para ser vacinado. A vacinação deveria ter sido concentrada em lugares com mais incidência da doença. Essa pulverização [da vacina] não foi adequada” – Carla Domingues, ex-coordenadora do PNI

“Nós temos poucas vacinas. Com pouca dose, você não pode ampliar para outro público-alvo. É preciso escolher o grupo do grupo para ser vacinado. A vacinação deveria ter sido concentrada em lugares com mais incidência da doença. Essa pulverização [da vacina] não foi adequada” – Carla Domingues, ex-coordenadora do PNI

4. Dificuldades na importação do IFA

O Brasil ainda não tem uma estrutura adequada para desenvolver e fabricar todos os itens das vacinas. Por isso, acaba dependendo da importação do IFA (Ingrediente Farmacêutico Ativo). Sem ele não existe o imunizante. As dificuldades na importação da matéria-prima para as duas vacinas provocaram um atraso no cronograma de vacinação.

A entrega dos primeiros lotes de IFA da AstraZeneca estava prevista para janeiro, mas chegou só no dia 6 de fevereiro. Isso mexeu com a produção: passou de 7,5 milhões de doses para 2,81 milhões. Mas a previsão final continua a mesma: 100 milhões de doses produzidas em solo brasileiro até o fim de julho. A CoronaVac também atrasou. A previsão era entrega em 6 de janeiro e o IFA chegou da China no dia 3 de fevereiro. Além disso, o contrato previa um lote de 11 mil litros. Mas, a pedido do fabricante chinês, a remessa foi dividida em duas.

Os ingredientes vêm da China – o país asiático foi alvo de ataques frequentes de membros do governo Jair Bolsonaro. Em outubro, o presidente chegou a cancelar um acordo de compra de doses da CoronaVac pelo Ministério da Saúde e afirmou que não compraria vacinas produzidas na China.

5. Falta de clareza nas fases e nos grupos prioritários

Diante da escassez de doses para vacinar até mesmo os profissionais da saúde, no dia 8, o ministro do STF Ricardo Lewandowski determinou que o governo defina uma ordem entre os 27 grupos prioritários do PNI para orientar os estados na vacinação contra a Covid-19.

“Ao que parece, faltaram parâmetros aptos a guiar os agentes públicos na difícil tarefa decisória diante da enorme demanda e da escassez de imunizantes”, escreveu o ministro Lewandowski.

Conforme o G1 apurou, diversas cidades passaram a vacinar profissionais da área de saúde que não atuam na linha de frente à pandemia. Biólogos, psicólogos e educadores físicos, entre outros profissionais, ganharam prioridade em locais onde as doses não começaram a chegar aos idosos.

No mesmo dia da decisão de Lewandowski, o Ministério da Saúde alertou os estados que as “primeiras etapas” da campanha nacional de vacinação contra a Covid-19 não têm previsão de atender 100% dos profissionais de saúde. Segundo a pasta, um dos focos da “primeira fase” é atender 34% dos trabalhadores da saúde, apenas aqueles que atuam diretamente na linha de frente contra a pandemia.

Para o infectologista Renato Grinbaum, da Sociedade Brasileira de Infectologia, diante da escassez, é preciso seguir os critérios técnicos.

“Temos que ter uma comissão de técnicos, sem interferência política, que seja capaz de escolher quais são as áreas de maior risco à doença. Essa prioridade pode mudar de local para local, mas o primeiro grupo a ser vacinado deve ser sempre o que está apresentando o maior número de óbitos e os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente” – Renato Grinbaum, infectologista da SBI

“Temos que ter uma comissão de técnicos, sem interferência política, que seja capaz de escolher quais são as áreas de maior risco à doença. Essa prioridade pode mudar de local para local, mas o primeiro grupo a ser vacinado deve ser sempre o que está apresentando o maior número de óbitos e os profissionais da saúde que trabalham na linha de frente” – Renato Grinbaum, infectologista da SBI

6. Produção nacional

O Brasil tem projetos de pesquisa próprios de vacinas contra a Covid-19. Se algum conseguir avançar até a aprovação, será o primeiro imunizante na história do país produzido com tecnologia 100% nacional.

O problema é que, até agora, nenhuma vacina brasileira chegou à fase de testes em humanos – a chamada fase clínica. Antes disso, as vacinas precisam ser testadas em animais – normalmente em camundongos e, depois, primatas não humanos (macacos).

O pesquisador Jorge Kalil, da USP, que lidera uma dessas pesquisas, pretende começar testes em humanos, de fase 1, ainda neste ano. A vacina do Incor, feita com proteínas do vírus, deverá ser administrada por spray nasal.

O cientista frisa que é possível e necessário o Brasil ter sua própria vacina – inclusive por causa das novas variantes do Sars-CoV-2 que estão surgindo e se espalhando no país.

“Nós temos vacina que cobre a variante (que teve origem em) Manaus? Não tem. E quem é que vai ter que fazer isso?”, questiona Kalil.

“Nós temos vacina que cobre a variante (que teve origem em) Manaus? Não tem. E quem é que vai ter que fazer isso?”, questiona Kalil.

A variante descoberta em Manaus, uma das detectadas no Brasil, tem 3 mutações que preocupam: uma delas parece estar associada a uma maior transmissibilidade do vírus e as outras duas, a um possível enfraquecimento dos anticorpos humanos contra o vírus. As vacinas usadas hoje têm tido taxas de sucesso diferentes contra essas mutações.

“Não é de uma hora para a outra que faz a transferência tecnológica. Demora. Temos que ter uma fábrica para fazer [a vacina]”, lembra Jorge Kalil. O Butantan e a Fiocruz têm acordos de transferência de tecnologia da CoronaVac e da vacina de Oxford, respectivamente.

“Nós não temos fábrica aqui para fazer a CoronaVac. Tem que construir a fábrica e depois fazer a transferência de tecnologia para aprender. Mas você também não é independente – porque se mudar a cepa, você não pode mudar [a vacina], quem tem que mudar é o dono da tecnologia. Essas coisas são importantes que as pessoas entendam”, afirma.

7. Demora no avanço e registro de novas vacinas

Depois de negar a compra de 70 milhões de doses de vacinas da Pfizer, o Brasil vem fazendo tentativas de importar outras vacinas. O governo brasileiro sinalizou interesse em comprar a Sputnik V, da Rússia, e a Covaxin, da Índia; laboratórios privados também entraram em tratativas para comprar a vacina indiana.

A União Química, farmacêutica brasileira que firmou um acordo com um fundo russo para produzir a Sputnik V no Brasil, fez um pedido à Anvisa para conduzir estudos de fase 3 no Brasil e, depois, solicitou o uso emergencial da vacina, em 16 de janeiro.

Ambos os pedidos foram devolvidos à empresa por causa de documentos faltantes. Até agora, segundo a Anvisa, a União Química não retornou com o material que faltava.

Nesta terça-feira (16), o Ministério da Saúde anunciou que a União Química deverá entregar 10 milhões de doses da Sputnik V entre março e maio, e que a Precisa Medicamentos – representante brasileira do laboratório indiano Bharat Biotech, criador da Covaxin – 30 milhões de doses da Covaxin no mesmo período.

Segundo a Anvisa, a empresa responsável pela Covaxin “reafirmou que considera importante e que deseja realizar o estudo clínico de fase 3 no país”. Não há pedido de uso emergencial e nem de estudo de fase 3 da vacina tramitando com a agência.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2018/09/21/farmaceutico-desempenha-papel-fundamental-na-imunizacao/

Filha registra falsa aplicação de vacina contra a Covid-19 e alerta: ‘Não deixem os idosos sozinhos’

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A filha de uma idosa de 87 anos denuncia que a mãe não recebeu a vacina contra a Covid-19 na primeira aplicação, em uma unidade de saúde de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Segundo ela, o profissional enfiou a agulha no braço da idosa, não injetou a dose do imunizante e chegou a perguntar se teria ‘doído’, finalizando o atendimento (veja vídeo acima). A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que investiga o caso.

O episódio ocorreu na unidade de saúde Conviver Caiçara, na sexta-feira (12), por volta das 10h. Nas imagens, obtidas pelo G1 nesta quarta-feira (17), é possível ver o enfermeiro tirando a proteção da agulha, enfiando a injeção no braço da idosa e, um segundo depois, retirando. No vídeo, nota-se que o profissional não aperta a seringa para aplicar o imunizante na paciente.

O enfermeiro chega a perguntar se a aplicação doeu, e a idosa comenta que foi rápido demais. No entanto, a filha dela, que filmava a aplicação, percebeu a falha e alertou o profissional. “Só que pera aí, não fez”, afirmou após o enfermeiro indicar a finalização do procedimento.

A filha, que preferiu não se identificar, disse que filmou com a autorização de todos os profissionais envolvidos. “Ele colocou a mão na frente [durante a aplicação]. A gente sempre acha que isso não vai acontecer por perto, mas é nítido que ele não apertou”, disse.

A segunda aplicação foi feita em seguida, com outra agulha, no outro braço da idosa. Desta vez, o imunizante foi aplicado corretamente. A filha disse, ainda, que publicou o vídeo nas redes sociais não para “arranjar confusão”, mas para conscientizar as pessoas.

“Eu pedi para filmar e ele deixou, sabia disso. Foi má fé. Não deixem os idosos irem sozinhos. Gravem. Alguma coisa está acontecendo”, pediu a filha.

“Eu pedi para filmar e ele deixou, sabia disso. Foi má fé. Não deixem os idosos irem sozinhos. Gravem. Alguma coisa está acontecendo”, pediu a filha.

Prefeitura

Questionada pelo G1 sobre a denúncia, a Prefeitura de Praia Grande afirmou que o caso tratou-se de um “acontecimento não raro na aplicação de substâncias injetáveis”. Disse, ainda, que o profissional que aparece nas imagens é um aluno de enfermagem conveniado ao município.

“Na hora de introduzir a vacina, [ele] percebeu que a agulha estava entupida, o que pode acontecer em qualquer procedimento injetável. De imediato, comunicou ao seu professor e profissional responsável, e trocou o material por uma nova seringa e realizou a aplicação em outro local, uma vez que o primeiro braço já havia recebido uma picada”, disse em nota.

A Secretaria de Saúde Pública informou que irá investigar o caso, mas reitera que esse tipo de intercorrência pode acontecer quando se trata de medicamentos injetáveis.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/04/06/uma-vacina-contra-a-covid-19-esta-chegando-e-ela-vai-funcionar/

Combater nacionalismo da vacina será prioridade, diz nova chefe da OMC

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Combater o chamado “nacionalismo da vacina” – em que países barram a exportação para imunizar primeiro seus habitantes – será prioridade para a economista nigeriana Ngozi Okonjo-Iweala, 66, que foi confirmada nesta segunda (15) diretora-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC). Seu mandato vai até 31 de agosto de 2025.

Ngozi, como prefere ser chamada, é a primeira mulher, a primeira africana e a primeira pessoa negra a dirigir a entidade, fundada em 1995 para impulsionar o livre comércio. Isso significa um “peso extra”, disse ela em entrevista após a confirmação de seu nome por consenso pelos membros da instituição: “Para realmente deixar orgulhosas as mulheres e os africanos, terei que entregar resultados, e é essa a minha meta”.

Citando o fato de ser “de fora” como uma das principais vantagens de sua escolha – “não faremos ‘business as usual’ [o mesmo de sempre], venho com um olhar fresco e vou apresentar soluções novas” -, Ngozi disse que pretende apresentar soluções concretas ainda em 2021, na reunião ministerial que deve acontecer até o fim do ano.

Uma das principais, afirmou, será negociar acordos entre fabricantes de vacina e países mais pobres para permitir o licenciamento de imunizantes e o aumento da produção. “Não vamos inventar a roda. A AstraZeneca já está fazendo isso e sabemos que a solução interessa a todos.” Segundo ela, um país que vacinar apenas sua população verá a doença voltar na forma de variantes que surgem nos vizinhos não protegidos.

Agora à frente de uma instituição com 164 membros, 650 funcionários , orçamento anual de US$ 220 milhões (R$ 1,8 bi), Ngozi falou sobre seus planos para os principais desafios da OMC. Veja alguns deles, na ordem de prioridade estabelecida por ela.

PROTECIONISMO

A ameaça do coronavírus levou governos a barrar a exportação de produtos médicos, entre outros, e há temor de que tarifas sejam usadas para proteger empresas nacionais na recuperação da crise pós-pandemia.

O que diz Ngozi:
Quer uma “terceira via”, em que empresas licenciem vacinas e medicamentos para aumentar a produção em países mais pobres, com alguma garantia de proteção à prioridade intelectual, para “não desincentivar a inovação e o investimento em pesquisa e desenvolvimento”.

No curto prazo, vai listar restrições e proibições em vigor e negociar suas reduções e garantir que elas tenham prazo limitado. No longo prazo, quer criar com outras organizações multilaterais um plano de reação a pandemias, “pois haverá outras e, quando elas vierem, não podemos perder tempo discutindo o que fazer”.

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E AMBIENTE

Regras de comércio global são vistas como instrumentos para atingir os objetivos do Acordo de Paris, contra as mudanças climáticas, mas temas ambientais estão fora do escopo tradicional da entidade. Negociações para reduzir subsídios à indústria pesqueira que levam à sobrepesca e ao risco de extinção de espécies marítimas arrastam-se há 20 anos.

O que diz Ngozi:
É uma de suas principais metas de curto prazo apresentar um acordo concreto para a questão da pesca na reunião ministerial do fim do ano.

Acha importante reduzir a emissão de gás carbônico no transporte de bens, e diz que soluções mais verdes para a retomada são fundamentais mas devem ser implantadas de forma a não penalizar países em desenvolvimento. “Eles devem ver as ferramentas ambientais como fonte de receita, e não como barreiras aos seus produtos.”

Diz que tarifas como as que a União Europeia estuda impor para desestimular produtos menos sustentáveis ambientalmente são importantes, “mas têm que ser aplicadas e monitoradas para garantir justiça e não discriminarem países em desenvolvimento”.

SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS

O principal órgão para resolver disputas comerciais na OMC, chamado de órgão de apelação, está bloqueado há meses pela administração do ex-presidente americano Donald Trump, que impediu a nomeações de novos juízes.

O que diz Ngozi:
Espera retomar em breve as nomeações, mas quer uma reforma mais ampla do sistema de solução de controvérsias.

Considerou válidas críticas de que o órgão de apelação está indo além de seu mandato: “Ele deve cuidar da disputa entre membros e não de criar jurisprudência”.

Criticou o atraso em decisões, que chegam a levar dois anos, quando o prazo máximo é 90 dias: “Os casos hoje podem ser mais complexos, mas precisamos rever a burocracia interna e ganhar eficiência”.

Pretende compilar as propostas já feitas e levar um plano de reforma à reunião ministerial.​

COMÉRCIO ELETRÔNICO

O que diz Ngozi
Que a economia digital virou predominante, o crescimento do comércio eletrônico vai crescer e é preciso negociar regras multilaterais para ele. Segundo Ngozi, a área é importante também porque aumenta a inclusão de mulheres e de pequenas e microempresas no comércio global.

SUBSÍDIOS AGRÍCOLAS

O acordo sobre agricultura da OMC, de 1995, visa conter subsídios e barreiras comerciais protecionistas, mas inclui concessões para evitar insegurança alimentar em países onde há risco alto de fome generalizada, como a Índia. Analistas consideram praticamente impossível que os indianos aceitem uma mudança nessa área.

O que diz Ngozi
Acha importante discutir a redução de subsídios agrícolas, mas não considera possível obter resultados no curto prazo. “É uma área de importância crítica para muitos países, não apenas para os mais pobre, e as soluções não são fáceis. Mas vejo espaço para negociar, inclusive sobre a questão do algodão.”

ACORDOS COMERCIAIS

Desde 1993 a OMC não fecha um grande acordo comercial multilateral para reduzir tarifas ou outras barreiras comerciais.
Nesse vácuo, países partiram para acordos plurilaterais em várias áreas, como no comércio digital.

O que diz Ngozi:
Que acordos plurilaterais ou bilaterais têm inovações interessantes, mas os multilaterais têm o melhor custo-benefício, inclusive em relação à solução de disputas. Apontou a falta de confiança entre os membros como a principal barreira e disse que sua primeira ação em março será se reunir com todos os embaixadores para levantar suas questões.

A QUESTÃO CHINESA

A capacidade de conter benefícios estatais a empresas chinesas que distorcem a concorrência no mercado global é o problema de maior impacto para a OMC, tanto do ponto de vista político quanto econômico.

Desde que aderiu à organização, 1999, o país asiático se beneficiou do arcabouço de livre comércio e se transformou na maior exportadora do mundo, mas manteve um modelo próprio de participação estatal na economia e não cumpriu as regras de transparência sobre subsídios industriais.

O livro de regras da OMC é considerado inadequado também para lidar com questões de propriedade industrial: empresas estrangeiras são forçadas a abrir mão de tecnologia sensível e know-how para investir na China ou entrar no mercado chinês.
EUA, União Europeia e Japão defendem uma nova lei de investimento que proíba a transferência forçada de tecnologia.

O que diz Ngozi:
A questão chinesa não foi levantada de forma específica durante a entrevista nem mencionada por ela em sua exposição.

Falando de forma geral, Ngozi disse que a falta de confiança é um problema geral da OMC, não só entre grandes potências como os Estados Unidos e a China mas também entre países ricos e pobres.

Sobre o livro de regras, concorda com a necessidade de reformas e diz que levantará as sugestões dos membros para negociar saídas aceitas por todos.

Disse que vai reforçar mecanismos de monitoramento, inclusive digitais, para tornar efetiva a transparência dos membros.

TRATAMENTO PREFERENCIAL

Num debate que também envolve a China, grandes economias discutem as concessões do sistema da OMC chamado de nação mais favorecida. Pela regra, cada membro deve aplicar a mesma tabela de tarifas a todos os outros membros, mas países menos desenvolvidos podem elevar suas tarifas, numa espécie de “tratamento café com leite”.

A OMC porém permite que os membros se auto designem como “países em desenvolvimento”, e dessa lista fazem parte até hoje a Índia e a China (quinta e segunda maiores economias do mundo) – o que é uma das principais críticas americanas. No caso chinês, uma saída seria negociar que o governo chinês abra mão do status preferencial em troca de ter sua economia considerada como “de mercado” nas investigações sobre prática de dumping.

O Brasil, que faz parte dos países em desenvolvimento, tem renunciado ao tratamento especial desde 2003.

O que diz Ngozi:
Não houve perguntas sobre o tema e ele não foi mencionado em sua exposição inicial.

OUTROS TEMAS

A entrevista se ateve a questões estruturais, mas uma disputa conjuntural deve ser um dos grandes testes para a propalada capacidade de negociação política da nova diretora: a decisão sobre se os Estados Unidos violaram as regras da OMC quando aumentaram unilateralmente as tarifas sobre aço e alumínio em 2018, invocando uma cláusula de segurança nacional.

Uma decisão a favor dos EUA avalizaria medidas unilaterais de outros membros, minando o projeto multilateral da OMC. Mas o veredito contrário atiça o vespeiro americano, que, em gestões passadas, acusou a entidade de intervenção indevida em sua soberania.

O governo Biden, declaradamente pró-multilateralismo, compartilha parte das críticas à entidade e já disse que vai priorizar o fortalecimento da economia interna americana nesse começo de governo.

Fonte: Rede Agora de Notícias

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2020/10/29/vacina-russa-fabricada-no-brasil-sera-vendida-por-ate-us-5-em-toda-a-america-latina/

Cientistas acham moléculas promissoras contra tumor cerebral agressivo

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Um grupo de cientistas do Canadá, Brasil e Estados Unidos conseguiu identificar duas moléculas com potencial para tratar a glioblastoma, um tipo de câncer no cérebro muito agressivo – a taxa de sobrevivência para pacientes com o tumor é de menos de 10%. O estudo foi publicado na revista científica Nature Communications.

Este é o primeiro passo para a criação de um remédio efetivo contra o câncer. Os compostos, chamados de GSK591 e LLY-283, inibem a proteína que permite a replicação das células-tronco tumorais, impedindo que o tumor cresça.

“Em condições normais, essa proteína (PRMT5) é muito importante para um processo de controle celular. No glioblastoma, porém, o excesso dessa molécula desregula o processo e favorece o crescimento do tumor. O que esses inibidores fazem é a ligação física na proteína, impedindo que ela atue de maneira desregulada”, explica Felipe Ciamponi, coautor do estudo e doutorando da Unicamp, à Agência Fapesp.

Para chegar aos compostos, foram usadas ferramentas de bioinformática com análise de centenas de milhares de dados. O estudo usou as moléculas em camundongos com tumores derivados de células-tronco de participantes da pesquisa, e elas se mostraram potentes contra o tumor e não-tóxicas. Os animais tratados tiveram sobrevida maior do que os não medicados.

Outro ponto positivo é que elas foram administradas em via oral, e conseguiram penetrar as barreiras que protegem o cérebro de substâncias tóxicas. Esta capacidade é uma das mais importantes na formulação de remédios eficazes.

Os próximos passos da pesquisa devem realizar mais testes para aperfeiçoar o composto, e procurar empresas farmacêuticas para parceria na fabricação de um futuro medicamento. As informações coletadas até agora também estão sendo compartilhadas com outros grupos de pesquisa, para que as moléculas sejam testadas em pessoas com tumor de cérebro.

Fonte: Metrópoles 

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/04/16/medicos-se-enganam-e-tratam-tumor-cerebral-apenas-como-dores-de-cabeca/

Coreia do Norte é acusada de hackear Pfizer para roubar dados

Hackers norte-coreanos tentaram roubar informações sobre vacinas e tratamentos contra a Covid-19, denunciou nesta terça-feira (16) o serviço de inteligência da Coreia do Sul. Segundo um parlamentar sul-coreano, a farmacêutica Pfizer foi alvo da tentativa de ciberataque.

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O Serviço Nacional de Inteligência de Seul “nos informou que a Coreia do Norte tentou obter tecnologia envolvendo a vacina e o tratamento contra a Covid-19 usando guerra cibernética para invadir a Pfizer”, disse Ha Tae-keung, um membro da oposição no painel de inteligência parlamentar sul-coreano.

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Há tempos a Coreia do Norte é acusada de operar um exército de milhares de hackers bem treinados que atacam empresas, instituições e pesquisadores na Coreia do Sul e em outros países, em busca de informações sigilosas ou mesmo dinheiro para financiar seu programa nuclear — conforme acusou a ONU em um relatório confidencial divulgado na semana passada.

Especialistas em saúde acreditam que os hackers norte-coreanos estariam mais interessados em vender os dados roubados sobre as vacinas do que usá-los para desenvolver um imunizante em seu território.

A vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a alemã Biontech, foi a primeira contra a Covid-19 a ser aprovada para uso emergencial no Ocidente, ainda no ano passado.

Em dezembro, as duas empresas já haviam afirmado que documentos relacionados à vacina foram “acessados ilegalmente” durante um ciberataque a um servidor da Agência Europeia de Medicamentos (EMA), que regula remédios na Europa.

A declaração foi feita depois que a EMA, com sede em Amsterdã, disse ter sido vítima de um ataque de hackers, sem especificar quando ocorreu ou se o trabalho contra a Covid-19 era o alvo.

Coreia do Norte se diz livre do coronavírus

A Coreia do Norte está isolada desde o fechamento de suas fronteiras em janeiro de 2020, visando se proteger do vírus detectado pela primeira vez na China e que acabou se espalhando pelo mundo, matando mais de 2,4 milhões de pessoas, segundo dados oficiais.

O líder Kim Jong-un tem insistido repetidamente que o país até hoje não registrou nenhum caso de coronavírus, embora especialistas externos duvidem dessas afirmações.

Fonte: Amazonas1

Itália quer alterar limite de idade de uso da vacina AstraZeneca

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A Agência Italiana de Medicamentos (Aifa) recomendou nesta terça-feira (16) que a vacina contra o novo coronavírus Sars-CoV-2 desenvolvida pela Universidade de Oxford e o laboratório AstraZeneca seja aplicada em cidadãos com até 65 anos de idade.

Veja também: Número de contágios por covid cai 39% nos EUA, mas faltam vacinas

A sugestão foi dada pelos especialistas durante reunião com representantes do Ministério da Saúde da Itália, da Aifa e das regiões do país. No entanto, a decisão final será tomada somente depois de uma nova cúpula com a comissão Técnica-Científica da agência de remédios.

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Segundo apuração da ANSA, o ministro da Saúde, Roberto Speranza, pediu à Aifa que “faça todas as verificações em nível científico e com base em evidências para entender se há a possibilidade de extensão do limite de idade”.

A decisão ajudaria a acelerar a campanha de vacinação em todo o território italiano.

Sobre a possibilidade de administrar a vacina AstraZeneca também em maiores de 55 anos, o presidente da Agência Italiana de Medicamentos, Giorgio Palù, explicou que a ideia provavelmente será reavaliada com base em estudos de validação clínica.

Enquanto isso, a Comissão Europeia apresentará nesta quarta-feira (17) um procedimento acelerado para a aprovação de vacinas adaptadas às novas variantes da Covid e um impulso para a colaboração entre os fabricantes para aumentar o fornecimento, tanto das vacinas já autorizadas como aquelas para possíveis novas cepas virais. (ANSA)

Fonte: Press From

Número de contágios por covid cai 39% nos EUA, mas faltam vacinas

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A imunização em massa é um dos principais motivos para a desaceleração da pandemia no país, segundo as autoridades de saúde. No entanto, os Estados norte-americanos começaram a relatar o fim dos estoques de vacina.

Os Estados Unidos apresentaram nas duas últimas semanas queda de 39% no número de novos casos de covid-19. No mesmo período, segundo dados da Universidade Johns Hopkins, o número de mortes caiu 18% e o número de internações por infecção pelo coronavírus também baixou 28%.

Atualmente, os EUA administram cerca de 1,7 milhão de doses por dia. Alguns Estados passaram a incluir mais grupos populacionais em suas campanhas de vacinação. Outros divulgaram planos similares de expansão da campanha de vacinação, mas indicaram que precisam da confirmação de que mais doses serão entregues.

Um exemplo é a Califórnia, que deseja começar a vacinar qualquer pessoa que tenha problemas de saúde ou deficiências graves. Mas seu estoque de vacinas já foi 72% aplicado e regiões populosas, como Los Angeles, já começam a sentir falta de imunizantes.

A Geórgia enfrenta situação similar, com bairros de Atlanta relatando o fim das doses e uma fila de espera para a vacina. Já Nova York aplicou 90% de suas doses e gostaria de vacinar mais pessoas e grupos populacionais, mas também pede que mais unidades do imunizante sejam entregues para manter a campanha estadual.

Os EUA já têm contratos com 4 laboratórios: Pfizer, AstraZeneca, Moderna e Johnson & Johnson. Os acordos garantem cerca de 1,2 bilhão de doses de vacinas contra covid-19 ao país, segundo o Global Health Innovation Center, da Universidade de Duke. Essas são vacinas mais que suficientes para imunizar, com duas doses, a população de 328,2 milhões de norte-americanos.

A maior dificuldade para a continuação da vacinação no país é manter o ritmo estipulado pelo cronograma federal. Na última 5ª feira (11.fev.2021), o Departamento de Saúde dos EUA passou a fazer parcerias com grandes redes de farmácias e varejistas para aumentar os postos de vacinação no país.

A iniciativa faz parte da Operação Warp Speed (OWS), que busca acelerar o desenvolvimento, a fabricação e a distribuição de vacinas e diagnósticos para covid-19. O governo federal norte-americano está buscando novas formas de acelerar o programa com esforços coordenados do Departamento de Saúde, de Defesa e outras agências governamentais.

Fonte: MSN 

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/01/18/como-as-vacinas-do-covid-19-serao-transportadas/

Drogaria COOP lança linha exclusiva de vitaminas

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No próximo dia 18 de fevereiro, todas as drogarias Coop contarão com uma marca exclusiva de vitaminas denominada +VITA. Trata-se de uma linha com mais de 14 produtos, desde vitaminas C e D, ômega 3, colágeno até suplemento alimentar voltado para os públicos feminino e masculino, além da melhor idade.

VitaminasAs vitaminas foram criadas e desenvolvidas especialmente para a Coop com a finalidade de levar saúde e bem-estar para todas as idades, além de muita informação. “Estamos entregando fórmulas seguras, com qualidade, a preços acessíveis”, assegura Amanda Baptista, compradora do negócio Drogaria.

Segundo ela, a proposta de oferecer uma linha de vitaminas com todos esses atrativos vem sendo estudada há mais de um ano, porém, a chegada da pandemia confirmou a necessidade de dar acesso aos cooperados e clientes a uma suplementação de qualidade.

“Aqui na Coop, nós acreditamos na construção coletiva, colaborativa e consciente. Por isso, entendemos que estamos juntos melhorando a qualidade de vida de todos os nossos cooperados, através do lançamento desta nova linha de vitaminas e suplementos alimentares, em parceria com a +VITA”, acrescenta Eduardo Santos, diretor do negócio drogaria.

As multivitaminas têm como função a reposição de nutrientes deficientes por conta de uma dieta alimentar desbalanceada e também de potencializar a energia dos alimentos.

+VITA”A +VITA é uma marca acolhedora que conecta pessoas, ideias e conteúdos sobre longevidade com qualidade de vida. Nossas vitaminas chegam com o objetivo de entregar qualidade, com fórmulas seguras, preços justos e cocriadas com os consumidores”, explica Michel Santana, diretor de criação da empresa AS Trade.

Drogarias CoopA drogaria é um dos negócios da Coop, considerada a maior cooperativa de consumo da América Latina, com mais de 895 mil cooperados ativos e cerca de 6 mil colaboradores diretos. São 61 drogarias, localizadas no Grande ABC e nas cidades de São Paulo, Barueri, Piracicaba, São José dos Campos, Sorocaba e Tatuí. Já o negócio supermercado possui 31 unidades, espalhadas nas mesmas cidades, com exceção de São Paulo e Barueri.

Fonte: Jornal jose Ense News

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/17/drogaria-coop-lanca-linha-exclusiva-de-vitaminas/

Surge primeiro teste de Covid com app desnecessário

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A Kroger Health acaba de produzir um teste para Covid-19 que faz basicamente tudo o que um kit de farmácia faz, só que deu um jeito de enfiar um app para iPhone no meio. A empresa, que é franquia da maior rede de supermercados dos Estados Unidos, aguarda a aprovação da FDA para comercializar o teste, que se encontra em falta no mercado.

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O teste da Kroger funcionará praticamente igual aos testes de farmácia, só que faz um baita esforço para meter a necessidade de um app no meio da história. O programa usará a câmera do celular para fazer uma leitura das linhas exibidas no resultado com IA e determinar a resposta.

A empresa alega que o exame apresenta uma precisão de 93% em casos positivos, e 99% em casos negativos, em comparação aos exames de PCR. A previsão é de que o teste será comercializado nos Estados Unidos via loja online e filiais da franquia.

Cadê a diferença?

Um exame de antígeno da Covid-19 funciona assim: os pacientes devem aplicar um cotonete esterilizado no nariz e no fundo da garganta. Após a coleta de fluidos, o usuário deve mergulhar o objeto num frasco com líquido, e despejar o líquido num objeto similar a um exame de gravidez. Depois de quinze a trinta minutos depois, o resultado está lá.

O resultado do exame rápido aparece numa tela com duas setas, C (de Controle) e T (de Teste). O primeiro índice avalia se o medidor funciona, enquanto o segundo detecta a presença do vírus ou não. Assim, tudo o que o teste da Kroger faz com o app exclusivo para iPhone é, basicamente, garantir que você não está vendo errado.

Ao que parece, esse é mais uma linha de esforços para usar a tecnologia para detectar a Covid-19. Desde o surgimento da pandemia, vimos aparelhos que fazem testes de exposição em máscaras e redes sociais usam IAs para identificar uma possível necessidade de internação em uma UTI. E, em uma realidade na qual smartwatches da Apple são capazes de detectar a Covid-19 antes dos sintomas visíveis, um teste por app está longe de ser o mais útil do pedaço.

Fonte: No Olhar Digital

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