Os medicamentos de especialidades devem colocar o Brasil na sexta colocação mundial em vendas até 2024. Isso representaria um salto de quatro posições e faria o país ultrapassar os mercados mais maduros do Canadá, Espanha, Itália e Reino Unido.
De acordo com as projeções do Institute for Healthcare Information, instituto europeu que congrega grandes farmacêuticas e empresas de biotecnologia, o movimento gerado por essa categoria será de US$ 38,4 bilhões – o que corresponde a um incremento de 91% frente à atual receita de US$ 20,1 bi.
Apesar das expectativas de crescimento, o Brasil ainda responde por 1,6% do mercado mundial de medicamentos de especialidades, muito concentrado nos dois líderes do segmento. Estados Unidos e China somam mais da metade das vendas – 43% e 11%, respectivamente.
Medicamentos de especialidades têm oncologia como motor
A categoria de medicamentos de especialidades tem a oncologia como principal impulso. Desde 2010 liderando as vendas, essa área terapêutica apresenta crescimento substancial de 140% nos últimos dez anos em nível global. No Brasil, cresceu 250% no mesmo período.
As dez áreas terapêuticas com maior receita representam 72% do mercado auditado no país, sendo que as três primeiras – oncologia, vacinas e imunologia – representam 41% do volume de negócios.
Pesquisa e inovação puxam medicamentos de especialidades
Incentivada por investimentos das multinacionais, América Latina e o Brasil receberam aportes de US$ 1,1 bilhão em pesquisa e desenvolvimento de medicamentos, o maior montante nos últimos cinco anos em escala global. E o país representou 32% desse total.
Os medicamentos inovadores ganharam prioridade na agenda estratégica das farmacêuticas. Ao mesmo tempo, os laboratórios demandam cada vez mais parcerias para melhorar a adesão aos tratamentos.
“Com isso, as distribuidoras passaram a operar como hubs de prestação de serviços, integrando os programas de suporte ao paciente da indústria e estabelecendo um elo direto com esse público, não apenas no ambiente intra-hospitalar como também por meio de iniciativas como o delivery de medicamentos de alto custo, trabalho que inclui orientações sobre o uso e alertas de horários de ingestão”, comenta Paulo Maia, presidente executivo da ABRADIMEX.