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Enquete aponta desinteresse da indústria na produção de IFAs

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Mais de 50% dos leitores veem desinteresse da indústria na produção de IFAsA última enquete do Panorama Farmacêutico serve de estímulo para uma grande reflexão da indústria farmacêutica. Questionamos os leitores sobre as causas que levam o Brasil a ter uma dependência quase total de insumos farmacêuticos ativos (IFAs) do Exterior. E para mais da metade, os próprios laboratórios são os responsáveis.

Dos 2.873 participantes da enquete, 1.545 (54%) apontaram o desinteresse da própria indústria como principal razão para a ausência de produção nacional de IFAs. Atualmente, até 90% das matérias-primas provêm de fornecedores internacionais. Somente China e Índia respondem por 74%, apesar de as farmacêuticas brasileiras produzirem mais de 70% dos medicamentos consumidos no país.

Curiosamente, a necessidade de uma política pública de incentivo, vista por especialistas e pelo próprio setor como a estratégia mais efetiva, é a principal causa do problema apenas para 156 leitores (5%). Já 1.172 profissionais (41%) acreditam que faltam subsídios governamentais para a indústria.

Uma reportagem veiculada em 12 de fevereiro, no entanto, mostra que a indústria farmacêutica nacional ensaia uma reação para reverter essa dependência. Confira aqui.

Visão da indústria

Mas sob o ponto de vista de entidades setoriais como o Sindusfarma, o problema é mais complexo e não se resume à disposição das indústrias. O presidente executivo Nelson Mussolini usa como exemplo a penicilina. O Brasil já fabricou esse insumo, mas o produto nacional perdeu competitividade e as plantas especializadas fecharam. “É algo que precisa de muita escala, porque você produz em tonelada e vende em gramas. Ficou muito caro produzir no Brasil”, explica.

Em entrevista recente ao Valor Econômico, ele também destacou fatores que comprometem a produção doméstica. “Não se consegue investir hoje para produzir na semana seguinte. É um sonho imaginar que vai fazer uma fábrica de IFA em menos de 12 a 18 meses. E, se não tiver um mercado consumidor grande e uma exportação forte, fica inviável o negócio. Precisa de uma garantia mínima de não ociosidade, justamente, para dar margem no negócio”, ressaltou.

Para José Correia da Silva, presidente do conselho da Associação Brasileira da Indústria Farmoquímica e de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi), a redução dessa dependência externa requer um esforço conjunto, com participação do governo e da iniciativa privada. “Isso exigirá uma regulação sanitária que traga isonomia e fomente o uso de IFAs fabricados no Brasil”, acredita.

A próxima enquete traz à tona outro debate polêmico, mas dessa vez relacionado à economia brasileira. Um novo auxílio emergencial deve ser aprovado para atender à população durante a pandemia ou essa medida pode comprometer os cofres públicos e gerar consequências negativas em médio e longo prazo? Participe e contribua para a discussão.

Fonte: Redação Panorama Farmacêutico


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Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2021/02/18/basf-cria-plataforma-para-pequenas-farmaceuticas/

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