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Medicamento contra câncer reduz risco de mortes por covid em até 55%, afirma estudo

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Um medicamento experimental desenvolvido pela empresa Veru para impedir a replicação de células cancerígenas pode reduzir o risco de mortes por covid-19 em até 55%, segundo estudo publicado nesta quarta-feira (6). A sabizabulina foi inicialmente desenvolvida por pesquisadores da Universidade do Tennessee para combater o câncer.

“Isso parece impressionante”, disse Dr. Ilan Schwartz, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Alberta, que não está envolvido no estudo. “Outro tratamento que possa reduzir ainda mais as mortes seria muito bem-vindo”, acrescentou em entrevista ao The New York Times.

O especialista advertiu, no entanto, que o estudo foi relativamente pequeno, com apenas 134 pacientes recebendo a droga. “No geral, acho [os resultados] muito empolgantes, mas eu gostaria de ver estudos confirmatórios maiores e independentes”, disse ele.

A sabizabulina impede que as células construam microtúbulos, isto é, cabos que transportam material de uma parte do interior da célula para outra. Ao impedir este processo, o medicamento ajudaria a combater o câncer porque as células tumorais dependem dos microtúbulos para se desenvolverem.

Como a Veru chegou aos resultados

Há dois anos, pesquisadores da Veru testaram sabizabulina no covid. Eles suspeitavam que a droga pudesse impedir a replicação viral, que também depende da rede de microtúbulos. No início de 2020, começaram testes em camundongos, e, alguns meses depois, em pessoas, na forma de pílulas.

A empresa buscou voluntários que já estavam no hospital por covid. Para serem elegíveis para o teste, os pacientes tinham que receber oxigênio ou depender de um ventilador. Eles também tinham que ter alto risco de morte por covid, com fatores de risco como hipertensão, idade avançada ou obesidade. Os pacientes foram autorizados a receber simultaneamente outros tratamentos que se mostraram eficazes para salvar vidas de pacientes com covid.

No último ensaio, 134 voluntários receberam sabizabulina e 70 um placebo. Ao longo de 60 dias, as taxas de mortalidade dos dois grupos foram diferentes: 45,1% do grupo placebo morreram, em comparação com apenas 20,2% daqueles que receberam o medicamento. Essa diferença se traduziu em uma redução de 55,2% no risco de morte.

No entanto, o Dr. David Boulware, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Minnesota também ouvido pelo Times, alertou que o grande número de mortes no grupo placebo pode ser um sinal de que o estudo é muito pequeno para tirar conclusões firmes.”A taxa de mortalidade de 45% no grupo de controle salta para mim como bastante alta”, disse ele.

A Veru airma que interrompeu o estudo mais cedo porque um comitê consultivo independente descobriu que os benefícios da sabizabulina já estavam claros nos dados; seria antiético, eles decidiram, continuar dando placebo a alguns pacientes. A empresa também solicitou à Food and Drug Administration (FDA), espécie de Anvisa norte-americana, uma autorização emergencial de uso de sabizabulina para covid.

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Fonte: Época Negócios 

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