A unidade de medicamentos hospitalares da Pfizer foi colocada à venda, de acordo com a Reuters, baseada em fontes do mercado que preferiram se manter no anonimato. A divisão é especializada na produção de antibióticos e medicamentos injetáveis estéreis para uso hospitalar e batizada como Pfizer Hospital.
Segundo a reportagem, a decisão foi tomada após a compra da Hospira, companhia americana de dispositivos médicos adquirida em 2015 por US$ 17 bilhões (R$ 98 bilhões). A companhia contratou o grupo financeiro multinacional Goldman Sachs para avaliar e buscar potenciais compradores como empresas de private equity e outras farmacêuticas.
Divisão de medicamentos hospitalares da Pfizer está sob pressão
A possível movimentação é motivada pela pressão exercida pela Starbord Value, empresa investidora que controla a Pfizer. Com uma dívida superior à marca de US$ 61 bilhões (R$ 352 bilhões) em 2023, a empresa está sendo forçada a se desfazer de negócios não essenciais, como fez com sua participação na Haleon, em uma transação que rendeu mais de US$ 3,26 bilhões (R$ 18,82 bilhões).
Albert Bourla, CEO da Pfizer, tem sofrido com críticas por seus gastos em grandes aquisições, sem produzir novos medicamentos lucrativos a partir desses investimentos ou de sua pesquisa e desenvolvimento internos. Um exemplo foi a recente aquisição da Seagen, fabricante de medicamentos contra o câncer, por US$ 43 bilhões (R$ 248 bilhões) no ano passado.
Em uma teleconferência de resultados o CFO Dave Denton revelou que a empresa já reduziu sua dívida em aproximadamente US$ 4,4 bilhões (R$ 25, 4 bilhões) em 2024 e continua estudando a venda de novos ativos. As iniciativas e os resultados ainda não convenceram o mercado, tendo em vista que as ações da companhia caíram cerca de 7% ao longo do ano