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Média diária de casos suspeitos e confirmados de coronavírus em SP vai de 3,1 mil para 3,7 mil em oito dias

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A notificação de casos suspeitos e confirmados de Covid-19 na cidade de São Paulo disparou em oito dias, segundo dados da Prefeitura de São Paulo. Nesta terça-feira (5), a média diária de novos registros da doença chegou a 3,7 mil. Até 27 de abril, o valor diário era de 3,1 mil. Ou seja, são mais de 600 novos casos suspeitos ou confirmados por dia, comparando os dois períodos.

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No total, a capital chegou nesta terça-feira a 87.871 casos suspeitos ou confirmados da doença desde o início da pandemia. Foram quase 30 mil novos registros desde 27 de abril, quando a explosão da média diária já havia chamado atenção das autoridades de saúde.

Entre o dia 26 de fevereiro, quando a capital teve o primeiro caso confirmado, até o dia 23 de abril, foram em média 812 notificações do tipo por dia, segundo a Secretaria Municipal da Saúde. Do dia 23 de abril até o dia 27 – ou seja, em quatro dias – foram notificados 12 mil novos casos suspeitos e confirmados na capital, até então o maior aumento contabilizado desde o início da pandemia.

O salto foi considerado “bastante grave” pelo secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, que falou sobre o assunto em entrevista na última quinta-feira (30).

“Nos últimos quatro, cinco dias, houve uma mudança significativa dos números. Do dia 26 de fevereiro, quando teve o primeiro caso na cidade até o dia 23 de abril, nós tivemos 45.518 notificações, uma média de 812 notificações por dia. Em apenas 3 dias, dia 24, 25 e 26 [de abril], isso saltou para 56 mil notificações. Ou seja, nós saímos de 812 para pouco mais de 3.100 notificações por dia”, afirmou Aparecido ao Bom Dia SP.

Em boletim epidemiológico divulgado também na noite de quinta (30), a secretaria municipal destacou o crescimento dos dias 23 a 27 e diz que “o município ainda enfrenta o crescimento acelerado do número de casos.”

“Ante esse cenário, reforça-se a necessidade das medidas destinadas a evitar a sobrecarga da rede de saúde, em especial a manutenção das medidas de distanciamento social e a ampliação da capacidade de testagem da população, além da recomendação geral de uso de máscaras caseiras pela população, conforme decreto municipal”, avalia o boletim da secretaria.

Os dados oficiais de mortes confirmadas e suspeitas na capital também mostram um aumento nos últimos dias. No dia 18 de abril, quando a prefeitura passou incluir na divulgação dos dados o número de mortes suspeitas por Covid-19, foram notificadas 2.083 mortes, entre suspeitas e confirmações. Nesta terça-feira (5), o número já saltou para 4.083 – um crescimento de quase 100%. Destas, 1.832 são confirmadas e 2.251 são mortes suspeitas.

A cidade também registrou a segunda morte de bebê por coronavírus desde início da pandemia. Embora a letalidade da doença ainda seja maior entre os idosos, casos graves e mortes também são registrados entre jovens.

Nesta terça-feira, análise exclusiva feita para o G1 pelo epidemiologista Paulo Lotufo, da USP, com base em dados capturados do Portal da Transparência do Registro Civil pelo engenheiro de software Marcelo Oliveira, mostrou que o número de mortes na cidade de São Paulo disparou desde o início da pandemia do coronavírus até o dia 25 de abril, e está 28% acima da média histórica.

O G1 também revelou que o número de enterros na cidade de São Paulo até dia 22 de abril foi 18% maior do que no mesmo período do ano passado.

Nem a capital nem o estado têm conseguido atingir a meta de isolamento social considerada ideal para conter o avanço da doença. Para aumentar as restrições na quarentena obrigatória, o prefeito Bruno Covas (PSDB) implantou nesta semana bloqueios de importantes vias da cidades. Profissionais de saúde chegaram a ficar presos no trânsito e o Ministério público investiga a medida.

Para o professor do Instituto de Física (IF) da USP, José Fernando Chubaci, que analisa os dados da pandemia de Covid-19 no Brasil e em São Paulo, a curva do estado chegou a mostrar sinais de achatamento, mas a disparada nas notificações da capital dos últimos dias indica um retrocesso.

“Nesta semana o crescimento está sendo bem mais forte que nas outras. Como a capital é responsável pela grande maioria dos casos do estado, acredito que o enfraquecimento do isolamento social em São Paulo já comece a mostrar os resultados”, afirma o professor de física da USP José Fernando Chubaci.

“Foi um salto muito grande. Aquele gráfico que eu conseguia perceber uma tendência de achatamento, de domingo [26 de abril] pra cá começou a crescer bastante a inclinação, ou seja, está levando menos tempo para dobrar o número de mortes”, avalia Chubaci.

Os dados oficiais do estado de São Paulo, que levam em conta apenas as mortes confirmadas, também mostram uma disparada nas estatísticas.

O número de mortes confirmadas por coronavírus no estado subiu para 2.851 nesta terça-feira (5). No total, também já são 34.053 casos confirmados da doença. Foram 197 novas mortes em 24 horas e 1.866 novos casos confirmados da doença nos municípios paulistas no mesmo período.

O registro das mortes diárias havia caído no final de semana e foi de 27 na segunda-feira (4), mas voltou a chegar próximo da marca de 200 nesta terça-feira, mesma média diária que havia sido registrada nas semanas anteriores. Segundo o Governo de São Paulo, há atraso na atualização dos números durante os finais de semana e feriados porque os municípios trabalham com equipes reduzidas.

Embora a letalidade da doença ainda seja maior entre os idosos, casos graves e mortes também são registrados entre jovens. Em um mês, o número de pessoas com menos de 60 anos que morreram por coronavírus aumentou 18 vezes no estado, segundo a secretaria. A porcentagem de mortes nessa faixa etária em relação ao total subiu de 14% em 4 de abril (37 de 260) para 26% em 3 de maio (693 de 2.627).

Mais de 300 internações ocorreram nas últimas 24 horas, chegando a 9,3 mil pacientes internados em hospitais de São Paulo, sendo 3.661 em UTI e 5.694 em enfermaria.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, o índice de ocupação de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) reservado para atendimento do coronavírus caiu nas últimas 24 horas na Grande São Paulo. Na segunda-feira (4) a taxa era de 88,8% ,e nesta terça-feira (5) é de 86,9%. No estado, o percentual de ocupação é de 68,9%.

De acordo com o secretário estadual de saúde, José Henrique Germann, a taxa de ocupação diminuiu, pois foram colocados novos leitos na Região Metropolitana de São Paulo.

“Nós colocamos novos leitos em toda a rede da região metropolitana, por isso que essa taxa de ocupação diminuiu um pouco. Isso nos mostra que ainda precisamos de mais leitos, temos em todo o estado a abertura ainda de cerca de 1.800 leitos, que faremos tão logo isso seja necessário e que todos os recursos estejam aqui, principalmente a questão do respirador. Os respiradores devem ser entregues quinta-feira (7). Então, acredito que entre sexta-feira (8) e o final de semana a gente consiga ir abastecendo aquelas regiões da Grande São Paulo em primeiro lugar, pra abaixar ainda mais esse percentual de ocupação”, disse o secretário estadual de saúde, José Henrique Germann.

Fonte: G1

Veja também: https://panoramafarmaceutico.com.br/2019/08/15/sp-pode-fechar-maior-fabricante-de-remedios-publicos-do-pais/

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